RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Mais uma estudante de medicina muito especial: otosclerose coclear bilateral

med

‘Oi Paula!!
Gostaria de te agradecer profundamente pelo seu blog! Ele tem me ajudado incrivelmente a lidar com todo o turbilhão emocional que é ter um diagnóstico de surdez progressiva. Deixa eu me apresentar!
Meu nome é Yasmin, tenho 20 anos, estou no 4º ano do curso de medicina e, diferente de vários relatos que li no seu blog, sou uma pessoa extremamente extrovertida! AMO falar! Amo me comunicar! Adoro apresentar seminários, explicar matéria para os colegas, conversar com os pacientes, conversar com rodas enoormes de amigos, adoro me expressar, opinar, escrever, falar falar falar… Tá imaginando o tamanho do problema? E pior.. só fui descobrir o meu problema de audição esse ano! No começo do ano, em janeiro, eu e minhas 3 melhores amigas fomos passar o mês em Porto Alegre fazendo um estágio na Santa Casa. Dessas amigas, duas delas estavam na otorrino. Eu SEMPRE fui adepta ao “QUÊ??”, mas achava que era ou porque eu estava distraída, ou porque as pessoas falavam muito baixinho. Nunca sequer cogitei a ideia de ter algo errado comigo! Fui uma criança extremamente “conversadeira” e brincalhona, sempre cheia de amigos, uma verdadeira matraca, minha fala é perfeita (falo um pouco rápido mas é pela ansiedade hehehehe), sempre fui uma ótima aluna, nunca tive problemas de acompanhar as aulas. Enfim, num belo dia, eu e minhas amigas estávamos no nosso apartamento lá em Porto Alegre, quando alguma delas fez o comentário: ‘Nossa, adoro essa música!’ E eu perguntei: ‘Que música? Não to ouvindo nada!‘ Minhas amigas gelaram, trocaram olhares apavoradas.. Afinal, após 1 mês de estágio na otorrino, vendo casos de surdez todos os dias, e me conhecendo e convivendo comigo há anos (sempre ouvi música, TV, e falei muito alto, mas sempre julguei que era intrínseco de mim, já que é IN-CRÍ-VEL a capacidade que nós temos de negação), minhas amigas ficaram preocupadas com esse meu comentário e me falaram para fazer uma audiometria. Passaram os meses, esqueci o assunto. Como sou uma pessoa bem agitada e ansiosa, faço terapia com uma psicóloga (MARAVILHOSA! melhor pessoa do mundo, um anjo na minha vida) há alguns anos, e eu comentei com ela que minha mãe as vezes brigava comigo dizendo que eu me fazia de surda quando ela me chamava pela casa, e contei do incidente em Porto Alegre. Foi o que bastou! Apesar da minha teimosia em dizer que eu era apenas distraída, minha psicóloga se recusou terminantemente a tratar minha “distração” sem antes ter uma audiometria em mãos, pois não se trata o psíquico sem se descartar a doença orgânica. No fundo, acho que eu sempre soube que tinha essa deficiência, porque ligar para a minha otorrino e pedir essa audiometria foram extremamente difíceis para mim, o medo me assolava. Quando o resultado da audiometria chegou, meus piores temores se confirmaram. Perda auditiva neurossensorial moderada bilateral em frequências graves. Me odiei instantaneamente por ter feito a audiometria! Fiquei em pânico. Me vi como um monstro, uma pessoa extremamente diferente, uma deficiente, um ser imperfeito. Imagina, eu sou estudante de medicina, convivo diariamente com pessoas que possuem as mais diversas condições, e foi um choque horrível para mim, imagina para quem não lida com um meio mais tolerante a diversidade. Audiometria feita, perda auditiva diagnosticada, descobri que afinal nunca tive a fala ou comunicação afetadas pois a fala humana é mais nos agudos e minha perda era nos graves, aceitei que em algumas situações teria dificuldades, combinei com a otorrino de fazer outra audio em outubro para checar se era progressiva ou não, e esqueci – na medida do possível – a perda. Mas ela não me deixou esquecê-la. Eu tinha uma dificuldade HORROROSA de ouvir dois professores meus que tem o tom de voz bem grave e falam baixinho. Dois professores maravilhosos de neurologia. Como eu paguei muitos micos na aula deles com o infame “QUÊ?!’, um dia fui pedir desculpa para um deles, porque para quem não entende a perda auditiva, parece que você ta distraída e sem prestar atenção na aula. Nisso, o professor conversou com meu pai (que é amigo dele) e recomendou uma visita ao Dr. Luiz Lavinsky. A partir daí minha vida mudou! O Dr. Luiz é uma das pessoas mais atenciosa que eu conheci, repassa passo por passo, explica tim tim por timtim, sabia que eu era estudante de medicina então me explicava absolutamente tudo, me mostrava os meus exames dando uma aula junto… maravilhoso! Descobri meu diagnóstico: otosclerose coclear bilateral. Ninguém da família tem. Aparentemente, a primeira sou eu. Foi outro choque saber que a perda era progressiva, porém confesso que fiquei mais angustiada de saber que posso passar essa doença para minhas filhas no futuro, do que comigo mesma. Não sei porque, mas tinha enfiado na minha cabeça que minha perda era estável, que eu ia me adaptar àqueles decibéis a menos e ser feliz. Peguei uma quantidade vergonhosa de livros de otorrino, audiologia, e muitos muitos artigos, e comecei a estudar sobre AASI, otosclerose, surdez. Foi aí que me deparei com seu blog! A princípio quando o Dr. Luiz sugeriu o uso de AASI, eu queria morrer, achava que eram esteticamente horrorosos. Porém, depois que conheci seu blog (e ainda descobri que você também é paciente da Clínica Lavinsky), me identifiquei demais e liguei o “I DONT CARE” modo de vida! Afinal, um monte de gente é deficiente visual e é dependente de óculos para enxergar, e mesmo assim enxerga mal.. Porque o óculos é tão bem aceito e os AASI não?! Hoje faz 1 semana que comecei o teste domiciliar para AASI. Fiz uma seleção de prótese e estou usando o PURE, da Siemens. AMEI… Fiquei emocionada com o tanto de barulhos que eu tinha perdido… O folhear dos livros! O microondas e a geladeira não são eletrodomésticos silenciosos!!!!! Claro, que eu chego da aula exausta (cerebralmente), o silêncio é um tanto quanto reconfortante, as vezes é bom me recolher no meu silêncio e na minha cabeça, é incrível como a rua, as salas, as conversas são altas. Mas estou dando 100% de mim no processo de adaptação. Estou consciente que, dentro de alguns anos, precisarei do implante coclear, e você tem sido minha maior inspiração. MUITO OBRIGADA PAULA! Você não tem ideia do quanto você está me ajudando a aceitar, superar e lidar com os meus amendoins-gêmeos! Que Deus continue te iluminando e ajudando a desmitificar todos os tabus e preconceitos que permeiam a surdez. Espero um dia poder cruzar com você na sala de espera do Dr. Lavinsky!
Beijos, Yasmin’
Será que preciso comentar que me lavei chorando?? Quando alguém me diz que não faço idéia do quanto estou ajudando a aceitar, superar e lidar com a surdez, só consigo pensar em dizer ‘e você não sabe o quanto ler isso me emociona’! Sinto um alívio enorme por saber que todas as tristezas, medos, choros e desatinos sofridos quase sempre em silêncio por causa da deficiência auditiva não foram em vão. Afinal, eu NÃO tinha com quem conversar, nenhum amigo com o mesmo problema, e na minha época isso não era falado abertamente e sem frescura como hoje. Poder dar a ajuda que sempre quis ter e nunca encontrei quando precisei me conforta muito e me faz até esquecer todo o sofrimento solitário. Obrigada a cada um de vocês por me ajudarem a transformar esse blog numa grande família. <3 p="">

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