RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

terça-feira, 24 de março de 2020

Depressão e surdez: os caminhos possíveis



A depressão e a surdez estão, muitas vezes,  intimamente conectadas. Sabendo disso, convidei a psicóloga Alice Mathiason Lewi para escrever um post que explicasse melhor essa questão. A quem interessar possa, ela atende em São Paulo e também é usuária de aparelhos auditivos (seu email de contato é alewi@uol.com.br ).

Sofrimento normal

A consciência da surdez e dos prejuízos decorrentes desta condição causa um enorme impacto psicológico em quem a vivencia. É comum sentirmos medo, tristeza, desânimo, vazio e falta de perspectiva, decorrentes das nossas dificuldades de apreender o mundo e nos relacionarmos. Outras vezes, nos sentimos abandonados pelo destino, sozinhos, derrotados e incompreendidos.
O sofrimento é normal e esperado, inerente ao processo de elaboração da vivência do luto. É fundamental reconhecer e acolher a dor, ela precisa ser legitimada para que possamos transformá-la. Os momentos de ruptura, quando os antigos referenciais não funcionam mais, exigem de nós a busca uma nova ordem. A percepção de que precisamos mudar envolve um caminho muitas vezes tortuoso e difícil, mas é nele também que encontramos a esperança e as surpresas que a vida nos reserva.
Os sintomas do sofrimento podem durar certo tempo e trazer um impacto na nossa vida diária, mas é esperado que aos poucos possamos nos reerguer e que a dor se transforme em motor para a busca de novas possibilidades e sentidos. Precisamos sair da solidão e procurar pessoas que possam nos dar suporte e nos ajudar a encontrar saídas.
O reencontro com o mundo dos sons costuma ser possível, desde que façamos a nossa parte, indo em busca de um otorrino especialista em surdez que vai avaliar o grau da perda auditiva e o que pode ser feito em cada caso, como o uso de aparelhos auditivos ou a cirurgia de implante coclear.
Não menos importantes nesta jornada são o fonoaudiólogo e o psicólogo, que juntos trabalharão para melhorar a nossa qualidade de vida.

Depressão

Em algumas pessoas, os sentimentos de tristeza e falta de esperança permanecem na maior parte do dia, quase todos os dias e acabam se transformando em depressão. Falta interesse ou prazer para realizar todas as atividades diárias. Além disso, podem aparecer outros sintomas como cansaço constante, falta de energia, alterações do sono, da fome e da concentração.
Há pessoas que também sentem agitação ou lentidão, irritação, falta de energia e cansaço. Pode haver sentimentos de inutilidade ou culpa, chegando até mesmo a pensamentos de morte. Quando esses sintomas de sofrimento nos paralisam e começam a causar prejuízos significativos no nosso funcionamento social, profissional e em outras áreas da nossa vida é hora de procurar ajuda profissional.
O psiquiatra vai avaliar se esses sintomas configuram um quadro de depressão e indicar um tratamento, que costuma ser medicamentoso associado à psicoterapia.

Caminhos possíveis

É fundamental sair do isolamento e ir  em busca de suporte emocional para recomeçar essa nova jornada. Procurar outras pessoas para compartilhar os nossos sentimentos e dúvidas nos ajuda a nos sentirmos mais confiantes e a encontrar saídas possíveis antes que a depressão se instale. 
Podemos contar com uma rede de apoio virtual para dividir as nossas angústias, faz toda a diferença ter um grupo de pertencimento aonde nos sentimos ouvidos e acolhidos. Aproveite essa rede e promova encontros reais, nada melhor do que um ombro amigo. Somos parte dessa grande família dos surdos que ouvem, aqui encontramos inúmeras histórias inspiradoras de pessoas que transformaram as adversidades em possibilidades.  
Momentos de angústia fazem parte do processo de aceitação da surdez, mas eles não podem ser permanentes. A incapacidade de realizar as atividades diárias e a falta de prazer prolongada são sinais de alerta! Procure um psiquiatra e um psicólogo, é muito importante reconhecer quando passamos dos nossos limites e procurar ajuda profissional. Ficar se culpando e vitimizando não transforma a realidade.
Somos responsáveis por nossa própria vida e continuar em frente é o único caminho possível.

https://cronicasdasurdez.com/depressao-surdez/

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