RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Pure Carat, meu grande amor

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Eu sei o que é ouvir muito bem com os dois ouvidos. Sei o que é não ouvir com ouvido nenhum. Sei o que é ouvir muito bem com dois aparelhos auditivos. Agora sei também o que é ouvir apenas com um aparelho auditivo. Em breve saberei como é ouvir com um aparelho auditivo e um implante coclear. E claro que também vou testar como é ouvir apenas com um implante coclear. Quem sabe, um dia, saberei como é ouvir com dois implantes cocleares.
Nessa longa jornada, que começou quando eu tinha uns cinco anos de idade, tive muitos casos de ódio por aparelhos auditivos – aquela babaquice do ‘intracanal invisível’ , AASI’s mal adaptados, fonoaudiólogas interessadas somente em $$, etc. Fazendo uma retrospectiva, percebo claramente que o Pure Carat foi – e ainda é, pois é ele que uso no ouvido esquerdo – o meu grande amor. Esse aparelho auditivo me fez reaprender a amar ouvir música, coisa que já tinha deixado de lado há muito tempo. Me permitiu estar tantas vezes no trânsito e de repente ouvir E entender alguma palavra em inglês. Me fez sentir normal ao me deixar me conectar com meu notebook e assistir vídeos no YouTube enquanto ouvia as músicas direto nele. Me fez sentir segura todas as vezes em que viajei sozinha. Me trouxe felicidade ao cancelar aquele barulhão horroroso de vento (vento + AASI= the horror) em lugares como praia, fazenda e piscina. Me deu nós no coração ao me permitir ouvir os resmungos chorosos do meu cachorrinho. Me surpreendeu ao me deixar ouvir a torneira do banheiro pingando. Não me deixou sentir medo quando precisei ficar sozinha em casa. Me fez dar boas gargalhadas ao ouvir as vozes de personagens de meus seriados favoritos pela primeira vez. E, graças a ele, pude, mesmo com surdez profunda, gravar para sempre na cabeça e no coração os timbres das vozes da minha família, dos meus amigos e de pessoas que foram muito especiais na minha vida.
Só de escrever isso, eu choro. É uma mistura de agradecimento com gratidão eterna. Ainda bem que fui capaz de deixar minha teimosia de lado, voltar a usar aparelhos, me apaixonar por eles e, assim, ter passado os últimos anos estimulando meu nervo auditivo e minha memória auditiva – se não fosse isso, não acho que teria sido candidata ao IC. Sempre soube que amava profundamente meu Pure Carat, mas a ficha só caiu aquela vez em que perdi o par horas antes de uma viagem. Me desesperei, fui procurar no lixo, tremia que nem vara verde só de pensar em mim sem eles. Durante muito tempo até hoje – e durante muito tempo ainda – eles foram e serão meus melhores amigos. Meu dia só começa depois que ‘visto’ meu Pure. Me sinto inteira, me sinto gente, me sinto em paz. Sem eles, me sinto nua e totalmente desprotegida.
Hoje o Pure direito voltou do conserto (foto acima). Na véspera da minha cirurgia de IC ele parou de funcionar, o que chegou a parecer um sinal de ‘estou me despedindo antes de não ser mais necessário‘. Não posso mais usá-lo, mas olho pra ele e sinto uma pontada no peito de saudade de tudo o que ele me dava. Tenho esperança de que o IC vá me dar mais ainda, mas meu amor pelo Carat é eterno e incondicional. Talvez quem também o use entenda um pouco o meu sentimento…

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