É terrível e perturbador observar uma pessoa querida que sofre com zumbido.
Ele debilita a pessoa, e acaba deixando impotente o observador. Neste
artigo falaremos das várias maneiras como podemos apoiar aqueles que
amamos a gerir essa condição “invisível”.
A verdade sobre o zumbido
A grande verdade é que o zumbido pode ser uma verdadeira tortura, pois o “apito” sem fim nos ouvidos lentamente impacta a qualidade da vida, e pode provocar altos níveis de depressão e ansiedade em quem sofre dele. Como a pessoa não consegue descansar por causa do ruído interior, o sono fica limitado, e concentrar-se na vida cotidiana se torna impossível.
O zumbido, enquanto problema de saúde, é mais comum do que as pessoas imaginam
— e é um problema complexo. Ele afeta cerca de 6 milhões de pessoas
apenas no Reino Unido, e esse número infelizmente está aumentando. Com a
infeliz conclusão de que como a maior parte dos clínicos-gerais têm
pouco preparo para lidar com esse problema, as famílias estão
rapidamente se tornando a principal fonte de apoio para seus entes
queridos.
No
lado positivo, existem oportunidades de alívio e várias maneiras como a
família e os amigos podem fazer uma diferença benéfica.
Assim como na maior parte das doenças “invisíveis”, viver com zumbido é um grande desafio — é difícil de convencer alguém de algo que é invisível.
Você não parece doente; por isso, está saudável, certo? Porém, à medida
que o mundo começa a entender melhor o zumbido, lentamente começa a
haver mais empatia e, o que é mais importante, entendimento.
Não existe uma regra simples quando se trata de alívio do zumbido — mas que apoio podemos oferecer?
Pesquise por conta própria
Como
acontece com qualquer coisa, temos medo daquilo que não entendemos.
Primeiro, você precisa pesquisar o zumbido e aproveitar a oportunidade
para ter empatia. Atualmente não há cura para o zumbido, mas
simplesmente “entender” pode levar da impotência a fazer a diferença.
Ser a pessoa que entende pode ser a rocha de apoio quando o paciente
passa por um episódio difícil.
É
importante lembrar que o zumbido não é uma jornada fácil, e que pode
levar tempo para que o paciente aceite as primeiras tentativas de ajuda,
pois essa condição traz vulnerabilidade, e, muitas vezes, desconfiança.
Converse com o paciente a respeito das dificuldades dele, e, se você
achar difícil entender, peça que ele deixe as coisas mais transparentes,
se conseguir. Quanto mais você entender, mais verdadeiro você parecerá,
e a confiança aumentará.
Resista à frustração
Manter
a calma quando você observa seu ente querido sofrer é talvez o mais
difícil nessa doença. Isso pode produzir raiva e frustração enquanto
você tenta ajudá-los em sua jornada. Eles também sentirão raiva e
frustração, pois inegavelmente lutam com algo que não conseguem
controlar. Isso pode trazer à tona o pior em qualquer pessoa, não
importando qual seja sua luta.
Pensar
racionalmente e conversar ficam mais difíceis, e a preocupação
verdadeira pode ser recebida com amargura. Tentar permanecer calmo
apaziguará situações difíceis e, em última instância, será contagioso.
Lembre-se de que a dificuldade acabará passando.
Traga calma
Viver
com zumbido significa viver com desagradáveis quantidades de ansiedade e
de stress. Um círculo constante e desagradável de som interior que não
pode ser expulso, provocando ansiedade que, por sua vez, deixa o zumbido
mais forte.
Técnicas
de relaxamento podem ajudar a aliviar os sintomas, tanto mental quanto
fisicamente. Motive o paciente a dedicar-se a passatempos relaxantes
como massagem, aromaterapia, ouvir música, usar técnicas respiratórias,
ioga, e meditação. Reconhecer lutar mentais é importante, e é por isso
que muitos pacientes de zumbido praticam ioga regularmente. Um corpo que
está mais à vontade e relaxado garante que a mente vá acompanhá-lo.
Mascare o zumbido com som, e seja a distração
Pode
parecer uma técnica simples, mas ela funciona muito bem e ajuda muito
os pacientes. Nos piores momentos, distrair os sintomas com ruído de
fundo oferece um alívio de curto prazo. Porém, às vezes, se o paciente
também tem perda auditiva e o zumbido está num nível alto, isso talvez
não funcione. Porém, quando bem-sucedido, o método pode ser válido.
Sons
da natureza, ruído branco, podcasts, programas de rádio, e audiolivros
são excelentes ferramentas. É importante lembrar que o ruído de fundo
deve ser mantido mais baixo do que o zumbido. Se você não seguir essa
regra, então, quando o ruído de fundo for desligado, os níveis de
zumbido podem subir.
Por
sorte, a maior parte dos pacientes consegue bloquear os sintomas ao
menos em algumas partes da vida cotidiana. O sucesso muitas vezes se
deve a ficar totalmente absorvido com algo, com alguém, ou com uma
atividade que exija sua total atenção. Diminua esse desafio
oferecendo-se para realizar juntos alguma atividade quando o paciente
está sofrendo.
- Este artigo foi escrito por Paul Harrison, especialista em fonoaudiologia e fundador do Hearing Aid UK.
- Publicado originalmente em Hearing Health Matters. Tradução de Pedro Sette-Câmara
- https://cronicasdasurdez.com/zumbido-como-voce-pode-ajudar-quem-sofre-com-isso/
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