Faculdades têm de pagar intérpretes de libras para alunos surdos, diz MEC
A Universidade Vale do Rio Doce (Univale), em Governador
Valadares, na Região Leste de Minas Gerais, quer que os alunos surdos
paguem pelos intérpretes da língua de libras. A prática é considerada
irregular pelo Ministério da Educação (MEC).
No edital da Univale, um dos itens diz que se um estudante surdo for
aprovado, precisa pagar pelo acompanhamento de um tradutor. Duas alunas
que prestaram vestibular para psicologia estão preocupadas.
Eliane Aparecida Silva Duarte, que tem um filho surdo no segundo
período de design gráfico, na mesma universidade, é intérprete
voluntária, mas não acompanha Renan todos os dias, o que dificultaria o
aprendizado.
Em nota, a Univale alegou que tem respaldo da lei, que no
antepenúltimo parágrafo, quando diz que “lei não impõe à escola privada
de fornecer intérprete de libras”, e que entidades particulares não
estariam obrigadas a arcar com as despesas de contratação de alguém que
se comunique em libras, apenas as federais.
A advogada Valea Sanches, especialista em direito consumidor, é enfática e disse que a Univale é obrigada a ter intérprete.
A Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac) e a Faculdade de
Direito Vale do Rio Doce (Fadivale) também foram procuradas. Em nota, a
Unipac garantiu que, caso um aluno surdo passe no vestibular, a
instituição vai providenciar um intérprete. O mesmo informou a Fadivale.
Ainda assim, 130 surdos da Associação dos Deficientes Auditivos têm
dificuldades de acesso ao ensino superior.
Todas as escolas citadas informaram que os prédios possuem acessos adequados a deficientes físicos, o que é sugerido pela União.
Por meio de nota, o MEC informou que, a partir do momento em que a
instituição aceita a inscrição de alguém com alguma deficiência ou
mobilidade reduzida, precisa estar adaptada ou se adaptar. Ainda segundo
o órgão, essa é uma das condições para o reconhecimento dos cursos e
recredenciamento.
O MEC disse também que, se numa visita, for constatado que essa
orientação não é cumprida, a universidade ou faculdade pode ter que
firmar acordo de solução dos problemas para manter parceria com o
governo federal.
http://diariodosurdo.com.br/2015/06/faculdades-tem-de-pagar-interpretes-de-libras-para-alunos-surdos-diz-mec/
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