RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Essas pessoas com deficiência


Essas pessoas com deficiência

Inclusive - diversidade.

“Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou coisa.
Ninguém é igual a ninguém.
Todo o ser humano é um estranho ímpar.”

Carlos Drummond de Andrade, Igual-Desigual, in A Paixão Medida (1980).

Por Lucio Carvalho*

Elas já foram deficientes. Excepcionais. Portadores de deficiência. Portadores de necessidades especiais. Agora, ou melhor, desde que a Convenção sobre Os Direitos das Pessoas com Deficiência foi promulgada com status de emenda constitucional, em 2008, são apenas pessoas com deficiência. Mas nem assim cessou o preconceito e superou-se a estigmatização.
Como parece impossível que sejam pessoas simplesmente nomeadas ou apontadas em um contexto social heterogêneo, a redação jornalística contemporânea vem encontrando novas e inadvertidas forma de estigmatização. Pessoas com deficiência, para efeito de referência, são “essas pessoas”. É o que se encontra invariavelmente em 99% dos textos jornalísticos e reportagens sobre qualquer tema envolvendo a deficiência. Por que não simplesmente usa-se “eles”, “nós” ou os demais pronomes pessoais e oblíquos disponíveis no vernáculo é algo ainda a ser melhor compreendido.
O problema é que, até chegar ao ponto de compreender o que acontece, muito do que está oculto e embutido na linguagem e na forma como ela é empregada emerge, quando não simplesmente salta aos olhos. Ou até mesmo agride.
Isso é o que acontece, por exemplo, quando se procura usar qualquer tipo de deficiência como um qualificativo, ou até mesmo uma metáfora. Ser cego, surdo, autista ou ter uma deficiência intelectual não são experiências comparáveis, razão pela qual o uso de qualquer um dos termos (e qualquer outro tipo ou denominação e deficiência) resvala quase sempre para um significado depreciativo, o que empresta e corrobora um sentido negativo para as condições, absolutamente normais na experiência humana.
Desde que foi introduzida por aqui a controvertida ideia do “politicamente correto”, a situação não melhorou nem um pouco, porque o cuidado excessivo acaba derivando para outra forma de discriminação e exageros igualmente estigmatizadores. Uma dica elementar para alguém entender se está se referindo de forma efetivamente preconceituosa, ao usar uma metáfora ou comparação, é verificar se o termo escolhido é elogioso ou caluniante. Se for caluniante ou prestar-se a um xingamento, não há então do que duvidar, é preconceito.
O “essas pessoas”, no entanto, surge em muitos outros contextos e, na maioria das vezes, de forma absolutamente gratuita. Seja num anúncio simples de um serviço oferecido às pessoas com deficiência ou uma situação envolvendo grupos sociais, quando se refere às pessoas com deficiência como “essas pessoas” o que se obtém é uma diferenciação automática em relação aos demais e uma uniformização de identidades.
Como se de um contexto social múltiplo e diversificado elas fossem arrancadas ao grupo homogêneo de seus iguais, quando é óbvio pensar que, como quaisquer outras pessoas, nem mesmo pessoas com a mesma deficiência são pessoas iguais, imbuídas de uma personalidade única. Além disso, a deficiência é uma expressão decorrente da relação do indivíduo com o meio social, não é um conceito ambulante.
Talvez alguém faça a objeção de que é apenas uma tentativa de agrupamento, inocente e inofensiva, que aqui há mais politicamente correto. Basta substituir o termo por outros e proceder a verificação. Se, em um texto, por exemplo, sobre a população negra, gays ou outras minorias se substituísse o coletivo por “esses negros”, ou “esses gays” ou mesmo “essas pessoas” o texto soaria claramente preconceituoso, não? Por que então, com as pessoas com deficiência, poderia ser diferente?
Cada pessoa é uma pessoa e cada pessoa com deficiência é uma pessoa também, por isso utilizar a expressão “essas pessoas” na redação jornalística ou em qualquer outra é um tipo de uniformização sem sentido. Caso se tratasse de animais, poderia dizer-se “essas vacas” ou “esses dromedários”, mas ao tratar-se de pessoas nunca é demais lembrar que ninguém é igual a ninguém e que tomar o sujeito pela característica anula o que há de mais precioso nele, ou seja, sua própria, implícita e incomparável humanidade.
* Coordenador-Geral da Inclusive – Inclusão e Cidadania

 http://www.inclusive.org.br/?p=26725

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