O
atendimento a usuários da Língua Brasileira de Sinais será feita com
auxílio de intérpretes em uma central que se comunicarão por
vídeochamada
A Gol iniciou, na semana passada, um
projeto piloto para melhorar o atendimento a deficientes auditivos. A
empresa instalou dois terminais nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos
que permitem ao usuário se comunicar com os atendentes da Gol usando a
Língua Brasileira de Sinais (Libras). A meta da empresa é colocar a
plataforma em pelo menos dez aeroportos até o fim do ano.
Por meio do terminal, o usuário pode se
conectar por vídeo a uma central de tradução. Um intérprete fluente em
Libras traduzirá as palavras do passageiro para um funcionário da Gol no
aeroporto, em tempo real. No momento, a Gol mantém seis atendentes que
dominam a língua de sinais. O serviço está disponível de segunda a
sexta, das 7h às 19h, e aos sábados entre 7h e 13h. A equipe de call
center é terceirizada, formada por colaboradores da Amigos Metroviários
dos Excepcionais (AME), uma instituição sem fins lucrativos que dá
consultoria a empresas sobre projetos de acessibilidade.
A iniciativa faz parte de um projeto da
Gol para aprimorar o atendimento a pessoas com necessidades especiais,
disse o diretor de operações aeroportuárias da empresa, André Lima.
“Fizemos estudos no fim do ano passado e entendemos que precisamos de
soluções que permitam que esse passageiro tenha mais autossuficiência.”
No ano passado, dos 36 milhões de
passageiros transportados pela Gol, aproximadamente 1 milhão informaram
ter necessidades especiais. Dentro desse grupo, há cerca de 15 mil
passageiros surdos. Segundo dados do IBGE, quase 2 milhões de pessoas no
Brasil são surdas ou têm grave deficiência auditiva.
A Gol vai testar como os passageiros
interagem com o terminal em junho e julho. Até o fim do ano, a empresa
oferecerá o atendimento em Libras nos principais aeroportos – Santos
Dumont, Galeão, Brasília, Confins, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza,
Recife e Salvador, além dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos.
Dificuldades
A presidente da Associação dos
Deficientes Auditivos-Visuais e Deficientes Auditivos (Adavida),
Aparecida de Fátima Negresiolo, não consegue citar uma empresa que
preste atualmente atendimento adequado para o cliente surdo. “Algumas
empresas oferecem um número de telefone específico para atender
deficientes auditivos, mas, na prática, isso não vem funcionando bem”,
diz. Um dos pleitos das ONGs que lutam pela inclusão social da população
surda é a contratação de intérpretes em libras em locais públicos.
A Caixa Econômica Federal é uma das
empresas com projetos mais avançados nesta área. O banco começou a
treinar os funcionários para atendimento em Libras em 2008 e atualmente
possui cerca de 4 mil trabalhadores que compreendem a linguagem de
sinais. O banco também oferece atendimento específico na sua central de
atendimento para esse público. Só em 2013, o banco recebeu 69,6 mil
ligações neste canal.
http://turismoadaptado.wordpress.com/2014/06/24/por-acessibilidade-gol-testa-atendimento-em-libras/
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