O projeto tem como objetivo entreter o público surdo e ao mesmo tempo ensinar LIBRAS para os ouvintes, tendo em mente representatividade e inclusão.
“A realidade das crianças surdas é que elas não têm um entretenimento
para que possam simplesmente sentar e aproveitar”, alerta Paulo
Henrique Rodrigues, animador e idealizador do desenho. Ele reconhece que
atualmente o governo tem prestado mais atenção aos produtos criados
através de editais, exigindo a existência da opção de legendas e
intérpretes de janela para o público surdo. Entretanto, antes de
aprender a ler, crianças mais novas não conseguem acompanhar legendas,
ou então devem dividir sua atenção entre as duas coisas: a ação do
intérprete de janela e a ação do desenho.
Dentro deste cenário, Min e as Mãozinhas é
um desenho inteiramente em LIBRAS com o objetivo de ensinar esta que é a
segunda língua oficial do Brasil. Com isso, o desenho permite que as
crianças surdas simplesmente aproveitem as aventuras da Min, a
personagem principal, que é surda, ao mesmo tempo que ensina vocabulário
de LIBRAS para o público ouvinte.
“Por ter uma personagem principal surda, as crianças surdas serão
representadas por ela e as crianças ouvintes terão contato com a
realidade dos surdos, abrindo desde cedo os olhos para como é a vida de
mais de 9,7 milhões de brasileiros”,
O desenho segue a história da Min, uma garota surda que se comunica
através da língua de sinais, e através do seu dia a dia o público pode
ter contato com o cotidiano de uma pessoa surda, e descobrir algumas
curiosidades, como por exemplo, como funciona uma campainha para surdos.
Paulo Henrique tem a proposta de mostrar a Língua de Sinais como um
idioma que supera as barreiras de comunicação, ao invés de uma língua
para superar deficiências pessoais. “O Elefante fala a língua do
elefante, o Gato fala a língua do gato, e assim ninguém se entende. Mas
LIBRAS é a solução para eles. Com o aprendizado dessa nova língua, eles
conseguem se comunicar sem medo e ficar cada vez mais amigos, em uma
sociedade mais compreensiva e inclusiva. ”
O projeto está em fase de produção. Terá inicialmente uma temporada
de 13 episódios, e futuramente a criação de material didático, para ser
utilizado na alfabetização de surdos e ouvintes, visando uma educação
básica unificada.
Enquanto isso, o projeto pode ser acompanhado pela internet na página
http://www.surdosol.com.br/primeiro-desenho-animado-que-ensina-lingua-de-sinais-e-produzido-em-santa-catarina/
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