Um aplicativo feito por desenvolvedores de Campinas (a 99 km de São
Paulo) quer ajudar pessoas surdas a aprenderem e sentirem música. O
Ludwig, como é chamado o programa, foi um dos destaques do WWDC
(conferência de desenvolvedores da Apple), realizada em San Francisco
(Califórnia).
Durante o evento da Apple, o estudante de engenharia da computação
Raphael Silva, 23, apareceu mostrando o funcionamento do aplicativo em
um vídeo que exibia depoimentos de desenvolvedores e exemplos de
programas feitos para a plataforma da Apple.
"Criamos o aplicativo pois queremos fazer o mundo igual para todo
mundo. Nosso objetivo é levar a música para todos", disse Silva, em
entrevista realizada no Moscone West, local onde foi realizada a
conferência da Apple.
O Ludwig começou a ser desenvolvido em setembro de 2013 e tem esse nome
em homenagem ao compositor alemão Ludwig van Beethoven, que ficou
parcialmente surdo durante sua carreira.
O app consiste em uma espécie de piano e uma pulseira conectada ao
pulso do usuário –esse dispositivo tem uma vibração para cada toque
feito na tela. O programa conta com uma biblioteca de músicas. Após
escolher uma, o usuário pode ir seguindo as notas, como o jogo "Guitar
Hero". As guias têm cores distintas e ajudam a educar os usuários sobre o
ritmo da canção tocada.
A reportagem testou o programa e achou bem divertida a experiência,
apesar de a maioria das músicas serem de curta duração e haver poucas
opções de canções –a única brasileira era "Asa Branca. De acordo com
Silva, o programa, por enquanto, só conta com músicas que estão em
domínio público.
"No momento, a gente apenas ensina a pessoa a replicar os conteúdos que
têm no aplicativo. No entanto, a ambição é usar o programa para ensinar
música para os surdos", afirmou Silva.
Apesar de ser o único representante do projeto durante o WWDC, também
fazem parte do desenvolvimento do Ludwig: Joaquim José Fantin Pereira,
Pedro Rafael, André Castro e Ivan Ortiz, que, além de desenvolvedor, é
trompetista profissional.
O Ludwig ainda está em desenvolvimento. Por enquanto, os responsáveis
pelo software se dizem satisfeitos com os resultados obtidos com a
comunidade deficiente auditiva. O grupo quer deixar o aplicativo redondo
para poder lançá-lo na App Store.
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