Para especialista, crianças que estudam em escolas bilíngues têm mais facilidade na alfabetização. Veja os prós e contras dessa opção para escolher o melhor método de educação para seus filhos.
Com a globalização, a intenção dos pais de preparar
seus filhos, desde pequenos, para um ambiente multicultural aumentou. E
isso se reflete no panorama educativo brasileiro. De acordo com a
Organização das Escolas Bilíngues de São Paulo (OEBI) até o final de
2012 existiam 96 escolas bilíngues no Brasil, sendo 56 só no estado de
São Paulo. Mas alfabetizar os pequenos em dois idiomas ainda causa muita
ansiedade e receio nos pais. Quais são os benefícios, as dificuldades e
os riscos de matricular seu filho em uma escola bilíngue? O
investimento vale a pena?
O maior receio que o oftalmologista Ricardo Kanecadan, 52 anos, tinha era em relação ao aprendizado da língua portuguesa. “Coloquei meu filho na escola quando ele tinha 6 anos, para que aprendesse desde cedo. Mas 80% dos professores eram norte-americanos, então fiquei com medo de que ele não aprendesse o português direito. Mas não foi o caso, a escola conseguiu suprir tanto o inglês quanto o português e ele saiu com um currículo para cada língua”.
Esta não é uma preocupação só de Ricardo. A alfabetização é uma das questões mais pertinentes quando se fala em escolas bilíngues. Porém, para a especialista Selma Moura, ao contrário do que muitos pais temem, este duplo aprendizado é bastante positivo. “É curioso ver que até hoje tanta gente tem medo do bilinguismo ‘atrapalhar’ o desenvolvimento dos alunos, quando já se provou que ocorre o contrário: falar duas línguas traz benefícios cognitivos, sociais e econômicos”, afirma.
Uma pesquisa realizada na Universidade York em Toronto, no Canadá, corrobora a opinião de Selma. Segundo estudiosos, crianças bilíngues têm mais facilidade na alfabetização e se mostram mais atentas, pois, apesar da aprendizagem de dois idiomas ser mais lenta, as crianças compreendem mais profundamente a estrutura de cada um deles.
Mas qual a melhor idade para matricular as crianças nas escolas?
A pedagoga e diretora da escola Oak School International School, Cláudia Calmon, afirma que o momento ideal é no início da vida escolar. “Quando são pequenos, não tem nenhuma adaptação especial, é como em qualquer outra escola. A dificuldade deles é a mesma de uma escola monolíngue: o tempo de adaptação pra criar vínculos com o grupo e professor. Quando a criança é mais velha, tem mais dificuldade para entender o conteúdo, que é passado todo na segunda língua. Mas, com o tempo, todas conseguem acompanhar”, explica.
Cláudia acredita que a maior vantagem das escolas bilíngues é que nelas a segunda língua não é colocada como uma matéria a ser aprendida e sim como uma língua falada, utilizada na comunicação, e isso dá um sentido real a ela. “Com a língua dada desta forma, a criança de fato aprende, e não inicia o aprendizado através da Gramática, que é o que acontece normalmente. Quando você vivencia o idioma desde pequeno, no processo de alfabetização você aprende a ler e escrever de forma coesa, a língua é solidificada de outra forma”, argumenta.
Já a maior desvantagem é o preço: “As escolas bilíngues são caras então boa parte [dos alunos] abre mão dela no ensino fundamental I e II. Para os pais que têm dois filhos ou mais, o orçamento se torna inviável”.
Mamães e papais fiquem atentos:
É preciso cuidado e acompanhamento dos pais antes, durante e depois da escola, pois, às vezes, essa vivência pode causar um distanciamento da cultura local, tornando a criança uma estrangeira dentro do seu próprio país. Ricardo Kanecadan reconhece esta desvantagem: “um ponto negativo é que meu filho não tem muito [conhecimento] da cultura brasileira; o perfil dele é muito americano e a maior parte dos seus amigos são americanos”.
A respeito dessa questão, a pedagoga Selma Moura aconselha: “As escolas devem ter o cuidado de não hierarquizar as línguas nem as culturas a que elas se referem, valorizando a diversidade e fortalecendo a auto-estima das crianças. Por isso é preciso escolher escolas que se preocupem com a cidadania, a formação crítica dos alunos e a realidade local. Fortalecer a identidade cultural da criança, ao mesmo tempo em que lhe apresenta o mundo (que é maior que Estados Unidos e Europa), ajuda a formar o cidadão que fará diferença aqui”.
O maior receio que o oftalmologista Ricardo Kanecadan, 52 anos, tinha era em relação ao aprendizado da língua portuguesa. “Coloquei meu filho na escola quando ele tinha 6 anos, para que aprendesse desde cedo. Mas 80% dos professores eram norte-americanos, então fiquei com medo de que ele não aprendesse o português direito. Mas não foi o caso, a escola conseguiu suprir tanto o inglês quanto o português e ele saiu com um currículo para cada língua”.
Esta não é uma preocupação só de Ricardo. A alfabetização é uma das questões mais pertinentes quando se fala em escolas bilíngues. Porém, para a especialista Selma Moura, ao contrário do que muitos pais temem, este duplo aprendizado é bastante positivo. “É curioso ver que até hoje tanta gente tem medo do bilinguismo ‘atrapalhar’ o desenvolvimento dos alunos, quando já se provou que ocorre o contrário: falar duas línguas traz benefícios cognitivos, sociais e econômicos”, afirma.
Uma pesquisa realizada na Universidade York em Toronto, no Canadá, corrobora a opinião de Selma. Segundo estudiosos, crianças bilíngues têm mais facilidade na alfabetização e se mostram mais atentas, pois, apesar da aprendizagem de dois idiomas ser mais lenta, as crianças compreendem mais profundamente a estrutura de cada um deles.
Mas qual a melhor idade para matricular as crianças nas escolas?
A pedagoga e diretora da escola Oak School International School, Cláudia Calmon, afirma que o momento ideal é no início da vida escolar. “Quando são pequenos, não tem nenhuma adaptação especial, é como em qualquer outra escola. A dificuldade deles é a mesma de uma escola monolíngue: o tempo de adaptação pra criar vínculos com o grupo e professor. Quando a criança é mais velha, tem mais dificuldade para entender o conteúdo, que é passado todo na segunda língua. Mas, com o tempo, todas conseguem acompanhar”, explica.
Cláudia acredita que a maior vantagem das escolas bilíngues é que nelas a segunda língua não é colocada como uma matéria a ser aprendida e sim como uma língua falada, utilizada na comunicação, e isso dá um sentido real a ela. “Com a língua dada desta forma, a criança de fato aprende, e não inicia o aprendizado através da Gramática, que é o que acontece normalmente. Quando você vivencia o idioma desde pequeno, no processo de alfabetização você aprende a ler e escrever de forma coesa, a língua é solidificada de outra forma”, argumenta.
Já a maior desvantagem é o preço: “As escolas bilíngues são caras então boa parte [dos alunos] abre mão dela no ensino fundamental I e II. Para os pais que têm dois filhos ou mais, o orçamento se torna inviável”.
Mamães e papais fiquem atentos:
É preciso cuidado e acompanhamento dos pais antes, durante e depois da escola, pois, às vezes, essa vivência pode causar um distanciamento da cultura local, tornando a criança uma estrangeira dentro do seu próprio país. Ricardo Kanecadan reconhece esta desvantagem: “um ponto negativo é que meu filho não tem muito [conhecimento] da cultura brasileira; o perfil dele é muito americano e a maior parte dos seus amigos são americanos”.
A respeito dessa questão, a pedagoga Selma Moura aconselha: “As escolas devem ter o cuidado de não hierarquizar as línguas nem as culturas a que elas se referem, valorizando a diversidade e fortalecendo a auto-estima das crianças. Por isso é preciso escolher escolas que se preocupem com a cidadania, a formação crítica dos alunos e a realidade local. Fortalecer a identidade cultural da criança, ao mesmo tempo em que lhe apresenta o mundo (que é maior que Estados Unidos e Europa), ajuda a formar o cidadão que fará diferença aqui”.
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