RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

25 de fevereiro: Dia do Implante Coclear

Tecnologias de acessibilidade para surdos: iLibras X Vpad

Li aqui a respeito de uma tecnologia nova chamada Vpad que chegou ao país e que gerou muita discussão em grupos de surdos oralizados no Facebook em função do preço caríssimo e da manutenção, ainda mais cara. Trata-se de um serviço de intermediação por vídeo com intérprete de Libras. Assim, o surdo sinalizado pode pedir um táxi, uma pizza, um remédio da farmácia, etc. Para um surdo oralizado, não tem serventia.
O aparelho, que é um tablet, está em promoção de R$1.800 (!!!!!) por R$999,00. Além disso, para poder usar o serviço, deve-se comprar créditos para acessar a central de intérpretes, que NÃO funciona 24 horas por dia. A compra do Vpad está condicionada à uma assinatura de 12 meses. E a pessoa que adquirir o serviço ainda precisa ter internet com wi-fi de ótima velocidade em casa.
Os preços:
+ R$30,00
+ R$60,00
+ R$120,00
+ R$185,00
+ R$270,00
+ R$350,00
+ R$400,00
O que mais me desagradou foi o fato de que, além desses preços altos, se você comprar uma assinatura mensal, os minutos que sobrarem não podem ser usados no mês seguinte. Qual a lógica? Ao que parece, este produto está focado num público consumidor de alto poder aquisitivo.
Fui pesquisar o assunto mais a fundo e encontrei o iLibras. O plano mensal custa R$18,90, valor muito acessível para qualquer pessoa. Some-se a isto o fato de que hoje todos nós temos um celular e/ou computador. Você acessa a central através do chat, de SMS ou de um email e eles fazem o que você precisa: marcam consulta médica, chamam táxi, avisam seu chefe que você não vai poder ir trabalhar, etc. Por esse preço simbólico (mas que para muitas pessoas já é alto) o deficiente auditivo que mora sozinho pode ficar sozinho em casa tranquilamente, pois, se precisar de ajuda, terá. Mandei email para eles perguntando se o serviço é 24hs e se também há a opção de intérprete de Libras no atendimento via chat – assim que me responderem, publico aqui. Achei o site pouco explicativo, tive dúvidas que poderiam ser facilmente sanadas se todas as informações a respeito do produto estivessem visíveis e explícitas de forma sucinta, sem que eu precisasse fazer um cadastro e mandar um email.
Resposta do iLibras (rapidíssima, por sinal!):
“O iLIBRAS funciona de segunda a sábado das 8h às 22h. A empresa está crescendo, em breve aumentaremos nossa equipe e começaremos a atender todos os dias, 24 horas. Como citado no post, a tecnologia para ter atendimento via videochamada com intérpretes de LIBRAS é cara e o acesso à banda larga no Brasil ainda é instável, estamos desenvolvendo pesquisas e realizando testes, para então termos esse tipo de atendimento. Quanto ao preço, vale ressaltar que pagando o valor mensal de R$18,90 o uso é ilimitado. Esperamos ter sanado suas dúvidas e agradecemos pela divulgação e apontamentos das falhas do serviço, estamos tentando melhorar sempre.”
Ao que parece, a primeira tecnologia foi criada visando os surdos que não dominam o português escrito – os que dominam não vão se importar de enviar um SMS, email ou acessar um chat por poucos minutos. Não venham me falar em ‘cultura surda’ numa hora dessas porque não me convence como motivo para comprar tecnologia cara. Na verdade, não vejo sentido em nenhuma tecnologia assistiva que diz querer facilitar a vida de um grupo de pessoas com deficiência e não contempla toda a gama de diversidade existente dentro dessa deficiência. No caso da surdez, existem surdos que dominam o português falado e escrito e surdos que não dominam e usam Libras: qual a dificuldade de se criar uma tecnologia que ajude ambos ao mesmo tempo, que seja barata e, assim, efetivamente acessível??? Segregação quando se trata de acessibilidade NÃO DÁ. Convenhamos!
Tenho um iPad, da Apple, e ele possui uma tecnologia chamada FaceTime, de vídeochamada sem delay. É grátis – com o inconveniente de que você só consegue se comunicar por ela com pessoas que também tenham iPad, iPod Touch ou iPhone. O iPad custa, no Brasil, em torno de R$1600 (em 12x sem juros no site da Apple), e tem uma infinidade de Apps que podem ser baixadas para facilitar muito a vida de quem tem deficiência auditiva. Exemplos: a app da Infraero (que mostra as mudanças de vôos e horários e portões de embarque de todos os aeroportos brasileiros em tempo real), o Dictation Dragon (você fala e aparece na tela do iPad escrito tudo o que você escreveu),etc.
Acessibilidade, para mim, NÃO PODE SER CARA. Imaginem como uma pessoa que gostaria de adquirir um serviço/tecnologia que facilitaria muito a sua vida se sente ao perceber que não poderá pagar por ele!

E vocês, o que acharam dessas tecnologias? Alguém aqui já usa alguma delas? O que têm a dizer sobre o serviço??

FONTE:http://cronicasdasurdez.com/tecnologias-de-acessibilidade-para-surdos-ilibras-x-vpad/

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A ATUAÇÃO DO INTERPRETE - ENTREVISTA COM JOEL BARBOSA-INTERPRETE

CELSO BADIN Quais os tipos de atuação do intérprete? Gostaria que você discorresse sobre cada um deles trazendo os pontos principais desses momentos da profissão, dando dicas de como o intérprete deve proceder durante a atuação nesses âmbitos.

JOEL BARBOSA JÚNIOR – O tradutor e intérprete de Libras/Língua Portuguesa está inserido em diferentes âmbitos sociais, sendo assim sua atuação é bastante diversificada, estando onde se encontrar um surdo precisando se comunicar ou ser comunicado. Âmbitos de atuação possíveis:
Jurídica, Religiosa, de Conferência, do Trabalho, Educacional e assim por diante.

Embora exista a possibilidade de atuar apenas em uma única área, a maior parte dos TILS não opta por essa forma de trabalho, e assume trabalhos em outras áreas, se tratando de um profissional polivalente. Isso ocorre, em parte, pela falta de profissionais num mercado crescente como este.
Em seu espaço de atuação ele deve cumprir as funções de: traduzir e interpretar, e guia-interpretar, adaptando essas funções de acordo com a necessidade do cliente.

A formação acadêmica deste profissional está descrita no Decreto 5.626/05, no texto consta que deve ser na área que forma tradutores e intérpretes de outras línguas, neste caso Letras Libras/Língua Portuguesa, ou ter a formação em uma pós-graduação na mesma área. A partir de sua preferência em atuar nesta ou naquela área esse profissional pode se especializar.
CELSO BADIN – Fale a seguir, superficialmente, sobre algumas áreas de atuação, funções e formação, deste profissional recém-reconhecido legalmente.

JOEL BARBOSA JÚNIOR Exporei algumas das mais comuns, veja:

- Intérprete Educacional:

Enquanto intérprete educacional, assim como qualquer tradutor e intérprete, o profissional tem a função de transmitir os conteúdos completos, da língua fonte para a língua alvo.

Podendo ser da Libras para a língua portuguesa e vice-versa, tanto na modalidade oral (falada – na Libras ou no português) quanto na escrita.
Utiliza-se também, em determinados momentos, de técnicas, estratégias e métodos, da pedagogia, promovendo condições ideais para que o seu cliente, surdo/surdocego, alcance o objetivo assimilando o conteúdo.

O TILS educacional não é, em momento algum, alguém que pretende competir ou retirar o aluno surdo do professor. São dois profissionais que se unem para que o aluno surdo tenha acesso ao conhecimento. Por esse motivo que os TILSs se referem ao surdo como seu cliente, e os professores se refere ao surdo como seu aluno.

O momento adequado para que o surdo seja atendido por um TILS é a partir do ensino médio, pois neste estágio o surdo já está com sua identidade estruturada, domina a Libras e tem autonomia não dependendo de vínculos para aprender, tendo maturidade para perceber que esse novo profissional, em sala, tem o papel de um tradutor e intérprete e não o papel de um professor.
Sendo assim ao TILS educacional é apresentada uma linha tênue entre o seu papel e o do professor, estando assim próximo a um espaço fronteiriço que separa estes dois profissionais. Deve, então, manter-se atento para não passar a cumprir obrigações do professor, assim invadindo aquele espaço, deixando de cumprir com as suas próprias atribuições, objetivo de sua contratação.

O TILS, por diversas vezes é convidado a cumprir outros papéis, porém ele não tem o papel de tutor, orientador, bedel (inspetor de alunos), assistente de sala, monitor, professor auxiliar, ou outro, mas sim o de tradutor e intérprete de Libras/Língua Portuguesa. Atentando para esses ponto o TILS não será sobrecarregado com responsabilidades que não dizem respeito à sua profissão, e se dedicará mais às que sim, fazem parte de suas funções e competências.

Quanto à formação, essa deve ser em Letras LIBRAS, tendo a opção de uma especialização, por exemplo, em educação, gêneros educacionais e pedagogia.

- Intérprete de Conferência:


Atuando como intérprete de conferências o TILS deve ter a consciência de que o ideal é dominar, pelo menos os conceitos básicos, de diversas áreas. Esse fato é justificado, pois os eventos podem versar sobre diversos temas, como da agricultura, da educação, da medicina, dentre outros, além do sub-tema que irá tornar o evento mais específico.

Sempre que for contratado para esse trabalho, o profissional deve fazer pesquisas a partir da temática do evento, dos temas das palestras e, principalmente, ter acesso ao resumo dos palestrantes, para estudar. Este estudo proporciona uma interpretação de melhor qualidade e mais adequada à língua alvo. Infelizmente a maior parte dos organizadores de eventos ignoram essa necessidade.

Em todos os âmbitos de trabalho o TILS deve ser acompanhado por um TILS de apoio, porém esse apoio é ainda mais indispensável em situações como esta, a de interpretação em eventos.

O apoio tem a responsabilidade de perceber alguma informação, principal, que foi perdida, e ao olhar do TILS atuante, entender o que ocorreu, ou seja, se por algum motivo, o TILS atuante perder alguma informação, o TILS em apoio irá auxiliá-lo passando a informação perdida ou ajustando a informação equivocada. Para tanto o TILS em apoio deve estar atento, focando seu olhar o tempo inteiro no TILS em atuação. Após 20 ou 30 minutos eles revezam entre si. Em eventos de até duas horas são contratados dois profissionais, em eventos de até cinco horas são necessários três intérpretes e em eventos acima de cinco horas devem ser contratados cinco intérpretes.

O revezamento é necessário, pois após certo tempo o desempenho do TILS sofre uma queda considerável, e pode começar a não acompanhar corretamente o que está sendo dito, ele pode talvez passar a filtrar apenas algumas partes da mensagem. Isso prejudica a seus clientes (surdos/surdocego ou ouvintes). O revezamento deve ocorrer de 20 em 20 minutos ou de 30 em 30 minutos, devendo ficar o intérprete X como atuante, o Y como apoio e o Z recompondo as energias. Durante seu momento de intervalo, porém fica assistindo ao evento, para quando for sua vez de revezar, estar a par do encaminhamento dado por exemplo com relação ao espaço referencial e a linha das apresentações dos convidados. Quando ocorre o revezamento seguinte, fica o Y como atuante o Z como apoio e o X se reestruturando fisicamente.

Esse profissional faz a formação básica em Letras LIBRAS, podendo ingressar em uma complementar o mais ampla possível, que ensine princípios e conceitos de diversas áreas do conhecimento.

- Intérprete Social/Público:Quando atua como intérprete público, interpreta, normalmente, de maneira particular, atendendo ao individuo, e não a um coletivo. Sendo assim interpreta seu cliente em enlaces matrimoniais, separações, velório, ou em instituições financeiras, órgãos públicos, lojas comerciais, na compra de ingresso para um teatro, compra de passagem em rodoviária, aeroportos, em farmácia, reuniões de família, festas de família, no processo de solicitação de isenção nos transportes públicos, ou seja, resolução de situações do dia-a-dia que dizem respeito ao indivíduo.

Este profissional precisa ter uma rede, de relacionamentos (network), bem estruturado e disponibilidade de tempo, quase que o período integral, pois o seu cliente (surdo/surdocego ou ouvinte) poderá solicitar seus serviços em qualquer momento, porém mais freqüentemente no horário comercial. O ideal é manter uma agenda on-line, para que os clientes possam verificar a disponibilidade e ali mesmo requisitar o serviço.

O problema encontrado é que a remuneração nem sempre é a esperada, pois o cliente, não dispõe de um orçamento como o de uma grande empresa, logo pode pagar um valor mínimo pelos préstimos do TILS. O ideal seria uma parceria com empresas, para patrocinar esse serviço, que deveria ser ofertado por uma Central 24h de TILS, do poder público. Como não temos ainda esse serviço público a opção é solicitar os serviços de um intérprete social.

- Intérprete Jurídico:

O TILS que estiver atuando na área da justiça transmite as informações antes, durante e após a audiência. Antes da audiência ele faz a intermediação, os combinados, entre o cliente surdo e seu advogado/defensor, durante a audiência ele interpreta o que é falado pelas partes e pelo juiz, ao término da audiência o TILS, muitas vezes, é requisitado a uma nova interpretação sobre as resoluções. O TILS é contratado pelo fórum, como perito, e recebe uma intimação para comparecer a audiência sempre que for audiência daquele tal processo, ou seja, ele fica vinculado. E assina os autos do processo como responsável pelo que interpretou, ou seja, por ele passa a soltura ou prisão, por exemplo, de um réu surdo.

Quanto aos honorários, estes são pagos normalmente por audiência, porém existem casos que o profissional recebe por seus serviços ao término do processo, e às vezes o processo chega a uma conclusão em até seis anos. Existem contratações pelas partes (advogados ou clientes), porém o ideal é o contrato pelo tribunal, e por meio de uma instituição, que possa comprovar que o profissional tem um cadastro.

Comumente o profissional que opte por essa área, encontrará surdos que nunca estudaram, oriundos de outros estados e do interior, onde não existem escolas para surdos, e onde os pais e familiares não têm acesso a conhecimentos sobre a surdez, e mantém o surdo sem estudo e sem uma língua de comunicação efetiva, comunicando-se com ele por gestos caseiros.
O juiz deve ser informado desse fato, e a ele deve ser explicado que aquele cliente não usa a Libras, e que o profissional irá tentar formas alternativas de comunicação, juntamente com outro intérprete. Sendo assim, é fator preventivo estar sempre junto com um intérprete surdo, que facilmente se comunicará, e passará as informações obtidas para o intérprete ouvinte, que as transmitirá para o juiz. No caso de crianças surdas o ideal também é estar acompanhado por um intérprete surdo. Ambos os profissionais são remunerados.

Um alerta é que o TILS não deve fazer a interpretação-voz (da Libras para o português), utilizando a primeira pessoa, ou seja, por exemplo o surdo confessa que cometeu um crime, a interpretação-voz ficará assim 'ele está confessando que cometeu o crime' e não 'eu confesso que cometi o crime'. Com isso evita-se que o escrevente coloque nos autos uma declaração feita pelo intérprete, assumindo seu crime. Isso parece impossível de acontecer, mas com a falta de conhecimento do papel do intérprete durante o processo é possível que haja algum engano, e o profissional seja arrolado de maneira equivocada, e é sempre melhor evitar.

O profissional que preferir atuar nessa área deverá ter a formação básica, que consta no Decreto 5.626/05 e uma outra formação que aprofunde o seu conhecimento em procedimentos e conteúdos jurídico.

- Intérprete na Religião:

Na religião o TILS pode ser, ou não, um participante ativo em determinada religião, acreditando ou não em seus dogmas. Obviamente o TILS tem o direito de recusar interpretações em outras religiões, se for o caso, por motivos pessoais. O ideal é que o TILS vá a qualquer local que for requisitado, procurando manter-se imparcial quando não acreditar em alguma religião ou seita, pois o objetivo é o acesso do seu cliente surdo aos conhecimentos daquela religião. O cliente tem a opção por ser da igreja católica, batista, umbandista, mórmon, da seisho-no-ie e talvez ter nascido judeu e ser praticante dos costumes e crenças.

Durante a interpretação o TILS não pode demonstrar sua opinião, nem 'encaminhar' o cliente a desacreditar no que está sendo ensinado. Ele deve sim, transmitir exatamente o que está sendo dito com a entonação, a intensidade e a estratégia que está sendo utilizada.

A contratação é feita na maior parte das vezes pelo próprio surdo, ou por familiares, mas o ideal é que a diretoria da igreja faça esse contato para combinar o pagamento. A formação pode ser uma formação mais voltada para as religiões, dogmas e crenças, procurando sempre se atualizar, e deve, preferencialmente, ter também a formação em Letras Libras.


- Intérprete na Saúde:
Nessa área a interpretação ganha proporções de vida e morte, é um trabalho que deve ser feito por um intérprete com experiência com diversos tipos de surdos, os que sabem apenas Libras, os que utilizam-se do bimodalismo (usam a Libras na estrutura do português ou o português na estrutura da Libras), os que são oralizados (falam português e fazem leitura labial), mas principalmente os surdos ainda criança e os que se utilizam apenas de gestos caseiros para se comunicar. Devo ressaltar que essa experiência deve ser primária para qualquer área em que o intérprete venha a atuar.

Nos dois últimos casos, deve ser contratado um intérprete surdo, que terá maior possibilidade de uma interpretação real do que está sendo dito por essa criança surda, ou pelo adulto com uma forma de comunicação diferenciada. Logo o intérprete surdo interpreta para o intérprete ouvinte, que por sua vez interpreta para o médico, por exemplo.

O intérprete deve ter a formação do Decreto (5.626/05) e uma especialização podendo ser na área da saúde, da biologia e também de procedimentos médicos. O próprio hospital deve arcar com os honorários do intérprete, e a contratação deve ser por meio de uma instituição, para comprovar o cadastramento do profissional, ou um contrato como funcionário do próprio hospital, que convocará uma banca de especialistas em surdez e interpretação em Libras para a seleção de um intérprete surdo e um ouvinte.


- Intérprete:
Nesse momento o profissional está atuando com duas línguas na modalidade falada, ou seja, a língua portuguesa oral para a Libras oral (a Libras como uma língua usa o termo ‘fala’ para se referir ao momento em que se expresse algo por meio dela, logo falar em Libras é totalmente correto utilizar), e vice-versa.

Essa forma é mais comum de vermos no trabalho desses profissionais.
- Guia-intérprete:Uma das funções, previstas na Lei 12.319/10, é justamente a de guia-intérprete, para atender ao sujeito surdocego. A instituição que ministra o curso de formação em guia-interpretação, em São Paulo, é a Ahimsa (sitio:
CELSO BADIN E o que vem a ser a sigla CODA?

JOEL BARBOSA JÚNIOR Essa sigla quer dizer Crianças Ouvintes Filhas de Pais Surdos.- CODA:

Esse profissional tem a Língua de Sinais como sua primeira língua, pois convive com pais surdos.

Existem CODAs que não convivem com os pais, e têm sua primeira língua o português.

Mas no primeiro caso, se ele se tornar um profissional, terá mais habilidade com relação a uma percepção cultural, e de questões da comunidade surda, e poderá utilizar esse fato estrategicamente, para transmitir o conteúdo da língua alvo para a língua fonte. Sendo assim são excelentes TILS.

Em 2012 haverá a Conferência Internacional de CODAs (
http://coda-international.org/blog/), em Miami, Flórida.

Estes eventos são importantes para criar uma rede de contatos e proximidade com relação à identidade, bi-cultural, com outras pessoas que também são filhas de pais surdos.
http://www.ahimsa.org.br).

O guia-intérprete faz a tradução e a interpretação, e também guia seu cliente, que não é apenas surdo. Sendo assim como guia deve estar junto no período integral, desde a saída da casa do surdocego até o seu retorno.
Ou seja, na hora do almoço, ida ao banheiro, lanche etc.

Muitas vezes nos deparamos com surdocegos com uma forma de comunicação diferenciada e específica daquele sujeito. As formas mais comuns são a Libras-Tátil, Alfabeto Manual Tátil e o sistema Braille Tátil, porém existem diversas outras formas, como por exemplo, o Tadoma (leitura labial pelo tato).
Sendo assim o profissional deve sim fazer um curso para obter esses conhecimentos específicos, além da formação em Letras Libras.

Existem intérpretes surdos que optam pela guia-interpretação, enquanto o intérprete ouvinte faz a interpretação o intérprete surdo observa e retransmite para o surdocego.


CELSO BADIN Agora, por favor, fale sobre o que é função de um tradutor, de um intérprete e de um guia-intérprete.

JOEL BARBOSA JÚNIOR Ser tradutor, para os profissionais de línguas orais, é, muitas vezes, uma profissão totalmente diferente de ser intérprete. No caso do TILS esses dois momentos estão sempre juntos.
- Tradutor:Enquanto está trabalhando como tradutor, o profissional, lida com ao menos uma das línguas na modalidade escrita, ou seja, da Libras para o português escrito, do português escrito para a Libras, da escrita de sinais para o português escrito ou falado. Exemplos de atuação como tradutor são vistos em avaliações, quando lhe é requisitado ler o que o surdo respondeu e interpretar oralmente para que o avaliador entenda essa escrita típica de muitos surdos.

E ainda interpretar o enunciado das questões da prova, interpretar ou escrever uma carta, email ou trabalho de conclusão de curso, e assim por diante, no dia-a-dia sempre existe essa demanda.

Logo o intérprete deve possuir um conhecimento aprofundado da língua portuguesa, por exemplo, de redação, sabendo também quais são os gêneros textuais.
 
FONTE:http://livialibras.blogspot.com/2011/06/entrevista-com-joel-barbosa-importancia.html

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ser Diferente é Normal

O Resto É Silêncio (Curta)

ALFABETO MANUAL LIBRAS PARA OS INTERNAUTAS


LÍNGUA DE SINAIS PARA MERGULHADORES


Surdos Oralizados: nós existimos, muito prazer!!

Quem nunca viveu uma situação em que precisou explicar para alguém que era surdo oralizado e se viu diante de um par de olhos arregalados e uma expressão de ponto de interrogação? :)
A figura acima (executada pela Lak Lobato) mostra bem como as pessoas nos enxergam. Porém, cá entre nós, isso pouco importa – o objetivo da criação dessa figura foi mostrar com bom humor as diferentes visões que as pessoas têm de nós. O que interessa é como nós mesmos nos vemos. Os outros são…os outros! Quem se importa com eles não faz outra coisa da vida e vive com a auto-estima abalada. Não é verdade??
Compartilhei essa imagem num grupo de discussões de fonoaudiologia no Facebook, e uma fonoaudióloga me deixou o seguinte comentário: “Achei muito bom, pois em um comentário – infeliz ao meu ver – uma professora de Libras disse que surdo que é surdo, não necessita de prótese, apenas de Libras! Affff!“.
Tenho calafrios quando me deparo com os fanáticos da língua de sinais e seus simpatizantes. Professores não devem seguir algum código de ética? Essa professora citada pela fono certamente não sabe o que é isso. É uma pena! Os fanáticos prestam um desserviço à sociedade, pois tentam menosprezar pessoas que têm a mesma deficiência que eles, mas que se comunicam de outro modo. Importante salientar a diferença entre o fanático e o entusiasta: o fanático se considera um ser superior detentor de toda a razão na face da Terra; já o entusiasta apenas vibra com as suas escolhas de vida sem tentar impô-las a ninguém. Pode vir o Papa me dizer que sou menos surda que um surdo sinalizado, que quero ver ele provar essa barbaridade. Querer diminuir alguém que não ouve mas que quer ouvir e que coloca a tecnologia a serviço da sua qualidade de vida é muita pobreza de espírito. É muita falta de intelecto. E uma tremenda falta de respeito.
Respeito, minha gente! É a chave da questão. Fala-se tanto de diferenças, mas na hora de respeitar aquele que tem a mesma deficiência mas se comunica de outra forma, o respeito desaparece. Surdo que é surdo…não escuta, ou escuta mal. E se comunica como bem entender. Fico chateada de pensar na quantidade de crianças surdas que jamais terão liberdade de escolha e de pensamento por terem educadores deste naipe, que as fazem acreditar que devem servir à Língua de Sinais acima de tudo. Eu não faço da minha oralidade uma CAUSA e não tenho tempo nem paciência com quem faz da Língua de Sinais uma causa. Cada um na sua, pelo amor de Deus!!! Pregar a filosofia da surdez como uma DIFERENÇA e não respeitar os seus iguais que são diferentes no modo de se comunicar não tem cabimento.
Eu não estou interessada em ideologias, mas sim em me comunicar. E o modo que eu escolhi para isso não é melhor ou pior do que o modo que um surdo sinalizado escolheu. Vamos parar com essa atitude vergonhosa de disseminar mentiras para a opinião pública. Nem que eu precise repetir um bilhão de vezes: existe diversidade dentro da surdez, existem surdos oralizados E sinalizados, existem aparelhos auditivos e implantes cocleares, existe a opção de ouvir!! Generalizações baratas não são bem-vindas!! Todo o meu respeito por quem exalta as diferenças, e todo o meu desprezo por quem finge que elas não existem.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O CONFLITO DO CONGRESSO DE MILÃO 1880

Nenhuma outra ocorrência na história da educação de surdos teve um grande impacto nas vidas e na educação dos povos surdos. Houve a tentativa de fazer da língua de sinais em extinção. Em 6 até 11 de setembro de 1880, houve um congresso internacional de educadores surdos em cidade de Milão na Itália. Neste congresso, foi feita uma votação proibindo oficialmente a língua dos sinais na educação de surdos. Este congresso foi organizado, patrocinado e conduzido por muitos especialistas ouvintistas, todos defensores do oralismo puro. Do total de 164 delegados, 56 eram oralistas franceses e 66 eram oralistas italianos; assim, havia 74% de oralistas da França e da Itália. Alexander Grahan Bell teve grande influência neste congresso. Os únicos países contra a proibição eram os Estados Unidos e Grã-Bretanha, havia professores surdos também, mas as suas „vozes‟ não foram ouvidas e excluídas de seus direitos de votarem. Vejam as seguintes oito definições que foram declaradas e votadas durante o Congresso, que mudou drasticamente toda a história de surdos.



Definição 1



Considerando em exceção de preferência de sinais do que de fala ao integrar o surdo-mudo à sociedade, e em dar-lhe um conhecimento melhor da língua,



Declara: Que o método oral deve ser preferido do que a de língua de sinais para o ensino e na educação dos surdos-mudos. 160 votação a favor e 4 contra em 7/9/1880.



Definição 2 Considerando que o uso simultâneo da fala e de língua de sinais tem a desvantagem de prejudicar a fala, a leitura labial e a precisão das idéias,



Declara: Que o método oral puro deve ser preferido.

150 votação a favor e 16 contra em 9/9/1880.



Definição 3



Considerando que um grande número de surdos-mudos não estão recebendo os benefícios da educação, e que esta circunstância é devida à ineficácia das famílias e das instituições.

Recomenda: que os governos tomem as medidas necessárias para que todos os surdos-mudos possam receber educação. Votação a favor unanimemente em 10/9/1880.



Definição 4



Considerando-se que o ensino ao surdo oralizado pelo Método Oral Puro deve se assemelhar tanto quanto possível ao ensino daqueles que ouvem e falam,



Declara:

a) Que o meio mais natural e mais eficaz através do qual o surdo oralizado pode adquirir o conhecimento da língua é o método “intuitivo”, o qual consiste em expressar-se primeiramente pela fala, e em seguida através da escrita, os objetos e os fatos que são colocados diante dos olhos dos alunos.

b) Que no período inicial, ou maternal, o surdo-mudo deve ser conduzido à observação de formas gramaticais por meio de exemplos e de exercícios práticos, e no segundo período ele deve receber auxílio para deduzir as regras gramaticais a partir dos exemplos, expressadas com o máximo de simplicidade e clareza.

c) Que os livros, escritos com palavras e em formas lingüísticas familiares aos

alunos, estejam sempre acessíveis.

Aprovado em 11/09/1880.



Definição 5

Considerando-se a carência de livros elementares o suficiente para auxiliar no desenvolvimento gradual e progressivo da língua,



Recomenda: Que os professores do sistema oral devem se dedicar à publicação de obras especiais sobre o assunto. Aprovado em 11/09/1880.



Definição 6



Considerando-se os resultados obtidos por meio de várias pesquisas realizadas a respeito de surdos-mudos de todas as idades e condições que haviam se evadido da escola há muito tempo, e que quando tinham de responder a perguntas sobre diversos assuntos, responderam corretamente, com clareza de articulação suficiente e conseguiram ler os lábios de seus interlocutores com grande facilidade,



Declara: a) Que os surdos-mudos ensinados pelo método oral puro não se esquecem, após ter deixado a escola, os conhecimentos que lá adquiriram, mas os desenvolvem continuamente através das conversação e da leitura, quando estas são facilitadas.

b) Que em sua conversação com pessoas ouvintes, os surdos-mudos fazem uso exclusivo da fala.

c) Que a fala e a leitura labial, muito longe de terem sido abandonadas, são desenvolvidas através de prática. Aprovado em 11/09/1880..



Definição 7



Considerando-se que o ensino de surdos-mudos através da fala tem exigências peculiares; considerando-se também que a experiência dos professores de surdos-mudos é quase unânime,



Declara:

a) Que a idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre oito e dez anos.

b) Que o período letivo deve ter ao menos sete anos; mas preferencialmente oito anos.

c) Que nenhum professor pode ensinar um grupo de mais de dez crianças no método oral puro.

Aprovado em 11/09/1880.



Definição 8 Considerando-se que a aplicação do método oral puro nas instituições onde ele ainda não esta em pleno funcionamento, deve ser - para evitar um fracasso do contrário inevitável - prudente, gradual, progressiva.



Recomenda:

a) Que os alunos com ingresso recente nas escolas devem formar um grupo em si, onde o ensino poderia ser ministrado através da fala.

b) Que estes alunos devem absolutamente ser separados de outros alunos que tiveram defasagem no ensino através da fala, e cuja educação será finalizada através de sinais.

c) Que um novo grupo oralizado seja estabelecido todos os anos, e que todos os alunos antigos que

foram ensinados por sinais terminem sua educação. Aprovado em 11/09/1880.



Obviamente vocês já perceberam que a causa do oralismo puro já era vitoriosa, por causa do número de presentes de sujeitos ouvintistas; assim demonstrou-se que o triunfo do oralismo puro já estava determinado antes mesmo de o congresso iniciar.
 
FONTE:http://projetomaos-ibct.blogspot.com/
 

Teste - MITOS OU VERDADES SOBRE OS SUJEITOS SURDOS

1-Todos os sujeitos surdos fazem facilmente a leitura labial.

MITO ( ) VERDADE ( )

2-Todo indivíduo surdo é mudo.

MITO ( ) VERDADE ( )

3-A língua de sinais é universal.
MITO ( ) VERDADE ( )

4-Libras é o português em gestos.
MITO ( ) VERDADE ( )

5-pessoa surda é um não surdo com defeito.

MITO ( ) VERDADE ( )

6-Preciso falar alto e pausadamente para que o

Sujeito surdo possa me entender.
MITO ( ) VERDADE ( )

7-A Libras possui escrita própria.

MITO ( ) VERDADE ( )

8-Preciso ter paciência com o indivíduo surdo, pois devido a sua deficiência ele possui um atraso na compreensão de sentenças complexas.

MITO ( ) VERDADE ( )

9-Indivíduos surdos são pessoas agressivas e nervosas.

MITO ( ) VERDADE ( )

10-Os filhos de pessoas surdas são intérpretes.

MITO ( ) VERDADE ( )


Os sujeitos surdos têm sido no decorrer da história, marginalizados e não tendo seus potenciais reconhecidos, foram privados de desenvolverem sua autonomia e modos de vida próprios à suas condições. Nos últimos tempos, no entanto, vêm conquistando reconhecimento político de sua cultura e língua, mas ainda é notável a falta de informação que a sociedade não surda tem de suas reais condições, sua cultura, seus valores e sua língua. Deste modo sustentam-se suposições, crenças, e os próprios mitos em torno dessa realidade presente, mas ainda não muito conhecida e reconhecida pela comunidade majoritária de não surdos. 

Por tanto antes de aprendermos a língua de sinais precisamos desmistificar, conhecer para respeitar.


Respostas 1-MITO 2-MITO 3-MITO 4-MITO 5-MITO 6-MITO 7-VERDADE 8-MITO 9-MITO 10- MITO.
 
FONTE:http://projetomaos-ibct.blogspot.com/

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

APOSTILA

FONTE:http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA9hoAA/libras-ilustrados

Bom estudo!





HOMEM





MULHER




MENINO




MENINA


PAI



MÃE



FAMÍLIA



PESSOAS


CASA


BANHEIRO


CAMA


TELEFONE



VARRER




BANHAR


DORMIR

ACORDAR


COMER


BEBER



CAFÉ


LEITE


ÁGUA


COPO



XÍCARA

BANANA


LARANJA


MAÇÃ

UVA


DOCE



SAL




OVO




CARNE



FEIJÃO




QUEIJO


COLHER


FACA




GARFO


PRATO




EM PÉ



SENTADO


ANDAR





CORRER




CAIR





COZINHAR


TRABALHAR

DANÇAR

DEITAR

NADAR


ROUBAR


DESPREZAR



AMOR

GRANDE


PEQUENO

LIMPO

SUJO



BONITA


FEIA



GORDO



MAGRA




ALTO





BAIXO


AVIÃO

BICICLETA

CARRO

MOTO

NAVIO

ARANHA

BURRO


CACHORRO


CAVALO




GALINHA



GATO


PÁSSARO

PEIXE



PORCO

VACA



BANDEIRA




PRÉDIO

VIZINHO


RUA

CHAVE

DINHEIRO

LÁPIS


LIVROS

PAPEL

PEDRA



PLANTA



PRESENTE



ROUPA


TELEVISÃO

ESCREVER


LER


CANTAR


FALAR


GRITAR


CONVERSAR




ABRAÇAR



BEIJAR




SOLETRAR



VELHO



NOVO




ESCOLA


PROFESSOR




ALEGRIA




RAIVA


CHORAR


VERGONHA



MEDO



CORAGEM

PALHAÇO


CORAÇÃO

MÃO





PIANO



RÁDIO



RELÓGIO


TERRA


SINO






CHUVA



CALOR


FRIO



ESTRELA





LUA


SOL


BRASIL


DIFERENTE


IGUAL








MUITO


POUCO


BRIGAR


BRINCAR


PULAR
   
  


QUEBRAR








LIBRAS