Vera Sampaio
Diversas pesquisas apontam que a comunicação entre pais e filhos é
essencial para o desenvolvimento das crianças. Porém, um pequeno diálogo
pode se tornar um enorme desafio quando a família é ouvinte e o filho é
surdo. Pensando nisto, o Centro de Integração e Apoio ao Deficiente
Visual e Auditivo (CIADEVA), da Prefeitura de Taboão da Serra, resolveu
oferecer gratuitamente aulas de Libras - Linguagem Brasileira de Sinais -
para os pais e familiares.
De acordo com a diretora do CIADEVA, Márcia de Jesus Temóteo, a
iniciativa surgiu após uma reunião com os pais. “Muitos relataram que
seus filhos eram nervosos e agitados porque tentavam se comunicar e não
eram compreendidos. Então, resolvemos fazer esta parceria com os pais
para que eles pudessem aprender Libras e assim se comunicar e interagir
com os filhos”, afirmou.
Charles Eliseu
Pais passaram a ter aulas de libras para melhorar a comunicação com os filhos que apresentam problemas de audição
Aline Rodrigues mora no Saint Morritz é mãe de Otávio, 5 anos. Otávio
nasceu com deficiência auditiva profunda e não se adaptou ao aparelho.
“No começo foi triste, porque ninguém querer aceitar que o filho é
surdo”, disse. “Com o tempo conheci a cultura surda e as aulas foram
essenciais neste processo. Hoje vejo que meu filho é uma criança
normal”, afirmou.
As aulas acontecem às sextas-feiras e são ministradas por Wilson
Santos Silva, que é surdo. Graduado em Letras-Libras pela Universidade
Federal de Santa Catarina e especializado em Educação Especial e Libras,
Wilson afirma que por ter estudado em uma escola regular sabe
exatamente o que as crianças passam. “Sempre mostro para os pais que se
comunicar não é apenas oralizar e que os filhos não são coitadinhos.
Durantes as aulas as famílias são orientadas a não se expressar
verbalmente e, sim, estimular o aprendizado da Libras. Até porque, se a
família não estimular as crianças, a escola encontrará barreiras no
ensino”, concluiu.
Sabrina Bonicoski, 30 anos, é mãe de Kauan, hoje com 7 anos. A
moradora do Parque Jacarandá desconfiou que o filho pudesse ter alguma
deficiência auditiva quando o garoto tinha dez meses. Porém a
confirmação só veio aos 3 anos. “Antes ele era muito nervoso, porque
queria se comunicar e eu não entendia. Tudo o que ele sabe aprendeu
aqui. Não sei o que seria da minha família se não fosse o CIADEVA”,
disse.
Quando Kauan nasceu o Teste da Orelhinha, que detecta deficiências
auditivas não era obrigatório. Por isto, a descoberta aconteceu
tardiamente. Após a sanção da Lei Federal 12.303, o teste é realizado na
maternidade ou, em alguns casos, a mãe sai com encaminhamento para
agendar o exame. O teste consiste em colocar um fone de ouvido, que está
ligado a um computador, na orelha do bebê. O computador emite sons e
recolhe as respostas que o canal auditivo produz. O Teste da Orelhinha é
rápido, indolor, não precisa de anestesia e é feito com o bebê
dormindo, em sono natural.
Serviço:
CIADEVA
Avenida Brasil, 1146, no Jardim América.
Telefone: (11) 4787-2814.
CIADEVA
Avenida Brasil, 1146, no Jardim América.
Telefone: (11) 4787-2814.
http://otaboanense.com.br/noticia/19853/taboao%20oferece%20aulas%20de%20libras%20para%20pais%20se%20comunicarem%20com%20filhos%20surdos
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