RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

terça-feira, 24 de março de 2020

Diretor do INES defende a Libras como a língua de instrução dos surdos




Por Marcus Tavares

Lutar pela melhoria e pela conscientização da qualidade da educação de surdos é a principal meta, deste ano, do Instituto Nacional de Surdos (INES). A informação é do ex-aluno e professor Paulo André Bulhões, atual diretor geral do INES. Há um ano no cargo, Paulo quer valorizar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e mais do que isso: quer que ela seja, de fato, a língua de instrução dos estudantes surdos.
Em entrevista ao CONEXÃO ESCOLAS, Paulo explica que “é uma questão de representatividade, como é a questão, por exemplo, dos negros ou dos índios. Não queremos excluir as pessoas ouvintes, só queremos que as crianças e os jovens surdos sejam educados, primeiramente, numa concepção identitária, cultural e linguística do universo de surdos”. De acordo com Paulo, mais do que uma escola, o INES é um centro de referência da Educação de surdos. Em 150 anos, Paulo é o primeiro surdo que ocupa a direção geral do INES.
Acompanhe:
CONEXÃO ESCOLAS – Qual o balanço que o senhor faz do COINES realizado no final do ano passado?
Paulo André Bulhões – Foi um evento que trouxe mais uma vez a questão do bilinguismo e da inclusão. Todas as experiências apresentadas no COINES pelos palestrantes brasileiros e estrangeiros, pessoas surdas e a maioria doutores, têm como foco a continuidade do trabalho. O trabalho da experiência pedagógica bilíngue, inclusive para a inclusão das pessoas surdas dentro da sociedade, não é novo. O problema é a “barganha linguística” dos profissionais que relutam em aceitar a instrução da Libras como a primeira língua dos alunos surdos na sala de aula. O INES possui várias publicações sobre bilinguismo “em construção”, mas os profissionais que trabalham com os surdos não mudam e nem leem as publicações acadêmicas das pessoas surdas. O movimento surdo quer que os professores ouvintes usem a Libras como língua de instrução conforme orienta, por exemplo, o decreto 5.626/05, itens das leis 13.005/14, 10.436/02, 10.098/00 e o decreto 9.508/18. A implementação do sistema bilinguismo dependerá da vontade dos gestores educacionais. É uma questão política.
CONEXÃO ESCOLAS – Qual é o posicionamento do INES?
Paulo André Bulhões – Queremos valorizar a Libras e que ela seja, de fato, a língua de instrução de nossos estudantes. Todos os sistemas curriculares, o Projeto Político Pedagógico, o Plano de Desenvolvimento Individual e outros documentos foram pensados e “normalizados” por pessoas ouvintes e, de certa forma, visando pessoas ouvintes e não as pessoas surdas.
CONEXÃO ESCOLAS – A educação de surdos no país carece então deste direcionamento?
Paulo André Bulhões – Há muita luta contra o sistema de “ouvintismo” porque se continua olhando os surdos como “pessoas deficientes”. Antropologicamente e linguisticamente, somos pessoas capazes tanto quanto as pessoas ouvintes. Aqui no Brasil, possuímos cerca de 35 doutores surdos e 92 mestres surdos que podem, por exemplo, avançar muito na educação de surdos. Para mudar o sistema, basta convidar as pessoas surdas para serem membros da direção de cada unidade escolar para discutir a proposta da implementação do ensino bilíngue, conforme preâmbulo “o” da convenção internacional de pessoas deficientes (Decreto 6.949/10). Desta forma, acreditamos que a educação dos surdos vai avançar bastante. E há um outro problema: a evasão escolar. A taxa é bem alta tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior. Conforme apontam os dados do IBGE, de 2010, 92% de pessoas surdas estão excluídas do sistema de ensino. E o que parece, as instituições não estão preocupadas em resolver este problema.
CONEXÃO ESCOLAS – Neste sentido, como anda a formação, capacitação e atualização em serviço dos professores da educação de surdos?Paulo André Bulhões – Viajando pelo Brasil é possível observar, lamentavelmente, a falta de conhecimento dos profissionais que trabalham com os alunos surdos. O sistema educacional é elaborado, pensado e “normalizado” por pessoas ouvintes e, assim, não sendo adequado às pessoas surdas. Portanto, essa formação ainda está longe do ideal. As universidades e faculdades formam, anualmente, uma população de alunos ‘audistas’ nas mais diversas áreas. Tal falta de conhecimento foi o que fez o “povo surdo” ser visto como deficiente. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é o empecilho da comunicação dos ouvintes.

CONEXÃO ESCOLAS – Então, na avaliação do senhor, é importante que a educação de surdos tenha professores surdos e não ouvintes?
Paulo André Bulhões – Sim pelo fato de a Libras ser uma língua legítima e trazer com ela toda a identidade e cultura surda que somente as pessoas surdas possuem. Trata-se de um grupo com afinidades e motivações iguais. É uma questão de representatividade, como é a questão, por exemplo, dos negros ou dos índios. Não queremos excluir as pessoas ouvintes, só queremos que as crianças e os jovens surdos sejam educados, primeiramente, numa concepção identitária, cultural e linguística do universo de surdos. Não toleramos as manipulações e usurpações às quais fomos submetidos pela ideologia dos outros. Queremos respeito e igualdade com isonomia.
CONEXÃO ESCOLAS – Quais são as metas do INES para este novo ano letivo?Paulo André Bulhões – Lutar pela melhoria e pela conscientização da qualidade da educação de surdos.
Assista, abaixo, a uma entrevista exclusiva que o diretor geral do INES, Paulo André Bulhões, concedeu ao Jornal Primeira Mão, da TV INES.

http://hotsite.tvescola.org.br/conexaoescolas/bilinguismo-em-nome-da-inclusao/?fbclid=IwAR2j0DXg8mxnz-GZMSxxPDBhXQULn37tdkHG4yPs-hz4wVBc-RDdayFSMRQ


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