Quem nunca viveu uma situação em que precisou explicar para alguém que era surdo oralizado e se viu diante de um par de olhos arregalados e uma expressão de ponto de interrogação?
A figura acima (executada pela Lak Lobato) mostra bem como as pessoas nos enxergam. Porém, cá entre nós, isso pouco importa – o objetivo da criação dessa figura foi mostrar com bom humor as diferentes visões que as pessoas têm de nós. O que interessa é como nós mesmos nos vemos. Os outros são…os outros! Quem se importa com eles não faz outra coisa da vida e vive com a auto-estima abalada. Não é verdade??
Compartilhei essa imagem num grupo de discussões de fonoaudiologia no Facebook, e uma fonoaudióloga me deixou o seguinte comentário: “Achei muito bom, pois em um comentário – infeliz ao meu ver – uma professora de Libras disse que surdo que é surdo, não necessita de prótese, apenas de Libras! Affff!“.
Tenho calafrios quando me deparo com os fanáticos da língua de sinais e seus simpatizantes. Professores não devem seguir algum código de ética? Essa professora citada pela fono certamente não sabe o que é isso. É uma pena! Os fanáticos prestam um desserviço à sociedade, pois tentam menosprezar pessoas que têm a mesma deficiência que eles, mas que se comunicam de outro modo. Importante salientar a diferença entre o fanático e o entusiasta: o fanático se considera um ser superior detentor de toda a razão na face da Terra; já o entusiasta apenas vibra com as suas escolhas de vida sem tentar impô-las a ninguém. Pode vir o Papa me dizer que sou menos surda que um surdo sinalizado, que quero ver ele provar essa barbaridade. Querer diminuir alguém que não ouve mas que quer ouvir e que coloca a tecnologia a serviço da sua qualidade de vida é muita pobreza de espírito. É muita falta de intelecto. E uma tremenda falta de respeito.
Respeito, minha gente! É a chave da questão. Fala-se tanto de diferenças, mas na hora de respeitar aquele que tem a mesma deficiência mas se comunica de outra forma, o respeito desaparece. Surdo que é surdo…não escuta, ou escuta mal. E se comunica como bem entender. Fico chateada de pensar na quantidade de crianças surdas que jamais terão liberdade de escolha e de pensamento por terem educadores deste naipe, que as fazem acreditar que devem servir à Língua de Sinais acima de tudo. Eu não faço da minha oralidade uma CAUSA e não tenho tempo nem paciência com quem faz da Língua de Sinais uma causa. Cada um na sua, pelo amor de Deus!!! Pregar a filosofia da surdez como uma DIFERENÇA e não respeitar os seus iguais que são diferentes no modo de se comunicar não tem cabimento.
Eu não estou interessada em ideologias, mas sim em me comunicar. E o modo que eu escolhi para isso não é melhor ou pior do que o modo que um surdo sinalizado escolheu. Vamos parar com essa atitude vergonhosa de disseminar mentiras para a opinião pública. Nem que eu precise repetir um bilhão de vezes: existe diversidade dentro da surdez, existem surdos oralizados E sinalizados, existem aparelhos auditivos e implantes cocleares, existe a opção de ouvir!! Generalizações baratas não são bem-vindas!! Todo o meu respeito por quem exalta as diferenças, e todo o meu desprezo por quem finge que elas não existem.
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