A sala de aula comandada pela professora Ivoneide de Lima da Silva pode inicialmente parecer mais silenciosa do que o de costume, mas isso não significa que a aula esteja menos dinâmica ou participativa.
Ivoneide é professora especialista em Libras (Língua Brasileira de
Sinais) e ensina a língua para alunos surdos e ouvintes na Escola
Municipal Zumira de Novaes. No próximo dia 24 de abril é celebrado o Dia
Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A escola, assim como todas as 14 escolas municipais de tempo integral
do município, possui aula de Libras destinadas tanto a alunos surdos
quanto ouvintes. Atualmente, o local tem oito alunos surdos matriculados
e faz um trabalho de inclusão. Ivoneide atua diretamente na sala de
recursos, local para onde os alunos vão fora do horário regular e
através de vários meios didáticos, aprendem a língua de sinais. “Os
materiais enviados pelo Mec (Ministério da Educação), os DVDs e
dicionários ajudam bastante. Aqui eles aprendem libras e isso os ajuda a
entender português”, detalha a professora.
A professora frisa que é necessário entender que para os surdos, a
Libras é primeira língua e o português a segunda. Alguns dos alunos
chegaram à escola sem nenhum conhecimento dessa língua e hoje conseguem
se comunicar com desenvoltura. “Língua é cultura e quando eles aprendem
cedo tem a identidade bem resolvida. Eles se sentem valorizados e tem a
aquisição da língua na idade correta”, pontua.
Para que a criança surda não sofra atraso na aquisição da língua,
Ivoneide Frisa que é necessário que a família entenda a importância da
Libras. Ela conta que as famílias se preocupam muito com a questão da
oralidade, mas aquela criança que aprendeu primeiro a Libras consegue
aprender outra língua, inclusive a portuguesa com mais facilidade.
Mas não são apensas crianças surdas que frequentam as aulas de
libras, na Escola Municipal Zumira de Novaes, todos os alunos aprendem a
língua reforçando o caráter inclusivo da educação, já que facilita a
comunicação entre os alunos surdos e ouvintes. Inclusive os alunos
ouvintes chegam a adaptar algumas das brincadeiras infantis
tradicionais, espontaneamente para que todos possam participar
igualmente.
Aliás, o interesse, o suporte e a compreensão dos alunos ouvintes são
partes fundamentais no processo de inclusão. “Agora a gente consegue
conversar com os alunos que não ouvem e isso ajuda a brincar”, destaca a
aluna do quarto ano, Samira de Souza Alves, de nove anos. Samira estuda
Libras desde o primeiro ano e consegue se comunicar com desenvoltura
através da língua de sinais.
De acordo com a assessora da Coordenadoria de Inclusão especial da
Secretaria de Educação de João Pessoa, Rosangela Ferreira, a prefeitura
conta atualmente com 35 interpretes de Libras entre surdos e ouvintes.
Os surdos trabalham com aqueles que ainda não aprenderam a língua
de sinais, enquanto os demais trabalham com quem já conhece o idioma. O
Centro de Línguas Estrangeiras da prefeitura (Celest) atualmente possui
quatro turmas de Libras.
http://www.surdosol.com.br/ensino-da-lingua-brasileira-de-sinais-em-escolas-ajuda-na-inclusao-dos-alunos-surdos/
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