IDENTIFICAÇÃO:
Nome: KARIN STROBEL
Cidade: FLORIANÓPOLIS
Estado: SC País: BRASIL
Formação:
PEDAGOGA e DOUTORA EM EDUCAÇÃO
Profissão: PROFESSORA (3 disciplinas)
E TUTORA DE LETRAS/LIBRAS – UFSC
Locais de Trabalho: UFSC
Locais de Estudo: UFSC
Contatos:
kstrobel@uol.com.br Karin Strobel, em Jurerê – Florianópolis / SC (2006)
ENTREVISTA:
1) Você nasceu surda? Conte um pouco como foi sua infância, adolescência e juventude?
Eu nasci em Curitiba, a adorada terra do pinhão, uma cidade conhecida por sua limpeza e de suas soluções urbanas inovadoras assim como o sistema de ônibus modernos de onde tenho orgulho de ter sido gerada e atualmente moro em outra cidade que conquistou profundamente o meu coração… Fiquei uma autêntica ‘manézinha da ilha’ com saias coloridas e sandálias baixas, a Florianópolis com suas lindas praias e famosa ponte!
Nasci ouvinte e com quatro dias de vida em hospital eu tive um resfriado muito forte e o médico me deu remédio, o antibiótico – excessivamente forte para um recém-nascido – que em conseqüência disto enfraqueceu os meus nervos auditivos e fiquei surda profunda.
Tive uma infância feliz com família muito unida, mas também confusa. Porque muitas vezes fui incompreendida pela sociedade, quando adolescente tive aquela fase chamada de ‘crise de identidade’, tratava-se de anos e anos de disputa pelo espaço social em ambientes cheios de estereótipos negativos sobre a cultura surda.
Isto fazia e ainda faz parte de um processo mais extenso dos diferentes ‘olhares’ das representações sociais ouvintes que consideravam os sujeitos surdos como seres ‘deficientes’ e incapazes.
O mais importante para mim foi o amor da minha mãe, que me apoiou e motivou em todos os momentos na construção de minha identidade surda e de me tornar uma vencedora na vida.
A construção de minha identidade surda foi possível a partir de quando a família aceitou a minha surdez na fase de adolescência, e isto me fez conhecer a mim mesma com profundidade, afastando meus medos e acreditar no meu potencial de praticar os maiores desafios na vida cotidiana.
Em uma sociedade que quando se valoriza demais a audição e a fala, automaticamente estamos sendo preconceituosos contra os que não ouvem e não falam.
Cito uma situação que aconteceu comigo, há muitos anos atrás eu queria muito fazer especialização na área de educação dos surdos, a equipe da escola inicialmente disseram que eu não daria conta e aconselharam eu tentar outra profissão, mas felizmente o próprio diretor da instituição me incentivou dizendo para eu tentar, não desistir e lutar pelo o que queria. Graças a estes tipos de sujeitos que acreditam em nós os surdos, hoje sou pedagoga e doutora em educação.
Por isto, uso minhas próprias experiências da infância não somente como aluna surda, sim como ‘ser surda’ para lutar pelo povo surdo o direito de nos escolhermos a língua e de construção de identidades sem a imposição ‘normalizadora’ da sociedade que impõe aos sujeitos surdos que sejamos ‘normais’, isto é, que falemos e ouçamos para que sejamos aceitos na vida social.
Mas hoje noto que a sociedade brasileira já esta percebendo das existências de pequenos grupos culturais, tais como os povos indígenas, os povos negros, os povos surdos, os homossexuais e outros, e assim começando a compreender e respeitar as culturas diferentes, grupos com suas culturas não como inferiores e sim em nível de igualdade, mas que ao mesmo tempo são diferentes. Isto acontece porque as comunidades surdas, dentre as outras, lutam pelos seus direitos como cidadão de serem considerados como sujeitos ‘diferentes’ e não como ‘deficientes’, de reconhecimento do potencial de cada sujeito surdo, estabelecendo relações sociais justas e igualitárias!
O que guardo de bom da infância foi ter aprendido a ter perseverança diante de todas as dificuldades e a superação das limitações impostas pela sociedade que me consideravam um ‘deficiente’.
Hoje me considero uma adulta guerreira da vida com um corpo surdo mais forte com uma ancoragem positiva de identidade surda e hoje luto por reconhecimento e aceitação da cultura surda!
Karin Strobel, aos 7 anos de idade
2) Você estudou em qual(ais) escola(s)? E Como se deu sua formação em nível superior?
Na maior parte de minha infância estudei em uma escola para surdos de Curitiba onde usavam metodologia oralista, que foi implantada recentemente na época, horas e horas de treinamento com as aparelhagens e fones diante de espelhos para imitar as articulações dos lábios.
Conseqüentemente, aprendi a falar, mas não sabia me comunicar adequadamente, só ficava repetindo as palavras, igual a um papagaio sem entender seus significados, tudo muito mecânico e sem emoções, somente depois de aprendizagem de libras durante a adolescência é que me libertei desse mundo de clonagem dos ouvintes e me expressei autentica ‘eu’ que estava adormecido no interior!
Paralelamente com a escola para surdos, estudei em outro período do dia em muitas escolas inclusivas e reprovei várias vezes – não por preguiça e sim por dificuldades de adaptação á cultura ouvinte, por exemplo: na minha fase de alfabetização em escola de ouvintes, a professora em sala de aula mostrava figuras de alface, avião e abacaxi e comparava-as com letra ‘a’, eu não entendia o porquê dessas comparações, pois não encontrava a letra ‘a’ nas figuras. Olhava, olhava e ficava confusa, isto porque na cultura ouvinte, nestas escolas, os professores ensinavam a língua portuguesa em associação aos sons, outra situação parecida é, dentro de textos a gente tem de perceber quais as palavras são oxítonas, paroxítonas, etc. Eu, surda, como vou perceber qual sílaba é mais forte se não escuto? E pior ainda, ter que separar as palavras em silabas? Será que separar palavras de duas-letras e duas-letras esta correta? Isto fazia a minha cabeça ficar confusa, porque nestas escolas não ensinavam a língua portuguesa na cultura surda, isto é, o português visual. Também faziam brincadeirinhas do tipo ‘telefone-sem-fio’ e isto me fazia sentir um ‘peixe fora de água’!
Durante toda a minha vida escolar com exceção de mestrado e doutorado eu não tive intérprete em sala de aula e na universidade, ao cursar o curso de pedagogia, também enfrentei dificuldades; os professores não tinham conhecimentos de como lidar com uma pessoa surda e também não tinha intérprete disponível. Na maioria parte baseei mais nas leituras dos livros para manter-me atualizada.
Ao ingressar em UFSC durante o mestrado e com upgrade para doutorado, tive oportunidade de encontrar colegas e professores usuários de língua de sinais, de assistir aulas com intérprete de língua de sinais/português e participar juntamente no grupo GES – Grupo Estudos Surdos, onde se desenvolvem pesquisas na área dos Estudos Surdos.
Conclui o meu doutorado este ano com a tese que aborda algumas reflexões sobre analogia de poderes em relação ao corpo surdo e modos possíveis de abordar em sua subjetividade daqueles que considero ‘personagens’ de minha pesquisa: o ser surdo! Nela há narrativas produzidas pelos sujeitos surdos que foram entrevistados durante a pesquisa no sentido de identificar as descrições sobre visões históricas diferenciadas que permita construir a historia de surdos no espaço colonial ou como sujeitos surdos na diferença lingüística cultural.
Karin Strobel, na formatura do Curso de Pedagogia (2000)
3) Desde quando fala com língua brasileira de sinais (Libras)?
O meu primeiro contato com a língua de sinais aconteceu na adolescência, com quinze anos, na época em que estava revoltada e triste sem saber qual era o meu espaço no mundo, porque a escola para surdos proibia o uso de língua de sinais e nas escolas regulares eu conversava igual como papagaio e os colegas ouvintes me achavam chata e me deixavam isolada. Então a minha mãe ficou preocupada com a minha revolta e tristeza e após investigar das existências das comunidades surdas ela me levou à associação dos surdos de Curitiba onde tive o primeiro contato com a língua de sinais e isto me fez abrir as muitas portas para o mundo e permitiu eu construir a minha identidade, não só como surda e sim como a ‘Karin’!
Karin Strobel, menina sentada, com calça vermelha, em escola de surdos (1968)
4) Você tem filho(s)? Surdo(s) ou ouvinte(s)? Como você se comunica com ele(s)? E com seus familiares, amigos e público em geral?
Sou mãe de um pequeno surdo de 3 anos, o Richard é lindo e meigo. Eu e ele comunicamos através de nossa prioritária língua: Libras.
Com minha família e públicos em geral, sou bilíngue, uso libras e oralização e ou escrita… e se as pessoas tiver dificuldade de me entender, eu escrevo para me comunicar, assim como a maioria dos sujeitos surdos.
Karin Strobel, com seu filho Richard aos 3 anos (2008)
5) O que a Libras significa para você? Libras, Língua Brasileira de Sinais… É uma benção de Deus em existir uma língua visual, com expressão corporal, esta língua me abriu as portas para o mundo surdo e também de ouvintes, pois com a iniciação do uso dessa língua me fez viver uma vida sadia e feliz.
Dou opinião semelhante de uma surda de Pernambuco, a Lindilene, que mandou um e-mail ao grupo de surdos, recentemente explicando sobre a Libras: “essa língua existe, e agora que existe podemos lutar por ela querendo entrar na cultura dos surdos… nós o povo surdo não sabemos de onde foi feita a língua portuguesa, a língua espanhola, a língua americana e outras… mas nós surdos sabemos de onde foi feita a nossa língua de sinais, e que por ela nós surdos sofremos muito para conseguir essa língua reconhecida. Esta é uma historia de muitas lutas do povo surdo e mesmo assim nos surdos damos os poderes da nossa língua aos ouvintes para serem interpretes de libras!”
Acredito que a Libras também é uma porta para a interculturalidade entre os surdos e os ouvintes, pois os sujeitos surdos necessitam de intérpretes, família, amigos e professores que os entendam.
A formação de professores de Libras ficou mais valorizada no Brasil, principalmente graças à metodologia transmitida pela FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, em parceria com MEC: o “Libras em Contexto”, que aboliu a metodologia tradicional do ensino de língua de sinais e hoje estamos expandindo com o curso de LETRAS/LIBRAS em muitas universidades brasileiras.
Com a abertura de curso de Letras/Libras em UFSC foi uma grande vitória para as comunidades surdas. A nossa expectativa de uma educação melhor para os surdos, atualmente na tenra infância, aumenta diante de tal resultado. Constatar o interesse de sujeitos surdos e de sujeitos ouvintes neste caminho renova nossa esperança em uma sociedade mais justa e igualitária, onde os sujeitos surdos terão a oportunidade de aprenderem e ensinarem em sua própria língua e os sujeitos ouvintes de interpretarem com a qualidade ótima a língua de sinais.
Karin Strobel, pesquisando história de surdos no INES – RJ (2008)
6) Conte um pouco sobre o trabalho que você vem desenvolvendo na Feneis – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. Quais são seus projetos à frente desta Federação?
Sempre trabalhei como voluntária ao lado de associações de surdos, como secretária, conselheiro, diretora social e enfim, também fui presidente. Participei de diversos movimentos em prol da pessoa surda e conheci bem a realidade dos surdos através da minha experiência como membro das comunidades surdas e como professora de ensino ao surdo nas escolas.
Contato com a Feneis se iniciou em 1994, quando o ex-presidente Antonio Campos me convidou para fazer parte da chapa dele como diretora vice-presidente dos Profissionais da Área e depois como fundadora e diretora regional do escritório Feneis-PR.
Com isso, fui percebendo a dificuldade de comunicação e a questão social do surdo em diversas esferas da sociedade e, cada vez mais, me envolvendo com a luta dos surdos. Como profissional tive um olhar diferenciado a respeito de algumas questões relacionadas às necessidades dos surdos.
Uma delas é na área de formação. É necessário mais cursos e treinamentos para instrutores surdos, intérpretes e professores.
Precisamos crescer na questão da especialização de diversas áreas no mercado de trabalho, fazendo com que os sujeitos surdos façam diversos cursos de aperfeiçoamento.
Pelo que tenho observado até agora pelas políticas publicas brasileira na área da educação dos surdos,percebo que os caminhos nesta área está bem encaminhada. Tenho mais preocupações com o que envolve outras áreas como a surdocegueira por exemplo. Gostaria de incentivar mais este segmento, fazendo com que sua luta seja menos isolada. Da mesma forma que fizemos com a Libras, proponho também um curso de instrutores multiplicadores para guias-instrutores e intérpretes envolvidos com a comunidade surdo-cega. Também quero dar uma atenção às questões que envolvem saúde. Defendemos a Língua de Sinais, mas precisamos respeitar também os que fazem a opção pelo oralismo e pelos implantes. Precisamos de propostas em todas as áreas.
Na verdade, queremos criar várias coordenadorias compostas de coordenadores de cada área, voluntários para trabalhos com as comunidades surdas. A Diretoria atual da Feneis é composta por apenas seis pessoas, ficando difícil dividir o trabalho porque o Brasil é muito grande. A idéia é que consideremos também outras áreas como, por exemplo, a de família, dos Surdocegos, das artes, dos índios surdos, saúde e outros etc.
Percebo que as pessoas estão com expectativas de que a nova diretoria possa ajudá-las. Vejo que é muita responsabilidade. A minha vida, antes privada, agora mais do que nunca é pública. Preciso pensar nos surdos em primeiro lugar. Fico muito emocionada quando penso nesta confiança depositada na minha presidência
Karin Strobel com Paulo André de Bulhões, Shirley Vilhalva e Paulo Vieira, em abril/ 2008, durante solenidade de posse como diretoria da Feneis para período de 2008 a 2012
Karin Strobel, eleita Presidente da Feneis,
com demais membros da diretoria
(1º Vice-diretor – Paulo Bulhões / 2º Vice-diretor – José Arnor /
Diretor de Políticas Educacionais – Paulo Vieira /
Diretora Administrativa – Shirley Vilhalva /
Diretor de Finanças e Planejamento – Josélio Coelho)
7) O que você faz para se divertir ou se distrair?
Gosto de passear em shopping Beira-Mar (de Florianópolis) com meu filho Richard e também brincar e caminhar na natureza. Adoro deitar na rede e ler um bom livro, ou assistir um bom filme em DVD para relaxar. São estes momentos que não abro a mão para não ficar estressada com o dia-o-dia corrido e procuro fazer isto todos os dias!
Karin Strobel, lendo na rede, nos momentos em que gosta de relaxar (2007)
8) Quais são seus planos para o futuro? Fazer mais elaborações dos projetos com a participação direta dos sujeitos surdos na área de educação, cultural, mercado de trabalho, saúde e outros.
Por exemplo, com a extensão do curso Letras-Libras abrangemos a necessidade da criação do curso de ‘Pedagogia Surda’, que é diferente de curso de pedagogia existente atualmente nas universidades, pois envolve o jeito do surdo ensinar.
Acreditamos que a criança surda aprende melhor com o professor surdo, aproveitando que no momento vemos que a política da transformação abre os espaços dentro da pedagogia cultural e vamos lutar por isso.
Pedagogia surda seria por exemplo: o professor entra em sala de aula e tenta aplicar o conteúdo proposto, mas ele se depara com as diferenças de identidades culturais de cada aluno e então para colocar em prática o seu ensino, o professor passa por um processo de transformação, elaborando estratégias e respeitando os vários artefatos culturais dos próprios alunos.
Os povos surdos através dos movimentos sociais vêm contribuindo para que haja um novo olhar no processo histórico, com conquistas como a inserção do currículo surdo, a valorização da Língua de Sinais e pedagogia surda nos espaços educacionais!
Também pretendo continuar escrevendo outros livros, a idéia de escrever o ultimo livro: “As imagens do outro sobre a cultura surda” se iniciou pelo fato de eu trabalhar por 20 anos como professora de surdos, sendo militante das comunidades surdas, palestrando em muitos lugares e dando aulas em pós-graduação em muitas faculdades, eu percebi que muitas vezes os professores das escolas inclusivas, os professores ouvintes bilíngües (Português/Libras), os intérpretes de língua de sinais, as famílias ouvintes e os amigos ouvintes não compreendiam muito bem o que é cultura surda, então aproveitei das minhas experiências com as vivencias nas comunidades surdas e de como ‘ser surda’ juntando vários depoimentos de muitos sujeitos surdos e escrevi sobre a cultura surda.
A cultura surda vem sendo um enigma para os sujeitos ouvintes da sociedade. É uma preocupação em que muitos sujeitos ouvintes tentam entender os muitos caminhos que conduziram os povos surdos às suas relações culturais presentes, marcados por diferentes ‘olhares’ das organizações de suas comunidades surdas.
A cultura surda se refere a comportamentos, valores, regras e crenças, que permeiam e “preenchem” nas comunidades surdas. Dentre os artefatos principais da cultura surda estão as experiências visuais e as lingüísticas que são essenciais para o povo surdo. A cultura surda também pode incluir a historia dos surdos, as piadas em língua de sinais e expressões faciais/corporais, a literatura surda, a arte surda, a pedagogia surda e outros
Vou citar alguns exemplos das situações dos sujeitos surdos que diferencia a dos sujeitos ouvintes: como chamar a atenção de um sujeito surdo? Em vez de gritar chamando pelo nome do sujeito, usamos um leve toque no braço ou no ombro dele ou acenar com as mãos se sujeito surdo estiver um pouco distante, ou pedir para o outro sujeito chamar a atenção dele.
Espero que com a leitura desse livro, os sujeitos ouvintes reconheçam a diferença cultural do povo surdo, e, além disso, de perceberem a cultura surda através do reconhecimento de suas diferentes identidades, suas histórias, suas subjetividades, suas línguas, valorização de suas formas de viver e de se relacionar.
E os meus planos para futuro é escrever mais livros, livros para auxiliar as comunidades ouvintes a entenderem o povo surdo e também incentivar aos outros sujeitos surdos a deixarem registros as suas experiências na forma escrita ou narradas em libras pelos dvds!
Karin Strobel, com Ronice Quadros, no dia do lançamento de seu livro
“As imagens do outro sobre a cultura surda” (julho de 2008)
9) Você é uma pessoa feliz? Por quê?
O que é felicidade na realidade? Se for estar bem consigo mesma e em paz, então posso dizer que sou feliz! Tenho meus altos e baixos igual como todas as pessoas, mas enfrento numa boa porque acredito em mim!
Então posso dizer que sou uma pessoa realizada e feliz.
Karin Strobel, com a família reunida porém, nesta época,
seu filho Richard ainda não estava com ela (Natal de 2005)
10) Mais alguma coisa que você gostaria de dizer?
Todos nós, o povo surdo brasileiro, queremos as mesmas coisas: as políticas públicas para a educação de surdos voltadas para a garantia de acesso do aluno surdo dentro das escolas que faça com que eles ‘aprendam’ de verdade e não sendo ‘robôs’, as lutas pelas escolas de surdos, também pela boa formação dos professores surdos, dos intérpretes e dos professores ouvintes bilíngües, pelas acessibilidades na sociedade, respeito e valorização pela cultura surda e de suas diferentes identidades.
Deixo mensagem ao povo surdo:
Surdos, sejam persistentes e nunca desistam dos seus sonhos, arregacem as mangas e vão à luta com toda a coragem… Não deixem as pessoas dizerem a vocês: “vai ser difícil vocês conseguirem” ou “vocês não podem fazer…”, se é algo que vocês querem, acreditem em si mesmos e vão à frente! Lembrem-se: “Não há vitória sem luta e não há luta sem coragem”
Karin Strobel ministrando aula da disciplina História, através de video-conferência, no Curso de Graduação em Letras/Libras da UFSC (setembro de 2008)
FONTE: