Por ZANÚBIA DADA
Este artigo é um registro de minha experiência como professora surda,
que atua com estudantes surdos das escolas estaduais e municipais –
pólos de Campo Grande – MS, usuários da Língua de Sinais. Este trabalho
iniciou-se em julho de 2007, na oficina de Matemática no Centro de
Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com
Surdez (CAS) MS.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais1 para a área
de Matemática, no Ensino Fundamental a Matemática é componente
importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade
utiliza-se, cada vez mais de conhecimentos científicos e recursos
tecnológicos, dos quais os cidadãos devem apropriar- se.
Ao assumir o trabalho que já se encontrava em processo com estudantes
do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, houve em mim um momento de
angústia, pois, no início os estudantes repassaram-me que os professores
ouvintes, não conseguiam fazer com que eles interiorizassem a
aprendizagem, devido ao fato de usar a oralidade em suas aulas, com
apoio do intérprete e, ao mesmo tempo eu não havia recebido orientações
dos conteúdos ensinados, assim sendo, fez-se necessário que eu avaliasse
as habilidades e conhecimentos matemáticos dos estudantes em libras.
A língua de sinais é
descritiva, apoiada em um referencial espacial. Quando a pessoa surda
se comunica, todo um cenário é montado mentalmente, descrito de forma
que o interlocutor compreenda a mensagem. (Oliveira, 2005:28)
Foi preciso também realizar um planejamento de introdução dos sinais
da Matemática em libras, pois, alguns estudantes não respondiam com os
sinais que são utilizados na oficina. Como a comunicação na escola entre
professores e estudantes surdos, surdos parciais, acontecem muitas
vezes de forma descritiva, é necessário que esses planejamentos
contemplem sempre as diferenças lingüísticas.
Os estudantes sempre chegavam com conteúdos diferentes e específicos
de cada escola e ano/série, esperando que todos esses conteúdos fossem
traduzidos em Libras e, lembrando que os mesmos já tinham visto em sala
de aula através do intérprete, mas de fato não tinham a compreensão,
para que pudessem produzir uma resposta com autonomia. Neste momento
percebi que os estudantes utilizavam sinais diferentes para um mesmo
conteúdo, isso dificultava a interação do grupo na oficina de
matemática, pois, usavam sinais convencionados e combinados com seus
intérpretes.
Após quatro meses de atividades com uma média de cinco estudantes surdos2, deficientes auditivos (D.A3) e Surdocegos4,
percebi que eles queriam que eu trabalhasse os conteúdos como reforço
escolar, mas não era possível atender cada estudante com conteúdos
diferentes, em duas horas e meia de aula, pois, enquanto eu atendia um, o
outro ficava na espera, de forma que a aula não se tornava produtiva, e
em desacordo com o meu planejamento.
Observei que os estudantes muitas vezes usavam um único sinal para
diversas situações da Matemática. Um exemplo claro disso era, quando
eles faziam sinal de NÚMERO, referindo-se em geral aos números: Cardinais, Ordinais e Quantitativos. Conforme figuras abaixo:
Os estudantes não faziam as atividades por não terem conhecimento das
fórmulas convencionadas na Matemática, e assim, inicia-se uma nova
experiência. Comecei ensinando os sinais de Matemática organizados,
catalogados e utilizados por mim. Primeiro foram os NÚMEROS, e a seguir fui relacionando as suas diferenças como: os cardinais, os ordinais e quantitativos
que utilizamos nas atividades propostas. Essa experiência somou com a
sistematização da aprendizagem em Língua de Sinais / Português: os
signos numéricos em libras, os signos matemáticos e sua representação quantitativa e a grafia em Português.
A seguir ensinei aos estudantes as representações em Libras, as
modificações que os números sofrem conforme seu significado. Observe no
quadro abaixo a configuração de mão e os movimentos que envolvem os
sinais:
Em relação ao ZERO – conforme o exemplo da FIG: 5:
Quando se faz uso na sequência dos ordinais tem uma equivalência de indicação de algo antes do PRIMEIRO, quando damos exemplo de andares do elevador, o ZERO nesse caso equivale a TÉRREO.
Enfatizei aos estudantes que os números quantitativos que somente os numerais UM a QUATRO em Libras sofrem modificações e os números a partir do CINCO até NOVE, não sofrem modificações na sua configuração original, porém aos ordinais são acrescidos movimentos.
Para que uma aula contemple a todos os estudantes, realizo meu trabalho em forma de projetos.
Observe o modelo do projeto em execução com os estudantes:
Projeto Mercado – Sistema Monetário
Objetivo:
- Conhecer o Sistema Monetário através dos diversos produtos de consumo;
- Relacionar ao Sistema Monetário com a leitura e escrita dos produtos e marcas.
- Ensinar as quatro operações básicas: adição, subtração, multiplicação e divisão.
- Observe como realizo o trabalho com os estudantes nas fotos abaixo:
Organizo os estudantes de forma coletiva e individual, às vezes é
necessário atendê-los individualmente na lousa para sanar dúvidas.
Os estudantes participavam das atividades propostas na lousa, e realizavam compras de produtos no mercado fictício montado.
Eles têm a oportunidade de vivenciar na prática, o manuseio com a
moeda vigente do país. O trabalho com os vários tipos de tablóides
facilita melhor a compreensão dos conteúdos ensinados. A organização do
supermercado fictício ajuda-os a compreender na prática todo processo de
manuseio com dinheiro.
Metodologia:
No início do trabalho apresentei aos estudantes as diversas cédulas
do real, esclarecendo que é a moeda vigente do país, para que os mesmos
pudessem se familiarizar, conhecendo as diferentes notas associados aos
seus nomes e valores.
As atividades de aprendizagem sempre realizadas por meio de
dinâmicas; por meio do supermercado fictício, com diversos produtos de:
higiene, alimentos e outros. A cada aula trabalhada, os alunos teriam
que realizar suas compras, verificando o seu valor monetário, marca do
produto, e em seguida eles eram orientados para comprar e utilizar as
operações matemáticas aprendidas nas compras feitas, registrando em seu
caderno. Sempre que necessário fazia as interferências, explicando e
tirando as dúvidas que surgiam.
Observe como se dava a troca dos conhecimentos que eles traziam da suas experiências de vida.
A estudante A - não tinha conhecimento de dinheiro e
não conseguia responder algumas atividades propostas, pois, nunca lhe
foi proporcionada tal experiência. Quando solicitada para vir ao quadro
branco, tinha dúvidas com relação à exposição de preços das mercadorias
no quadro de valor de lugar. Como forma de orientá-la, mostrava-lhe o
dinheiro e depois fazia a exposição no quadro de valores. A. tinha muita dificuldade na compreensão de valores. Os colegas de grupo ajudavam-na, pois, A.
não conseguia responder aos questionamentos. Tinha dificuldades para
trabalhar com dinheiro, está em processo de aprendizagem e tem
apresentado avanços significativos.
A estudante B – consegue trabalhar com dinheiro, mas
tinha dificuldade de assimilar nomes de marcas dos produtos, hoje já
consegue entender o nome de marcas, quantidade e medidas. Ela sempre
solicitava meu auxilio quando tinha dificuldades. Seu bom relacionamento
com os colegas facilitou sua aprendizagem. Um dado relevante deste
trabalho, é que a metodologia facilita a interação dos estudantes, eles
apóiam-se entre si e isso, tem contribuído para o aprendizado do grupo.
A estudante C. consegue responder aos
questionamentos relativos a dinheiro, pois, já tem esta experiência, seu
bom relacionamento com os colegas, facilita sua aprendizagem, pois,
suas dificuldades são menores em relação aos outros colegas.
A estudante D. no início do trabalho percebi que era
tímida, com o passar do tempo foi envolvendo-se com os demais colegas
nas atividades em grupo, agora já participa das atividades propostas e
sempre que surgem dúvidas, solicita esclarecimentos, observei que ela
também, tem dificuldade quanto ao nome das marcas de produtos. A
exposição do supermercado fictício minimizou muitas dúvidas. Esta
estudante consegue perceber valores monetários e por ter um bom
relacionamento com os colegas, isso facilita sua interação e
aprendizagem.
No transcorrer deste trabalho ficou claro para mim, a importância de
esclarecer para os estudantes, a função social da Matemática na nossa
vida, necessitamos dela para resolver as situações problemas do
cotidiano.
Na Oficina de Matemática as aulas são de duas horas e meia por dia e,
acontecem uma vez por semana e, mesmo assim, o tempo não coopera para
suprir as necessidades dos estudantes. Percebo que eles têm dificuldades
na leitura dos enunciados das atividades propostas, para eles sempre é
mais fácil ler os números e/ou quantidade numérica. Como já tenho a
noção de que os alunos visualizam os números, oriento sobre o
significado das palavras e explico o que se pede em relação aos números.
Relatos chegam de diferentes estudantes sobre a atuação dos
intérpretes, que os mesmos repassam através da interpretação os
conteúdos das diferentes disciplinas, explicadas pelos professores e o
tempo para aprendizagem deles é considerado curto, levando em conta sua
especificidade linguística.
Na experiência vivenciada até o momento enquanto professora surda,
acredito que a maior dificuldade esteja relacionada à metodologia de
trabalho utilizada pelos professores. É importante esclarecer ainda que
esses estudantes utilizam-se da acessibilidade linguística, oferecida
pelo intérprete, mas o ato de interpretar, não consegue fazer o papel de
ensinar, esta é uma responsabilidades do professor.
Com o passar do tempo, observei que os estudantes continuavam com
dificuldade para ler e interpretar os enunciados das atividades e, por
desconhecimento, não utilizavam os sinais adequados ao conteúdo. Outro
fato vivenciado pelos estudantes nas escolas, nas aulas de matemática, é
que os intérpretes pedem para que eles observem a explicação do
professor e, não interpretam o conteúdo ensinado. Como uma forma de
suprir essas necessidades, organizo estratégias metodológicas, e por
eles serem como eu, usuários de uma língua visual, utilizo materiais e
recursos didáticos como: canetinhas coloridas, quadro branco, jogos específicos e outros, para mostrar, as diferenças que ocorrem dentro de cada conteúdo.
Para ministrar as aulas da Oficina de Matemática, organizo meu
planejamento de forma diferenciada, para estudantes do Ensino
Fundamental do 5º ao 9º ano e do Ensino Médio.
No passo a passo das oficinas, sistematizo em libras com os
estudantes, as primeiras regras de sinais, e as explicações básicas para
aprenderem operações. É de fundamental importância uma exposição
detalhada, para que os estudantes tenham mais clareza quando
visualizarem os conteúdos no quadro branco.
Para o ensino de tabuada, sigo o que antes comentei, mostro no quadro branco e faço destaques com a canetinha colorida, como no exemplo que se segue 2 x 0 = 0 e 2 x 1 = 2 e, cada número de cor vermelho e preto e, facilitando assim, o aprendizado de futuras operações
como a divisão, neste caso utilizo três cores distintas, como: preto, vermelho e azul.
Do 1º ao 3º ano do Ensino Médio os estudantes demonstram prejuízo em
sua aprendizagem, pois, no ensino regular, além do tempo da disciplina
ser considerado curto, levando em conta a exposição de duas língua (L1 e
L2), e o conteúdo ser exposto de forma resumida, por meio do
intérprete, e conforme relatos dos estudantes, percebe-se que os
intérpretes por não terem conhecimento dos sinais da Matemática em
Libras, utilizam diferentes sinais combinados ou convencionados com os
estudantes. Por exemplo: quando os professores ensinam as formas geométricas, os intérpretes utilizam a letra (F), apoiada na palma da outra mão aberta, referindo-se ao conteúdo (FORMA GEOMÉTRICA).
Mas outros surdos com seus intérpretes podem convencionar esse sinal de
outra forma. Não podemos afirmar que essa prática seja errônea, mas
sim, uma necessidade momentânea, frente ao desconhecimento de sinais
próprios da disciplina de Matemática pelos dois: (intérpretes e estudantes surdos).
Além desse fato, quando solicitado, os estudantes não sabem explicar o
significado de tal sinal e a que conteúdo está relacionado. Alguns
evitam repassar esses sinais convencionados com o intérprete, e ficam
esperando que eu os ensine aqui na oficina, por saberem que são sinais
pesquisados e criados por mim, dentro de um contexto significativo dos
conteúdos.
Pesquiso sempre como auxiliar os estudantes nesse processo de ensino
aprendizagem, e como fazer para que os sinais de Matemática, e os temas
não se tornem conflitantes com os sinais convencionados em Libras, já
que de maneira geral, seguimos o currículo da disciplina determinada
pelo sistema de ensino.
Todo trabalho realizado na Oficina de Matemática em Libras, sempre
peço aos estudantes que informem a seus intérpretes, os sinais da
Matemática em Libras que estão sendo ensinados e utilizados nas
oficinas. É muito importante que se tornem conhecidos pela comunidade
surda e pelos intérpretes, isso vai facilitar o entendimento dos
conteúdos da disciplina.
Nos estudos sobre hora/relógio, observei que os estudantes têm
conflitos, quando usam os sinais de números em Libras ao referir-se aos:
cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários, esse fato fica
evidente quando colocam esse aprendizado na prática.
Sabemos que em Libras os números de um até quatro, para hora relógio,
tem configuração própria. Para indicar uma pergunta referente a hora,
aponta-se com o indicador para o pulso subentendendo-se o relógio. Já
para a resposta direcionam-se os dedos para cima. Um dedo para cima
indica uma hora, dois dedos indicam duas horas e assim por diante. Ao
mencionarmos tempo de espera, exemplo: Tipo de espera em fila de banco,
consultório médico, encontrar amigos e outros, a configuração de mão,
locação e movimento são diferenciadas, pois, se utiliza o movimento
circular em torno do rosto com um dedo, dois dedos, três dedos, quatro
dedos, assim por diante, indicando a quantidade de horas esperada.
Observe a demonstração abaixo:
Observe como trabalhei este conteúdo relacionado a hora/relógio:
Fiz o desenho do relógio com canetinhas coloridas, mostrando aos estudantes a escrita em Português, chamando-os individualmente na lousa para expor o conteúdo.
O trabalho com números usados no relógio foi demorado, devido à
explicação necessária para as diferenças de alguns relógios, por serem
digitais e outros tipos.
Para o entendimento de quantidade é perceptível que os números quando
utilizados tanto por ouvintes quanto por surdos, naturalmente, usam os
dedos das mãos como instrumentos indicativos automáticos de quantidades,
por isso, é importante que o professor ao trabalhar com os estudantes,
esclareça que a Matemática está presente em outras disciplinas, como por
exemplo, na Geografia, quando houver uma referência ao conteúdo:
Expansão Geográfica, Número populacional e outros. Como demonstro nas
imagens abaixo:
Outro fato visível é a ocorrência de algumas especificidades na aprendizagem dos conteúdos.
Observei que ocorriam algumas particularidades com alguns estudantes, conforme cito abaixo:
1 – Os Estudantes surdos que participam da metodologia do Kumon
conseguem memorizar sem contar no dedo e, também conseguem dá as
respostas em Libras;
2 – Os Estudantes surdos usuários da Língua Portuguesa oral e da Libras, necessitam do apoio das mãos para contagem da tabuada;
3 – Os Estudantes surdos e surdos parciais que fazem uso das mãos utilizam-se dos números em libras para solucionar a tabuada;
4 – Os Estudantes surdos parciais (DA) que estão participando da
oficina de Matemática, tem facilidade para abstração no procedimento de
solucionar tabuada e raiz quadrada;
5 – Os Estudantes surdos e surdos parciais apresentam dificuldade
igual a alguns ouvintes, que necessitam do uso das mãos para contagem e
solução da tabuada de divisão;
6 – Em alguns estudantes surdos parciais que tive a oportunidade de
trabalhar, observei que eles liam o caderno e o livro, mas lhe faltava
conceitos para solucionar as questões propostas nas atividades.
O desenvolvimento dos estudantes durante a oficina vem apresentando
avanços na interação conseguem relacionar-se com os colegas, o que antes
não acontecia. Os estudantes que não participavam ativamente das aulas,
agora utilizam os sinais da Matemática aprendidos. Alguns surdos
parciais visualizam o quadro branco com os destaques coloridos, mas
apresentam maior dificuldade para entender e usar os sinais da
Matemática, pois, preferem oralizar às respostas. Como ministro as
aulas, tanto para os surdos como para os deficientes auditivos, uso a
língua de sinais para todos e, oriento-os sobre a importância de
aprenderem a Libras, para terem a base da língua visual e, compreenderem
a Matemática ensinada em Libras, que é a língua natural do surdo. Com
relação aos surdos parciais, enfatizo que eles se tornarão bilíngües ao
aprenderem a Libras e obterão ganhos com relação a sua aprendizagem.
Com relação aos conceitos e significados matemáticos como, por
exemplo: no conteúdo Matriz, é importante o conhecimento de linha e
coluna, e saber diferenciá-los de outros contextos. Observei que os
estudantes tinham conceitos de linha de costura, relacionado ao botão,
que é costurado na roupa, e também a linha referente ao caderno. Em
relação ao conceito coluna, percebi que todos tinham entendimento da
coluna do corpo. Isso ocorre frequentemente, nas questões de vocábulos
diversos. Um simples conceito necessita de mais atenção, não é só o
Português, na Matemática, o conceito de Geometria, por exemplo,
necessita ser entendido, é preciso ter muito cuidado ao ensiná-lo. Os
diferentes significados precisam ser contextualizados dentro da
Matemática. Verifiquei ser um processo muito lento, quando os estudantes
não têm base linguística.
Penso que o trabalho que venho desenvolvendo nas oficinas é de grande
importância, pois, antes me preocupava em ficar traduzindo as palavras,
que usávamos nas aulas, e o tempo era gasto em conceituação e
explicação da escrita das palavras em Português. Muito embora eu saiba
que essa situação pode permanecer ainda por algum tempo, porque novos
alunos virão trazendo estas e talvez outras dificuldades. O
esclarecimento de muitos conceitos deve ser uma prática constante,
usadas na Matemática e em outras disciplinas.
No desenvolver das oficinas refleti muito sobre os diferentes
processos e estratégias, de como ensinar o significando das palavras
usadas nos enunciados das situações problemas da Matemática, que é
Língua Portuguesa pura e como essa segunda língua presente no contexto
educacional, será motivo de muitas dificuldades que necessitará de
esclarecimentos. Como exemplo, cito a palavra (RESOLVA), para
eles terem a compreensão de como utilizar e sinalizá-la em Libras nas
situações da Matemática e em outros contextos da Língua Portuguesa.
Organizei abaixo uma tabela de diálogo do que acontece nas aulas:
Com a estratégia referendada anteriormente, o uso do quadro branco
com destaques coloridos nas atividades, e instigar os estudantes com
perguntas simples, é uma forma de fazê-los refletir, fazer escolhas e
utilizar os conteúdos ensinados de forma adequada ao contexto
solicitado. Alguns não vêm de casa com esses conhecimentos de palavras
em Português, tornando-se necessário tal esclarecimento.
As oficinas foram organizadas para atender os estudantes que já estão em processo de aprendizagem e para iniciantes.
Considerações finais
É muito importante que os estudantes visualizem e entendam os
conceitos dos sinais específicos da Matemática em Libras. As questões
dos temas propostos carecem ser ensinadas por meio de atividades, que vá
além do ensino de sinais da Matemática e dos símbolos próprios, usados
na forma escrita, com destaques coloridos, ao usar o quadro branco e
usar também essas adaptações para atividades e provas.
Não é um processo rápido fazendo valer aqui o trabalho com
entendimento contextual da Matemática em geral. É importante que o
professor observe e tome nota, referente ao desenvolvimento de cada
estudante, planejando atender se caso necessário, as dificuldades de
forma individual.
No decorrer das oficinas percebi que os estudantes, apresentavam
diferentes formas de sinalizar a Libras, em suas exposições de ideias,
referente aos conteúdos do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Enfatizo que as aprendizagens dos estudantes surdos devem ser
sistematizadas, para que eles tenham sucesso no ensino – aprendizagem e
no exercício da plena cidadania, tanto na vida acadêmica quanto no
convívio social.
Referências:
AGASPASM, Surdocego / Surdocegueira – conceito. Disponibilizado
http://www.agapasm.com.br/multideficiente.asp acessado em 06.05.2011
BRASIL, (1992) Complementação curricular específica para a educação
do portador de deficiência da audição. Brasília: FDFE/ DEE
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000440.pdf
DECRETO 5626/2005 - Regulamento a Lei no 10.436, de 24 de abril de
2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art.
18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponibilizado __
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm,
acessado 06.05.2011
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS para a área de Matemática no ensino
fundamental – disponibilizado em
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf acessado
02.05.2011
DECRETO da Acessibilidade 5.296/12/2004 disponibilizado em
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm,
acessado 06.05.2011
OLIVEIRA, Janine Soares de Oliveira. A comunidade surda: perfil,
barreiras e caminhos promissores no processo de ensino aprendizagem em
matemática/ Janine Soares de Oliveira. __ 2005 vil, 55f + Apendices e
Anexos;Il.,enc. Dissertação ( Mestrado ) Central Federal de Educação
Tecnologica Celso Suckow da Fonseca, 2005. Bibliografia: f:53-55 http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp027325.pdf
__________________________________________________________________
Notas sobre o texto:
1 – Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Matemática no ensino fundamental – http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf acessado 02.05.2011
2 – Decreto 5626/12/2005 no seu artigo segundo, considera-se pessoa
surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o
mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura
principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
Disponibilizado __
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm,
acessado 06.05.2011
3 – Decreto da Acessibilidade 5.296/12/2004 em seu artigo 5°, capitulo II, § 1o,
I - b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas
freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz; pela área da saúde
disponibilizado em
http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm,
acessado 06.05.2011. Pela área educacional, o indivíduo com surdez pode
ser considerado parcialmente surdo (com deficiência auditiva – DA)
disponibilizado em matéria do MEC – http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me000440.pdf acessado 06.05.20011
4 – Surdocegueira é uma deficiência única que apresenta a perda da
audição e visão de tal forma que a combinação das duas deficiências
impossibilita o uso dos sentidos de distância, cria necessidades
especiais de comunicação, causa extrema dificuldade na conquista de
metas educacionais, vocacionais, recreativas, sociais, para acessar
informações e compreender o mundo que o cerca. Disponibilizado e
acessado em 06.05.2011 no site ___
Nota da Autora:
Na elaboração do presente artigo, contei com a colaboração dos
seguintes profissionais: DANIELA MOCELIN – Intérprete de Libras, SHIRLEY
VILHALVA – Professora Surda com Curso de Mestrado e SULIANE KELLY
AGUIRRE DE BARROS – Intérprete de Libras. Esta equipe realizou a
tradução da língua escrita em estrutura da Libras para língua portuguesa
escrita, interpretação da Libras para português oral depois para língua
portuguesa escrita, interpretação do texto pronto em língua portuguesa
modalidade escrita para a Libras de forma que a autora autorizasse as
sugestões do acordo da língua portuguesa escrita final. Por fim, a
revisão final foi realizada pela Profª ZENAIDE CARNEIRO.
ZANÚBIA DADA
Profissional Surda, residente em Campo Grande – MS
Professora de Matemática, qualificada para ministrar aulas em Libras para estudantes surdos, tendo para isso desenvolvido método próprio, como autodidata.
Possui formação em Matemática, em Curso de Graduação e Pós Graduada em Educação Especial.
Atua como Técnica Pedagógica do CAS/SED/MS
E-mail: zanubia.dada@yahoo.com.br
Profissional Surda, residente em Campo Grande – MS
Professora de Matemática, qualificada para ministrar aulas em Libras para estudantes surdos, tendo para isso desenvolvido método próprio, como autodidata.
Possui formação em Matemática, em Curso de Graduação e Pós Graduada em Educação Especial.
Atua como Técnica Pedagógica do CAS/SED/MS
E-mail: zanubia.dada@yahoo.com.br
http://editora-arara-azul.com.br/novoeaa/revista/?p=991
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