Donos de cursinhos aprovam projeto, porém, admitem dificuldade para viabilizar proposta caso seja aprovada na Câmara Municipal.
Manaus – Em tramitação na Câmara Municipal de
Manaus, o projeto de lei que obriga os cursos pré-vestibulares a
ministrarem as disciplinas em braile e nas linguagens de sinais
(libras), está sendo avaliado pela 2ª Comissão de Constituição, Justiça e
Redação (CCJ). A proposta, se aprovada, vai colocar um desafio para as
instituições em se adaptar a essa nova realidade.
Se o projeto for aprovado, serão realizadas, durante as aulas,
traduções simultâneas por professores especializados, os quais
precisarão de cursos de pós-graduações e cursos de extensão nos dois
segmentos para serem contratados.
Autor do projeto, o vereador Professor Samuel afirma que o objetivo
da proposta visa permitir a estudantes com deficiências auditivas e
visuais chances iguais de disputa por uma vaga na faculdade. “A proposta
pretende instituir melhores condições de aprendizagem às pessoas que
possuam necessidades especiais por meio da implantação da educação
bilíngue (para surdos e mudos) e do sistema em braile (para deficientes
visuais)”, afirmou.
A proposta, porém, causa apreensão de proprietários desse tipo de
empreendimento em Manaus. Apesar de afirmar que pretende cumprir a lei
caso seja aprovada, o professor de história e diretor do Pré-Uni,
Claudio Barbosa, admitiu que haverá dificuldades de cumprir de imediato.
“‘É uma decisão difícil no momento, tendo em vista que a gente não
possui profissionais capacitados para tal. Se o projeto for aprovado, é
impossível que seja realizado a curto prazo, pois é preciso que se
imponha ou se estabeleça um período para que essa lei possa entrar em
vigor. No entanto, o que é lei não se discute, precisa ser cumprida, se
for aprovada, vamos cumpri-lá mesmo com dificuldade”, destacou.
O diretor ainda afirmou que no curso nunca existiu alunos com
deficiências audiovisuais, mas que seria importante a admissão dos
mesmos para integra-lós à sociedade. ”Os deficientes não são diferentes
de nós: eles só possuem uma forma diferente de linguagem e de se
expressar, daquilo que a gente considera como normal. Não há como
inseri-los na sociedade exercendo todos os direitos de cidadania, se não
for disponibilizado para eles meios suficientes para que eles possam se
comunicar com as pessoas. Portanto, tudo aquilo que foi útil para
inserir essas pessoas na sociedade, exercendo todos os seus direitos
inerentes a cidadania, é muito bem-vindo”, enfatizou o professor.
”Fui procurado por alguns donos de cursos pré-vestibulares, e eles
estavam preocupados com os custos que a lei poderia gerar à eles, mas na
verdade, não estavam vendo as oportunidades. Além de ajudar na inserção
dessas pessoas na sociedade, eles poderão empreender”, afirmou o
vereador professor Samuel.
http://www.surdosol.com.br/projeto-de-lei-para-aulas-em-braile-e-libras-impoe-desafio-a-cursinhos-em-manaus/
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