Esta lista concentra-se em mulheres surdas que fizeram a história. Veja se você conhece metade delas.
Juliette Gordon-Low
Gordon-Low
foi a fundadora das Escoteiras dos Estados Unidos em 1912, com o
objetivo de criar um ambiente inclusivo em que moças pudessem fazer
treinamentos de sobrevivência, além de aprender a trabalhar em equipe e a
estabelecer objetivos. As Escoteiras foram um dos primeiros grupos a romper as barreiras de raça e deficiência em sua época.
Teresa de Cartagena
De Cartagena foi uma freira espanhola que, em 1453, ficou surda aos 30 anos de idade. O resultado foi que ela escreveu um ensaio profundamente intelectual sobre a solidão que vinha com a surdez. Ela escreveu sobre como a surdez permitia que ela meditasse melhor e ficasse mais consciente do mundo à sua volta.
Após
ser criticada por ser mulher, ela escreveu um segundo ensaio sobre a
inteligência das mulheres, mostrando que seus críticos estavam errados.
Até hoje, ela é lembrada como a primeira autora feminista da Espanha.
Charlotte Elizabeth Tonna
Tonna
foi uma romancista e poeta britânica popular, que publicou suas obras
com o nome de Charlotte Elizabeth na década de 1840, no apogeu da
Revolução Industrial. Ela ficou surda aos 10 anos de idade, e escreveu com vigor a respeito dos direitos das mulheres e de questões sociais. Até hoje, ela ainda é considerada um dos mais influentes escritores ingleses de seu tempo.
Ruth Benedict
Benedict
foi a primeira líder mulher da antropologia nos Estados Unidos na
década de 1930, e ocupou o cargo de presidente da American
Anthropological Association. Ela alterou o curso dos estudos
antropológicos ao instar os antropólogos a olhar tanto os folclores
quanto as culturas como um único campo, e não como áreas distintas.
Benedict também é a autora do livro Patterns of Culture [Padrões de Cultura],
no qual escreve que as culturas são apenas um padrão coerente de
pensamentos e ações. Por isso, o folclore deveria ser estudado dentro
dos estudos culturais.
Annie Jump Cannon
Cannon foi surda a maior parte da vida, e muitos acreditam que seu isolamento
levou à sua paixão pela astronomia. Ela frequentou o Wellesley College
em 1922, onde estudou matemática, biologia, física, e astronomia. Ela
também aplicou a fotografia à astronomia, tirando fotos de estrelas.
Como
não havia nenhum sistema de classificação de estrelas na comunidade
científica, Cannon desenvolveu o seu: o Harvard Classification Scheme. Até hoje os astrônomos usam seu sistema de classificação
Julia Brace, Laura Bridgman, e Helen Keller
Essas três mulheres são surdocegas e
viveram uma depois da outra. As histórias das vidas delas podem ser
lidas como um encadeamento de acontecimentos: a assinatura tátil de
Julia Brace, a educação de Laura Briddgman por Anne Sullivan e sua
amizade com ela, e depois o papel de embaixadora e a fama de Helen
Keller.
Qual a fama comum delas três? Elas foram as primeiras surdocegas a estudar!
A Julia Brace se atribui o começo da língua de sinais tátil. Laura
Bridgman foi quem ensinou Anne Sullivan a língua tátil de sinais e os
métodos de ensino que Sullivan depois usou com Helen Keller. A mãe de
Keller lera a respeito de Laura Bridgman e procurou a Escola Perkins,
onde estava Anne Sullivan. Sullivan apareceu na casa dos Keller com uma
boneca cujo vestido Bridgman tinha costurado e com o conhecimento da
língua de sinais tátil, pronta para ensinar a jovem Helen Keller.
Keller
cresceu, tornou-se uma mulher culta, e uma ativista de direitos
humanos, visitando vários países para dar palestras sobre a importância
do estudo para os deficientes e de sua inclusão. Ela é autora de vários livros. O mais popular deles é The Story of My Life [A História da Minha Vida].
Gertrude Ederle
Ela certamente mereceu seu apelido de “Rainha das Ondas” ao tornar-se a primeira mulher a nadar o Canal da Mancha! Ela estabeleceu o recorde mundial em 1911 com o tempo de 14 horas e 34 minutos para 33 quilômetros em mar agitado.
A maré no Canal da Mancha é forte e muda de direção a cada seis horas,
fazendo do percurso uma das nadadas de longa distância mais difíceis do
mundo. Ederle foi nomeada para o International Swimming Hall of Fame em
1965.
Regina Olson Hughes
Hughes foi uma ilustradora científica americana de arte botânica.
Antes de trabalhar para o governo como ilustradora oficial, ela serviu
na Primeira Guerra Mundial como tradutora. Era fluente em quatro
línguas: francês, italiano, português, e espanhol. Em 1936 Hughes voltou
a trabalhar para o governo americano, dessa vez como ilustradora
científica do Departamento de Agricultura.
Para
ser uma ilustradora científica, Hughes precisou adquirir intricados
conhecimentos das diferentes partes de cada planta, e ser capaz de
reproduzi-las artisticamente em detalhes junto com descrições escritas.
No total, mais de 6 mil de seus desenhos constam nos manuais do
Departamento de Agricultura.
Ela foi a primeira artista surda a fazer uma exposição solo no Museu Smithsonian em Washington, D.C., em 1982. Suas 40 orquídeas pintadas em aquarelas foram exibidas, e podem ser vistas ainda hoje no museu. Também
como reconhecimento de suas realizações, uma nova espécie de
bromeliácea descoberta em 1979 recebeu seu nome: Billbergia Regina.
Também uma espécie de margarida: a Hughesia.”
Por Deaf Niche com Tradução de Pedro Sette-Câmara.https://cronicasdasurdez.com/10-mulheres-surdas-que-voce-precisa-conhecer/
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