INCLUSÃO ESCOLAR: Menos discurso e mais prática! Por Cristina Silveira
Depois
de tanto tempo nessa batalha, estamos testemunhando a cada dia, o
debate sobre a inclusão escolar alcançar mais espaço nas redes sociais e
em outros ambientes. E esse fenômeno é muito importante. Mas, por isso
mesmo, se faz necessário esclarecer urgentemente algo muito importante:
INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOMENTE INCLUSÃO SOCIAL no ambiente escolar. É
muito mais do que isso.
Outro dia estava em um evento compondo a mesa sobre o tema “Inclusão
escolar” e uma representante das escolas municipais discursou sobre a
inclusão nas escolas públicas, enfatizando como as escolas deveriam se
ater a esse papel social, de como a criança está sendo bem recebida,
acolhida e bem tratada em suas escolas. No entanto, ela se esqueceu de
mencionar que na VERDADEIRA inclusão escolar, a criança deve APRENDER e
não somente “fazer o social”. Entendi que tratou o tema da inclusão
escolar muito distante da aprendizagem dos conteúdos pedagógicos e da
obrigação das escolas proporcionarem a aprendizagem para as crianças de
inclusão, como se isso fosse algo para um futuro mais distante, como se
nossas crianças tivessem esse tempo. Depois, refletindo, pensei que
talvez essa representante não tivesse como sustentar uma versão
pedagógica adequada, por falta de oferta de capacitação aos professores
de suas escolas, por falta de logística ou pó falta de uma cultura
inclusiva necessária para essas crianças, apesar de sabermos que existem
várias Leis que apontam a educação inclusiva como obrigação das
entidades educacionais.
Mas o fato é que a aprendizagem é parte fundamental do processo de
inclusão escolar. A criança vai á escola para socializar sim, mas a
aprendizagem é o motivo principal desse processo. Porém, muitos
incrédulos e desinformados se perguntam: Como uma criança com déficit
cognitivo, paralisia cerebral, autista ou com Síndrome de Down pode
aprender como as outras? Como? Ah, sim … ! Essa é a grande questão!
COMO?
A vontade e o interesse são itens imprescindíveis sim. Mas depois
disso, avançando, é necessário MUITO estudo, dedicação e criatividade.
Os educadores devem estar cientes que cada caso é único e que logicamente não existe ” receita única para todos”. Veja só:
- Uma técnica ou método aplicado a um caso de autismo por exemplo, pode não dar certo a outro autista, que pode ter ilhas cognitivas diferentes, alguma comorbidade associada como o TDAH que exigirá um outro método diferentes. O que fazer?
- Uma criança Down pode ter autismo associado, pode ter níveis cognitivos diferenciados umas das outras. E então?
- Um aluno com paralisia cerebral pode ter um nível de inteligência impossibilitado de ser “ nutrido” devido a sua deficiência motora, que vai exigir métodos e meios de acessibilidade diferenciados. E agora?
Pois é. Cada caso é um caso. E para decifrarmos uma criança especial
precisamos de aumentar e MUITO nossa bagagem de conhecimento e
atualizações. É fácil? Não , não é fácil. Mas quem disse que o seria ?
Mas o que não dá para aceitar é a falta de respeito com essas crianças.
Tratar os alunos de inclusão como incapacitados pedagógicos é
inaceitável.
Temos que estudar todos os tipos de avaliações possíveis: Para
crianças verbais e não verbais. Só poderemos ajudar a criança especial a
aprender, se a conhecermos. Temos que aprender todas as técnicas e
métodos disponíveis. E além disso, usar a criatividade.
Temos alguma literatura. A metade tem bom conteúdo, portanto,
preparem-se para ler. Ler muito. Cursos, palestras, workshops são muito
produtivos. Pesquisem!
E se precisarem de uma companheira, que anda buscando esse entendimento, contem comigo , sempre.
Cristina Silveira – Psicopedagoga, educadora e psicanalista
conhecendo as habilidades e dificuldades da criança (baseado em testes e
avaliações técnicas) -
Psicanalista, Psicopedagoga e Psicodiagnóstico
Neuropsicopedagogia e educação especial
Arte-terapeuta e artista plástica
(031) 36588830
http://tudobemserdiferente.wordpress.com/2014/09/09/inclusao-escolar-menos-discurso-e-mais-pratica-por-cristina-silveira/
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