Veja
que lindo... Uma das alunas de curso: produção de materiais didático
colocou arame nos braços, mãos e dedos dessa boneca... Ela faz
movimentos em libras.
Vejam... Ela tirou fotos da boneca sinalizando!
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=582085178530532&set=a.581556051916778.1073741851.100001871645122&type=1&theater
RYBENINHA
DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS
“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."
Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)
SINAL DE "Libras"
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Instituto de Educação para Surdos - Seli - Matrículas abertas para 2014
Instituto de Educação para Surdos - Seli
Matrículas abertas para o Colégio (Fundamental II, Colégio, GADE).
Escola Bilíngue para Surdos.
Agende uma avaliação sem compromisso!
Rua Henrique Sertório, 204 - Tatuapé. (próximo ao Shopping Boulevard)
Fone: 11 2097-6866.
E-mail: seli@seli.com.br
Escola Bilíngue para Surdos.
Agende uma avaliação sem compromisso!
Rua Henrique Sertório, 204 - Tatuapé. (próximo ao Shopping Boulevard)
Fone: 11 2097-6866.
E-mail: seli@seli.com.br
A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO DE UM FILHO "SURDO"
É
na família o lugar ideal para se iniciar o atendimento de base para os
surdos. É a primeira escola onde as capacidades das crianças são
desenvolvidas. Quando pais detectam surdez na família, a primeira reação
é de proteção, pois acreditam que o surdo, por apresentar inicialmente
dificuldade de comunicação, não conseguirá socializar-se com os demais.
Conforme Sole[1] "o sujeito surdo, por permanecer muito mais tempo sem uma fala efetiva para expressar seus pensamentos favorece que a mãe suponha que ele ainda não pensa por si próprio e a estimula a pensar por ele". É baseando-se nesse contexto que se levanta questionamentos sobre o investimento que se faz na independência dos surdos. Sabe-se que, quanto mais precoce é o trabalho com a criança e a família, melhor será a adaptação dos pais à diferença que seu filho apresenta diante das crianças normais e maiores chances terão as crianças de se desenvolver de forma equilibrada.
"Os pais bem orientados pelos serviços educacionais, sabem que precisam desenvolver a linguagem de seus filhos, ou seja, sabem que as crianças mesmo surdas, já nascem com capacidade para expressar o que quiserem, por meio do corpo, principalmente dos gestos, e até por meio das palavras. A família passa a agir normalmente com a criança surda . Se o surdo profundo for estimulado desde cedo, reagirá auditivamente por vários sons ambientais e até mesmo poderá, com o tempo codificar alguns sons da palavra falada". Resta, porém, identificar qual a melhor forma de trabalho a ser realizada com o conjunto criança surda/escola/família.
Leia mais: http:// movimentolibras.webnode.com //
Conforme Sole[1] "o sujeito surdo, por permanecer muito mais tempo sem uma fala efetiva para expressar seus pensamentos favorece que a mãe suponha que ele ainda não pensa por si próprio e a estimula a pensar por ele". É baseando-se nesse contexto que se levanta questionamentos sobre o investimento que se faz na independência dos surdos. Sabe-se que, quanto mais precoce é o trabalho com a criança e a família, melhor será a adaptação dos pais à diferença que seu filho apresenta diante das crianças normais e maiores chances terão as crianças de se desenvolver de forma equilibrada.
"Os pais bem orientados pelos serviços educacionais, sabem que precisam desenvolver a linguagem de seus filhos, ou seja, sabem que as crianças mesmo surdas, já nascem com capacidade para expressar o que quiserem, por meio do corpo, principalmente dos gestos, e até por meio das palavras. A família passa a agir normalmente com a criança surda . Se o surdo profundo for estimulado desde cedo, reagirá auditivamente por vários sons ambientais e até mesmo poderá, com o tempo codificar alguns sons da palavra falada". Resta, porém, identificar qual a melhor forma de trabalho a ser realizada com o conjunto criança surda/escola/família.
Leia mais: http://
livro: "Intérpretes Educacionais de Libras: orientações para prática profissional"
Olá pessoal,
Gostaria de sugerir o livro: "Intérpretes Educacionais de Libras: orientações para prática profissional" de autoria de nosso colega Marcos Luchi et al. e publicado pela Fundação Catarinense de Educação Especial.
A obra completa em PDF está disponível para download em http://www.fcee.sc.gov.br/ images/stories/ Publica%20fcee/ manual_intrprete_web.pdf
Gostaria de sugerir o livro: "Intérpretes Educacionais de Libras: orientações para prática profissional" de autoria de nosso colega Marcos Luchi et al. e publicado pela Fundação Catarinense de Educação Especial.
A obra completa em PDF está disponível para download em http://www.fcee.sc.gov.br/
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Curso de ensino de português como segunda língua.
Curso de ensino de português como segunda língua.
matriculas em www.aprendalibras.com/
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=661326787231914&set=a.447154101982518.103816.447146275316634&type=1&theater
CALENDÁRIO 2014
"Os sinais podem ser agressivos, diplomáticos, poéticos, filosóficos, matemáticos: tudo pode ser expresso por meio de sinais, sem perda nenhuma de conteúdo."
"Os
sinais podem ser agressivos, diplomáticos, poéticos, filosóficos,
matemáticos: tudo pode ser expresso por meio de sinais, sem perda
nenhuma de conteúdo."
Filme novo em #Libras: "O reino do Chocolate".
Sinopse
A história de um planeta onde pessoas de cores diferentes não podem se misturar. Animação stop-motion feita com chocolate.
Para assistir ou baixar grátis, clique aqui: http://filmesquevoam.com/ filme.php?id=486
A história de um planeta onde pessoas de cores diferentes não podem se misturar. Animação stop-motion feita com chocolate.
Para assistir ou baixar grátis, clique aqui: http://filmesquevoam.com/
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Avape na 4ª Virada Inclusiva
Participe com a Avape na 4ª Virada Inclusiva
30/11, 01/12 e 03/12
Caminhadas, Atividades lúdicas, Palestras, Natureza, Jardinagem, Cultura
Consulte a programação da Avape no link bit.ly/ViradaAvape
Programação geral do evento e em outras cidades: http://
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=552869138136157&set=a.319489934807413.72580.279439115479162&type=1&theater
Anéis e braceletes ajudam a traduzir língua de sinais
Por Matheus Gonçalves em 19 de novembro de 2013
Poucas coisas são mais frustrantes que querer dizer algo, e não saber
como. Por vezes a comunicação se torna algo impossível, seja por não
dominar o vocabulário, seja por ter um problema fonoaudiológico, seja
por querer dialogar com algum adolescente na Internet. Todo idioma, tem
suas particularidades que, uma vez dominadas, fazem desta fluência uma
ferramenta do bem estar. Nem que seja para argumentar com seu sobrinho
tentando o convencer a ler um livro.
Apesar de alguns gestos serem bem difundidos, como fazer “joínha” ou mostrar o dedo do meio para aquele desafeto, aprender uma língua padronizada de sinais, como a Libras, pode ser bem complicado. Demanda tempo, dedicação e, tirando as piadinhas, ajuda pessoas com dificuldades na fala e as pessoas próximas a se comunicarem e terem uma vida mais confortável.
Foi pensando nisso que os designers Cao Zu-Wei, Hu Ya-Chun, Huang Ching-Lan, Liao Po-Yang, Tsai Yu-Chi, and Yang Yi-Hsien (e eu duvido que você tenha lido todos os nomes) criaram o protótipo conceitual de um produto que, ao sincronizar movimentos de anéis e um bracelete, consegue transformar gestos em palavras ou frases.
Em seguida, o equipamento “traduz” os sinais também em um modo audível, e as sentenças são pronunciadas por um pequeno chinês que fica preso dentro do bracelete (conhecido também como alto-falante incorporado).
Outra função bacana é que a pulseira também pode traduzir voz para texto. Alguém fala, o aparelho identifica o que está sendo dito, traduz e exibe na tela do gadget. Isso tudo elimina a complexidade e o tempo da curva de aprendizado de uma língua de sinais, tornando a comunicação mais fácil entre essas pessoas.
Trata-se, por enquanto, de um conceito. Mas que está chamando a atenção dos holofotes, principalmente por ter sido um dos projetos vencedores do Red Dot Design Award de 2013.
Um detalhe interessante é que o desenho do bracelete foi inspirado no Rosário de Buda. Akuma aprova.
Hoje em dia podemos tentar encontrar uma solução paliativa, algo com um smartphone e um app, mas não é a mesma coisa. Estamos falando de utilizar a própria língua de sinais, que envolve os punhos e dedos, para se expressar. Tenho amigos geeks com dificuldades assim que adorariam testar o aparelho. Vamos torcer para que isso chegue logo ao mercado.
Enquanto não chega, eu queria saber de vocês: além deste projeto, como a tecnologia poderia ajudar a melhorar a comunicação entre as pessoas, mesmo as com dificuldades fonoaudiológicas?
UPDATE: como indicado por um dos leitores, existe diferença entre língua e linguagem. A linguagem é a capacidade que os seres humanos têm para produzir, desenvolver e compreender a língua e outras manifestações, como a pintura, a música e a dança. Já a língua é um conjunto organizado de elementos (sons e gestos) que possibilitam a comunicação. Logo, língua de sinais.
Fonte: Red-Dot e Technabob.
http://meiobit.com/271839/aneis-braceletes-traduzem-lingua-de-sinais/
Apesar de alguns gestos serem bem difundidos, como fazer “joínha” ou mostrar o dedo do meio para aquele desafeto, aprender uma língua padronizada de sinais, como a Libras, pode ser bem complicado. Demanda tempo, dedicação e, tirando as piadinhas, ajuda pessoas com dificuldades na fala e as pessoas próximas a se comunicarem e terem uma vida mais confortável.
Foi pensando nisso que os designers Cao Zu-Wei, Hu Ya-Chun, Huang Ching-Lan, Liao Po-Yang, Tsai Yu-Chi, and Yang Yi-Hsien (e eu duvido que você tenha lido todos os nomes) criaram o protótipo conceitual de um produto que, ao sincronizar movimentos de anéis e um bracelete, consegue transformar gestos em palavras ou frases.
Em seguida, o equipamento “traduz” os sinais também em um modo audível, e as sentenças são pronunciadas por um pequeno chinês que fica preso dentro do bracelete (conhecido também como alto-falante incorporado).
Outra função bacana é que a pulseira também pode traduzir voz para texto. Alguém fala, o aparelho identifica o que está sendo dito, traduz e exibe na tela do gadget. Isso tudo elimina a complexidade e o tempo da curva de aprendizado de uma língua de sinais, tornando a comunicação mais fácil entre essas pessoas.
Trata-se, por enquanto, de um conceito. Mas que está chamando a atenção dos holofotes, principalmente por ter sido um dos projetos vencedores do Red Dot Design Award de 2013.
Um detalhe interessante é que o desenho do bracelete foi inspirado no Rosário de Buda. Akuma aprova.
Hoje em dia podemos tentar encontrar uma solução paliativa, algo com um smartphone e um app, mas não é a mesma coisa. Estamos falando de utilizar a própria língua de sinais, que envolve os punhos e dedos, para se expressar. Tenho amigos geeks com dificuldades assim que adorariam testar o aparelho. Vamos torcer para que isso chegue logo ao mercado.
Enquanto não chega, eu queria saber de vocês: além deste projeto, como a tecnologia poderia ajudar a melhorar a comunicação entre as pessoas, mesmo as com dificuldades fonoaudiológicas?
UPDATE: como indicado por um dos leitores, existe diferença entre língua e linguagem. A linguagem é a capacidade que os seres humanos têm para produzir, desenvolver e compreender a língua e outras manifestações, como a pintura, a música e a dança. Já a língua é um conjunto organizado de elementos (sons e gestos) que possibilitam a comunicação. Logo, língua de sinais.
Fonte: Red-Dot e Technabob.
http://meiobit.com/271839/aneis-braceletes-traduzem-lingua-de-sinais/
CURSO DE ESCRITA DE LIBRAS ON LINE GRATUITO
CURSO ONLINE GRATUITO (para ouvintes)
"Descubra como aprofundar 6x seus conhecimentos da Libras e memorize sinais muito mais rápido"... com Madson Barreto
Acesse: http:// blog.librasescrita.com.br/ inscricao_v1
"Descubra como aprofundar 6x seus conhecimentos da Libras e memorize sinais muito mais rápido"... com Madson Barreto
Acesse: http://
No seu ponto de vista, qual é a melhor solução?
APARELHOS AUDITIVOS DIFERENTES
O que acham?
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=622694987763105&set=a.353740497991890.88466.227978660568075&type=1&theater
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=622694987763105&set=a.353740497991890.88466.227978660568075&type=1&theater
LIVROS SOBRE LIBRAS
Ontem
estava fazendo análise de livros sobre libras e achei esses bastante
interessantes. Você pode adquiri-los indo diretamente na Livraria
Cultura ou comprando pelo o site. > http:// www.livrariacultura.com.br/ <.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=268941466586415&set=a.119996104814286.24566.119026531577910&type=1&theater
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=268941466586415&set=a.119996104814286.24566.119026531577910&type=1&theater
Descubra como escrever a Libras
"Descubra como escrever a Libras e APROFUNDE seus conhecimentos da Libras... memorize sinais MUITO mais rápido"...
[para ouvintes]
Vídeo aula GRÁTIS: http:// curso.librasescrita.com.br/ inscricao_v12
[para ouvintes]
Vídeo aula GRÁTIS: http://
FEIRA DO LIVRO EM LIBRAS
INTERLIBRAS: FEIRA DO LIVRO EM LIBRAS
Está chegando o grande dia....o dia em que os alunos da Unidade de Santo Amaro irão apresentar o Projeto do semestre!
Este semestre apesar de todas as dificuldades e pela complexidade na construção do Projeto, os alunos estão se saindo muito bem na adaptação de histórias infantis para a Língua de Sinais. O resultado deste grande trabalho são Lindos Livros que estão sendo transformados em Livros Bilingues, que tem a história em Português e em Libras!
Sei que não é fácil para ninguém, mas sei que todos são capazes!
Dia 7 de Dezembro das 10:00 ás 13:00 acontecerá a nossa...
FEIRA DO LIVRO EM LIBRAS
Você é o nosso convidado especial! Todos os alunos que confeccionaram os seus livros estarão lá para mostrar com detalhes as lindas obras que eles mesmos produziram! Vai ser emocionante!
O endereço é Av. Washington Luis nº 476 Santo Amaro, próximo a Academia Vip.
VENHA E TRAGA OS SEUS AMIGOS!
A entrada é gratuita!
Estão todos convidados,
Fábio Vilas Boas Pires.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=364451620357810&set=a.116011535201821.17286.100003789267887&type=1&theater
Está chegando o grande dia....o dia em que os alunos da Unidade de Santo Amaro irão apresentar o Projeto do semestre!
Este semestre apesar de todas as dificuldades e pela complexidade na construção do Projeto, os alunos estão se saindo muito bem na adaptação de histórias infantis para a Língua de Sinais. O resultado deste grande trabalho são Lindos Livros que estão sendo transformados em Livros Bilingues, que tem a história em Português e em Libras!
Sei que não é fácil para ninguém, mas sei que todos são capazes!
Dia 7 de Dezembro das 10:00 ás 13:00 acontecerá a nossa...
FEIRA DO LIVRO EM LIBRAS
Você é o nosso convidado especial! Todos os alunos que confeccionaram os seus livros estarão lá para mostrar com detalhes as lindas obras que eles mesmos produziram! Vai ser emocionante!
O endereço é Av. Washington Luis nº 476 Santo Amaro, próximo a Academia Vip.
VENHA E TRAGA OS SEUS AMIGOS!
A entrada é gratuita!
Estão todos convidados,
Fábio Vilas Boas Pires.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=364451620357810&set=a.116011535201821.17286.100003789267887&type=1&theater
Relato de um deficiente.
Eu era uma criança perfeita e saudável, ou pelo menos era isso que meus pais esperavam, em fim no dia do meu nascimento por um momento eles tiveram essa certeza, contudo logo perceberam que eu tinha algo que nenhum outro bebê tinha. Meu pai muito preocupado perguntou ao médico o que eram aquelas duas coisas, uma de cada lado da minha cabeça. O doutor o acalmou dizendo que poderia fazer uma cirurgia plástica reparadora para retirar essa cartilagem coberta de carne e tapar os buracos que cada uma tinha. Esse foi o início de tudo, espero que ao conhecer o meu lado da estória vocês entendam o motivo do que eu fiz.
Logo depois que minha mãe recebeu alta do hospital, ela é carregada para o carro em cadeira de rodas e antes de sair ao sol ela prende em sua cabeça o seus óculos escuros com um elástico em sua cabeça. Segurando-me em seus braços ela toca nos buracos na minha cabeça e nas cartilagens cobertas com carne, minha tia que nunca segurou suas ideias disse que aquilo parecia com uma folha e que era melhor colocar um algodão nos buracos se não meu cérebro iria sair por eles. Meu pai tentava dirigir com cuidado, mas a aqueles dois buracos em minha cabeça o incomodavam. Minha tia mais uma vez comentou:
- Olha só esses buracos ficam a quatro dedos de distancia de cada olho, eu acho que se assoprar de um lado o ar sai do outro.
- Cale a boca você não vê que ele é deficiente. Tenha respeito! – Falou meu pai.
Ao chegar a nossa casa, toda a minha família aguardava para me ver, mas a euforia logo se transformou em pena por ver aquelas duas coisas em minha cabeça. Vendo os olhares compadecidos, minha mãe não segurou as lágrimas e implorou a meu pai que procurasse logo um médico para tirar aquelas duas folhas de carne e tapar esses buracos.
Na sala de estar meu carrinho me aguardava e deitado lá todos os parentes olhavam atentamente para a minha deficiência e cada um dizia com o que se parecia. Uns diziam que era uma flor, outros que era uma folha, meu tio José as tocou e disse que a sensação ao tocar era parecida com a de tocar o nariz. Nessa pequena confusão minha tinha foi para cozinha preparar um chá de camomila na intenção de acalmar a todos. Ao pegar a chaleira, sem querer, todas as panelas caíram ao chão, meu pai me observava e também viu quando as panelas caíram. Nesse momento ele percebeu que havia mais uma coisa errada comigo, quando todas as panelas caíram, eu chorei assustado, nisto minha mãe pegou-me nos braços e eu me acalmei. Meu pai pegou uma das panelas e uma colher para fazer um teste comigo, ele batia levemente na panela para ver a minha reação e com minha cabecinha eu olhava para o lugar de onde ele batia. Nesse instante meu pai soltou as panelas no sofá, olhou para minha mãe e sinalizou para ela dizendo que eu me incomodava quando se batia em objetos. As preocupações de minha mãe só aumentaram, ela pensava em como eu dormiria e como seria na escola, pois eu não conseguiria prestar atenção nas aulas. Meu tio sinalizou dizendo que eram aqueles buracos em minha cabeça que faziam isso, nisto meu pai pediu que batesse novamente na panela enquanto ele tapava os buraquinhos com os dedos. Meu tio tinha razão, dessa vez foi diferente, eu não tive nenhuma reação. Assim, descobriram pra que servia aquilo.
Em uma consulta os médicos disseram que primeiro tinham que estudar a minha deficiência para poder fazer a cirurgia. Como meus pais eram pobres não houve muito interesse no estudo, mas logo o interesse pela minha deficiência aumentou, pois outras crianças nasceram com o mesmo problema. Alguns anos se passaram e os médicos ainda não encontraram uma cura par nós, mas decidiram que era melhor juntar essas crianças em escolas exclusivas. Conheci vários meninos e meninas que também tinhas esses dois buraquinhos na cabeça. Com o contato com os outros descobrimos que as nossas bocas também tinham uma deficiência. Enquanto as outras as usavam apenas para comer, nós percebemos que poderíamos usa-las para nos comunicar. Nossas línguas começaram a se mover de maneira estranha e sons saiam de nossa garganta. O professores ficaram com medo, pois não entendiam o que era dito e logo disseram aos nossos pais sobre essa comunicação. Para decidir o que seria feito, depois muitas discussões foi decidido que o único modo aceitável para a comunicação era as mãos. Foi ordenado que durante as aulas fosse proibido usar a boca para a comunicação e os pais também deveriam impedir que as crianças de usá-las. Muitas vezes minha boca foi amordaçada, no inicio meus pais tentaram aprender a usar a boca para se comunicar, mas em vão, para eles era muito difícil. Para nós também era difícil usar as mãos para se comunicar, por mais que tentássemos era como se nossas mãos estivessem amarradas. Crescemos usando a nossa boca as escondidas, na escola era proibido, mas quando estávamos sós ninguém nos segurava. Entendíamos muito pouco os nossos pais e isso nos deixava muito tristes, além do mais as pessoas que nos viam usando a boca ficavam nos olhando espantadas como se fôssemos de outro planeta.
Quando eu completei oito anos chegou a noticia tão esperada por meus pais, a cura foi descoberta. Toda a imprensa deu atenção a isso os médicos afirmavam que em fim poderíamos ser normais, e trabalhar e estudar sem ser um peso para os outros. Como era de se esperar, fui inscrito para essa cirurgia. Eles explicaram que a nossa deficiência acontecia por que dentro dos buraquinhos em nossa cabeça havia um órgão em forma de caracol que se conectava ao cérebro, assim a esse caracol seria retirado junto com a cartilagem e os buraquinhos seriam fechados. Meus pais ficaram com medo, mas não queriam que eu fosse um deficiente, assim autorizaram a cirurgia.
Depois de uma longa internação, a cirurgia foi feita. Depois que retiraram os curativos eu levei minhas mãos até o local onde ficavam os buraquinhos, mas eles não estavam lá. Fiquei feliz ao sentir isso, logo fui transferido para a escola normal e isso foi muito ruim, pois eu não conseguia entender o que o professor diziam com as suas mãos. A frustração me consumiu, mas pensei que logo ela sumiria, por que a tarde encontraria meus amigos e mostraria a cirurgia. Às três horas da tarde todos me esperavam, empolgado, fui logo contando como foi tudo. Mas, logo percebi que as bocas de meus amigos abriam e fechavam e eu não entedia nada.
Com o tempo aprendi um pouco mais da comunicação dos meus pais, todos olham pra mim e não me chamaram mais de deficiente. Alguns de meus colegas não fizeram a cirurgia, por um tempo achei que eles eram burros e tapados, mas no lugar da certeza que eles haviam perdido algo surgiu uma dúvida: Será que quem perdeu fui eu? Todos os dias isso soava em minha cabeça, passei a me sentir multilado e a pensar que eu poderia me comunicar usando a boca e também aprender um pouco da comunicação dos meus pais, mas era tarde demais.
Pensei em várias formas de resolver isso, e conclui que eu não sei quem eu sou. Não consigo mais me comunicar com meus amigos e pouco me comunico com meus pais. Sou igual a eles, mas acho que eles não se preocupam comigo, primeiro me mutilaram e agora me ignoram. Assim, não há outra solução, não sou quem eu era e não serei mais. No pouco qur entendia da sinalização vi alguém dizendo: “Minha pátria é minha língua”, em tão qual a minha pátria a que nasci com ela e a arrancaram de mim ou a que me forçaram a me tornar um cidadão dela. Realmente eu nunca tive escolha, viver assim ou não viver, mas agora eu posso escolher e já decidi. Adeus.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=654158994607298&set=a.649730388383492.1073741828.648233651866499&type=1&theater
SURDOS X OUVINTES - ENVIE A SUA HISTÓRIA
Você namora ou é casado com algum surdo(a)? Escreva e nos envie a sua HISTÓRIA e envia uma FOTO de vocês para o nosso email (danianepereira@hotmail.com)
FENEIS É CONTRA PLANO DO MEC DE INCLUSÃO NAS ESCOLAS BILÍNGUES
Jornal
Terceira Visão. Valinhos. Edição 1080. Ano XXI, 26 de setembro, 2013,
p. 10. A partir do release p a imprensa da Feneis.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=612286522157379&set=a.538342856218413.1073741825.100001281113676&type=1&theater
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=612286522157379&set=a.538342856218413.1073741825.100001281113676&type=1&theater
Como tenho me sentido com o Implante Coclear
*Foto feita dia 11/11/2013 na ativação
Duas semanas de vida de cyborg
já. Logo depois da ativação me deu uma tristeza porque a parte que vai
atrás da orelha não parava quieta, caindo o tempo todo. Pensei que o IC
me livraria desse tipo de perrengue, já que não precisaria de molde,
etc. Aí fiquei com um tique nervoso de ficar conferindo a cada 30
segundos se ele estava no lugar. Algumas pessoas me disseram que eu
deveria usar um molde para segurar, só que a idéia nem me passou pela
cabeça já que, pela primeira vez em muitos anos, minha orelha direita
‘respira’. Me recomendaram a tal fita dupla face de peruca no grupo do
IC no Facebook, mas minha fono pediu que ainda não tentasse isso porque
ela é super forte, minha pele é tri sensível e, se cutuco a cicatriz
atrás da orelha, ainda sinto alguma coisa. Obedeci – mas vou comprar
pela internet. O pessoal da Politec Saúde foi maravilhoso e me deu o suporte que eu precisava (valeu, Alexandre!). Agora uso um earhook tamanho pequeno que segura melhor que o médio que eu vinha usando, e também tenho um snugfit
pequeno para quando precisar de ainda mais segurança. A grande
descoberta foi que as baterias recarregáveis, que tanto relutei em usar,
são bem menores do que o compartimento que leva as pilhas normais, ou
seja, dão maior estabilidade. Portanto, há uns três dias venho usando somente as recarregáveis. Aos poucos, vou me adaptando. O IC dá mais trabalho que um aparelho auditivo:
toda noite é preciso desmontá-lo e colocá-lo dentro do desumidificador,
colocar as baterias a carregar (e ficar de olho porque são 4hs de carga
para não estragar) e pela manhã remontar e usar. Nada demais, mas
demora uns dias até pegar no tranco. No primeiro dia em que precisei
tirar o compartimento de pilhas normais, eu tremia!!! Que medo de
quebrar o negócio…
Já percebi o quanto faz falta ter o suporte que eu preciso em Santa Maria. Já perdi a conta de quantas vezes fui a Porto Alegre.
Deus ajude que logo Santa Maria tenha implante coclear porque é
realmente muito chato e desconfortável estar a 4hs de estrada caso
qualquer coisa aconteça – e comigo, sempre acontece!
A primeira coisa que faço pela manhã é
colocar meu IC e meu AASI. Em alguns dias passei o dia todo só de IC
para ver como era, mas não é legal porque preciso (muito) da potência
que o AASI me dá do lado esquerdo e também porque, se o tiro, o zumbido
vai às alturas. Noto que o zumbido do lado operado diminuiu, e acho
engraçado que a única hora do dia em que lembro dele é quando levanto e
vou ao banheiro – parece que a primeira levantada da cabeça do dia é que
traz o zumbido serra elétrica de volta, mas pelo menos a duração agora é
de uns 5 minutos. Assim que ponho o IC, a serra elétrica desliga.
A sensação que tenho é de que
vivi por décadas num mosteiro budista e, de repente, me raptaram e me
levaram pro centro de uma cidade grande histérica. Nos
primeiros dias meu deslumbramento era tão grande que me senti bem, mas
depois… já tive verdadeiros dias de fúria, de não sair de dentro de um
quarto escuro e de precisar de remédio calmante para segurar o tranco.
Meu cérebro obviamente ainda não sabe filtrar o que me enlouquece, e eu
me sinto como um recém nascido reaprendendo a ouvir tudo. Não sei se
vocês vão achar engraçado, mas eu acho: nos primeiros dias, ouvir
passarinhos e os passinhos dos meus cachorrinhos era algo que me enchia o
coração de felicidade. Lá pelo final da primeira semana, toda vez que
ouço os passinhos dos cuscos minha veia da testa salta e, quando os
passarinhos começam o berreiro matinal, meldels, quero pegar uma arma e acabar com todos. Rezo pelo dia em que meu filtro cerebral comece a funcionar!
O que mais me dá prazer é ficar sozinha
no quarto, ligar a TV no Canal Sony e ficar ouvindo os seriados. Como as
legendas são em português e eles falam em inglês, leio a legenda e fico
esperando o que vou ouvir. Pareço uma idiota, me lembra de quando eu
tinha uns 16 anos e seguia um ritual para assistir Dawson’s Creek. Eu AMO ouvir em inglês,
cada palavra que ouço e entendo me sinto como uma rainha egípcia sendo
abanada por lindos soldados musculosos num dia quente de verão. #aloka
Descobri que fazer xixi é como estar em
frente às Cataratas do Niágara – o barulho é tão alto que nunca mais
serei capaz de ir ao banheiro na casa de alguém, certeza. Até o barulho
do teclado do notebook mudou pra mim. E barulhos que eu nem sabia mais
que existiam me dão sustos todos os dias: o relógio da cozinha, uns
gatos chineses que ficam balançando a mão, o ar condicionado, as
pulseiras que gosto de usar, as portas dos armários. É descoberta atrás de descoberta, redescoberta atrás de redescoberta.
Meus amigos andam meio irritados comigo porque tô num momento só meu – quanto menos gente por perto, melhor me sinto. Tudo o que for me causar apreensão ou stress, evito. Já tive uns surtos em casa estilo ‘se alguém falar Paula outra vez eu quebro os dentes da frente!!!’
e me assustei porque sempre me considerei a pessoa mais zen da galáxia.
Estou contando essas coisas todas porque acho muito importante dar a
real. A mudança interior é imperceptível aos outros, mas nos deixa em frangalhos. E frangalhos emocionais são difíceis de lidar. Sim, já me sugeriram fazer terapia e sim, estou avaliando a possibilidade.
Mas nenhum dia de fúria supera o milagre de ouvir a minha voz com perfeição e riqueza de detalhes -
agora eu falo sozinha o tempo todo (quando não tem ninguém por perto
hahaha) e fico pensando alto em inglês também. Não faço mais esforço
para falar. O Rodrigo Nunes tinha me dito que a gente fica com a
sensação de que está berrando e é verdade, várias vezes já me pediram
para falar mais alto e eu fico tipo ‘mas como assim já to berrando aqui e querem que eu berre mais que issssoooo‘.
Tenho pensado (olha a ansiedade aí) em
fazer logo a cirurgia no ouvido esquerdo porque quero ouvir totalmente
do jeito que ouço com o IC. Cada caso é um caso, eu tenho muita estrada pela frente, mas a verdade é que eu estou tremendamente feliz.
É um milagre ter um sentido de volta graças à tecnologia, às mãos
mágicas do Dr. Lavinsky e à dedicação das minhas fonos. Sinto como se
minha vida recém estivesse começando, pareço uma adolescente pensando em
tudo o que ainda quero fazer. Me dá taquicardia só de pensar. Quero
ficar bem logo, mas não tenho complexo de perfeição – o que vier além do que já veio é lucro. Muita gente me pergunta ‘e aí, tá entendendo tudo?’. É óbvio que não. Às vezes levo ótimos sustos de ouvir algo e entender do nada – tipo ontem, eu estava no PC e escutei AMEAÇA DETECTADA, dito pelo querido antivírus. Fiquei rindo sozinha.
Sei dizer que não sou mais a mesma pessoa.
Lembram quando eu dizia que o IC requer muita força e coragem de nós,
além de requerer que estejamos bem da cabeça? É fato, para que tomemos a
decisão de fazer a cirurgia. Mas o que ele requer de nós depois da
ativação, ainda não encontrei as palavras ideais para explicar.
Mas não se preocupem: estou feliz, me
sinto um milagre, acho que ganhei o maior presente do mundo e chorei de
emoção o dia em que ouvi o carinha do hotel batendo na porta com a mão
para me entregar um Sedex da Politec. Imaginem o que isso significa para
alguém que não ouviu a própria mãe pedindo socorro no banheiro ao lado
após um tombo há dois meses atrás.
Enfim: sinto que voltei a fazer parte do mundo de novo!!! Quem já está na surdez profunda, mesmo com os melhores aparelhos auditivos, não tem noção de tudo o que ainda perde.
http://cronicasdasurdez.com/como-tenho-me-sentido-com-o-implante-coclear
/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+CronicasSurdez+%28Cr%C3%B4nicas+da+Surdez%29
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Assinar:
Postagens (Atom)