‘Hoje ela não precisa só de mim’, diz professora de jovem de Capão Bonito. ‘Tentava se comunicar e não conseguia’, conta mãe de Beatriz, de 12 anos.
SÃO PAULO – Alunos de uma escola estadual em Capão Bonito (SP)
aprenderam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para se comunicar com a
amiga de classe Beatriz Rafaele dos Santos, de 12 anos, que é surda. A
professora Luana Hússar de Freitas foi a responsável por ensinar a
adolescente e os amigos da sala sobre a linguagem. “Hoje ela não precisa
só de mim. O projeto serviu para que ela consiga no intervalo e na rua
se comunicar com os amigos.” A mãe ainda conta que a garota superou a
dificuldade de comunicação. “Agora ela não chora mais.”
Para Beatriz, o aprendizado dos colegas foi muito emocionante. “Na
minha vida, a língua de sinais é muito importante, eu consigo me
comunicar com meus amigos, eles conseguem me entender.”
Além de permitir autonomia, a mudança foi positiva também para os
estudos de Beatriz. Até o boletim escolar da menina melhorou, diz a mãe,
Luciana de Pontes. “Mudou totalmente, antes ela era muito nervosa,
tentava falar e só chorava. Hoje não, mudou. Antes ela não aprendia
nada, agora ela tira notas boas”, conta.
A ideia da professora Luana surgiu para ajudar surdos como a Beatriz,
mas ajudou a todos os alunos. Entre eles o jovem Carlos da Silva, de 12
anos, que resolveu um desentendimento entre eles. “Me sinto melhor,
porque a conheci quando esbarrei nela e ela queria me bater, mas eu não
sabia como falar. Agora, através das Libras, eu consigo conversar com
ela e com meus outros amigos surdos”, diz.
O projeto “Clube de Libras” começou há três anos na Escola Estadual
João Batista do Amaral Vasconcellos, que fica na Vila Aparecida. “Reúno
os alunos em horário inverso. Nas manhãs de quarta-feira, ensino Libras
para alunos, membros da comunidade, funcionários e professores que se
interessam. Até este ano, a Beatriz não sabia língua de sinais, mas
conseguiu aprender e ainda outras matérias”, comenta Luana.
De acordo com a diretora da escola, Vânia de Oliveira, desde que o
projeto começou, o número de alunos interessados em aprender os sinais
tem crescido. “No começo, achei que não iria dar certo, mas repercutiu
em toda a escola. Tanto é que era para ser um grupo de 15 a 20 alunos
aprendendo, mas hoje temos até 45 alunos”, finaliza.
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