Investigados admitiram participação, mas alegaram que intenção era de uma brincadeira.
A Polícia Civil indiciou dois homens por tortura contra o jovem surdo
 de 22 anos que foi amarrado e filmado por colegas de trabalho em uma 
área de acesso restrita a funcionários do supermercado Andreazza, 
em Caxias do Sul. De acordo com o delegado Vitor Carnaúba, o açougueiro 
de 26 anos e o repositor de 42 anos prestaram depoimento e admitiram 
participação no vídeo, mas alegaram que não tinham intenção de ofender a
 vítima e que se arrependeram dos fatos, pois era para ser uma 
brincadeira que evoluiu para algo que não tinham a intenção.
No depoimento, os indiciados afirmaram que as brincadeiras com a 
vítima eram constantes, mas que nunca tiveram a intenção de ofender ou 
de agredir o colega surdo. O autor das imagens também admitiu ter 
compartilhado o vídeo nas redes sociais — novamente alegando que pensava
 ser uma brincadeira.
Sobre outros possíveis envolvidos, o delegado Carnaúba afirma que 
apenas estes dois indiciados faziam as brincadeiras. Outros colegas 
foram ouvidos pela investigação como testemunhas, mas acreditavam que os
 atos tratavam-se de brincadeiras entre os envolvidos e não deram a 
devida importância aos fatos.
A reportagem procurou o advogado Vinicius de Figueiredo, que 
representa o autor do vídeo. O defensor aponta que seu cliente prefere 
não se manifestar, mas que admitiu a brincadeira e reconhece que passou 
dos limites. O defensor ressalta que o seu cliente não tinha a intenção 
de causar sofrimento à vítima. O advogado Juarez Dambros, que representa
 o açougueiro indiciado, afirma que a defesa só pretende se manifestar 
em juízo.
O delegado Vitor Carnaúba não divulgou a identidade dos dois 
indiciados por tortura alegando que eles não são criminosos contumazes —
 ambos não possuem antecedentes criminais. O inquérito foi remetido à 
Justiça no início desta semana e, na sequência, deverá ser analisado 
pelo Ministério Público (MP).
Ministério Público do Trabalho analisa situação na empresa
No entendimento da Polícia Civil, o crime foi praticado apenas pelos 
dois funcionários indiciados. Ambos foram demitidos por justa causa logo
 que a empresa tomou conhecimento do fato, após a divulgação das imagens
 em redes sociais. Em nota, o Grupo Andreazza repudiou as ações dos dois
 ex-funcionários e informou que trabalhava no acolhimento da vítima.
Após o acontecido, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Caxias 
do Sul instaurou um inquérito civil para apurar a conduta do 
supermercado diante das “condutas intoleráveis e repugnantes envolvendo 
trabalhador com deficiência”. Procurado pela reportagem, o procurador 
Rodrigo Maffei resumiu que o inquérito civil segue em andamento, com 
algumas diligências já realizadas e um encontro está sendo agendada com o
 supermercado Andreazza. Inicialmente, a audiência aconteceria nesta 
quinta-feira (24), mas a empresa solicitou uma nova data — que será 
agendada para novembro.
Fonte: 
http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2019/10/dois-sao-indiciados-por-amarrar-e-filmar-colega-surdo-em-caxias-do-sul-11884483.html

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