RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

terça-feira, 30 de julho de 2013

Surdez e assaltos

 Crônicas da Surdez: O Livro

Surdez e assaltos

Vocês lembram do Paulo Sugai, do post sobre o jogador de futebol americano com deficiência auditiva? Pois o Paulinho é um amigo muito querido, e li algo que ele escreveu no Facebook contando sobre um assalto que vivenciou e achei que seria interessante falar sobre isso aqui.
assalto
“Para quem não me conhece, meu nome é Paulo, tenho 23 anos e sou surdo profundo bilateral, usuário de AASI e oralizado. Trabalho como analista jurídico e, além de jogador (me recuperando de lesão no ligamento cruzado anterior/LCA do joelho esquerdo), também sou gerente financeiro do Brasília V8 FA, equipe de futebol americano do Distrito Federal que compete no Torneio Touchdown, campeonato de abrangência nacional. Pois bem, tínhamos um jogo agendado contra o Minas Locomotiva pela terceira rodada do campeonato, a ser realizado em Belo Horizonte no dia 20/07 (sábado), às 14h. Para tanto, decidimos fretar um ônibus de 2 andares e com capacidade para 52 pessoas. Saímos de Brasília por volta das 23h20 e tudo estava dentro dos conformes. Os jogadores receberam o plano de jogo e as novas camisas, tudo em um ambiente de extrema descontração e animação para o evento do dia seguinte. Fiquei no andar de baixo do ônibus, junto com a Diretoria Executiva da equipe e alguns jogadores. Mais especificamente, na última fileira, logo atrás da parede que separava o bagageiro do primeiro andar. Após uma conversa super descontraída com os meus amigos, decidi me preparar para dormir, visto que o jogo seria bem cansativo – já tinha passado de uma da manhã. Tirei os aparelhos auditivos, coloquei na caixinha e guardei na minha mochila, que estava logo atrás do meu banco, entre a parede e a cadeira. A partir desse momento, o silêncio se tornou predominante. Foi então, ao olhar pela janela, que percebi que o ônibus estava em uma estrada extremamente escura. Inclusive comentei isso com o Toru, que estava ao banco do lado. Não havia nenhuma iluminação (somente a luz da Lua) e só isso já me fez ficar tenso. Desde criança, tenho uma alta sensibilidade quando se trata de permanecer em locais escuros e que inviabilizam a comunicação via leitura labial com outras pessoas. Pelo menos o ônibus estava com as luzes acesas… Como eu estava sem AASI, não pude ouvir os barulhos que se seguiram logo após. Segundo relatos do pessoal, foram cerca de 10 tiros que atingiram o motor e a parte superior do ônibus – um deles, inclusive, passou a 40 cm do Peixe, que estava reclinado na cadeira no instante. Se não fosse o Shaolin e o Caverna (jogadores do time), o pessoal de baixo não teria a mínima idéia do que estava acontecendo lá em cima. Foram eles que nos alertaram do perigo iminente e a minha reação inicial foi achar que tudo era uma brincadeira de mau gosto. Dito e feito, as luzes do ônibus se apagaram e logo quatro bandidos entraram (três para o segundo andar e um para o primeiro andar), todos usando balaclavas. Todo mundo costuma falar que eu sou uma pessoa extremamente racional, mas naquela hora, entrei em pânico. Todos se abaixaram, uns empilhados em cima do outro, tentando manter a calma. Foi puro terror, eu procurava entender o que estava acontecendo, tudo estava escuro e quando percebi que se tratava de um assalto, não hesitei em repassar meu relógio e o dinheiro escondido no meu bolso. Para completar, o pânico aumentou quando percebi que se o bandido (que estava visivelmente alterado) viesse falar comigo, eu não conseguiria entender absolutamente NADA, visto que todas as vias de comunicação foram cortadas. Leitura labial? Impossível. AASI? Guardados na mala. Libras? Não sei e com toda a certeza do mundo, o ladrão também não. Graças ao bom Senhor não aconteceu nada de mais grave, fora algumas coronhadas sofridas por quatro jogadores no andar de uma e ferimentos de estilhaços de vidros. Todos estão bem e a polícia está tomando as devidas providências. No entanto… Depois desse episódio, fiquei refletindo bastante sobre a nossa vulnerabilidade nessas horas. Como estabelecer um canal de comunicação com alguém que não está interessado na nossa integridade física ou em nossas necessidades? É algo a se pensar.”
Obrigada por dividir essa história conosco, Paulinho.
Fiquei de queixo caído pensando nisso. Não imagino o que faria numa situação dessas. Nunca fui assaltada e tenho verdadeiro pavor de ficar sozinha em casa ou ficar sozinha em qualquer lugar por causa disso. Basta o cachorro latir sem motivo aparente que já me dá um treco imaginando a cena de um marginal armado entrando e me pegando pelo pescoço. Numa hora dessas, imagina se o ladrão vai acreditar que a gente não ouve. E ainda é capaz de nos arrancar os aparelhos, atirar no chão e pisar em cima. A surdez nos coloca em situações de vulnerabilidade total, como essa descrita no post. Por isso sempre digo que não devemos sair por aí contando para estranhos sobre o fato de que não ouvimos, porque a gente não faz idéia de quem vai usar essa informação para o mal. Assaltos e incêndios me fazem tremer mais que vara verde, por Deus. Espero nunca passar por algo assim.
 
 http://cronicasdasurdez.com/
 

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