RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Entrevista com uma expert em Closed Caption

Conheçam a Kathleen Miozzo. Só pra vocês ficarem ainda mais fãs dela (e mais ávidos por closed caption), o assunto do TCC da moça na faculdade de Letras é sobre as influência do Closed Caption nas habilidades linguísticas das crianças portadoras de deficiência auditiva.
1. Fale um pouco sobre você!
Faço faculdade de Letras, estou no quinto período, Habilitação Inglês – Português, tenho 22 anos, trabalho como Assistente de Controle de Qualidade na Drei Marc, nasci e moro no Rio de Janeiro.
2. Como você começou a trabalhar com closed caption?
Tudo começou quando consegui um estágio de captioner (pessoa que transcreve, ajusta e padroniza o Closed Caption) em uma produtora de vídeos. Passei 7 meses lá, todo dia fazia Closed Caption de cerca de 3 desenhos, ou seja, por semana, mais de 10. Com isso fui pegando a prática e conhecendo mais desse mercado que me era estranho até então. Depois que sai do estágio, comecei a trabalhar na Drei Marc, onde atuo como Assistente de CQ, onde faço o controle de qualidade de legendas e closed captions para programas de, filmes e desenhos. Porém, ultimamente tenho me dedicado mais ao CC, atuando também como copidesque (revisora). E além de tudo ainda decidi fazer meu TCC sobre as influência do CC nas habilidades linguísticas das crianças portadoras de deficiência auditiva. Então, estou mais que imersa em Closed Caption.
3. Explica pra gente como funciona, em linhas gerais, o trabalho de colocar legendas em programas de TV, filmes, etc?
Há métodos como o ao vivo (feito por um estenotipista através de um estenótipo eletrônico), ele é treinado para digitar rapidamente com o uso de um teclado especial, com a representação de letras e grupos de fonemas. Ele registra o que é dito, ao vivo, no momento em que o programa é transmitido. E muitas vezes, mesmo quando o programa já foi gravado, a inserção se dá ao vivo. Também existe um software, método mais caro e novo. Ele interpreta vozes e produz o texto das legendas. A voz não vem direto do programa, ela é transmitida a uma pessoa que repete o que é dito para o computador. O software não é 100% garantido e pode causar algumas confusões. A pessoa que fica responsável por vocalizar para o computador também acrescenta via teclado informações sobre outros sons do ambiente. Depois disso que a legenda é liberada para aparecer na tela. Este software pode ser muito complicado (imagina quando houver um vozerio ou diálogo muito rápido). E por fim, há o método usado onde trabalho, mas que só é possível em programas já gravados. Mas também é o mais preciso. Tudo começa pela transcrição, o captioner pega o vídeo em questão, e com ou sem o auxílio de um script, começa a transcrição, padronização (uso de códigos de posicionamento, italização, música), depois o processo de marcar tempos de entrada e saída de cada legenda. E então, depois disso, e de serem revisados padrões gramaticais, estilo e redação, o arquivo é liberado para inserção, o que pode ser feito na produtora, ou pelo próprio cliente.
4. Custa caro para as emissoras colocar CC nos programas?
Sim. As emissoras têm um elevado custo para disponibilizar o recurso. São custos referentes ao processo de produção e também exibição do Closesd Captions. Profissionais, mídias, controles, tráfego de material, tráfego de sinal, enfim, uma série de providências que os exibidores precisam tomar para tornar o recurso disponível. O Closed Captions se tornou obrigatório no Brasil para as empresas de Radiodifusão em 2006, a partir da Publicação da Portaria 310 no DOU pelo então Ministro das Telecomunicações Hélio Costa. Cabe salientar que a Lei se restringe às empresas de Radiodifusão, excetuando assim o Mercado de TV por Assinatura da obrigatoriedade de disponibilizar o recurso para o assinante do serviço de TV Paga (informação cedida pelo Diretor de Marketing da empresa em que trabalho, Marcelo Camargo).
5. Por quais motivos você acha que muitas emissoras só vão colocar legendas em 100% da programação quando isso for obrigatório?
Eu acho que isso vai ocorrer pelo simples fato de muitas emissoras não acharem que o custo “vale a pena”. O mercado de CC no Brasil é fraco ainda, e sempre com aquela imagem de que é algo mal feito, cheios de erros de português. A obrigatoriedade vai ser a única forma de criar uma noção de que o CC é vital, nem que seja isso feito por meio de uma lei que puna quem não cumprir. Mas posso falar, pelo menos baseada no meu trabalho, cada dia mais temos recebido serviços de CC para emissoras abertas, o que mostra um crescimento nessa noção.
6. As emissoras têm noção da importância das legendas? Costumo dizer que programa da TV sem legenda está no mesmo nível que calçada sem rampa, acho uma vergonha, um descaso.
Eu acho que existe uma noção, mas como eu disse, é um mercado meio recente, no Brasil. Não há, por exemplo, cursos especializados em CC, o que torna fraca a capacitação dos profissionais, tornando a produção mais passível de erros e baixa qualidade. O deficiente auditivo ainda é visto como grupo de minoria na gama de telespectadores, porém acho que o que deve ser feito é cada vez mais os deficientes auditivos cobrarem das emissoras o CC em programas, pois só assim as emissoras terão a dimensão exata deste mercado e vão ver que ele carece de investimento.
7. Porque alguns canais têm ótimos ‘sistemas’ de legendas (como TV Senado) e outros são péssimos? As vezes temos a sensação de que a pessoa que está colocando legendas ao vivo em determinados programas não tem nem o primeiro grau completo, tantos são os erros horríveis de português.
Alguns canais fazem o CC internamente, muitas vezes ao vivo, o que cria algo parecido com a tradução simultânea, sabe? Onde tenta-se advinhar o que será dito, já outros fazem o CC em empresas como a que trabalho, e o arquivo passa por várias revisões e isso resulta numa qualidade superior. Já no caso da TV Senado, acho que por seu caráter oficial há um controle maior, né?
8. Porque, numa novela por exemplo, quando um personagem fala um palavrão, os ouvintes escutam esse palavrão, mas o mesmo é censurado nas legendas?
Esse é o caso que eu mais me irrito no CC. Muitos captioners acham que podem omitir informações, por questão de tempo de leitura, ou até mesmo para adaptar o CC ao padrão estabelecido pelo cliente (há canais que não querem palavrões em legendas e CCs). Para você ter uma ideia, ouvi uma vez, “Não precisa escrever tudo, eles não ouvem mesmo.” Isso é absurdo e prejudica a qualidade do serviço prestado, pois, dessa forma o serviço é feito pela metade.
9. Quais são as principais diferenças (em termos de emissoras, acessibilidade, rapidez, etc) entre o CC do Brasil e de países como os EUA?
No Brasil, o CC é transmitido por apenas um canal CC 1, em português, e, em raros casos, em inglês. Nos Estados Unidos é transmitido em inglês no CC 1, e espanhol no CC 2 ou 3, o inverso ocorre nos canais em espanhol. Nos EUA o FCC controla isso e há muito mais direcionamento e informação. O Brasil ainda engatinha, mas aos poucos vamos melhorando.
10. Já que você trabalha com closed caption, comenta como você vê a importância dessa ferramenta – não só para surdos, mas para toda a população brasileira.
O Closed Caption não pode ser visto como ferramenta única e exclusivamente para deficientes auditivos. Por exemplo, já fui a restaurantes que deixam a televisão sem volume, mas com o Closed Caption ligado, ou seja, a não ser que seja um dos restaurantes mais segregadores do mundo e que só aceite clientes com deficiência auditiva, pessoas não portadoras de deficiência estarão fazendo uso da ferramenta. Claro, os deficientes auditivos não só são público-alvo, como também o gatilho para o desenvolvimento da ferramenta, que a meu ver, se desenvolvida da forma correta, visa não apenas auxiliar no entendimento, mas também incluir, informar, atualizar e até mesmo educar o portador de deficiência auditiva, pois, como alguns trabalhos provam (e meu futuro TCC falará sobre isso também) muitas crianças portadoras de deficiência auditiva parcial aprendem a ler com o auxílio do CC, dali vem o vocabulário delas. E por isso mesmo não podemos ser levianos com o que é escrito, deve sim haver uma qualidade a ser exigida e um controle a ser feito.
11. De que maneiras você acha que os surdos oralizados podem pressionar emissoras que não têm CC na programação para que elas providenciem essa ferramenta?
Acho que a única forma de pressionar, com sucesso, é continuar exigindo, cobrando, falar sobre o assunto. Closed Caption muitas vezes é visto como um bicho-de-sete-cabeças, mas na verdade é simples, falta conhecimento, divulgação, entendimento. Por exemplo, não há cursos sobre Closed Caption, enquanto há vários sobre Legendagem, falta interesse no mercado, mas por falta de divulgação. Se o “consumidor” exigir mais, tenho certeza de que as emissoras começarão a se esforçar para mudar o quadro atual.

FONTE: http://cronicasdasurdez.com/

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