Vídeo mostra homem saindo da plateia para ajudá-lo. Lei obriga presença de intérprete em órgãos públicos.
Por Michele Mendes, TV Globo
Um representante da Associação de Pais e Amigos de Deficientes
Auditivos (Apada-DF) precisou escrever em uma folha de papel para se
comunicar em uma audiência no Tribunal de Contas do Distrito Federal,
nesta terça-feira (3), porque a casa não tinha intérprete e os juízes
não conseguiram entender a representação feita por ele na língua de
sinais.
A representação foi feita porque o Ministério Público de Contas do
Distrito Federal entrou com uma petição no tribunal pedindo que seja
cumprida a lei distrital que obriga a presença de um intérprete para pessoas surdas em órgãos públicos.
O vídeo mostra o momento em que um intérprete se levanta da plateia e
vai até o homem para se comunicar com o colegiado. O deficiente auditivo
Carlos Augusto Ferreira, em sua representação, contou que já se deparou
com diversos problemas para se comunicar em nos hospitais públicos.
"Já lidei com uma situação, por exemplo, no Hospital de Base. Eu vi um
surdo internado numa maca e eu estranhei que esses surdos estavam com as
mãos amarradas e eu fiquei chocado", começou.
"Eu perguntei para enfermeira o que que tinha acontecido e ela respondeu: Ele estava nervoso, a gente não tinha comunicação, o hospital não tinha interprete de libras."
'Horário de lanche'
A reportagem acompanhou Carlos Augusto Ferreira no DFTrans para tentar
atendimento para que ele conseguisse o passe livre. Ao chegar lá, a
atendente disse que a pessoa que fazia a tradução estava "em horário de
lanche".
A deficiente auditiva Alusca Neves queria confirmar a consulta com o
fonoaudiólogo no Instituto Hospital de Base, mas precisou escrever
porque ninguém conseguia entender o que ela falava. A atendente do
hospital confirmou que não tinha ninguém para auxiliar nesses casos.
“Ou ela tem que ler meus lábios ou eu faço gestos. Nem sempre a gente
consegue se comunicar, e tem uma certa limitação, sim”, disse a
servidora do hospital.
Em nota, o TCDF disse que "vem buscando uma alternativa para suprir
essa necessidade", seja com a disponibilização de vaga em concurso
público para intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais, seja pela
promoção da capacitação de servidor na tradução de libras. Já o DFTrans
limitou-se a informar que não tem interprete de libras.
Leia mais notícias sobre a região no G1 DF.
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