Dia 12 de agosto foi um dia muito especial. Depois de anos de amizade virtual, finalmente tive a honra de conhecer ao vivo e a cores a Lak Lobato. Nem lembro da última vez em que fiquei tão ansiosa para conhecer alguém – mulher, tá, bofes sempre deixam a gente ansiosa hahaha. Combinamos às 20hs no Tea Connection
da Alameda Lorena. Como tenho tique nervoso da pontualidade, vinte
minutos antes eu já estava lá, peguei uma mesa e fiquei esperando. Minha
mãe foi comigo. Quando a Lakita chegou, nossa!!! Sabe quando você dá um abraço em alguém e parece que conhece a pessoa há 20 anos? Foi assim que me senti. Essa guria tem uma energia boa contagiante. E ainda levou o Edu, maridão, junto. Antes de falar dela, deixa eu falar deles: que casal incrível.
Que sintonia! Se comunicam com o olhar, ele é um doce, morre de orgulho
dela, conhece todos os detalhes de tudo e mais um pouco da Lak, vibra
com tudo o que ela fala. Observar os dois interagindo é como observar
uma comédia romântica. Você fica com cara de cachorro abandonado
enquanto se pergunta mentalmente: “Porque diabos isso também não acontece comigo?”.
Começamos a papear. A Lak percebeu a minha ansiedade a respeito do Implante Coclear – acho que fiz umas cem perguntas – e foi tão, mas tão doce e sensível,
que tirou um dos dela e me fez pegar na mão, tocar, sentir o peso, me
entrosar com ele. Me mostrou o controle, me fez tocar nele também. Era
como se me dissesse ‘fica tranquila que eles não mordem’. E eu ali totalmente impressionada com o quanto o IC bilateral fez da Lak esse ser de luz. E
a delicadeza dela com a minha mãe, gente? Minha mãe andava mais nervosa
e ansiosa que eu a respeito do IC, bombardeou a Lak de perguntas,
chorou, de tudo e mais um pouco. E a Lak nem por um segundo me fez sentir vontade de dizer aquilo que a gente sempre diz sobre mães corujas/choronas ‘não leva a mal, sabe como é’, muito pelo contrário. Me senti em casa. Me senti em família. Me senti acolhida.
Grande parte da minha coragem de partir para o Implante Coclear veio de ler os relatos impressionantes que a Lak escreve sobre a experiência dela no Facebook. Até disse pra ela que ela tá me causando transtorno de ansiedade
com eles, porque leio e fico alucinada pensando que também quero passar
por tudo aquilo. Também quero me emocionar de novo com os sons que
possivelmente vou voltar a ouvir. Também quero ir no dentista e bater
papo com ele de máscara. Também quero entender o que o taxista diz
enquanto estou no banco de trás do carro. Também quero ouvir uma música
que ouvi quando era criança e cair aos prantos. Também quero ir no
teatro e entender. Também quero estar de novo numa sala de aula sendo
capaz de compreender o que o professor diz. Suspiros, suspiros.
Me identifico muito com a Lak porque ela é uma mulher forte,
decidida, sem papas na língua, que vai atrás do que quer e,
principalmente, porque ela também sabe que a vida é breve. Lembro de uma
frase que ela me disse na janta, mais ou menos assim: “Com tanta coisa linda pra ver, fazer e ouvir, você acha que vou perder meu tempo me lamentando? De jeito nenhum!”. Toca aqui, guria! Te conhecer foi uma das coisas mais sensacionais
que me aconteceu esse ano. Espero que você continue sempre com o seu
trabalho incrível de desmistificar o Implante Coclear por esse Brasil
porque, pra mim e pra minha família, você fez isso com maestria. Te
adoro, te admiro e te levo no lado esquerdo do peito. Conta comigo
sempre!!!! ?
PS: a Lakita também escreveu um post lá no Desculpe Não Ouvi sobre o nosso encontro.http://cronicasdasurdez.com/encontro-especialissimo-com-lak-lobato-em-sao-paulo/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+CronicasSurdez+%28Cr%C3%B4nicas+da+Surdez%29
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