Colégio público municipal atenderá 200 alunos, unindo o aprendizado de Libras e da Língua Portuguesa
No intuito de tornar a educação de crianças e adolescentes mais inclusiva no Ceará, Fortaleza deve ganhar, a partir da primeira quinzena de março deste ano, sua primeira escola municipal bilíngue para meninas e meninos surdos. Inicialmente, a instituição atenderá 200 alunos com deficiência auditiva da educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental e funcionará em tempo integral, unindo o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e da Língua Portuguesa, na modalidade escrita.
Segundo Sueli Farias, gerente da Célula de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (SME), a escola especializada é uma demanda antiga de organizações e entidades que lutam pelos direitos de pessoas surdas. A proposta é oferecer o mesmo conteúdo contemplado nos colégios regulares considerando as necessidades de crianças com esse tipo de deficiência
As aulas acontecerão nos dois turnos. Pela manhã, será ministrado o currículo normal, com as lições específicas de cada série, e, pela tarde, haverá aulas de Libras e Língua Portuguesa. O corpo docente, formado por professores, pedagogos e intérpretes, é bilíngue, e todos os outros profissionais que irão atuar na escola, como coordenadores, porteiros e merendeiros, devem conhecer a língua de sinais.
Sueli Farias destaca que a escola estará aberta a novos estudantes, que poderão fazer a matrícula em outros colégios da rede municipal. A gerente explica que a escola vem para por fim às dificuldades de aprendizado de crianças surdas matriculadas em escolas não específicas. O principal deles, segundo ela, é ter de aprender a Língua Portuguesa, a qual, para pessoas com deficiência auditiva, não pode ser considerada a língua materna, assimilada naturalmente.
Pai de um menino de 7 anos de idade surdo, o professor Emiliano Aquino, integrante do grupo de trabalho formado pela SME, afirma que a escola também será importante para suprir a carência de instituições bilíngues na cidade.
Acesso
De acordo com a professora Vanda Leitão, coordenadora da Secretaria de Acessibilidade da Universidade Federal do Ceará (UFC), é fundamental que a criança surda tenha acesso à linguagem de sinais desde cedo. "A língua materna é estruturante do pensamento, permite o desenvolvimento da criança, e as vibrações culturais também se dão através dela", explica.
VANESSA MADEIRA
REPÓRTER
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1358295
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