I SEMINÁRIO BILÍNGUE: LIBRAS? QUE LÍNGUA É ESSA? 
Evento
 realizado pela turma do 6º período de Pedagogia da Unimontes 
(Universidade Estadual de Montes Claros), no Campus Brasília de Minas, 
sob a coordenação da professora Daniane Pereira. O evento ocorreu no dia 19/02/2018, durante a disciplina Libras II e contou com as  presenças 
ilustres de Claudinéia Gonçalves dos Santos (minha amiga, cursando 
Licenciatura em Letras Libras pelo IFNMG, polo Montes Claros) e de Franciene Márcia Fernandes (intérprete de LSB/LP).
Evento
 muito importante, por debater a temática da Língua de Sinais 
Brasileira. Será composto de três momentos, onde serão abordados os três
 capítulos do livro   LIBRAS? QUE LÍNGUA É ESSA? , de autoria de Audrei 
Gesser.
Nesse terceiro momento foi trabalhado o Capítulo III do livro: A Surdez.
III. A SURDEZ
III. A SURDEZ
A surdez é um problema para o surdo?, 63
A surdez é uma deficiência?, 64
Por que a surdez é vista negativamente na sociedade?, 67
A surdez é hereditária?, 69
Há diferentes tipos e graus de surdez?, 71
Aparelhos auditivos ajudam o surdo a ouvir melhor?, 73
O implante coclear recupera a audição do surdo?, 75
A surdez compromete o desenvolvimento
cognitivo-linguístico do indivíduo?, 76
Que momento nós vivemos?, 78
Momento rico em discussões e trocas de conhecimentos.
Todos os acadêmicos estão de parabéns!!!
A equipe III começou a apresentação cumprimentando a todos em LSB.
 Muito legal.
Equipe maravilhosa. 
Confeccionaram uma camiseta lindaaaaa.... 
E vamos às discussões sobre Língua de Sinais Brasileira. 
Momento muito bacana ...
O pessoal animou a turma com a dinâmica "Telefone Sem Fio".
Pra encerrar...
A equipe distribuiu lembrancinhasssss...
Muito lindo.
Apaixonada por essa turma.
Parabéns equipe III:
 Alane Katrine M. santos
Gabrielle Carvalho Santos
Jaqueline Pereira de Souza
Jéssica Martins Vieira
Kathielly Francisca Almeida
Laira Vieira Matos
Letícia da Silva Faria
Rayssa Rocha Soares de Jesus
Siomar Dias Ferreira
    
    
    
Resenha do livro: "Libras? Que língua é essa?"
 IUniversidade de Brasília Brasília - Distrito Federal / Brasil     
IIUniversidade de Brasília Brasília - Distrito Federal / Brasil
IIUniversidade de Brasília Brasília - Distrito Federal / Brasil
GESSER, A. LIBRAS? Que língua é essa?:  crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009
1. A autora e a sua obra 
Libras: Que língua é essa?,
 de autoria da linguista aplicada Audrei Gesser, é o primeiro livro 
autoral nesta perspectiva publicado no Brasil na área da Linguística 
Aplicada. A autora desta coletânea pioneira é mestra em Letras/Inglês 
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutora em 
Linguística Aplicada na área de Educação Bilíngue pela UNICAMP. Foi 
pesquisadora visitante na Gallaudet University, Estados Unidos, em 2004.
 Tem interesse em questões de ensino e aprendizagem de línguas orais e 
de sinais como segunda língua/língua estrangeira (L2/LE), formação de 
professores e contextos sociolinguisticamente complexos de minorias bi/ 
multilíngues e bi/multiculturais. Em suas pesquisas, procura visibilizar
 a relação dos ouvintes com o surdo, a surdez e a língua de sinais. 
Atualmente, é professora adjunta do Departamento de Artes e Libras 
(DALi) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no curso 
presencial Letras/ Libras. 
O
 livro citado, em síntese, contém um conjunto de artigos que  esboçam 
possíveis respostas às perguntas relacionadas aos três assuntos 
principais que norteiam o livro: "A Língua Brasileira de Sinais 
(LIBRAS)", "O surdo" e "A surdez". Dessa forma, tem por objetivo 
descaracterizar alguns preconceitos, estigmas e estereótipos que podemos
 ter ou manter em contato com a vida, a cultura e a língua dos surdos. ,
2. A finalidade e a relevância da obra para a Linguística Aplicada brasileira 
Trata-se
 de um livro inovador, que possui linguagem envolvente e alude a campo 
de investigação que ainda carece de pesquisas no bojo da língua(gem), 
sendo direcionado a pais, professores, estudantes e pesquisadores da 
área. A partir dessa perspectiva, a autora evidencia questões de suma 
importância para esse campo de estudo que interfacearam sua práxis como 
professora e pesquisadora da língua(gem). O livro leva o leitor a 
(re)conhecer o que apenas pensamos ser conhecido e entender que ainda há
 muitas lutas a serem traçadas pelos/para os surdos. Como afirma a 
autora, foi uma forma encontrada para sensibilizar ouvintes sobre um 
mundo surdo desconhecido e complexo (p.10). 
A
 obra inicia-se com a língua em questão: LIBRAS. As partes que dividem 
os capítulos são perguntas relacionadas ao tema que, na maioria das 
vezes, são crenças. Assuntos de grande relevância são tratados no texto 
como, por exemplo,(a) a gramática da língua de sinais, visto que muitas 
vezes é entendida como língua ágrafa, mímica, soletração etc; (b) 
aspectos linguísticos e elementos gramaticais da língua de sinais, 
semelhanças estruturais com as línguas orais e características próprias 
das línguas de sinais que as tornam legítimas. Gesser enfatiza nesses 
capítulos que a língua de sinais é uma língua autônoma, com todas as 
características linguísticas de qualquer língua humana natural, 
portanto, tudo pode ser expresso pela língua de sinais. 
No
 segundo capítulo, Gesser aponta que os surdos eram privados de se 
comunicarem na sua língua e até "castigados" por causa disso. Isto se 
comprova pelo fato de a sinalização ter sido considerada como "código 
secreto", pois era usada às escondidas devido à sua proibição. 
Para
 falar sobre o surdo, Gesser apresenta termos estereotipados e 
preconceituosos relacionados ao indivíduo surdo, como, por exemplo, 
surdo-mudo ou deficiente auditivo, e mostra como essas questões ainda 
estão presentes na vida dos surdos. Assim, é interessante perceber que 
não são nomenclaturas que definem a construção da identidade dos surdos,
 mas que dependem de relações culturais, sociais, históricas e 
linguísticas. Há, ainda, o reconhecimento de uma língua oral-auditiva e 
de uma língua visual-gestual. A verdade é que os surdos falam através 
dos sinais, o que coloca em cheque questões que a sociedade insiste em 
defender como o mito de que a fala é concebida unicamente com o sentido 
de produção vocal-sonora. 
Outro
 problema destacado na vida do surdo é a imposição do português na 
escolarização, o que significa negar sua primeira língua no seu processo
 de alfabetização. Essa questão se torna importante, pois é tratada não 
como dificuldade, mas como falta de oportunidade de acesso a uma escola 
que reconheça as diferenças linguísticas, [...] que tenha professores 
proficientes na língua de sinais, que permita a alfabetização na língua 
primeira e natural dos surdos (p.57). Essa falta de oportunidade e de 
uso na língua de sinais atrapalha o desenvolvimento do aluno surdo em 
sua segunda língua, além de ser uma questão de respeito e reconhecimento
 de sua primeira língua. 
No
 terceiro capítulo, Gesser afirma que a surdez é muito mais um problema 
para os ouvintes do que para os surdos. Nesse capítulo, a autora 
responde a algumas questões relacionadas à surdez, aos tipos de surdez, à
 hereditariedade, aos aparelhos auditivos etc. Um ponto interessante 
tratado no capítulo é a visão negativa da sociedade em relação à surdez 
e, ainda, como muitos surdos tratam sua própria surdez. Mais uma vez, 
volta-se à questão de que não é a surdez que compromete o 
desenvolvimento do indivíduo surdo, mas a ausência do acesso a uma 
língua. Assim, torna-se verdade que muitos estereótipos ligados aos 
surdos e à surdez são (re)construídos por aqueles que insistem em educar
 os surdos por meio de uma língua oral. A autora conclui  o capítulo ao 
dizer que "o elo que aproxima ouvintes e surdos é o da língua de sinais"
 (p. 80), porém, ela sempre foi banida e rejeitada. 
Neste livro, Gesser nos faz perceber um ponto de extrema importância. Segundo ela, 
através da língua nos constituímos plenamente como seres humanos, comunicamo-nos com nossos semelhantes, construímos nossas identidades e subjetividades, adquirimos e partilhamos informações que nos possibilitam compreender o mundo que nos cerca e é nesse sentido que a linguagem ocupa um papel essencial na organização das funções psicológicas superiores (p.77).
Estudos
 desenvolvidos na área da Linguística Aplicada mostram que a língua de 
sinais tem características próprias que a tornam língua humana e 
natural. É preciso, então, entender que a língua de sinais é o meio pelo
 qual os surdos podem adquirir conhecimento de mundo, construir sua 
própria história e serem reconhecidos como surdos. 
3. Possíveis encaminhamentos e considerações finais 
Podemos
 aqui apresentar o desenvolvimento de propostas norteadoras de estudos e
 a concretização do reconhecimento da língua de sinais nas escolas e na 
sociedade, que são importantes aspectos ao se tratar da LIBRAS. Nesse 
sentido, algumas informações podem auxiliar professores e educadores em 
geral para buscarem conhecimento detalhado sobre a língua, os direitos e
 a cultura surda, para que, dessa maneira, os estereótipos e estigmas 
citados não façam mais parte da vida nem dos surdos e nem dos ouvintes. 
Será apresentado, então, o que diz a legislação para os surdos e alguns 
trabalhos de estudiosos voltados para essa área. 
A Lei n.º 10.436, art. 1º, é clara quando diz que: 
Art. 1º - É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002).
O
 artigo primeiro mostra o reconhecimento da LIBRAS como o principal meio
 de comunicação utilizado pelas pessoas surdas. Já no parágrafo único, a
 LIBRAS é reconhecida como uma verdadeira língua, contendo nela recursos
 e estrutura gramatical próprios. O artigo também reconhece  o status de comunidade surda com cultura própria e com direito a lutar por seus direitos. 
O Decreto n.º 5.626 da Lei de LIBRAS, art. 14º, refere-se à educação do aluno com surdez e afirma que: 
Art.14º - As instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à comunicação, à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidade de educação, desde a educação infantil até à superior.
§1º Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput, as instituições federais de ensino devem:
I- promover cursos de formação de professores para:
a) o uso e o ensino da LIBRAS;
b) o ensino da LIBRAS;
c) o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua para as pessoas surdas;
II- prover as escolas com:
a) professor de LIBRAS ou instrutor de LIBRAS;
b) tradutor e intérprete de LIBRAS - Língua Portuguesa;
c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como a segunda língua para as pessoas surdas; e
d) professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade lingüística manifestada pelos alunos surdos. (BRASIL, 2005).
Nesse
 artigo, está explícito que o Governo Federal é obrigado a garantir aos 
alunos surdos o acesso à comunicação, à informação e à educação em 
qualquer processo seletivo desenvolvido em todos os níveis de ensino em 
que  o aluno esteja inserido. O primeiro parágrafo diz que as 
instituições federais devem promover a formação de professores para que 
eles aprendam, usem e ensinem a LIBRAS e a utilizem como um recurso 
didático para o ensino da língua aos alunos com surdez. 
O
 inciso II diz, ainda, que a União deve prover às escolas professores ou
 instrutores de LIBRAS para o ensino de alunos que não tenham 
conhecimento da língua e também professores que ensinem a Língua 
Portuguesa como segunda língua. 
Ainda
 sobre a LIBRAS, Quadros e Karnopp (2004) apresentam uma análise 
detalhada e minuciosa sobre a língua de sinais e os seus aspectos 
linguísticos. Além disso, as autoras trazem semelhanças e diferenças das
 línguas orais-auditivas. Um ponto interessante desenvolvido por elas é 
também a presença de alguns mitos sobre a língua. Portanto, há uma 
tentativa de descaracterizar mais uma vez estereótipos que podem estar 
relacionados com a língua de sinais. Em geral, a obra é um estudo 
teórico-descritivo sobre a LIBRAS, a estrutura da língua, a flexão, a 
simetria, a organização das frases e outros aspectos. Esta obra abrange 
diversos pontos acerca da língua de sinais e pode auxiliar profissionais
 envolvidos nessa área. 
É
 possível perceber, pelos estudos realizados no bojo da língua(gem), que
 muito já foi feito pela língua de sinais, mas há muito ainda por fazer.
 O conhecimento sobre a LIBRAS ou até mesmo sobre toda a teoria proposta
 e apresentada não são suficientes para que essa língua seja 
(re)conhecida por todos. É presente a discussão sobre língua natural e a
 própria estrutura da língua, porém, ainda é preciso que haja estudos 
sobre o reconhecimento da cultura e da identidade dos surdos. Apesar de a
 presente legislação garantir a presença da LIBRAS nos lócus escolares, 
ainda há muito o que fazer para que essa presença seja efetiva e 
emancipatória nas escolas públicas brasileiras. 

 
 
 
 





















 
 
 
 





 
Tudo lindo! Apaixonada por Libras😍😍😍😍😍👏👏👏
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEssa turma é brilhante! Seminário ótimo!
ResponderExcluirClaudinéia