Trabalho exigiu o desenvolvimento de redes neurais capazes de identificar as características dos sinais a partir de vídeos e encontrar sinôninoms no português brasileiro
A barreira de interação entre pessoas com deficiência auditiva que se comunicam pela Língua Brasileira de Sinais (Libras) com os ouvintes pode ser facilitada graças a um método totalmente automático de tradução bidirecional. O projeto, em desenvolvimento por pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul, vai possibilitar a transcrição em tempo real de cada gesto feito por uma pessoa falante de Libras com um simples toque no celular.
Coordenada pelo pesquisador Rodrigo Barros, da Escola Politécnica da PUCRS, a iniciativa foi contemplada pelo Google Award for Inclusion Research, que premia pesquisas inovadoras com alto impacto social. Uma das partes do trabalho exigiu o desenvolvimento de redes neurais capazes de identificar as características dos sinais a partir de vídeos e traduzir essa representação em palavras equivalentes no português brasileiro. Os cientistas também tiveram de se atentar ao fato de existirem diferentes expressões com um mesmo significado, sinais com múltiplas traduções e até mesmo variações regionais.
— Entendemos que trabalhar com vídeos é algo fundamental para o sucesso desse tipo de trabalho, visto que Libras inerentemente é uma forma de comunicação que se dá via gestos e expressões faciais. A única forma de capturar todas as nuances do idioma é por vídeos e não por representações textuais — afirma Barros.
Desenvolvido com IA
As redes neurais artificiais são modelos matemáticos de aprendizado de máquina (machine learning), uma das mais importantes áreas da Inteligência Artificial. Com leve inspiração no funcionamento do cérebro humano, elas são utilizadas desde o desenvolvimento de agentes conversacionais (chatbots) até criação de novos conteúdos visuais.
Neste projeto da PUCRS, a IA será responsável por compreender os sinais presentes nos vídeos, traduzi-los para o português falado no Brasil e vice-versa. Até o momento, o time de pesquisadores já coletou e fez curadoria de mais de 10 mil vídeos individuais que contêm sinais isolados feitos por atores distintos.
— Este projeto é de grande importância para a sociedade, em particular para deficientes auditivos. Pode melhorar significativamente a qualidade de vida e a inclusão destas pessoas — diz Barros.
Para incentivar pesquisadores a olhar para os desafios e oportunidades do mundo conectado, o Prêmio Jovem Cientista realizou este ano sua trigésima edição com o tema Conectividade e Inclusão Digital. O prêmio busca projetos que vão desde a construção de modelos a partir do uso de inteligência artificial em questões de saúde pública, educação e sustentabilidade, até a necessidade de uma discussão mais filosófica sobre a ética na realidade virtual.
Nas cinco categorias contempladas, que vão do ensino médio ao doutorado, 799 projetos foram inscritos. O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, conta com patrocínio da Shell e apoio de mídia da Editora Globo e do Canal Futura. Ao todo, 194 pesquisadores foram premiados, além de 21 instituições de ensino.
FONTE:
https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/premio-jovem-cientista/noticia/2024/12/11/pesquisadores-da-puc-rs-desenvolvem-ferramenta-para-traduzir-libras-com-um-toque-no-celular.ghtml
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