RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Propagandas irritantes de aparelhos auditivos

Toda vez que vejo uma propaganda de aparelhos auditivos - especialmente em outdoors, jornais e revistinhas médicas, mas ultimamente até na TV - me deparo com algo que, confesso, me desagrada muito. O apelo, um tanto desesperado, para a vergonha que muitas pessoas sentem da própria deficiência auditiva. Me desculpem pela sinceridade, mas não gosto desse papo de ‘aparelhos auditivos invisíveis’. O único motivo que me vem à cabeça para o uso frenético dessa frase é mexer com tudo o que há de mal resolvido emocionalmente em alguém que não ouve. Quem usa um AASI – e a maioria de nós aqui já está no terceiro ou quarto par, especialmente aqueles com DA progressiva como eu – lembra da sua primeira ida a uma revenda de AASI. Inclusive, lembro da minha. Não me recordo de me dizerem que eu teria qualidade de vida, que ouviria melhor, que estimularia minha memória auditiva. Mas me recordo como se fosse hoje do papo ‘ninguém vai ver’, ‘você não vai precisar sentir vergonha’, ‘são invisíveis e não aqueles horrorosos enormes que vão atrás da orelha’. A sorte das pessoas que me atenderam foi que, naquela época, eu era realmente uma tapada que morria de constrangimento por não ouvir como os outros e entrava em pânico só de pensar em ser ferozmente julgada pelos colegas de colégio por usar AASI. Hoje, simplesmente me levantaria e iria embora. E, com certeza, faria uma merecida propaganda negativa eterna do estabelecimento.
A cadeia de eternalização da vergonha e do preconceito começa dentro das revendas de AASI. Como assim? Raciocinem comigo. A pessoa sai do consultório médico apavorada com o diagnóstico de deficiência e cai direto numa revenda. Se nesse primeiro contato com fonoaudiólogos essa pessoa fosse incentivada a pensar, a enxergar a situação com um olhar maduro, a entender que o primeiro passo é se aceitar antes de se preocupar com outros, as propagandas seriam outras. Niguém precisaria apelar para os ‘invisíveis’ – que só ajudam perdas leves ou bem moderadas. Acho até que esse primeiro contato influencia tremendamente a família e os cônjuges, que quase sempre vão junto na consulta. Se pessoas em pânico são incentivadas a sentir ainda mais medo e vergonha da deficiência auditiva, é isso que será perpetuado ad eternum. Porque não desmistificar a deficiência em vez de cobri-la com um manto de medo?
Penso que os ‘passos’ são esses:
  1. Consultório médico: o DA ganha o diagnóstico e a indicação do uso da prótese auditiva;
  2. Revenda de aparelhos auditivos: primeiro contato com a ‘nova’ realidade e primeira impressão que o DA terá sobre ela – e baseado muito nisso dará início à criação da sua própria percepção/aceitação;
  3. Família: quase sempre acredita e toma por base o que aprendeu na revenda – nem todo médico tem tempo/paciência para dar uma aula sobre deficiência auditiva para o paciente;
  4. Amigos e colegas de trabalho: terão um comportamento condizente com o auto-aceitação do DA e com o modo com o qual ele lida com a deficiência e o uso dos seus AASI;
  5. Resto do mundo: o DA terá a missão de ser disseminador de informação para aqueles que nada sabem sobre esta deficiência, a tarefa não é fácil mas é extremamente necessária – ou queremos que nossos netos tenham que lidar com burrice e falta de acessibilidade???
Se estivéssemos falando de outros produtos, as propagandas poderiam ser as seguintes:
  • Numa revenda de automóveis: não compre o carro que você precisa e que atende às suas necessidades, compre aquele que não vai te fazer passar vergonha;
  • Numa loja de cadeira de rodas: não compre a cadeira de rodas prateada, compre a incolor que chama menos a atenção;
  • Numa loja de bengalas: não compre a bengala do tamanho adequado, compre a menor de todas assim os outros não irão notá-la;
  • Numa loja de roupas: não compre a roupa com a qual se sentiu confortável, compre uma preta para disfarçar seus quilos extras;
  • Numa ótica: não compre óculos com a lente que seus olhos necessitam, compre só a armação que é mais discreta.
Não acho ético nem bonito que a indústria da publicidade se aproveite da fraqueza de DA’s para vender aparelhos auditivos. As propagandas poderiam incentivar a saúde, a qualidade de vida, a volta ao mundo dos sons. Mas incentivar uma palhaçada como a tarefa de esconder a própria deficiência deveria até ser proibido. Como vocês devem ter notado, tenho verdadeiro pavor dessas propagandas!
Digo e repito: você só está em paz com a sua deficiência auditiva quando não faz nenhum tipo de esforço para escondê-la. Enquanto der bola pra opinião dos outros, enquanto se importar com os olhos arregalados alheios para os seus AASI, enquanto se sentir inferior por não ouvir bem…é melhor não gastar seu dinheiro em ‘aparelhos invisíveis’ e investi-lo num bom psicólogo. Muito mais útil.
E como sei que uma enormidade de pessoas que trabalha em revendas de AASI nesse Brasil enorme lê este humilde espaço virtual, faço um apelo: mudem essas propagandas toscas!! Incentivem seus clientes/pacientes a adquirir o AASI que a perda auditiva dele precisa! Ajudem-no neste longo processo de auto-aceitação! Dêem as ferramentas necessárias para que ele seja capaz de andar de cabeça erguida por aí! ‘Ninguem vai ver o seu aparelho”…. e daí se alguém o vir?
E fica um apelo a você que é leitor do Crônicas e tem deficiência auditiva: tenha ORGULHO dos seus aparelhos auditivos e/ou implantes cocleares. Não existe vergonha maior do que sentir vergonha de si mesmo – ainda mais quando ela é sobre algo que não é defeito de caráter! ;) 
 http://cronicasdasurdez.com/propagandas-irritantes-de-aparelhos-auditivos/

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