Falar em acessibilidade para deficientes auditivos costuma, na sua maioria dos debates, resumir-se a incluir intérpretes de Líbras. Realmente, existem muitos deficientes auditivos que são fluentes ou usuários exclusivos dessa língua, mas e os que não são?
Outro dia, isso me resultou num debate pertinente sobre o tema numa lista de discussão de TV Acessível. Alguém mandou um vídeo que falava sobre deficiência auditiva, mas só tinha janela de interprete. Nem a legenda oculta (closed caption) havia. Resultado, o vídeo não era acessível aos deficientes auditivos que não eram fluentes em Líbras.
Foi aí que começou o debate: Mas todo deficiente auditivo não é fluente em Libras?
Como já contei aqui na coluna, existem deficientes auditivos de grau moderado que suprem suas necessidades com as próteses auditivas. E deficientes auditivos unilaterais. E deficientes auditivos que foram oralizados e tem a língua portuguesa como única base idiomática, os surdos oralizados. E nem todo surdo oralizado nasceu surdo, alguns perderam a audição no final da infância, outros na adolescência e até na idade adulta. A solução de acessibilidade pra todos esses é forçar que mudem o idioma em que se comunicam?
Aprender português fluentemente a ponto de conseguir ler as rápidas legendas, para quem tem Líbras como principal idioma não é fácil. Para eles, português é segunda língua. Por isso, o acesso à Língua de Sinais é prioridade para este grupo! Seja pela janela de interprete nos programas, seja pela presença de interpretes em palestras e cursos. Seja criando grupos de teatro que interpretam usando a Líbras como forma de comunicação principal.
Só não se pode esquecer dos outros deficientes auditivos que também existem e também querem acesso à informação. E isso não se resolve exigindo que se adaptem a um idioma que eles não dominam e que é um idioma como qualquer outro e depende de anos de estudo e bastante prática para se ter total domínio. Afinal, a Líbras não é português em mímica, é uma língua com estrutura e sintaxe próprias e nos soa tão confuso quanto qualquer outro idioma que não tenhamos fluência.
Para nós, surdos oralizados, a adaptação que precisamos é a legenda. Inclusive, existe uma específica para nós, a legenda descritiva, que descreve não apenas o que é falado, mas também quais os sons ambientes dos programas. Avisa quando cachorro late, quando campainha toca, quando um bebê chora fora do ângulo da câmera. Essas adaptações nos são necessárias, para que possamos aproveitar um filme, uma novela, um programa, tanto quanto um ouvinte.
As legendas também ajudam estrangeiros que estão no Brasil e precisam aprender português.
Imagine se você, ouvinte, acordasse sem audição amanhã. Iria preferir aprender outro idioma ou ter acesso ao idioma que você sempre usou, ainda que visualmente?
Esse é o mesmíssimo caso dos surdos oralizados, nós queremos acesso ao português escrito.
Por isso, a acessibilidade para a deficiência auditiva não se dá pela questão do “ou”: janela de intérpretes OU legendas. Ela se dá pela solução do “e”: janela E legenda. Precisamos de ambos!
Isso é acessibilidade: permitir que cada pessoa tenha acesso ao que necessita da maneira que é mais adequada para ela. Do contrário, não pode ser chamado de acessibilidade.
Outro dia, isso me resultou num debate pertinente sobre o tema numa lista de discussão de TV Acessível. Alguém mandou um vídeo que falava sobre deficiência auditiva, mas só tinha janela de interprete. Nem a legenda oculta (closed caption) havia. Resultado, o vídeo não era acessível aos deficientes auditivos que não eram fluentes em Líbras.
Foi aí que começou o debate: Mas todo deficiente auditivo não é fluente em Libras?
Como já contei aqui na coluna, existem deficientes auditivos de grau moderado que suprem suas necessidades com as próteses auditivas. E deficientes auditivos unilaterais. E deficientes auditivos que foram oralizados e tem a língua portuguesa como única base idiomática, os surdos oralizados. E nem todo surdo oralizado nasceu surdo, alguns perderam a audição no final da infância, outros na adolescência e até na idade adulta. A solução de acessibilidade pra todos esses é forçar que mudem o idioma em que se comunicam?
Aprender português fluentemente a ponto de conseguir ler as rápidas legendas, para quem tem Líbras como principal idioma não é fácil. Para eles, português é segunda língua. Por isso, o acesso à Língua de Sinais é prioridade para este grupo! Seja pela janela de interprete nos programas, seja pela presença de interpretes em palestras e cursos. Seja criando grupos de teatro que interpretam usando a Líbras como forma de comunicação principal.
Só não se pode esquecer dos outros deficientes auditivos que também existem e também querem acesso à informação. E isso não se resolve exigindo que se adaptem a um idioma que eles não dominam e que é um idioma como qualquer outro e depende de anos de estudo e bastante prática para se ter total domínio. Afinal, a Líbras não é português em mímica, é uma língua com estrutura e sintaxe próprias e nos soa tão confuso quanto qualquer outro idioma que não tenhamos fluência.
Para nós, surdos oralizados, a adaptação que precisamos é a legenda. Inclusive, existe uma específica para nós, a legenda descritiva, que descreve não apenas o que é falado, mas também quais os sons ambientes dos programas. Avisa quando cachorro late, quando campainha toca, quando um bebê chora fora do ângulo da câmera. Essas adaptações nos são necessárias, para que possamos aproveitar um filme, uma novela, um programa, tanto quanto um ouvinte.
As legendas também ajudam estrangeiros que estão no Brasil e precisam aprender português.
Imagine se você, ouvinte, acordasse sem audição amanhã. Iria preferir aprender outro idioma ou ter acesso ao idioma que você sempre usou, ainda que visualmente?
Esse é o mesmíssimo caso dos surdos oralizados, nós queremos acesso ao português escrito.
Por isso, a acessibilidade para a deficiência auditiva não se dá pela questão do “ou”: janela de intérpretes OU legendas. Ela se dá pela solução do “e”: janela E legenda. Precisamos de ambos!
Isso é acessibilidade: permitir que cada pessoa tenha acesso ao que necessita da maneira que é mais adequada para ela. Do contrário, não pode ser chamado de acessibilidade.
FONTE:
http://cursolibrasnet.blogspot.com.br/2011_08_01_archive.html
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