No dia 8 de Março do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher". Em 1977, as Nações Unidas proclamam o dia 8 de Março como o Dia Internacional dos Direitos da Mulher e da Paz.
SURDAS FAMOSAS
Brenda Costa - modelo
Nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de novembro de 1982. Além de uma excelente nadadora, faz enorme sucesso nas passarelas como modelo brasileira. Portadora de surdez profunda desde o nascimento, Brenda consegue conversar com ouvintes. Isso se deve à dedicação de seus pais, Marcos e Fátima, que a colocaram numa escola onde teve aulas de terapia da fala desde seus dois anos com fonoaudiólogas. Além disso, seus pais também optaram por criá-la num ambiente de ouvintes, freqüentando inclusive escolas públicas normais, encorajando-a a relacionar-se com outras crianças ouvintes. Brenda fala que não foi nada fácil, passando por longos períodos de adaptação, mas, com muito esforço, logo conseguiu transpor as barreiras de sua deficiência, o que a levou a tornar-se perita em leitura labial. Brenda fala que é surda, porém não é muda, consegue falar com as pessoas. Seu marido, o fotógrafo Karim Al-Fayed, irmão de Dodi Al-Fayed, que foi o namorado da Princesa Diana, e herdeiro do Hotel Ritz e Harrod’s, é surdo desde os seis anos de idade, após contrair meningite. “Nós nos comunicamos por leitura labial e nossa filha já percebeu nossa deficiência”, revelou ela.
Emmanuelle Laborit – atriz francesa
Nasceu em 18 de outubro de 1981. É neta do cientista Henri Laborit. Nasceu surda e veio a conhecer a língua gestual (Langue des Signes Française - LSF, em português Língua Gestual Francesa), quando tinha 7 anos de idade. Rapidamente ensinou a sua irmã, que se tornou sua confidente, pois antes apenas se comunicava com sua mãe. Algo muito interessante que os especialistas definem como uma “comunicação umbilical” (algo de mãe e filho, talvez). É autora de uma conhecida obra literária: “O Grito da Gaivota”, que escreveu em 1993. Nessa obra, Emmanuelle faz uma retrospectiva de sua vida, revivendo suas lembranças de infância e suas amargas experiências de uma difícil adolescência, avançando em sua idade adulta. É uma autobiografia. Emmanuelle explica que suas recordações da primeira infância são estranhas, pois existia “um caos na minha cabeça, uma sequência de imagens sem relação entre si, como sequências de um filme, montadas umas atrás das outras, com longas tiras negras, grandes espaços vazios” (Laborit). Este fato resulta da ausência de uma linguagem estruturada que dê sentido ao que se vê e que permita a evocação da imagem, mesmo quando ela não está presente. Em 1993 conquistou o prêmio “Molière” de revelação teatral. Ela foi a primeira comediante surda a receber na França o referido reconhecimento.
Helen Keller – escritora, conferencista e ativista social
Helen Adams Keller nasceu em 27 de junho de 1880, em Tuscumbia, no estado do Alabama (EUA), e faleceu em Westport, em 1 de junho de 1968. Reconhecida escritora e conferencista, além de ativista social. Filha de Arthur Keller, um influente homem, capitão de profissão e prefeito do Alabama. Sua doença: Helen perdeu sua visão e audição em uma doença que naquela época foi diagnosticada como febre cerebral, e que, para os pesquisadores de hoje, acreditam ser na realidade escarlatina. Embora de família influente, teve uma infância complicada, pois não teve inicialmente uma orientação adequada que lhe preparasse para aprender e relacionar-se com o mundo em sua volta. Somente ao completar 7 anos de idade, seus pais decidiram contratar a professora Anne Sullivan, então com 21 anos de idade, para morar em sua casa e dar-lhe educação e acompanhamento necessário, utilizando-se do método de Tadona (consiste em tocar a garganta e os lábios da pessoa que fala combinado com dactilogia na palma da mão). Curioso é que Helen até a chegada da professora, ainda não falava e nem compreendia o significado das coisas. Incrivelmente, a professora Anne Sullivan, que havia ficado cega quando criança recuperou sua visão, após ter se submetido a nove operações, motivo pelo qual tinha estudado na Escola Perkins para Cegos ou Perkins School for the Blind. Anne fora indicada pelo famoso inventor e cientista Alexander Graham Bell, após ter sido procurado pelos pais de Helen. A partir daí, a vida de Helen Keller e Anne Sullivan tornou-se inseparável, até a morte desta última, ocorrida em 1935.
Vanessa Lima Vidal - modelo e professora de Libras
Vanessa Lima Vidal nasceu em Fortaleza, no Ceará, no dia 03 de Março de 1984. Graduada em Letras Libras pela UFC, está no último semestre de Ciências Contábeis. Atua como modelo profissional e é professora de Libras. É uma dedicada ativista na luta pela inclusão social de pessoas com deficiência.
Carreira de Modelo
Vanessa possui vasta experiência no mundo da moda, atuando em desfiles, ensaios fotográficos, catálogos e outdoors. Foi a primeira candidata deficiente auditiva a concorrer ao título de Miss Brasil, competindo com mais 27 garotas no concurso Miss Brasil 2008. Vanessa ficou em segundo lugar, tornando-se a Miss Brasil Beleza Internacional 2008 e representando o Brasil na China.
Apoio à Inclusão Social
Vanessa é membro da COPEDEF, Coordenadoria de Pessoas com Deficiência, que integra a estrutura da Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza (SDH). Ela tem desenvolvido diversos trabalhos sociais em prol das pessoas com deficiência, levando a bandeira da inclusão social, da cultura e identidade surda e do respeito às diferenças. Ela viaja pelo Brasil ministrando cursos, palestras, seminários, e participando de encontros relacionados ao assunto.
Carreira Política
Em 2010 foi candidata a Deputada Estadual no Ceará pelo PV, atingiu aproximadamente 6.250 votos. Segundo o Historiador cearense Gustavo Braga, "Sua campanha foi repleta de carisma e admiração pelo povo cearense".
Autobiografia
Em novembro de 2009 Vanessa lançou sua autobiografia com o título "A verdadeira beleza". Este livro conta sua trajetória de vida, luta, garra e superação. Os momentos em que desafia seus limites, mostrando ao povo brasileiro que a falta de um dos sentidos, no caso a audição, nunca a impediu de realizar todos os seus sonhos.
Marlee Matlin – atriz norte-americana
Marlee Beth Matlin nasceu em 24 de agosto de 1965. Iniciou sua carreira cinematográfica ainda quando criança. Possuía apenas 7 anos quando fez seu primeiro trabalho numa peça teatral como Dorothy, uma versão da peça “O maravilhoso mágico de Oz”. Seu primeiro trabalho no cinema foi em 1986 no filme "Os Filhos do Silêncio", no qual recebeu o prêmio Globo de Ouro de melhor atriz dramática e o Oscar de melhor atriz. Isso quando ela tinha apenas 20 anos, como a mais jovem atriz a galgar o prêmio. Sua doença: Marlee perdeu sua audição quanto tinha apenas 18 meses de vida. Conseqüência de uma doença diagnosticada como exantema súbito (roseola infatum). Inicialmente ela perdeu a audição do ouvido direito e 80% do ouvido esquerdo.
Sueli Ramalho Segala - atriz, escritora, professora de Libras e intérprete
Sueli Ramalho nasceu no seio de uma família de surdos (mais de 30 pessoas da família, quer paterna, quer materna, são surdos). É surda de perda bilateral profunda, de nascença. Quando criança, achava que o mundo era deficiente, em oposição à sua própria casa, onde todos eram normais. Sendo Libras a sua língua materna, na rua, ficava com dó das outras crianças, pois elas não falavam com as mãos. Os pais lhe diziam: não falam com as mãos porque ouvem (apontavam para o ouvido), mas Sueli achava (como é comum a crianças com surdez profunda de nascença) que ouvido não tinha função, pois o surdo profundo não entende o conceito de som, sendo que apenas sente vibrações. Ensinava às amigas o alfabeto de sinais, para poderem se entender. Assim aprendeu que todas as coisas têm nome (para os surdos, todas as coisas têm um sinal, ou nome gestual). Os pais de Sueli eram surdos, sua mãe frequentou o INES, a primeira escola, no Rio de Janeiro, para onde vinham todos os surdos, de todos os estados, com sinais diferentes, o que fazia com que aprender sinais diferentes fosse relativamente simples. A avó de Sueli era italiana, pelo que lhe possibilitou também aprender outra língua de sinais. Seu pai era pintor de quadros, em São Paulo, que na época era um ponto turístico para onde vinham surdos dos outros países. Tais visitantes ficavam no Brasil por alguns meses, alguns em sua casa, o que dava origem a um intercâmbio linguístico, possibilitando que Sueli se tornasse poliglota em 32 línguas de sinais. Começou a falar português com apenas 17 anos, chegando ao ponto de muita gente não saber que ela é surda, pensando que é estrangeira, ou tem língua presa. Sueli é especialista em Libras, graduada em Letras (português-espanhol) pelo Centro Universitário Uni Sant'Anna e concluindo Letras-Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina (polo USP). Co-autora da revista Língua de Sinais: a Imagem do Pensamento e colaboradora do Dicionário de Língua de Sinais da USP, pela Fapesp. Professora atuante nos cursos universitários de licenciatura e saúde em Libras e coordenadora da equipe de intérpretes do projeto Inclusão-Libras.
“A maior dificuldade que as crianças surdas têm é da comunicação na própria família. É nela a primeira educação. Muitos pais querem aprender a se comunicar com seus filhos, mas não sabem como. Alguns deles ‘jogam’ as crianças na escola achando que o professor tem que fazer um milagre, como se a surdez fosse uma doença, por não possuírem a correta informação.”
Karin Lilian Strobel - pedagoga, doutora em educação e presidente da FENEIS
Karin Lilian Strobel é presidente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS). Nascida em Curitiba-PR, ficou surda profunda aos quatro dias de vida, quando o uso de um antibiótico excessivamente forte enfraqueceu seus nervos auditivos. Durante os 12 primeiros anos de vida estudou numa escola para surdos que utilizava o método verbotonal, mas foi o contato com a Libras que lhe abriu as portas para o mundo e permitiu a construção de sua identidade. “Tenho poucas lembranças da minha inclusão em escola de ouvintes, me recordo de algumas pessoas que me magoaram mas de poucas pessoas que realmente me valorizaram. Por exemplo, havia uma freira professora, na primeira série do curso primário que, sabendo da minha dificuldade com relação à língua portuguesa, dava atividades para o resto da turma, sentava-me no seu colo e pacientemente me ensinava através de gestos e desenhos os símbolos da escrita. Aprendi muita coisa com ela e não me esqueço da solidariedade dela por mim. “ Karin venceu as dificuldades tornando-se pedagoga, especialista em áudio-comunicação e doutora em Educação. Atuou por 10 anos como assessora pedagógica no Paraná, viajando por todo o estado, ministrando palestras e cursos sobre educação surda. Como presidente da FENEIS, Karin pretende expandir muitas conquistas dos surdos para todo o Brasil. “Percebo que muitas pessoas têm dificuldades de entender a realidade e a cultura surda. Precisamos ajudar os que ainda não entendem que nós temos uma cultura diferente. Trata-se de uma questão intercultural. Surdos devem respeitar a cultura dos ouvintes e vice-versa. Essa troca é muito importante e respeitosa”, acredita. "Cada pedacinho das várias fases de minha vida é abarrotado de cair, chorar, enxugar as lágrimas, levantar e continuar caminhando com mais firmeza. Resumindo, significa a superação das limitações impostas pela sociedade, que muitas vezes considera a pessoa surda como deficiente. Ultrapassei as dificuldades, em grande parte, com o apoio e amor da família. Esse amor me impulsionou a buscar o autoconhecimento, a aceitação de minha identidade surda, fazendo-me vencer os medos e obstáculos, conquistando assim o meu espaço no ambiente social."
Amy Ecklund - atriz americana
Nascida em 25 de junho, em Reno, Nevada, Amy Ecklund perdeu sua capacidade auditiva aos 6 anos e foi criada em um ambiente de comunicação total. A mãe inscreveu-a nas aulas de voz para que não perdesse sua capacidade de falar. Amy fala, lê lábios e usa American Sign Language (ASL). Amy concluiu seu Bacharelado em Belas Artes na Universidade do Sul da Califórnia. Já atuou em algumas novelas e peças como Present Laughter, The Madwoman of Chaillot, Conuselor-At-Law, The Mask of Moriarty, As You Like It, NY Seen, Holiday Goggles, e The Seagull. Também estudou teatro na Universidade do Texas e Zachary Scott. Amy Ecklund criou a personagem de Abigail Blume em Guiding Light baseando-se em sua vida real. Em 1998, ganhou o prêmio Daytime Webbie por "melhor atriz de drama". Amy se casou com seu amigo de escola, Jon Ecklund, sete anos após sua formatura. Em seu tempo livre, Amy gosta de costurar suas próprias roupas, escrever, cozinhar, ler, correr, levantar pesos, e explorar Nova Iorque.
Alice de Battenberg - princesa
Vitória Alice Isabel Julia Maria de Battenberg, mais conhecida como Princesa Alice de Battenberg (25 de Fevereiro de 1885 – 5 de Dezembro de 1969), foi a mãe do Duque de Edimburgo e sogra da Rainha Isabel II do Reino Unido (Rainha Elizabeth II no Brasil). Portadora de surdez congênita, a princesa cresceu entre a Alemanha, a Inglaterra e o Mediterrâneo. Após o seu casamento com o Príncipe André da Grécia e Dinamarca em 1903, viveu na Grécia até ao exílio da maioria da família real em 1917. Após regressar à Grécia alguns anos mais tarde, o seu marido foi culpado parcialmente pela derrota grega na Guerra Greco-Turca de 1919-1920, e a família foi novamente forçada a exilar-se até à restauração da monarquia grega em 1935. Em 1930, foi-lhe diagnosticada esquizofrenia e enviada para um sanatório. A partir de então passou a viver separada do marido. Após a sua recuperação dedicou grande parte dos seus restantes anos de vida ao trabalho comunitário na Grécia. Ficou em Atenas durante a Segunda Guerra Mundial onde abrigou refugiados gregos. Por estas acções foi reconhecida como "Justa Entre as Nações" pelo Yad Vashem. Após a guerra ela permaneceu na Grécia e fundou a ordem ortodoxa de freiras conhecida por "Irmandade Cristã de Marta e Maria". Após a queda do rei Constantino II da Grécia e a imposição de um governo militar na Grécia em 1967, ela foi convidada pelo seu filho e enteada a viver no Palácio de Buckingham em Londres onde morreria dois anos depois.
FONTE: http://www.libras.com.br/web/surdos-famosos
FONTE: http://www.libras.com.br/web/surdos-famosos
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