RYBENINHA
DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS
“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."
Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)
SINAL DE "Libras"
terça-feira, 30 de agosto de 2022
V ENCONTRO DO GRUPO DE ESTUDOS EM LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA (GELIS) - Tema: Introdução ao sistema de escrita da Libras (SignWriting) - 19/09/2022
CINEMA COMENTADO – SURDEZ EM FOCO: CINE DEBATE DO FILME “LÁGRIMAS DO SILÊNCIO” - 23/09/2022
Mãe é ouvinte, pai é surdo e a filha que vai crescer sabendo Libras
Algumas semanas atrás, a família comoveu as redes sociais com um vídeo que mostra Bruno se surpreendendo ao ‘sentir’ as cordas vocais da filha. O momento emocionou Roberta, que foi às lágrimas.
“Antes do vídeo, eu falei pra ela: ‘Vou sentir como a Ester ri, coloquei a mão próximo às cordas vocais e me surpreendi. Quando estou bem pertinho dela eu consigo ouvir um pouco, mas eu queria sentir. Daí percebi que a Roberta começou a chorar, mas não tinha entendido”, contou o papai coruja, que mora em Araucária (PR), em entrevista ao Razões.
“Eu antes me via como pai e pensava que não importava se fosse surdo ou ouvinte, não teria problema, mas que desse para se comunicar e que eu me sentiria feliz. Hoje me vejo muito feliz com o jeito dela, com as expressões da Ester. Eu sou um pai muito feliz com a minha filha”, completou.
Bruno e Roberta sabem que quando a filha estiver maior, saberá naturalmente se comunicar com o pai através de expressões e através de Libras – a Língua Brasileira de Sinais – que a criança já aprende desde pequena.
Construção da família
A mãe de Ester conta que quando conheceu o esposo, não sabia Libras. No entanto, Bruno sabia fazer leitura labial, o que facilitava bastante a comunicação.
No primeiro encontro, ele a chamou para passear, e o papo fluiu. “A gente se virava na comunicação”, lembra Roberta. Aos poucos, o relacionamento foi engatinhando até eles engatarem o namoro e se casarem.
“Para ele saber se aconteceu alguma coisa comigo no andar de cima ou saber se a Ester está chorando, adaptamos nossa casa”, disse a mãe, que conta com a ajuda da Alexa, que, por comando de voz, ativa as luzes de LED espalhadas pela casa.
“Eu sinto que minha família representa união e viver sempre em harmonia, sempre pensando em incluir uns aos outros, inclusive nossos animais, como a Moana, que também é surda, e o Bidu, que tem heterocromia (olhos com cores diferentes)”, disse Roberta.
“Também lembro do meu sobrinho, que tem lábio leporino e fenda palatal. Então família pra mim é isso: união, diversidade e inclusão. E no caso, nós 3 – eu, minha filha e meu marido, é o meu porto seguro”, completou.
História linda de uma família maravilhosa!!!
FONTE: https://www.librasol.com.br/mae-e-ouvinte-pai-e-surdo-e-a-filha-que-vai-crescer-sabendo-libras/?fbclid=IwAR1vchapRLLI2PWI5tVJUTZIFG64q3gdnIrO1VmJjhZavLXcBdNJGUVmUug
sexta-feira, 19 de agosto de 2022
I Simpósio de Línguas de Sinais do Brasil (I SILSBRA) - EVENTO HÍBRIDO - 19/09/2022
quarta-feira, 17 de agosto de 2022
AULÃO ACADÊMICO EM LIBRAS - 29/08/2022
Olá, Tudo bem ?
No dia 29 de Agosto de 2022 vai acontecer nosso AULÃO muito importante que vou mostrar sobre: “ENSINO DE LIBRAS COMO L1 NA EDUCAÇÃO INFANTIL”.
Fica o convite para fazer a sua inscrição e prestigiar o evento junto com a gente ao vivo. Aproveita chama seus alunos, alunas ,amigos e amigas para evento 100% online com direto a certificado.
Te aguardamos! Abraços, Prof. Ewerton Carlos
CURTA “SILÊNCIO BRUTO” TRAZ GOLPISTA SURDA NO PAPEL PRINCIPAL
A ideia de “Silêncio Bruto” surgiu em 2020, quando o diretor João Gabriel Kowalski ouviu histórias de pessoas surdas que eram vítimas de golpes. Foi então que percebeu que as produções que abordam a surdez traziam quase sempre em seus personagens apenas características que focavam nas dificuldades que passam no convívio com a sociedade. Visto isso, decidiu produzir um curta-metragem no qual a língua ficasse em segundo plano, invertendo a balança social. “Silêncio Bruto” não é sobre surdos, mas sim de pessoas, ações e consequências e que possuem tal condição.
“Estamos acostumados a assistir nos cinemas uma representação dos surdos como pessoas frágeis, que vivem em função dessa condição. Então procurei mostrar o outro lado, trazendo uma protagonista que resolve enganar uma pessoa ouvinte, mostrando que a sua condição não limita ninguém a nada, ou pelo menos não deveria”, detalha Kowalski.
A história acompanha Verônica (Karolina Halona), que vai à concessionária vender seu fusca e os trabalhadores ali são extremamente grossos com ela, e tentam inclusive passa-la para trás. Então vemos que nem tudo é o que parece, e que ela não é tão ingênua assim. O elenco ainda conta com Léo Castilho, Beto Catejon, Isadora Maria, Hugo Bonemer e Gustavo Gerard.
“A ideia sempre foi colocar os surdos numa posição de destaque, de protagonista ativo. Evitar mostrar o cotidiano e o que ela acaba sofrendo, revertendo a história, onde é possível termos esses personagens em situações que não estamos acostumados a ver. Infelizmente existe esse estereotipo de coloca-los como incapazes, e que se aproveitar deles é algo fácil. O filme serve para quebrar esse tabu”, diz o diretor.
A estreia acontece no Festival Internacional de Curtas de São Paulo, o Kinoforum, um dos maiores e mais prestigiados festivais da América Latina. Além da exibição presencial, dia 19 de agosto, a produção ficará disponível em formato digital até o final do mês, podendo ser assistida por todos.
“Estar presente no evento e disputar diversos prêmios é muito gratificante, principalmente pela relevância que o tema pode trazer dentro do cenário audiovisual. A arte sempre tratou de quebrar barreiras tradicionais, e acho que o “Silêncio bruto” traz essa questão em sua essência.”
Uma das principais inspirações para o filme está presente na vida do diretor; Beto, primo surdo de sua esposa. João conta que, quando começou a escrever o projeto, teve consciência de que era necessário aprender libras, a língua dos surdos, e foi Beto quem o ensinou. “O conheci em 2014, ou seja, passei 24 anos da minha vida sem nunca ter falado com uma pessoa surda, e isso em um País onde aproximadamente 5% da população se comunica por meio de libras. E o Beto me ensina muito, não apenas libras, mas sobre tudo. Durante as aulas sempre abordamos temas relacionados ao cinema, para levar estes as gravações. Antes de produzirmos o curta, levei a ele uma lista de palavras que eram necessárias para me comunicar com parte da equipe, que é surda”, conta.
Escolher a equipe para contribuir na produção não foi ao acaso. Para Kowalski não basta apenas abordar o tema, mas sim inclui-lo na rotina de gravações. Por isso, grande parte da equipe possuía surdez, como a protagonista Karolina, e João Gabriel Ferreira, codiretor, que comenta a importância dessa representação. “Nos olhos da sociedade sou uma pessoa com deficiência, aos olhos da comunidade surda veem meu nome. No filme vemos cada personagem surdo com personalidades diferentes: temos o nerd, o gay, uma vingadora, todos surdos. São pessoas comuns, que expressam seus pensamentos e sentimentos através da língua de sinais. A única diferença é a forma como nos comunicamos”, menciona Ferreira.
Representando também a comunidade surda, a produção contou com Isabela Ferreira na equipe de arte, Pedro Volpato na produção e Alan Gaitarosso como produtor-executivo, ouvinte que ministra cursos de teatro em libras na cidade de Maringá (PR). Além da protagonista, quase todo o elenco é formado por pessoas surdas, então o set foi adaptado para que a comunicação entre eles e ouvintes se dessem da melhor maneira possível, como o uso de interpretes.
“O mais empolgante foi ver a reação de todos eles no set. Eram quase 40 pessoas que traziam uma energia incrível, emocionados com tudo aquilo. A minha reação com o diretor foi única, pois tínhamos um pensamento semelhante em relação ao resultado que queríamos alcançar, que era trazer essa inclusão para além das câmeras”, explica Ferreira.
Há ainda um projeto em desenvolvimento para transformar o filme em um longa-metragem. Dessa vez quem assume o roteiro ao lado de Kowalski, é Fernanda Oliveira, também surda.
“Enxerguei a necessidade de transformar a história em um longa porque estes personagens possuem camadas que não foram mostradas em sua totalidade. Estamos escrevendo situações e momentos de que justamente desencadeiam uma grande história de vingança e transformação. Será a mesma premissa do curta, com uma profundidade ainda maior”, finaliza o diretor.
FONTE: https://siterg.uol.com.br/cultura/2022/08/17/curta-silencio-bruto-traz-golpista-surda-no-papel-principal/
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
CONTEÚDO DO CURSO DE LIBRAS PARA DIDÁTICA ADAPTADA PARA SURDOS
Atenção surdos e Ouvintes! Vamos assistir vídeo em Libras.
Público Alvo: OUVINTE E SURDO
CONTEÚDO DO CURSO DE LIBRAS PARA DIDÁTICA ADAPTADA PARA SURDOS
Aula online
Início das aulas dia 26 de agosto de 2022
Horário: 19:00h às 21:00h- (SEXTA-FEIRA)
Aula presencial
Início das aulas dia 27 de agosto- (SÁBADO)
No canal youtube e veja o vídeo no link:https://youtu.be/ohQ_Fsy-_OA
Vamos e faça sua inscrição no link: https://forms.gle/ePSaU1WABsoS4gsm7
Compartilham os seus amigos nas redes sociais.
Não percam, esta oportunidade! Obrigado pela atenção!!!
Nestlé lança PassaTempo com alfabeto em Libras
Edição limitada chega ao mercado neste mês. Página do produto na internet tem atividades e jogos sobre a Língua Brasileira de Sinais.
Equipamentos da Nestlé em Marília (SP) que imprimem as tradicionais imagens de animais do biscoito PassaTempo foram modificados para a fabricação da linha com Libras.
Chega ao mercado neste mês uma edição limitada do biscoito PassaTempo Leite com ilustrações do alfabeto completo em Libras. O produto será vendido em todo o País pelo período de um ano, em pacotes com 15 unidades distribuídas de forma sortida, cada uma com a versão da letra na Língua Brasileira de Sinais.
Segundo a empresa, todo o projeto teve participação de funcionários da Nestlé com deficiência auditiva que se comunicam em Libras. “Apresentamos a ideia primeiro ao grupo de colaboradores diretamente envolvido com a língua de sinais”, diz Leandro Cervi, diretor da área de biscoitos na Nestlé. O mesmo grupo, explica o executivo, fez parte da equipe de criação da página na internet que integra o projeto, com atividades e jogos didáticos ( para acessar o hotsite).
A inclusão das ilustrações em Libras exigiu alterações e atualizações nos equipamentos da fábrica da Nestlé em Marília, no interior de SP. “Precisamos modificar vários mecanismos do processo de fabricação do produto para representar os sinais. Depois de muitos anos, não colocamos a nossas tradicionais imagens de ‘animais PassaTempo’ para trazer essa novidade”, comenta Cervi.
A Nestlé afirma que mantém uma política de inclusão de pessoas com deficiência há mais de 30 anos, para funcionários e clientes, e chama a atenção para as ações da fábrica da marca Garoto em Vila Velha (ES), onde diz ter investido em adaptações e recursos de acessibilidade, com a divulgação de informativos em Libras na TV interna da unidade e a presença constante de intérpretes para melhorar a comunicação. Em 2021, a empresa lançou um serviço de atendimento ao consumidor por vídeo em Libras.
Outra iniciativa destacada pela fabricante é um programa acessível de apoio a todos colaboradores e seus familiares, com a oferta de profissionais especializados para resolução de problemas emocionais, sociais, jurídicos e financeiros, além do investimento em ferramentas de acessibilidade nos canais de informações aos empregados e também nos websites Nestlé Com Você, Receitas Nestlé, Corporativo e Carreiras.
Outras ações – Leandro Cervi esclarece que a Nestlé recebe e avalia constantemente propostas diferentes para suas marcas, e que linhas com, por exemplo, alfabeto em braile, ou outros tipos de ilustrações que remetem às pessoas com deficiência, podem ser criadas.
“Questões de diversidade e inclusão estão na nossa pauta e vamos continuar acompanhando para tentar capitalizar oportunidades de comunicar esses valores”, completa o diretor.
O projeto do PassaTempo com o alfabeto em Libras foi idealizado pela Publicis. A marca, o design da nova embalagem e da impressão do alfabeto no biscoito foram desenvolvidos pela CBA B+G.
FONTE: https://www.librasol.com.br/nestle-lanca-passatempo-com-alfabeto-em-libras/?fbclid=IwAR0ArSsXml5ei4CnNKOL9b3BMpGTFaC_BlNR9sAoxjHtTudNTgYsDtXfIyE
ESTATUETA DO 1º ATOR SURDO A VENCER OSCAR DE ATUAÇÃO É FURTADA
Conheça a história do acreano que tatuou ‘ouvido biônico’ em apoio à filha que era surda
Serviço criado por angolano no Brasil oferece aula de inglês para surdos.
Descomplicar, sair do labirinto. É esse o sentido da palavra Unmaze (se pronuncia "ãn meiz"), que dá nome à plataforma de ensino de inglês criada por Robson Alberto em 2020. A Unmaze nasceu para conectar alunos e professores particulares do idioma e, ao mesmo tempo, livrar os profissionais das tarefas administrativas com as quais têm que lidar quando trabalham por conta própria.
iação, a plataforma destina parte de sua receita para ensinar inglês a pessoas surdas de baixa renda de forma gratuita. Atualmente, atende mais de dez alunos com bolsa integral. Há também alunos surdos pagantes, que podem escolher contribuir com um preço social ou equivalente ao que é pago por ouvintes. O curso consiste em aulas de escrita e leitura da língua inglesa, além de disponibilizar um fonoaudiólogo para os alunos que queiram se oralizar no idioma. "Eu queria democratizar. Sou aquele tipo de pessoa que acha que todo mundo precisa falar inglês, todo mundo mesmo. Foi daí que surgiu [o oferecimento de aulas para surdos]", diz a Ecoa. A Unmaze também pretende expandir o serviço para alunos cegos. Atualmente, além do Brasil, as aulas da plataforma estão disponíveis também para pessoas surdas de Angola, país natal de Robson. Plataforma tem mais de 300 alunos Robson nasceu e viveu em Angola até os 24 anos. A conexão com o Brasil veio desde o batismo: seu nome do meio, Leandro, foi uma homenagem de sua mãe à dupla sertaneja Leandro & Leonardo. O criador da Unmaze estudou até o último ano do ensino médio técnico em mecânica industrial, mas não concluiu o curso. Em 2016, ele veio para o Brasil, mais especificamente para Belo Horizonte (MG). Pretendia se casar e retornar ao país de origem, mas acabou ficando. Trabalhou inicialmente em um sacolão na capital mineira, mas se apaixonou por tecnologia e inovação, passando a estudar esse ecossistema. Em seguida, participou de alguns processos seletivos na área e foi contratado em 2018 no setor de atendimento da Hotmart, plataforma de conteúdo digital. Em paralelo, ele dava aulas particulares de inglês.
Foi depois de duas demissões — primeiro da Hotmart e depois de uma escola de inglês — que o angolano decidiu criar um serviço para simplificar a vida de professores particulares como ele .
A primeira versão da plataforma foi lançada no fim de 2020, e a mais recente, de 2021, foi desenvolvida com o apoio do Black Founders Fund, fundo de investimento do Google para startups fundadas e lideradas por pessoas negras. "Nos ajudou muito, mudou nosso negócio e todo o curso da nossa história", conta o fundador da Unmaze.
tualmente, a plataforma conta com 38 professores de inglês - três deles especializados no ensino de inglês para surdos - e mais de 300 alunos. Agora, a Unmaze quer aumentar a escala do negócio vendendo o serviço para empresas, trazendo mais professores (incluindo fluentes em Libras e migrantes) e alunos, sem deixar de "continuar fazendo nossa parte para mudar essa questão [da falta de oferta de cursos de línguas para pessoas com deficiência] na sociedade".
Como um surdo aprende inglês? Para construir a área de inglês para surdos da Unmaze, Robson contou com a expertise de Bárbara Lima, intérprete de libras e professora formada em Letras-Inglês.
Em 2020, eles iniciaram um piloto do curso com um único aluno, Felipe, e desenvolveram o método de ensino. Hoje, segundo a professora, o primeiro aluno surdo da Unmaze se comunica muito bem na língua estrangeira, com um nível de proficiência suficiente para escrever, ler livros e jogar games.
Com o tempo, a plataforma foi recebendo mais alunos com demandas que tornaram ainda mais evidente a necessidade do inglês para surdos: pessoas que precisavam do idioma para concorrer a vagas em grandes empresas, ingressar no mestrado ou doutorado, aprender programação.
"É um serviço extremamente útil e escasso no mercado. A gente conseguiu fazer uma diferença", diz Bárbara a Ecoa.
A metodologia da plataforma, que envolve o uso de imagens e se expressar diretamente em inglês em vez de traduzir, se mostrou adequada às necessidades dos alunos surdos. "O surdo é muito visual e o método da Unmaze também", explica.
Nas aulas, os professores usam a Língua Brasileira de Sinais e trabalham principalmente com a associação entre imagens e palavras ou expressões. Isso é feito por meio de hiperlinks: para aprender o significado de "tree", árvore em inglês, o aluno clica na palavra e é direcionado a uma imagem correspondente, sem precisar do português. Quando o vocabulário é abstrato, os professores recorrem ao dicionário ou buscam sinônimos em inglês, de acordo com o nível do aluno.
Além da formação na área, Bárbara também é filha de pais surdos. "Eu cresci com a língua de sinais, cresci dentro da comunidade surda. Tudo que eu vou fazer na minha vida eu penso 'e pro surdo, como é?'", diz. Ela começou a aprender inglês na adolescência, com o incentivo do pai: "Eu gostava e via que meu pai também gostava muito, mas não havia aulas pra ele. Quando eu entrei na faculdade de Letras, comecei a pesquisar como era o inglês para o surdo".
FONTE: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2022/08/11/servico-criado-por-angolano-no-brasil-oferece-aula-de-ingles-para-surdos.htm
UFRN inscreve para curso de Educação e Projetos de Educação Bilíngue de Surdos
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dipes/Semesp/MEC), publica processo seletivo para ingresso na 2ª edição do curso de extensão Educação e Projetos de Educação Bilíngue de Surdos. O curso é oferecido em em formato virtual e tem duração prevista de seis meses (de novembro de 2022 a junho de 2023), totalizando 180 horas/aula. As inscrições estão abertas até o dia 19 de agosto e podem ser feitas por este formulário.
São oferecidas 600 vagas, sendo 50% garantidas para candidatos surdos e outras 50% para candidatos não surdos, com conhecimento de Libras em nível igual ou superior a intermediário. O curso é destinado a formados em cursos de licenciatura, estudantes de licenciaturas e de pedagogia e profissionais da educação básica pública ou privada (gestores, técnicos e professores).
A capacitação vai contar com aulas síncronas e assíncronas. Seu propósito central é promover formação continuada de professores que atuam na educação básica, instrumentalizando-os para a investigação de fundamentos, princípios e práticas pedagógicas mais apropriadas para a implementação da Educação e Projetos de Educação Bilíngue de Surdos na Educação Básica.
A ação é fruto da articulação entre professores e pesquisadores da educação bilíngue, que dispõem de um planejamento inicial unificado de cunho pedagógico e administrativo prévio, a ser executado pelos membros da equipe de forma conjunta, por meio de parcerias.
O início das aulas está previsto para o dia 22 de novembro, pela plataforma Zoom. A publicação oficial da lista dos aprovados e classificados no processo seletivo será divulgada no dia 24 de agosto, no portal CCHLA. Veja aqui o edital.
FONTE: https://www.ufrn.br/imprensa/noticias/62313/ufrn-inscreve-para-curso-de-educacao-e-projetos-de-educacao-bilingue-de-surdos
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
Bebê nasce em Santos sob acompanhamento de intérprete de Libras
O nascimento de um filho é um momento mágico na vida de um casal. Para Gabriel e Shirley, ambos surdos, este momento aconteceu na manhã da última quarta-feira (6), quando o pequeno Miguel veio ao mundo protagonizando uma cena inédita na Baixada Santista: o acompanhamento de uma intérprete de Libras no momento do parto.
Roseane Cristina Rosa, funcionária da Central de Libras da Prefeitura, não era nem da família e nem do corpo hospitalar, mas se tornou parte fundamental deste episódio inesquecível ao ser peça-chave na comunicação entre os papais e os médicos e enfermeiros: um serviço humanizado que é prestado pela Municipalidade de forma gratuita.
“O atendimento da Central se faz de forma bem ampla ao munícipe surdo em todos os aspectos da sua saúde e essa foi a primeira vez que uma intérprete acompanhou uma cesárea”, disse a coordenadora de Defesa de Políticas para a Pessoa com Deficiência (Codep) da Secretaria Municipal de Governo, Cristiane Zamari.
A zeladora e gestante Shirley França de Souza, 36 anos, recebeu o acompanhamento da profissional desde as consultas na policlínica. Como ela e o marido têm deficiência auditiva, ficaram preocupados em não compreender as orientações dos médicos e atendentes e, por isso, o casal solicitou que uma intérprete da Prefeitura os acompanhasse durante as consultas de pré-natal.
“Se eu não tivesse essa ajuda, seria muito difícil. As pessoas da minha família, que às vezes me acompanham, também não sabem Libras, então poderiam me passar alguma informação errada sem querer. Foi muito importante ter alguém que compreendesse as duas línguas junto comigo”, disse a mamãe.
Roseane esteve com o casal em todos os momentos da gravidez e, pelo forte vínculo, brinca que considera Miguel um pouco seu filho também. “Eu estava no momento do ultrassom e ouvi os batimentos do coraçãozinho do bebê por eles. Eles conseguiam ver que os batimentos estavam fortes pelo monitor, mas foi eu quem ouviu o som. Foi um momento muito especial”, revela.
Com a hora do parto se aproximando, Shirley perguntou à intérprete se ela também poderia acompanhá-la neste momento. Roseane aceitou prontamente, assim como a maternidade. "Quando estava chegando perto, fiquei totalmente à disposição dela. Eu não fazia outra coisa porque sabia que poderia ser a qualquer momento", contou a profissional.
Então, à 1h30 da madrugada de quarta-feira, a zeladora ligou para a intérprete por chamada de vídeo para dizer que já estava sentindo algumas contrações. Roseane prestou atendimento remoto até 4h da manhã, quando conseguiu se deslocar até o Hospital e Maternidade Dr. Silvério Fontes, no Castelo. "Ele nasceu às 8h17. Eu fui embora e voltei à tarde para continuar acompanhando eles durante a internação", contou a profissional.
ACOMPANHAMENTO INTEGRAL
Shirley e Miguel tiveram alta já na última sexta-feira (8), mas até a saída dos dois do hospital, Roseane os acompanhou oito horas por dia, participando de toda comunicação entre família e funcionários da maternidade. “Eu com certeza indicaria esse serviço para outra grávida, porque comigo foi muito bom. Diria para procurar, sim”, aconselhou a mamãe.
Relembrando o nascimento da filha Ysabella, que hoje tem 5 anos, Shirley percebe que o episódio foi muito mais difícil sem a presença de alguém que entendesse seus sinais e que conseguisse traduzir as palavras da equipe hospitalar. “Da outra vez foi tudo escrito. Eu consegui entender, mas sempre tinha aquele medo de ocorrer alguma falha. Com a intérprete aqui, foi um alívio”.
Para a coordenadora da Codep, “é uma felicidade ver que o atendimento foi feito com excelência, que essa família foi devidamente contemplada com os serviços da nossa intérprete de Libras e que ela deu todo o respaldo, não só técnico, mas também muito humanizado. Sem ela, o parto não teria acontecido de maneira igualitária, com toda a assistência necessária e todas as informações dadas na forma devida”, afirma Cristiane Zamari.
ATENDIMENTO HUMANIZADO
A Central de Libras da Prefeitura de Santos conta com duas intérpretes responsáveis pelo atendimento de surdos de todas as cidades da Baixada Santista, em equipamentos públicos de Santos, por três frentes: via WhatsApp (13) 99155-2377, pelo Instagram @centraldelibrassantos e presencialmente (agendamentos pelo e-mail centraldelibras@santos.sp.gov.br).
A função da Central é informar os munícipes surdos que, muitas vezes, não dominam a língua portuguesa. Pelo WhatsApp, as intérpretes auxiliam no atendimento de munícipes com deficiência auditiva em diversos equipamentos públicos e tiram dúvidas sobre os serviços municipais, tanto por escrito como por chamada de vídeo. Já no Instagram, assuntos como as decisões tomadas na Cidade, vacinação, cursos para pessoas com deficiência e qualquer outro assunto que seja de interesse dos surdos são traduzidos para Libras e postados no feed.
O auxílio da Central nos atendimentos prestados pelas unidades municipais de saúde já é comum em Santos. O serviço é solicitado pelo próprio munícipe ou pelos funcionários do órgão, em caso de atendimento de pacientes surdos desacompanhados que necessitem de intérprete de Libras para efetiva comunicação com os agentes de saúde. Para solicitar o acompanhamento de uma intérprete na hora do parto, basta entrar em contato com a Central para agendar.
FONTE: https://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/bebe-nasce-em-santos-sob-acompanhamento-de-interprete-de-libras