RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Língua Brasileira de Sinais é uma das disciplinas ofertadas na rede de ensino em Florianópolis

 Escola do Futuro da Tapera tem Libras como componente curricular e outras 16 unidades do município utilizam a língua no cotidiano

O Brasil tem 17,3 milhões de pessoas acima de dois anos com algum grau de deficiência, apontam dados da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2019. O levantamento mostra ainda que 1,3% da população com 14 anos ou mais tem deficiência auditiva e que a quantidade de pessoas com essa deficiência também aumenta conforme avança a idade: cerca de 1,5 milhão de pessoas que participaram da ação tinha mais de 60 anos.  O dado corresponde a 4,3% dos idosos do país.

Na Escola do Futuro da Tapera, a disciplina de Libras é oferecida como componente curricular a 140 estudantes do primeiro ao quinto ano – Foto: PMF/Divulgação/ND
Na Escola do Futuro da Tapera, a disciplina de Libras é oferecida como componente curricular a 140 estudantes do primeiro ao quinto ano – Foto: PMF/Divulgação/ND

O panorama registrado pelo estudo destaca a importância da inclusão de pessoas com deficiência desde os primeiros anos de vida. Segundo pesquisadores de todo o mundo, entre eles Marilyn Daniels, uma das mais reconhecidas nesta área, é preciso trazer para as crianças a realidade de quem tem deficiência para que, desta forma, seja possível sensibilizá-las para as diferenças.

Aumentam ainda as pesquisas que revelam os ganhos positivos do aprendizado de Línguas de Sinais por pessoas sem deficiência auditiva.   Marilyn Daniels, por exemplo, ressalta que a Língua de Sinais é um fator significante no desenvolvimento cognitivo, melhorando as habilidades de atenção das crianças ouvintes, a discriminação visual e a memória espacial.

No Brasil, um projeto que ainda tramita no Senado busca incluir a Língua Brasileira de Sinais nos currículos escolares para todos os alunos, não apenas os surdos. O PL 5.961/2019, apresentado pela senadora Zenaide Maia, foi inspirado na primeira ideia legislativa apresentada em Libras no portal e-Cidadania, por uma estudante do Distrito Federal.

Ao justificar a ideia, a estudante Anne Drielly, de Santa Maria (DF), lamentou a falta de comunicação entre surdos e ouvintes. “Quando o surdo usa Libras e o ouvinte não, não há como eles se comunicarem”, explicou. De acordo com a estudante, se houvesse o ensino de Libras também para ouvintes, a comunicação nas escolas seria facilitada.

Em Florianópolis, essa inclusão já é realidade em 17 unidades educativas da rede municipal de ensino, que utilizam Libras em seu cotidiano, seja em colégios ou núcleos de educação infantil.

Na escola da Tapera, as aulas de Libras ocorrem desde sua inauguração, no início de 2020 – Foto: PMF/Divulgação/ND
Na escola da Tapera, as aulas de Libras ocorrem desde sua inauguração, no início de 2020 – Foto: PMF/Divulgação/ND

Libras é componente curricular na Escola da Tapera

Uma destas unidades é a Escola do Futuro da Tapera, onde todos estudantes do ensino fundamental podem aprender Libras.  A disciplina é oferecida como componente curricular a 140 estudantes do primeiro ao quinto ano.  Como atividade complementar, no contraturno, para 180 estudantes dos anos finais, há o Clube de Libras, um espaço pensado para o ensino da língua com os recursos necessários e professores com formação adequada.

A diretora da Escola Municipal Tapera, Melize Daniel, destaca que a Libras possui características específicas. “Além de ser reconhecida em todos os aspectos linguísticos, como morfologia, sintaxe e pragmática, se diferencia do português na medida em que se apresenta na modalidade gestual-visual, portanto, composta por um conjunto de movimentos e expressões captados pela visão”, explica.

Na Escola do Futuro da Tapera todos estudantes do ensino fundamental podem aprender Libras – Foto: PMF/Divulgação/ND
Na Escola do Futuro da Tapera todos estudantes do ensino fundamental podem aprender Libras – Foto: PMF/Divulgação/ND

O secretário de Educação de Florianópolis, Maurício Fernandes Pereira, acrescenta que a prefeitura busca oferecer um sistema educacional cada vez mais inclusivo. “É de suma importância que todos da comunidade escolar possam ampliar seus olhares em relação à língua ofic ial das comunidades surdas”, destaca.

Em outras três unidades educativas do município de Florianópolis, as escolas Mâncio Costa, localizada no bairro Ratones; Intendente Aricomedes da Silva, na Cachoeira do Bom Jesus; e Osmar Cunha, em Canasvieiras, o sistema para o ensino de Libras é similar ao da EBM Tapera. Além destas, as crianças atendidas no Núcleo de Educação Infantil Doralice Maria Dias, na Vargem do Bom Jesus, também têm acesso à Língua Brasileira de Sinais.

Na escola da Tapera, as aulas de Libras ocorrem desde sua inauguração, no início de 2020. A professora Vanessa Gonzato é surda e trabalha com um intérprete, o professor Valdelúcio Fernandes Marques. Eles atuam no ensino regular e nos projetos da rede municipal de ensino.

Para Vanessa, o ensino de Libras na unidade garante a inclusão desse grupo linguístico minoritário, contribuindo para disseminar mais informações sobre essa língua, para a comunicação em Libras e possibilita que o professor compreenda o estudante.

“É visível o interesse da parte dos alunos no momento da aula, sempre querendo conhecer mais sobre a cultura surda e também aprender mais sinais”, conta. “Os estudantes já relataram que gostam de aprender Libras, que pretendem usar quando encontrar um surdo, ou alguns têm parentes ou conhecidos surdos e querem ter uma comunicação mais efetiva”, complementa Vanessa.

Na Escola do Futuro da Tapera, muro lateral foi grafitado com todo o alfabeto em Língua Brasileira de Sinais. – Foto: PMF/Divulgação/ND
Na Escola do Futuro da Tapera, muro lateral foi grafitado com todo o alfabeto em Língua Brasileira de Sinais. – Foto: PMF/Divulgação/ND

Aproximação entre pessoas surdas e ouvintes

Naia Coral, jornalista voluntária na ASGF (Associação de Surdos da Grande Florianópolis), avalia que essa iniciativa do município pode estreitar de forma significativa a convivência de pessoas ouvintes e surdas. “Como ouvinte, percebo a importância de saber sinais básicos ao encontrar um surdo, uma surda… seja no comércio, na convivência na comunidade surda. Frequentei o Letras Libras da UFSC (Universidade Federal de SC/Bacharelado) e pude ter conhecimento sobre como a Língua Brasileira de Sinais é maravilhosa. Com sua gramática própria não é uma língua universal, cada país tem a sua língua de sinais e mesmo dentro do próprio Brasil, a língua possui sinais característicos. Nesta semana, completamos 20 anos da Lei 10.436/2002, um marco para a educação dos surdos no nosso país”, ressalta.

Nara avalia a inclusão do ensino de Libras nas escolas para todos os estudantes  como uma ação de extrema importância para aproximar pessoas surdas e pessoas ouvintes,  quebrando a barreira da comunicação que ainda persiste nos dias de hoje. “Imagina viver em um espaço onde as pessoas surdas possam  ser compreendidas, ouvidas, por assim dizer? É algo que nos eleva como seres humanos, que nos traz pertencimento e auxilia na construção da cidadania”, afirma.

Ainda na Escola do Futuro da Tapera, o nome da unidade também está escrito em Libras. Outra ação foi grafitar o muro lateral com todo o alfabeto em Língua Brasileira de Sinais. “A ideia da grafitagem foi para dar visibilidade à língua estudada na escola, socializar com a comunidade escolar e impulsionar o interesse das pessoas que por ali passam a aprender o alfabeto desta língua”, esclarece a diretora Melize Daniel.

Educação da Capital abre curso gratuito de Libras para população

No Dia Nacional da Libras, a Prefeitura de Florianópolis, por intermédio da Secretaria de Educação, abre inscrições para um curso gratuito de Língua Brasileira de Sinais para a população. A data é comemorada em 24 de abril porque nesse dia e mês, no ano de 2002, a Lei 10.436 reconheceu a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão.

As inscrições para o curso básico vão até primeiro de maio e podem ser feitas pelo Portal de Formação Continuada da Secretaria de Educação. As aulas serão realizadas no Centro de Educação Continuada da Prefeitura, localizado na Rua Ferreira Lima, número 82 , Centro da Capital.

Começam no dia 2 de maio e vão até 30 de novembro. Haverá duas turmas, uma na segunda-feira, e outra, na quarta-feira, no horário das 18h30 às 20 horas. Quem cumprir 90 horas, terá direito a certificado. Para as 60 vagas, podem se inscrever pessoas a partir de 15 anos. O ministrante será o professor Daniel Carvalho , graduado em Letras -Libras com pós em Ensino e Cultura Surda.

FONTE; https://ndmais.com.br/educacao/lingua-brasileira-de-sinais-e-uma-das-disciplinas-ofertadas-na-rede-de-ensino-da-capital/

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