Dos nossos cinco sentidos, o único que pode ser
substituído com uma prótese é a audição. O ouvido biônico, ou implante
coclear, é uma prótese sensorial que substitui o ouvido humano. Hoje, no
mundo, existem mais de 60 mil usuários de implante coclear.
Quando as ondas sonoras chegam aos nossos ouvidos,
elas entram no canal auditivo e atingem o tímpano. A partir daí, essas
ondas sonoras são mecanicamente amplificadas e transmitidas para a parte
interna do ouvido; é ali que está a cóclea, responsável por enviar os
sinais do som para os nervos e para o cérebro. No implante coclear, o
som entra por um microfone e é processado por um microcomputador
externo. O som então é transformado em informação digital e transmitido
via ondas de rádio para o implante na parte interna do ouvido. Os
eletrodos colocados dentro da cóclea estimulam eletronicamente o nervo
auditivo e a pessoa volta a escutar.
Há quase 10 anos, Walter perdeu completamente a
audição; ele ficou um ano sem ouvir absolutamente nada, até que
descobriu o implante coclear. Em 2006 ele fez a primeira cirurgia. Após
30 dias da operação, o aparelho foi ativado e, como um passe de mágica –
ou um milagre da tecnologia – ele voltou a ouvir!
O implante coclear não é algo novo; começou a ser
feito ainda na década de 70. Mas com o avanço da tecnologia, se tornou
mais acessível e também evoluiu bastante em questões de hardware e
software. Hoje, a audição de um implantado é praticamente perfeita.
Curioso é que mais do que devolver a audição – o que
já é espetacular – a tecnologia permite ainda que o aparelho externo se
conecte via Bluetooth com outros dispositivos. Aí, o ouvido biônico
realmente ultrapassa a capacidade humana.
O implante coclear é bem diferente dos tradicionais aparelhos auditivos. Estes dispositivos apenas amplificam o som, mas se a pessoa não escuta nada, não adianta amplificar. É mais ou menos como dar óculos a um cego e esperar que ele volte a enxergar.
O implante coclear é bem diferente dos tradicionais aparelhos auditivos. Estes dispositivos apenas amplificam o som, mas se a pessoa não escuta nada, não adianta amplificar. É mais ou menos como dar óculos a um cego e esperar que ele volte a enxergar.
No Brasil, o implante coclear é 100% custeado pelo
Sistema Único de Saúde, o SUS. O procedimento é feito inclusive em
crianças recém-nascidas com deficiência auditiva. Para jovens e adultos
existe todo um protocolo de avaliação para definir se o paciente
realmente necessita do implante.
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