RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

sábado, 7 de julho de 2012

Lidando com a frustração de perder a audição

Toda semana algum médico me manda email ou vem falar comigo para comentar sobre um caso difícil envolvendo um(a) paciente que não aceita o fato de ter perdido a audição. E quando me pedem conselhos de como ajudar alguém assim, confesso que fico meio paralisada. Tenho uma personalidade um pouco difícil pois tenho a péssima mania de achar que tudo é frescura, que as pessoas têm que ser super fortes, verdadeiras fortalezas. Acabei aprendendo que o fato de eu ser assim não significa que os outros também sejam. Meus conselhos acabam parecendo rudes ou ríspidos, e quem dá a notícia para um paciente de que ele perdeu a audição e não vai recuperá-la deve passar por uma situação bem tensa e complicada.
Digo mais uma vez: deficiências têm a ver com recomeços. Perder um sentido significa recomeçar. Significa se adaptar à sua nova condição. E, o mais importante de tudo, significa aceitar essa condição nova. Sempre que assisto a filmes com cenas de reuniões dos alcóolicos anônimos, eles fazem aquela oração que diz o seguinte:

“Concedei-nos Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar; coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguirmos umas das outras.”

Isso se aplica perfeitamente aqui. Quando algo grave acontece nas nossas vidas, é lógico que vamos passar um tempo de luto, com raiva, sem entender porque diabos aquilo aconteceu conosco. A parte complicada quando se trata de surdez é que ela afeta a nossa comunicação com o mundo e, de muitas maneiras, a nossa independência como ser humano (resolver problemas por telefone, escutar o interfone, participar das conversas em pé de igualdade, frequentar faculdade/escola/trabalho e ficar boiando, escutar e entender qualquer coisa no escuro). É por isso que é tão difícil chegar no ponto em que conseguimos lidar numa boa com a falta da audição. Eu mesma percorri um longo e demorado caminho até parar de gastar energia com isso. Foram muitos anos!!! E justamente por ter cometido esse erro besta e por não ter estimulado o meu resíduo auditivo nesses anos de teimosia é que fico louca quando vejo alguém fazendo o mesmo.
Se sentir um lixo por uns tempos? É normal. Entrar em depressão? Não é. Sentir ódio mortal de tudo e de todos por uns meses? É normal. Se isolar do mundo e não fazer nada para interagir com as pessoas por se sentir um coitadinho? Não é.
Ou seja: quem perde a audição vai curtir uma fossa das brabas. Que dure um tempinho, tudo bem. Mais que isso é perda de tempo, burrice, teimosia – ou chame como quiser. Temos a opção de esgotar todas as possibilidades: se der pra usar aparelho auditivo, tente. Faça o esforço, oras! Descubra se você é candidato ao implante coclear. Aprenda a ler lábios. Lute por acessibilidade para quem não ouve. Mas pelo amor de Deus, não passe o resto da vida trancado em casa praguejando e sentindo pena de si mesmo, porque isso não resolve nada.
Quem se sentir ofendido que me desculpe, mas é a mais pura verdade. A hora de recomeçar é agora, e negar o óbvio não faz com que ele desapareça. Aos médicos digo sempre isso que escrevi aí acima. Não acho legal que ninguém estimule uma pessoa que se torna deficiente auditiva a se fechar pro mundo, produzir uma auto-imagem de inferioridade, virar adepto do ‘coitadismo’ e não buscar toda a ajuda que a tecnologia pode oferecer. O que mudou pra você passar a se enxergar de outro modo? Ah, não escuta mais ou escuta mal? E daí? Bola pra frente porque a vida passa rápido demais, hein?

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