I SEMINÁRIO BILÍNGUE: LIBRAS? QUE LÍNGUA É ESSA?
Evento
realizado pela turma do 6º período de Pedagogia da Unimontes
(Universidade Estadual de Montes Claros), no Campus Brasília de Minas,
sob a coordenação da professora Daniane Pereira. O evento ocorreu no dia
09/02/2018, durante a disciplina Libras II e contou com as presenças
ilustres de Claudinéia Gonçalves dos Santos (minha amiga, cursando
Licenciatura em Letras Libras pelo IFNMG, polo Montes Claros).
Evento
muito importante, por debater a temática da Língua de Sinais
Brasileira. Será composto de três momentos, onde serão abordados os três
capítulos do livro LIBRAS? QUE LÍNGUA É ESSA? , de autoria de Audrei
Gesser.
Nesse segundo momento foi trabalhado o Capítulo II do livro: O SURDO.
O SURDO
Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo?, 45
O intérprete é a ‘voz’ do surdo?, 47
O surdo vive no silêncio absoluto?, 47
O surdo precisa ser oralizado para se integrar
na sociedade majoritária ouvinte?, 50
O surdo tem uma identidade e uma cultura próprias?, 52
O surdo não fala porque não ouve?, 55
O surdo tem dificuldade de escrever porque não
sabe falar a língua oral?, 56
O uso da língua de sinais atrapalha a aprendizagem da língua oral?, 58
O surdo precisa da língua portuguesa para
sobreviver na sociedade majoritária ouvinte?, 59
Todos os surdos fazem leitura labial?, 60
O SURDO
Surdo, surdo-mudo ou deficiente auditivo?, 45
O intérprete é a ‘voz’ do surdo?, 47
O surdo vive no silêncio absoluto?, 47
O surdo precisa ser oralizado para se integrar
na sociedade majoritária ouvinte?, 50
O surdo tem uma identidade e uma cultura próprias?, 52
O surdo não fala porque não ouve?, 55
O surdo tem dificuldade de escrever porque não
sabe falar a língua oral?, 56
O uso da língua de sinais atrapalha a aprendizagem da língua oral?, 58
O surdo precisa da língua portuguesa para
sobreviver na sociedade majoritária ouvinte?, 59
Todos os surdos fazem leitura labial?, 60
Momento rico em discussões e trocas de conhecimentos.
Todos os acadêmicos estão de parabéns!!!
E se as apresentações já estavam show... imaginem com a declamação do poema "Libras, ah Libras...", de autoria da acadêmica da sala, Renata Rodrigues da Silva:
Lembrancinhas lindas!!!
Um mimo só!!!
Simplesmente apaixonada com as lembrancinhas!!!!
Apaixonada por essa turma.
Parabéns equipe II:
Fabrício Mendes Antunes
Isabella Rocha de Matos
Pâmela Antunes Rocha
Cleiziane Alves da Silva
Patrícia Rodrigues Antunes
Emilly Geane Oliveira
Emilly Caroline Lopes Santos
Sara Antunes de Souza
Gracielly Cardoso Gonçalves
Renata Rodrigues da Silva
http://prezi.com/erb3rwvd-zx_/?utm_campaign=share&utm_medium=copy&rc=ex0share
Renata Rodrigues da Silva
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Resenha do livro: "Libras? Que língua é essa?"
IUniversidade de Brasília Brasília - Distrito Federal / Brasil
IIUniversidade de Brasília Brasília - Distrito Federal / Brasil
IIUniversidade de Brasília Brasília - Distrito Federal / Brasil
GESSER, A. LIBRAS? Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009
1. A autora e a sua obra
Libras: Que língua é essa?,
de autoria da linguista aplicada Audrei Gesser, é o primeiro livro
autoral nesta perspectiva publicado no Brasil na área da Linguística
Aplicada. A autora desta coletânea pioneira é mestra em Letras/Inglês
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutora em
Linguística Aplicada na área de Educação Bilíngue pela UNICAMP. Foi
pesquisadora visitante na Gallaudet University, Estados Unidos, em 2004.
Tem interesse em questões de ensino e aprendizagem de línguas orais e
de sinais como segunda língua/língua estrangeira (L2/LE), formação de
professores e contextos sociolinguisticamente complexos de minorias bi/
multilíngues e bi/multiculturais. Em suas pesquisas, procura visibilizar
a relação dos ouvintes com o surdo, a surdez e a língua de sinais.
Atualmente, é professora adjunta do Departamento de Artes e Libras
(DALi) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no curso
presencial Letras/ Libras.
O
livro citado, em síntese, contém um conjunto de artigos que esboçam
possíveis respostas às perguntas relacionadas aos três assuntos
principais que norteiam o livro: "A Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS)", "O surdo" e "A surdez". Dessa forma, tem por objetivo
descaracterizar alguns preconceitos, estigmas e estereótipos que podemos
ter ou manter em contato com a vida, a cultura e a língua dos surdos. ,
2. A finalidade e a relevância da obra para a Linguística Aplicada brasileira
Trata-se
de um livro inovador, que possui linguagem envolvente e alude a campo
de investigação que ainda carece de pesquisas no bojo da língua(gem),
sendo direcionado a pais, professores, estudantes e pesquisadores da
área. A partir dessa perspectiva, a autora evidencia questões de suma
importância para esse campo de estudo que interfacearam sua práxis como
professora e pesquisadora da língua(gem). O livro leva o leitor a
(re)conhecer o que apenas pensamos ser conhecido e entender que ainda há
muitas lutas a serem traçadas pelos/para os surdos. Como afirma a
autora, foi uma forma encontrada para sensibilizar ouvintes sobre um
mundo surdo desconhecido e complexo (p.10).
A
obra inicia-se com a língua em questão: LIBRAS. As partes que dividem
os capítulos são perguntas relacionadas ao tema que, na maioria das
vezes, são crenças. Assuntos de grande relevância são tratados no texto
como, por exemplo,(a) a gramática da língua de sinais, visto que muitas
vezes é entendida como língua ágrafa, mímica, soletração etc; (b)
aspectos linguísticos e elementos gramaticais da língua de sinais,
semelhanças estruturais com as línguas orais e características próprias
das línguas de sinais que as tornam legítimas. Gesser enfatiza nesses
capítulos que a língua de sinais é uma língua autônoma, com todas as
características linguísticas de qualquer língua humana natural,
portanto, tudo pode ser expresso pela língua de sinais.
No
segundo capítulo, Gesser aponta que os surdos eram privados de se
comunicarem na sua língua e até "castigados" por causa disso. Isto se
comprova pelo fato de a sinalização ter sido considerada como "código
secreto", pois era usada às escondidas devido à sua proibição.
Para
falar sobre o surdo, Gesser apresenta termos estereotipados e
preconceituosos relacionados ao indivíduo surdo, como, por exemplo,
surdo-mudo ou deficiente auditivo, e mostra como essas questões ainda
estão presentes na vida dos surdos. Assim, é interessante perceber que
não são nomenclaturas que definem a construção da identidade dos surdos,
mas que dependem de relações culturais, sociais, históricas e
linguísticas. Há, ainda, o reconhecimento de uma língua oral-auditiva e
de uma língua visual-gestual. A verdade é que os surdos falam através
dos sinais, o que coloca em cheque questões que a sociedade insiste em
defender como o mito de que a fala é concebida unicamente com o sentido
de produção vocal-sonora.
Outro
problema destacado na vida do surdo é a imposição do português na
escolarização, o que significa negar sua primeira língua no seu processo
de alfabetização. Essa questão se torna importante, pois é tratada não
como dificuldade, mas como falta de oportunidade de acesso a uma escola
que reconheça as diferenças linguísticas, [...] que tenha professores
proficientes na língua de sinais, que permita a alfabetização na língua
primeira e natural dos surdos (p.57). Essa falta de oportunidade e de
uso na língua de sinais atrapalha o desenvolvimento do aluno surdo em
sua segunda língua, além de ser uma questão de respeito e reconhecimento
de sua primeira língua.
No
terceiro capítulo, Gesser afirma que a surdez é muito mais um problema
para os ouvintes do que para os surdos. Nesse capítulo, a autora
responde a algumas questões relacionadas à surdez, aos tipos de surdez, à
hereditariedade, aos aparelhos auditivos etc. Um ponto interessante
tratado no capítulo é a visão negativa da sociedade em relação à surdez
e, ainda, como muitos surdos tratam sua própria surdez. Mais uma vez,
volta-se à questão de que não é a surdez que compromete o
desenvolvimento do indivíduo surdo, mas a ausência do acesso a uma
língua. Assim, torna-se verdade que muitos estereótipos ligados aos
surdos e à surdez são (re)construídos por aqueles que insistem em educar
os surdos por meio de uma língua oral. A autora conclui o capítulo ao
dizer que "o elo que aproxima ouvintes e surdos é o da língua de sinais"
(p. 80), porém, ela sempre foi banida e rejeitada.
Neste livro, Gesser nos faz perceber um ponto de extrema importância. Segundo ela,
através da língua nos constituímos plenamente como seres humanos, comunicamo-nos com nossos semelhantes, construímos nossas identidades e subjetividades, adquirimos e partilhamos informações que nos possibilitam compreender o mundo que nos cerca e é nesse sentido que a linguagem ocupa um papel essencial na organização das funções psicológicas superiores (p.77).
Estudos
desenvolvidos na área da Linguística Aplicada mostram que a língua de
sinais tem características próprias que a tornam língua humana e
natural. É preciso, então, entender que a língua de sinais é o meio pelo
qual os surdos podem adquirir conhecimento de mundo, construir sua
própria história e serem reconhecidos como surdos.
3. Possíveis encaminhamentos e considerações finais
Podemos
aqui apresentar o desenvolvimento de propostas norteadoras de estudos e
a concretização do reconhecimento da língua de sinais nas escolas e na
sociedade, que são importantes aspectos ao se tratar da LIBRAS. Nesse
sentido, algumas informações podem auxiliar professores e educadores em
geral para buscarem conhecimento detalhado sobre a língua, os direitos e
a cultura surda, para que, dessa maneira, os estereótipos e estigmas
citados não façam mais parte da vida nem dos surdos e nem dos ouvintes.
Será apresentado, então, o que diz a legislação para os surdos e alguns
trabalhos de estudiosos voltados para essa área.
A Lei n.º 10.436, art. 1º, é clara quando diz que:
Art. 1º - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002).
O
artigo primeiro mostra o reconhecimento da LIBRAS como o principal meio
de comunicação utilizado pelas pessoas surdas. Já no parágrafo único, a
LIBRAS é reconhecida como uma verdadeira língua, contendo nela recursos
e estrutura gramatical próprios. O artigo também reconhece o status de comunidade surda com cultura própria e com direito a lutar por seus direitos.
O Decreto n.º 5.626 da Lei de LIBRAS, art. 14º, refere-se à educação do aluno com surdez e afirma que:
Art.14º - As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidade de educação, desde a educação infantil até à superior.
§1º Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições federais de ensino devem:
I- promover cursos de formação de professores para:
a) o uso e o ensino da LIBRAS;
b) o ensino da LIBRAS;
c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para as pessoas surdas;
II- prover as escolas com:
a) professor de LIBRAS ou instrutor de LIBRAS;
b) tradutor e intérprete de LIBRAS - Língua Portuguesa;
c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como a segunda língua para as pessoas surdas; e
d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos. (BRASIL, 2005).
Nesse
artigo, está explícito que o Governo Federal é obrigado a garantir aos
alunos surdos o acesso à comunicação, à informação e à educação em
qualquer processo seletivo desenvolvido em todos os níveis de ensino em
que o aluno esteja inserido. O primeiro parágrafo diz que as
instituições federais devem promover a formação de professores para que
eles aprendam, usem e ensinem a LIBRAS e a utilizem como um recurso
didático para o ensino da língua aos alunos com surdez.
O
inciso II diz, ainda, que a União deve prover às escolas professores ou
instrutores de LIBRAS para o ensino de alunos que não tenham
conhecimento da língua e também professores que ensinem a Língua
Portuguesa como segunda língua.
Ainda
sobre a LIBRAS, Quadros e Karnopp (2004) apresentam uma análise
detalhada e minuciosa sobre a língua de sinais e os seus aspectos
linguísticos. Além disso, as autoras trazem semelhanças e diferenças das
línguas orais-auditivas. Um ponto interessante desenvolvido por elas é
também a presença de alguns mitos sobre a língua. Portanto, há uma
tentativa de descaracterizar mais uma vez estereótipos que podem estar
relacionados com a língua de sinais. Em geral, a obra é um estudo
teórico-descritivo sobre a LIBRAS, a estrutura da língua, a flexão, a
simetria, a organização das frases e outros aspectos. Esta obra abrange
diversos pontos acerca da língua de sinais e pode auxiliar profissionais
envolvidos nessa área.
É
possível perceber, pelos estudos realizados no bojo da língua(gem), que
muito já foi feito pela língua de sinais, mas há muito ainda por fazer.
O conhecimento sobre a LIBRAS ou até mesmo sobre toda a teoria proposta
e apresentada não são suficientes para que essa língua seja
(re)conhecida por todos. É presente a discussão sobre língua natural e a
própria estrutura da língua, porém, ainda é preciso que haja estudos
sobre o reconhecimento da cultura e da identidade dos surdos. Apesar de a
presente legislação garantir a presença da LIBRAS nos lócus escolares,
ainda há muito o que fazer para que essa presença seja efetiva e
emancipatória nas escolas públicas brasileiras.
Ameeei! O seminário foi um sucesso!👏👏👏👏
ResponderExcluirEssa turma é brilhante! Seminário ótimo!
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