18/10/2012 07h05
- Atualizado em
18/10/2012 07h05
Aluno do curso de história está sem acompanhar as aulas desde setembro.
Universidade de GO afirma que divulgou vagas, mas ninguém se habilitou.
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Rodrigo perdeu 100% da audição aos 2 anos (Foto: Rosemeire Vaz/Arquivo Pessoal)
Alunos do 4º período do curso de história da Pontifícia Universidade
Católica de Goiás (PUC-GO) se solidarizaram com a causa de um colega com
deficiência auditiva e decidiram entrar em greve na noite da última
terça-feira (16). Segundo os estudantes, desde o dia 28 de setembro,
Rodrigo Nascimento Guedes, de 21 anos, está sem acompanhar as aulas por
falta de uma intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Por nota, a PUC informou que já abriu vagas para o cargo. Porém, alega
que mesmo diante da divulgação das mesmas, nenhum candidato se
habilitou. Segundo a instituição, todas as providências estão sendo
tomadas para que a contratação ocorra o quanto antes.
A representante da turma, Rosemeire Vaz, afirma que a instituição foi
acionada sobre o problema 30 dias antes do antigo intérprete sair,
quando ele começou a cumprir aviso prévio. Porém, até agora, não houve
reposição da vaga e o colega, segundo ela, segue sem acompanhamento. “Na
semana passada, o Rodrigo se reuniu com o reitor da PUC e ele prometeu
um intérprete para a mesma semana, mas o profissional não apareceu”,
ressalta a aluna.
Com a ajuda de um intérprete, o G1 falou com Rodrigo
na quarta-feira (17). Ele disse que se sente excluído. “Estou tendo
muita dificuldade. Sinto-me sozinho na sala pela falta do intérprete.
Estou prejudicado na aprendizagem porque os meus colegas tentam me
passar o conteúdo, mas eu não consigo compreender”, lamentou.
Direito
De acordo com o artigo 23 do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, as instituições de educação superior “devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação”.
De acordo com o artigo 23 do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, as instituições de educação superior “devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação”.

Rodrigo com colegas do curso de história na cidade de Goiás (Foto: Rosemeire Vaz/Arquivo Pessoal)
Segundo a mãe de Rodrigo, Rosemeire Bento Nascimento Guedes, o filho
perdeu 100% da audição aos dois anos, em decorrência da meningite. “Ele
fica triste com a situação porque ele é muito esforçado. Trabalha e
estuda para ser igual aos outros. Mas como ele não faz leitura labial,
sem a intérprete fica difícil. Quando ele fez o vestibular, apresentou
um laudo médico e a PUC sabia que estava recebendo um aluno com surdez”,
lembra.
O maior medo da mãe é que as notas do filho caiam. E, segundo a colega
Rosemeire Vaz, é justamente isso que está acontecendo. “Ele é um dos
melhores alunos. Nós apresentamos muitos seminários e não tem quem
reproduzir o que ele fala, então as notas estão caindo. É uma situação
caótica”, diz a estudante.
Rodrigo afirma que ficou feliz com a atitude de solidariedade dos
colegas e espera que a ação sirva não apenas para o intérprete volte a
acompanhá-lo, mas também para que a instituição invista mais na
acessibilidade. “Precisamos continuar mostrando que a acessibilidade é
importante. Acho que essa ação pode gerar mais acessibilidade”,
acredita.
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/10/universitario-com-surdez-fica-sem-interprete-e-colegas-fazem-greve.html
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