A acrena Oziany Silva de
Lima Lindoso, de 33 anos, está entre os 250 candidatos nota 1000 na
redação do Enem 2014. Deficiente auditiva, Oziany, que é formada em
história e trabalha como funcionária da Universidade Federal do Acre
(UFAC), diz que não fez o exame com intenção de ingressar na
universidade. “Fiz a prova só para testar os meus conhecimentos,
pretendo fazer mestrado. Agora, estou em dúvida se vou concorrer a algum
curso de graduação”, diz.Sempre procurei mostrar que dou o melhor de
mim, e que sou normal como qualquer outra pessoa”
Oziany Silva Natural de Rio Branco, Oziany sempre estudou em escolas públicas e conta que nunca deixou de ler e se informar sobre os assuntos da atualidade. A servidora pública acredita que o gosto pela escrita e leitura tenham sido fatores determinantes para que ela atingisse a nota máxima na redação. Além disso, o fato de ser mãe de uma criança de três anos a ajudou com o tema da redação que abordava a publicidade infantil.
“Nunca deixei de ler, gosto de estar sempre informada, leio todos os dias os jornais locais, e os sites de notícias, para saber o que está acontecendo no meu estado, no país e no mundo. Acredito que esse resultado foi devido eu gostar de escrever e ler bastante. Tenho uma filha e sempre observo a apelação com relação às propagandas voltadas mais para o consumismo. Aliei aos meus conhecimentos de leitura, e deu tudo certo”, diz Oziany.
Ela recorda ainda que fez a prova como um desafio, já que buscava alcançar uma nota melhor que no ano anterior, mas confessa ter se surpreendido com o resultado. “Não fiz o Enem 2015 com intenção de concorrer a nenhuma vaga na universidade, talvez daqui para segunda-feira (19), que é quando começam as inscrições, eu resolva concorrer à vaga. O que eu gostaria mesmo de fazer agora, era um mestrado, até porque já tenho graduação. Caso eu decida concorrer a alguma vaga, eu vou tentar para direito”, afirma.
Além de já ter graduação e ter o sonho de fazer mestrado, Oziany explica que um dos motivos para não ingressar na universidade é que tem uma filha, de 3 anos, e passa muito tempo longe de casa por trabalhar o dia todo.
Preconceito
Por causa da surdez severa e profunda, Oziany diz ter enfrentado preconceito na escola. “Me considero uma vencedora por tudo que já passei, inclusive o preconceito das pessoas, principalmente no início da minha formação, no colegial. Sempre procurei mostrar que dou o melhor de mim, e que sou normal como qualquer outra pessoa”, afirma Oziany.
Apesar dos obstáculos, ela diz que teve professores que a ajudaram a superar os desafios que apareciam pela frente. “Como não ouço se a pessoa não estiver na minha frente, tinha muita dificuldade na escola. Principalmente nas disciplinas de matemática, física e química, que tem bastante cálculo e é preciso acompanhar a explicação e o quadro ao mesmo tempo. Tive muitos professores que foram fundamentais nesse processo, eles vinham até a minha mesa para me explicar”, revela.
O gosto pela leitura foi desenvolvido no ensino médio. “Nessa época tive um professor que trabalhava redação e interpretação de texto comigo, acho que ele gostava de mim e queria me ajudar, desde então peguei o gosto pela leitura e não parei mais”, diz.
Para quem deseja obter o mesmo resultado no próximo Enem, ela garante que o segredo é a dedicação e principalmente a leitura. “O importante é se informar sobre o que acontece ao seu redor, as notícias de política, economia, sociedade. Além de tudo isso, praticar a escrita, já que hoje em dia estamos muito acostumados em somente escrever pelo computador, nas redes sociais e acabamos deixando de lado a boa escrita”, conclui.
http://diariodosurdo.com.br/2015/07/fiz-so-para-testar-diz-acreana-surda-nota-mil-na-redacao-do-enem/
Oziany Silva Natural de Rio Branco, Oziany sempre estudou em escolas públicas e conta que nunca deixou de ler e se informar sobre os assuntos da atualidade. A servidora pública acredita que o gosto pela escrita e leitura tenham sido fatores determinantes para que ela atingisse a nota máxima na redação. Além disso, o fato de ser mãe de uma criança de três anos a ajudou com o tema da redação que abordava a publicidade infantil.
“Nunca deixei de ler, gosto de estar sempre informada, leio todos os dias os jornais locais, e os sites de notícias, para saber o que está acontecendo no meu estado, no país e no mundo. Acredito que esse resultado foi devido eu gostar de escrever e ler bastante. Tenho uma filha e sempre observo a apelação com relação às propagandas voltadas mais para o consumismo. Aliei aos meus conhecimentos de leitura, e deu tudo certo”, diz Oziany.
Ela recorda ainda que fez a prova como um desafio, já que buscava alcançar uma nota melhor que no ano anterior, mas confessa ter se surpreendido com o resultado. “Não fiz o Enem 2015 com intenção de concorrer a nenhuma vaga na universidade, talvez daqui para segunda-feira (19), que é quando começam as inscrições, eu resolva concorrer à vaga. O que eu gostaria mesmo de fazer agora, era um mestrado, até porque já tenho graduação. Caso eu decida concorrer a alguma vaga, eu vou tentar para direito”, afirma.
Além de já ter graduação e ter o sonho de fazer mestrado, Oziany explica que um dos motivos para não ingressar na universidade é que tem uma filha, de 3 anos, e passa muito tempo longe de casa por trabalhar o dia todo.
Preconceito
Por causa da surdez severa e profunda, Oziany diz ter enfrentado preconceito na escola. “Me considero uma vencedora por tudo que já passei, inclusive o preconceito das pessoas, principalmente no início da minha formação, no colegial. Sempre procurei mostrar que dou o melhor de mim, e que sou normal como qualquer outra pessoa”, afirma Oziany.
Apesar dos obstáculos, ela diz que teve professores que a ajudaram a superar os desafios que apareciam pela frente. “Como não ouço se a pessoa não estiver na minha frente, tinha muita dificuldade na escola. Principalmente nas disciplinas de matemática, física e química, que tem bastante cálculo e é preciso acompanhar a explicação e o quadro ao mesmo tempo. Tive muitos professores que foram fundamentais nesse processo, eles vinham até a minha mesa para me explicar”, revela.
O gosto pela leitura foi desenvolvido no ensino médio. “Nessa época tive um professor que trabalhava redação e interpretação de texto comigo, acho que ele gostava de mim e queria me ajudar, desde então peguei o gosto pela leitura e não parei mais”, diz.
Para quem deseja obter o mesmo resultado no próximo Enem, ela garante que o segredo é a dedicação e principalmente a leitura. “O importante é se informar sobre o que acontece ao seu redor, as notícias de política, economia, sociedade. Além de tudo isso, praticar a escrita, já que hoje em dia estamos muito acostumados em somente escrever pelo computador, nas redes sociais e acabamos deixando de lado a boa escrita”, conclui.
http://diariodosurdo.com.br/2015/07/fiz-so-para-testar-diz-acreana-surda-nota-mil-na-redacao-do-enem/
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