Não é de agora que profissionais vêm estudando as formas de desenvolvimento das crianças. Ainda no século XIX, na França, enquanto investigava o universo infantil, o filósofo Henri Wallon chegou a uma teoria muito interessante sobre esta questão: ele concluiu que a aprendizagem da criançada não dependia apenas do ensino de conteúdos discipli – nares, como português e matemática, por exemplo. Para um desenvolvimento pleno, eram necessários afeto, movimento e espaço. O filósofo francês ainda apontou que boa parte da comunicação entre as crianças e o ambiente se dava por meio da brincadeira. E que é dessa maneira que elas também se expressam e se desenvolvem culturalmente.
Já faz muito tempo que os educadores
passaram a introduzir na rotina da educação infantil atividades
diversifica – das, como jogos e brincadeiras. E, quando falamos de
crianças com deficiência, essa metodologia passa a ser fun – damental
para garantir um futuro autônomo aos pequenos. Na época em que eu ainda
estudava psicologia, tive a incrível oportunidade de estagiar em uma
escola especial. Lá, as brincadeiras eram trabalhadas com muita serieda –
de. As classes eram divididas por afinidade de aprendizagem, mas também
pelo o que cada aluno mais gostava de brincar. A ideia era instigar o
aprendizado através do prazer provocado pelo lúdico. Dessa forma,
divertindo-se, os alunos desenvolviam a criatividade, a inteligência, a
imaginação, a agilidade, a coordenação e a autonomia. Essas habilidades muitas vezes eram
despertadas ao ar livre, em um tanque de areia, no cantar de uma música,
numa dança, modelando massinhas, fazendo bolinhas de sabão… Ou na
cozinha, quando os próprios alunos preparavam suas refeições, como o
lanche da tarde. Nestes momentos, eles aprendiam a ter mais
independência para se alimentar, noções de cuidado e as propriedades dos
alimentos. Uma brincadeira séria, mas deliciosa.
O segredo do aprendizado não está na
capacidade do ser humano em assimilar teorias, mas na maneira como cada
conteúdo é transmitido. Não há fórmula mágica para nenhuma criança – com
ou sem deficiên – cia – aprender. O que deve existir é respeito às
potencialidades de cada uma, com a oferta de ferramentas adequadas.
Presenciar o desenvolvimento de uma criança vale cada esforço
dispensado. Acredite.
Texto: Mara Gabrilli
Fonte: http://img.org.br (Instituto Mara Gabrilli)
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