RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A surdez é cansativa - Crônicas da Surdez

A surdez é cansativa - Crônicas da Surdez


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A surdez é cansativa. Quem convive com ela sabe muito bem disso, e não importa o grau da perda auditiva ou se você usa aparelho auditivoimplante coclear ou não usa nada – é quase impossível não chegar ao final do dia cansado. Ela me lembra uma frase que eu costumava ouvir quando era pequena: ‘o trabalho mental cansa mais que o trabalho braçal‘. Como exige demais do nosso cérebro, é inevitável que a maioria de nós se sinta esgotado após um dia cheio.
A gente acorda e precisa buscar o som, pois ele não entra naturalmente. Até hoje os primeiros minutos do meu dia me fazem sentir como ‘ei, que barulheira é essa?‘ assim que coloco meus implantes após uma noite de sono no mais absoluto silêncio reconfortante.
Nos anos em que usei aparelho auditivo, lembro de já no meio da tarde me sentir cansada, em função da leitura labial ininterrupta – eu fazia atendimento ao público numa repartição pública, vejam só que ironia. Cada nova boca era um novo mundo, cada dentadura mal colocada, um novo idioma; cada palavra mal articulada, uma sessão de tortura. Meu sentimento era o de estar vigando vesga além de surda. Chegava um momento em que os olhos convergiam e eu não conseguia mais focar em nada. Houve uma vez em que fui ao oftalmologista 4x seguidas, pois tinha certeza de que havia algum problema com a minha visão. Porém, não havia: era cansaço mental de um cérebro calejado de tanto precisar desvendar bocas.
A surdez é cansativa porque, além de exigir de nós um esforço monstruoso e incessante, também tem o dom de nos deixar nervosos. Estamos inseridos em famílias nas quais todos falam ao mesmo tempo, esquecem das nossas dificuldades, não falam de frente para nós, não respeitam nossa necessidade de um pouco de silêncio, têm preguiça de repetir quando não escutamos. Estamos inseridos em locais de trabalho com colegas insensíveis, falta de acessibilidade, bullying por causa das cotas, chefes despreparados para lidar conosco. Estamos inseridos num mundo barulhento, com poluição sonora em todo e qualquer lugar, que exige respostas perfeitas na velocidade da luz. Estamos inseridos em grupos de amigosque nem sempre têm a delicadeza necessária para lidar com a nossa deficiência auditiva e nos convidam para baladas escuras, restaurantes de 130dB e afins. Estamos em relacionamentos com pessoas que ouvem, e poucas delas compreendem de verdade as dores e cansaços que a surdez nos traz.
Temos o direito de nos proteger desse cansaço, tirando um tempo para nós, quando acharmos necessário. Fazendo com que os outros entendam que às vezes precisamos, SIM, de silêncio, de aparelhos desligados, de sossego. Numa das tantas ironias da surdez, começamos o dia com pilhas físicas e emocionais carregadas, e chegamos ao final do dia com o aviso do “Pi Pi Pi” físico e emocional. Troque as pilhas físicas e recarregue as emocionais, pelo bem das novas situações auditiva que virão! 😉
http://cronicasdasurdez.com/surdez-cansativa/

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