O trabalho brasileiro “Deaf Beats” faz com que deficientes auditivos vivenciem uma experiência sensitiva única em suas vidas.
São Paulo – A criatividade brasileira não é nem nunca foi um segredo para o mundo.
Por outro lado, quando o assunto toma os caminhos da tecnologia e a
inovação, o país está longe de ser uma unanimidade, até por enfrentar
desafios naturais em termos de falta de investimentos na área e
consequentemente o desenvolvimento de profissionais brilhantes.
Isso, entretanto, não impede que alguns trabalhos brazucas,
contrariando todas as barreiras e estatísticas, mostrem-se poderosos e
reluzentes pelo mundo afora.
Um desses fenômenos raros, que aliam criatividade e tecnologia em
cases brasileiros, concorreu a um prêmio na Startup Weekend Miami, que
aconteceu na semana passada nos Estados Unidos.
O evento, que tem parceria com a Florida International University
(FIU) e com o Google, contou com 188 participantes, 67 ideias, 18
equipes e 22 patrocinadores.
O trabalho brasileiro “Deaf Beats” conquistou um honroso quarto lugar na competição.
O projeto apresentou uma espécie de fone de ouvido que transforma
frequência musical em vibração e faz com que deficientes auditivos
vivenciem uma experiência sensitiva única em suas vidas.
“Coletamos depoimentos de dois médicos para validar a iniciativa,
fizemos entrevistas com diversos deficientes auditivos e ainda tivemos a
oportunidade de testar o nosso protótipo”, afirmou o pai da ideia, o
publicitário André Felix, que mora e atua nos Estados Unidos, assim como
o seu parceiro no projeto, o diretor de arte Victor Reiss.
O insight, segundo o diretor de criação brasileiro, tem inspiração no
ato de superação de Beethoven, que ao perder a audição tratou de cortar
as pernas de seu piano com a intenção de sentar-se ao chão para sentir e
compor as notas através das vibrações do instrumento.
“A música é uma das maiores alegrias da vida, mas os deficientes
auditivos nem sempre podem apreciá-la como as outras pessoas fazem. A
investigação tem demonstrado que é possível sentir a música através da
vibração. Quando certos sentidos são perdidos, o nosso cérebro é capaz
de reajustar”, explica o publicitário.
No segundo dia de evento, no shortlist com os 10 melhores cases, o
“Deaf Beats” foi o eleito como a ideia mais inovadora do Startup Weekend
Miami e com maior número de votos populares.
Na etapa final, entretanto, o desafio era mostrar o potencial do case
como gerador de grana, o que segundo Félix, mostrou que o festival deu
prioridade a ideias mais preocupadas em gerar negócios do que realmente
ajudar pessoas e promover uma causa importante.
“As três primeiras ideias são de aplicativos para celulares que
movimentam dinheiro e ainda por cima não são inéditas. De qualquer
maneira, esse evento foi muito intenso e tudo foi feito em 54 horas, com
muito tesão. Tivemos que dormir duas noites no campus da universidade e
foi uma experiência incrível”, relata Felix.
Além de poder apresentar o “Deaf Beats” num evento de grande
visibilidade, o projeto conseguiu empolgar os investidores. Não à toa,
um grupo dos Emirados Árabes Unidos, chamado Abu Dhabi Investment
Authority, já demonstrou interesse em financiar e viabilizar a ideia.
Vale lembrar que, apenas nos EUA, há aproximadamente 38 milhões de
deficientes auditivos, mais gente que a população total do Canadá (35
milhões).
O projeto mostra que, apesar de todas as dificuldades, a criatividade
brasileira tem potencial para se fazer ouvir em qualquer canto do
mundo, em alto e bom som.
http://www.surdosol.com.br/publicitario-brasileiro-cria-fones-para-surdos/
preciso de material para trabalhar com deficiente auditivo alfabetizar como faço
ResponderExcluirpreciso de material para trabalhar com deficiente auditivo alfabetizar como faço
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