RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

quinta-feira, 16 de maio de 2013

COMUNIDADE SURDA - A ORIGEM DAS ASSOCIAÇÕES DE SURDOS NO BRASIL

 Numa viagem ao exterior, o professor ouvinte Dr. Brasil Silvado Júnior entrou em contato com as associações de surdos dos países da Europa e trouxe a idéia de fundar a primeira associação de surdos do Brasil, no Rio de Janeiro. Segundo a revista Ephaphatha (1915), a idéia foi bem acolhida entre os surdos. Na primeira reunião para a organização dessa associação de surdos, em 24 de maio de 1913, foi registrada a presença de quase todos os surdos residentes no Rio. Dessa forma, iniciou a estruturação da Associação Brasileira de Surdos. Nesse período, ao mesmo tempo em que os surdos se organizavam, também surgia, no Distrito Federal (atualmente o Estado de Rio de Janeiro), com sua força avassaladora, as idéias do oralismo, cujo resultado final culminou com o controle dessa associação pelos ouvintes.

Em 16 de maio de 1953, uma outra associação denominada "Associação Alvorada de Surdos" surgiu no Rio de Janeiro. Era uma organização especial para um grupo de surdos oralizados da classe alta, da qual os surdos pobres e sinalizantes não podiam participar. A presidente dessa associação era a Sra. Ivete Vasconcelos, famosa professora ouvinte e adepta do oralismo, entretanto ela, bem mais tarde, aderiu às idéias da comunicação total e também aos ideais de Gallaudet, porém, com a sua morte, assumiu a presidência dessa associação o Padre Vicente de Paulo Penido Burnier que, por quase dezoito anos, esteve à sua frente. Essa associação mantém suas atividades até hoje, mas a grande diferença dos movimentos iniciados pelos surdos no Brasil está nas Associações de Surdos fundadas pelas lideranças surdas, que inauguraram um novo capítulo nas relações políticas entre surdos e ouvintes.
Em 1950, na cidade de São Paulo, alguns surdos que tinham liderança e ex-alunos do INES, costumavam encontrar-se para um bate-papo na praça da Matriz ou em alguma rua-ponto, independentemente de sua classe social. Essa prática teve sua origem com os alunos do INES, que se reuniam para conversar quando saíam das aulas. Tal comportamento se justificava principalmente pela possibilidade de trocarem informações na sua própria língua, sem o controle dos ouvintes e, também, pelo prazer de estarem juntos. Sempre que um surdo tinha tempo disponível, ele procurava se reunir com outros surdos em algum ponto de encontro.
Naquele período, também existiam as atividades de esporte, porém elas eram realizadas em conjunto com ouvintes devido à dificuldade que tinham para encontrar espaços para praticarem esportes entre si. Esses grupos, apesar de se reunirem permanentemente para um bom "bate-papo", não tinham idéia da existência das Associações de Surdos.
Essa reunião de surdos nas ruas de São Paulo não está distante da historia dos surdos de todas as capitais e cidades brasileiras. Quase todas as Associações de Surdos, nos dias de hoje, têm o início de sua história nas reuniões em algum ponto de encontro, tanto nas ruas quanto nas praças. São raras as Associações de Surdos que iniciaram suas atividades na casa de surdos ou de algum ouvinte.
O início da Associação de Surdos de São Paulo deu-se devido a uma viagem de passeio a Buenos Aires realizada por um surdo (Armando Melloni) que participava de um desses grupos de encontro em Campinas/SP. Nessa viagem, ele conheceu surdos da Argentina que participavam de uma Associação (Associocion dos Sordosmudos Ayuda Mutua, primeira associação fundada da América Latina, originada nas comunidades surdas da França) que funcionava naquela capital argentina. Convidado a conhecê-la, constatou que os surdos tinham um espaço próprio para a associação. No retorno de sua viagem, esse surdo de Campinas relatou a sua experiência para os grupos de surdos que se encontravam nas ruas. Ao mesmo tempo em que ficaram admirados com a notícia, também tomaram a iniciativa de fazer contato com a diretoria dessa Associação, trazendo para o Brasil a sua forma de ver a organização dos surdos. Assim, os surdos de São Paulo fundaram a primeira Associação realmente de surdos no Brasil.
Ao ser fundada, em 19 de março de 1954, a Associação de Surdos de São Paulo passou a ter como meta criar novas associações, nos mesmos moldes, em outros Estados do país. Dessa forma, em janeiro de 1955, foi fundada a Associação dos Surdos do Rio de Janeiro e, em 30 de abril de 1956, a Associação dos Surdos de Minas Gerais.
Engajado nesse novo projeto de construção de Associações de surdos pelo Brasil afora, estava o professor Francisco de Lima Júnior, de Santa Catarina que, a exemplo dos outros surdos, fundou, em 1955, o Círculo dos Surdos em Florianópolis, além de colaborar com Salomão Watnick na fundação da Associação dos Surdos de Porto Alegre.
Segundo o surdo Dellatore, "as Associações de Surdos, além de funcionarem como ponto para encontro esportivo dos surdos, funcionavam também como divulgadoras da língua de sinais e como identificadoras da capacidade do surdo como cidadão", apud FENEIS,2002.
A Comunidade Surda Brasileira comemora, 26 de setembro, o Dia Nacional do Surdo, data em que são relembradas as lutas históricas vividas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania, bem como pelo pleno reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais e da cultura surda em todas as instâncias sociais. Esse dia é sugerida devido ao fato desta data lembrar a inauguração da primeira escola para Surdos no país em 1857, com o nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos.
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