RYBENINHA
DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS
“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."
Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)
SINAL DE "Libras"
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Mãe e filho criam linguagem própria, para surdez não impedir o "eu te amo"
Mãe e filho criam linguagem própria, para surdez não impedir o "eu te amo"
De um lado o silêncio, do outro, quem ouve. Há 23 anos, Maria Angélica de Freitas, que é deficiente auditiva, dava à luz ao segundo filho, Luiz Henrique de Araújo. O menino nasceu sem qualquer problema de saúde, hoje é músico, não aprendeu libras, mas criou com a mãe uma linguagem própria, que acabou virando elo.
Luiz tem 23 anos e diz que a palavra surdez surgiu na vida dele logo na infância, mas só fez sentido pouco antes dos 12 anos. Foi ali que o menino viu na deficiência da mãe um desafio e decidiu que nunca iria tolerar o preconceito.
"Na escola, tinha sempre um coleguinha que brincava com o fato da minha mãe não falar. As vezes isso me dava muito raia e já vi pessoas se aproveitando da surdez para falar pelas costas ou tirarem sarro. Eu sempre defendo e peço respeito", diz.
Quando teve noção de que se comunicaria de outra forma com a mãe, o jeito foi enfrentar como algo natural. "Sempre vi que isso não atrapalhava em nada a vida dela e eu sabia que eu tinha que me adaptar".
A mímica foi um dos caminhos que encontraram para a comunicação. "Faço sinais na cabeça quando falo de tomar banho, o coração para falar do amor e o teto para falar da nossa casa. A gente foi se virando com o que ficava mais fácil, não é Libras, mas a gente se entende muito bem e conversa de tudo dentro de casa. Quem olha de fora quase não entende, mas a gente não tem esse problema. São gestos que ela me ensinou desde criança", conta.
Para ele, a dificuldade maior tem sido aprender a linguagem de sinais, desde a infância. Mas ele garante que ainda vai aprender. "Não é fácil, é muita linguagem na mão que eu sinceramente ainda não consegui, mas eu vou aprender. Enquanto isso, a gente se comunica do nosso jeito, as vezes demora um pouco pra entender, mas a gente ri e tenta de novo. Porque até quando faço um gesto errado, mãe sempre sabe do que o filho tá falando, a gente se comunica até pelo olhar".
Maria, tem 45 anos e ficou surda após ter meningite. A avó de Luiz ouviu da médica que Maria não iria mais ouvir aos 4 meses de vida, quando percebeu que a menina não dava sinais de incômodo ao barulho e dificilmente chorava. "Ela teve meningite logo que nasceu, minha avó conta que os médicos não disseram que ela estava com algum problema e depois que foi diagnosticada, soube que o caso era irreversível", conta.
Apesar do choque com a notícia, a mãe de Maria seguiu adiante e batalhou para que os filhos sempre tivessem uma vida normal, assim como o irmão mais velho dela, que também é deficiente auditivo. "Meu tio também não escuta, então a família aprendeu muito com eles, apesar das dificuldades, isso nunca mudou em nada. A gente só se comunica de um jeito diferente", diz o filho.
E foi ela, Maria, quem mostrou que apesar das limitações auditivas, pode ser independente. Casou nova, separou do primeiro marido após 15 anos. Hoje é casada com o padrasto de Luiz que ele considera um pai.
Para o músico, a mãe é a base da família e um exemplo de mulher guerreira. "Nunca me deixou faltar nada. Muito menos amor e carinho, isso é o que eu mais admiro, porque ela nunca colocou a deficiência na frente, como uma dificuldade. Vai ao banco, supermercado, pega ônibus e faz tudo sozinha. Eu tenho muito orgulho disso", declara.
Atualmente, Maria trabalha como auxiliar de limpeza na Maternidade Cândido Mariano, em casa aproveita o carinho do marido e do filho coruja. "Minha irmã já casou, mas eu não sinto vontade de deixar ela sozinha e o que motiva e esse amor de mãe. Vale a pena todos os gestos".
O "eu te amo" também não vem em palavras. Os gestos improvisados valem mil declarações de amor. "Ela diz eu te amo sempre e me lembra que a gente é uma família. Quando não mexo as mãos, é porque as vezes nem precisa, ela sabe como eu estou só pelo jeito que eu olho. Aquele amor incondicional de mãe que nunca vai precisar de palavra, sendo surda ou não", declara o filho.
http://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/mae-e-filho-criam-linguagem-propria-para-surdez-nao-impedir-o-eu-te-amo
SURDEZ – PERDA AUDITIVA NO IDOSO – CAUSAS E TRATAMENTO
SURDEZ – PERDA AUDITIVA NO IDOSO – CAUSAS E TRATAMENTO
A famosa surdez do idoso é causada pela perda de audição natural que ocorre com o envelhecimento; esta alteração é chamada em medicina de presbiacusia. A Presbiacusia é uma doença multifatorial, caracterizada pela perda progressiva da audição em ambos os ouvidos ao longo da vida. Esta deficiência auditiva geralmente afeta as altas frequências da audição (explicarei melhor ao longo do texto).
A perda auditiva tem um enorme impacto sobre a qualidade de vida de milhões de indivíduos idosos, e está se tornando um transtorno cada vez mais comum com o envelhecimento da população.
CAUSAS DE PERDA ADITIVA NO IDOSO
A perda de audição torna-se mais comum conforme o indivíduo vai envelhecendo. Cerca de 11% dos pacientes entre 44 e 54 anos já apresentam alguma perda auditiva. Este percentual sobe para 25% entre as pessoas de 55 e 65 anos e chega a quase 50% da população com mais de 70 anos.
Acredita-se que a hereditariedade e a exposição crônica a ruídos altos são os principais fatores que contribuem para a perda de audição ao longo do tempo.
Outros fatores também podem acelerar a perda de audição ao longo da vida, entre eles:
1- Uso de substâncias tóxicas aos ouvidos, tais como:
– Antibióticos da classe aminoglicosídeos em doses altas (leia: ANTIBIÓTICOS | Tipos, resistência e indicações).
– Quimioterapia.
– Cloroquina.
– Intoxicação por metais pesados, como mercúrio, chumbo ou arsênico.
2- Infecções:
– Cocleíte viral.
3- Tabagismo (leia: MALEFÍCIOS DO CIGARRO | Tratamento do tabagismo).
4- Hipertensão (leia: HIPERTENSÃO ARTERIAL | Sintomas e tratamento).
5- Diabetes (leia: DIABETES MELLITUS | Diagnóstico e sintomas).
6- Traumas.
SINTOMAS DA PERDA AUDITIVA NO IDOSO
A principal característica de presbiacusia é a perda progressiva e simétrica da audição de alta frequência ao longo dos anos. Esta perda de audição também pode ser acompanhada de zumbido, vertigem e desequilíbrio.
O ser humano é capaz de ouvir frequências entre 20 Hz e 20000 Hz (20 KHz). Muitos adultos já não conseguem ouvir frequências acima de 15000 Hz (15 KHz). Na presbiacusia, a perda auditiva é ainda maior e as frequências mais afetadas são aqueles acima de 2000 Hz (2 KHz).
No vídeo abaixo é possível ouvir e entender o que são as várias frequências de som (o teste funciona melhor com fones de ouvido).
Com o passar dos anos, a capacidade de ouvir frequências altas continua a cair, e as frequências médias e baixas (0,5 a 2 KHz), associadas à fala humana, também tornam-se progressivamente envolvidas.
Em média, usamos sons com frequências que variam entre 250 Hz até 4000 Hz (4 KHz). No discurso humano as vogais costumam ser de média e baixa frequência enquanto as consoantes são de alta frequência. Algumas consoantes com o som de “Z”, por exemplo, podem ter frequências até 8000 Hz (8 KHz). Como resultado, os pacientes com perda auditiva da alta frequência muitas vezes relatam serem capazes de ouvir quando alguém está falando, mas não de entender o que está sendo dito devido à perda de informação dos sons das consoantes.
A dificuldade auditiva é exacerbada na presença de ruído de fundo. Pacientes com deficiência auditiva pela idade costumam se sair razoavelmente bem em conversas privadas em uma sala silenciosa, mas passam por dificuldades em ambientes sociais. Os pacientes também se queixam de ter mais dificuldades em ouvir as mulheres do que homens, já que estas têm naturalmente um discurso com frequência mais elevada (não confunda frequência do som com a altura do mesmo).
Um achado comum em pacientes com perda de audição é uma hipersensibilidade paradoxal a sons altos. Os idosos podem se queixar de que os sons tornam-se muito altos quando estão na verdade em níveis que são facilmente tolerados por pessoas com audição normal. Esta alteração explica o motivo pelo qual gritar com pacientes com presbiacusia pode muitas vezes ser bastante contraproducente. As pessoas imaginam que precisam falar muito alto para que idosos com algum grau de surdez possam ouvi-las. Ao gritarmos, as vogais de frequências baixas são amplificadas, enquanto as consoantes permanecem inaudíveis, o que pode ser muito desconfortável para o ouvinte. Na presbiacusia o problema é muito mais em relação às frequências do som do que propriamente à intensidade do mesmo. Gritar só funciona se o paciente tiver outras causas para a perda auditiva, como por exemplo, uma rolha de cerúmen (cera no ouvido) obstruindo a passagem do som.
A imensa maioria dos pacientes demora vários anos para procurar ajuda médica para sua perda de audição. Este fato ocorre em parte devido ao início insidioso da doença, bem como ao estigma negativo associado ao uso de aparelho auditivo.
A maioria dos idosos encara algum grau de perda auditiva como inevitável e não tratável. Entretanto, a presbiacusia quando não reconhecida e tratada pode levar a isolamento social progressivo e depressão, principalmente se o paciente também tiver outras limitações funcionais, como dificuldade para andar ou déficits visuais.
O zumbido também pode ser um problema importante na presbiacusia. O som é geralmente descrito como um zumbido afetando ambos os ouvidos ou difusamente “dentro da cabeça”.
Qualquer pessoa que sinta algum grau de perda auditiva deve procurar um otorrinolaringologista. Este médico é capaz de diagnosticar a deficiência auditiva e de identificar sua(s) causa(s). Com um exame chamado audiograma, o médico é capaz de identificar as perdas auditivas. Durante este teste, com fones de ouvido, você irá ouvir sons direcionados para um ouvido de cada vez. O otorrinolaringologista apresentará uma gama de sons, frequências e também várias palavras para determinar a sua capacidade auditiva.
TRATAMENTO DA PERDA DE AUDIÇÃO NO IDOSO
Não existe um tratamento que previna ou que cure a perda de audição nos idosos. Porém, já existem várias opções para se atenuar e compensar a perda auditiva.
Aparelhos auditivos
Os aparelhos auditivos podem melhorar a função auditiva na maioria dos casos de presbiacusia. A perda auditiva raramente se torna tão grave que os aparelhos auditivos não são eficazes em restaurar a capacidade de se comunicar.
Os avanços tecnológicos dos aparelhos auditivos nos últimos anos melhoraram significativamente o desempenho dos mesmos, minimizando as más experiências que eram comuns antigamente. Entretanto, como existem vários modelos no mercado, é possível que você tenha que experimentar algumas opções antes de encontrar aquele aparelho auditivo que melhor se adapta ao seu caso.
Os aparelhos auditivos também ajudam a melhorar o zumbido experimentado por muitos pacientes com presbiacusia.
Implante coclear
Para os pacientes com grave perda auditiva na qual o aparelho auditivo não é eficaz, existe a opção pelo implante coclear. O implante coclear envolve a colocação de um conjunto de eletrodos dentro do ouvido interno para estimular diretamente os neurônios responsáveis pela interpretação dos sons. Este procedimento pode ser realizado com segurança mesmo em pessoas acima dos 80 anos.
Os implantes cocleares são indicados para pessoas com perda auditiva bilateral severa que não melhora significativamente com aparelhos auditivos.
Este artigo também está disponível em Espanhol
http://www.mdsaude.com/2012/01/surdez-deficiencia-auditiva.html
Dormiu ouvindo, acordou surdo
Surdez súbita leva à perda auditiva repentina e pode até ser irreversível. Veja como lidar com o problema
Yara Achôa, iG São Paulo
Aos 17 anos, Dennis Brandão foi dormir ouvindo. Quando acordou, estava surdo. “Foi desesperador”, lembra o hoje assessor comercial, de 36 anos. Na época, a primeira coisa foi imaginar que o problema pudesse ser consequência de um quadro gripal que teria afetado o ouvido. Com o passar dos dias, sem regressão do problema, ele foi internado e tiveram início as investigações. Foi então que os médicos constataram que se tratava de um quadro grave de surdez bilateral, mas não souberam precisar as causas. No caso de Dennis, a surdez súbita tornou-se definitiva.
Acredita-se que a surdez súbita – que pode ser leve, moderada, profunda ou total – acometa de 5 a 20 indivíduos a cada 100 mil. Estudos alemães recentes relatam incidência de até 300 em cada 100 mil pessoas. “No Brasil não temos dados epidemiológicos oficiais. Mas apesar de parecer uma incidência baixa, a surdez súbita tem grande importância pela alta morbidade causada, pois ela afeta a audição e envolve aspectos emocionais, sociais e profissionais na vida do paciente”, diz médica Ana Cristina Kfouri, otorrinolaringologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Causas diversas
Não se trata exatamente de uma doença. “A perda auditiva repentina é um sintoma que pode denunciar a presença das mais diversas patologias. Algumas vezes descobrimos a razão do problema, mas na maioria dos casos ela é considerada idiopática, ou seja, não tem causa aparente”, explica a otorrino Norma Penido, chefe de clínica do Setor Interdisciplinar de Otologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Entre as principais causas conhecidas (cerca de 10 a 15% dos casos, em estágio inicial) tem-se drogas ototóxicas, trauma acústico, trauma mecânico, fístula labiríntica, acometimentos neurológicos (neurinoma do nervo cocleovestibular, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla), causas neoplasicas (tumores, carcinomatoses meníngeas, mieloma múltiplo, leucemia) e radioterapia. “O restante supõem-se que sejam casos provocados por problemas virais, vasculares, autoimunes e psicossomáticos”, diz Ana Kfouri.
Quando se conhece a raiz da enfermidade, as chances de recuperação aumentam. “A partir do momento em que encontro a etiologia – um tumor, por exemplo –, irei direcionar o tratamento a ela. Assim estarei tratando também a surdez súbita. Muitas vezes, porém, apesar da medicação e até do uso de aparelhos auditivos, não há o que se fazer para restabelecer a audição”, diz a médica da Unifesp.
Em casos de surdez súbita idiopática, a recuperação pode ser total em 25% dos casos, parcial em 50%, mas 25% dos pacientes não restauram a audição.
Quando existe melhora (espontânea ou seguida de tratamento medicamentoso) ela acontece, geralmente, nas duas primeiras semanas. Mas também pode demorar até cerca de seis meses. “Há fatores prognósticos que dão indícios quanto à maior ou menor chance de recuperação do paciente, tais como intensidade da perda auditiva, tipo da curva audiométrica, exame vestibular alterado e demora para início do tratamento”, argumenta a médica da Santa Casa.
Quando procurar o médico
O indivíduo pode se perceber surdo de repente ou notar perda progressiva em até 72 horas. Em 70% dos casos, o quadro pode estar associado a zumbidos e, em 40%, tonturas. É o que geralmente leva a pessoa a procurar o médico.
Segundo as especialistas, fatores sócio-econômico-culturais influenciam a busca por ajuda. “Muitas pessoas não procuram o médico por desconhecerem os possíveis problemas que podem afetar o ouvido além de dor; outros, porque não querem faltar ao trabalho (já que não dói, depois passa). Muitos até tentam, mas não conseguem vagas no serviço público de saúde. E, por fim, o indivíduo até chega ao clínico geral – mas alguns colegas, por despreparo, mal examinam o paciente ou acham que se trata de uma simples rolha de cera e não fazem o encaminhamento ao especialista. Por isso não conseguimos estabelecer a incidência desta afecção em nosso País e temos tanta dificuldade para pesquisas clínicas sobre o assunto”, analisa Ana Cristina Kfouri.
Tratamentos propostos
Em uma fase inicial, os especialistas indicam o uso de corticóides sistêmicos (desde que não haja contra-indicação expressa), podendo-se associar vasodilatadores (pentoxifilina ou betahistina ou até ginkgo biloba). “O uso de antivirais é contraditório: alguns estudos relatam melhora; outros, dizem que seu efeito é o mesmo de um placebo. Atualmente, tratamentos ‘alternativos’ como câmara hiperbárica e corticóide intratimpânico têm sido estudados, mas com eficácia ainda discutível. Em uma deficiência auditiva refratária, alguns colegas têm indicado também a acupuntura, porém os resultados não são significativos”, explica a otorrino Ana Kfouri.
Os aparelhos auditivos – e até mesmo o implante coclear – são indicados em casos em que não existem mais chances de recuperação com uso de medicação e quando há condições para tal utilização.
Final feliz para Dennis
O assessor comercial Dennis Brandão ficou sem ouvir por quase 15 anos. “Foi um choque perder a audição. Apesar disso, procurei levar uma vida normal, fiz faculdade, me formei em administração. Mas não escapei de períodos mais difíceis, sofrendo discriminação no trabalho – exercendo uma função inferior à minha capacidade pelo fato de ser surdo - e até mergulhando na depressão”, conta.
Em 2005, depois de experimentar aparelhos auditivos sem sucesso, ele se submeteu a uma cirurgia de implante coclear. “Mesmo sem a garantia de que voltaria a ouvir, arrisquei. Meu sonho era escutar uma buzina, um apito”.
O procedimento foi um sucesso e aos poucos ele foi resgatando a memória auditiva. E não esquece a primeira música que ouviu. “Foi uma canção do Wando, com aquele refrão ‘meu iaiá, meu ioiô’”, cantarola.
O implante foi feito no lado esquerdo – convênios médicos cobrem a cirurgia, mas só autorizam em um dos ouvidos e Dennis ainda batalha para realizar a operação no outro lado. Mas o fato mudou sua vida. “Progredi profissionalmente e até me casei. Voltar a ouvir me reintegrou à sociedade”, finaliza.
http://saude.ig.com.br/minhasaude/dormiu-ouvindo-acordou-surdo/n1237886782324.html
Papai Noel visita as crianças do INES e arrecada 600 kg de doações
Papai Noel visita as crianças do INES e arrecada 600 kg de doações
Na última quarta-feira, dia 7 de dezembro, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) recebeu a tão esperada visita do Papai Noel, que chegou às 9 horas e distribuiu brinquedos e muita alegria a todos os alunos de até 12 anos do instituto. O evento aconteceu no auditório principal e reuniu cerca de 80 crianças do SEDIN, CAAF e SEF-1, além de familiares, responsáveis, professores e equipe de apoio.
Em clima de festa, o público se emocionou com o encontro e o próprio bom velhinho foi contagiado pela energia dos pequenos: "É sempre uma alegria vê-los". O diretor geral do instituto, Marcelo Cavalcanti, também esteve presente para desejar a todos um feliz Natal.
Como costuma fazer a cada ano, a equipe da Casa do Papai Noel aproveitou a ocasião para recolher doações para cestas básicas que serão entregues em orfanatos e asilos. No INES, foram arrecadados em torno de 600 quilos de alimentos não perecíveis, número maior que o dos últimos dois anos.
No mesmo dia, foi inaugurado o tradicional presépio no hall de entrada do prédio principal do instituto. A maquete foi montada pelas professoras de artes do INES com figuras de gesso e materiais recicláveis, retalhos de tecido, folhas secas e cascas de alho.
http://www.ines.gov.br/component/content/article?id=329
Mc Milk
Mc Milk
Categoria: Música com sinais
País: Brasil
Vídeo: “Você é linda”
Línguas: Português e Língua de Sinais Brasileira (Libras/LSB)
País: Brasil
Vídeo: “Você é linda”
Línguas: Português e Língua de Sinais Brasileira (Libras/LSB)
No videoclipe de “Você é linda”, lançado há pouco mais de dois meses, o jovem cantor brasiliense de pop-funk MC Milk (Victor Hugo Leite) arrisca-se a sinalizar e apresenta em sua música trechos traduzidos em Língua Brasileira de Sinais. “A ideia, segundo o artista, surgiu após ele observar duas mulheres surdas conversando durante uma viagem. O cantor, então, se inscreveu num curso de Libras e aproveitou os ensinamentos para incluir na sua canção de lançamento”, informa o Jornal Extra. O clipe também conta com legendas, tornando-se mais acessível para pessoas surdas.
A surdez é cansativa - Crônicas da Surdez
A surdez é cansativa - Crônicas da Surdez
A surdez é cansativa. Quem convive com ela sabe muito bem disso, e não importa o grau da perda auditiva ou se você usa aparelho auditivo, implante coclear ou não usa nada – é quase impossível não chegar ao final do dia cansado. Ela me lembra uma frase que eu costumava ouvir quando era pequena: ‘o trabalho mental cansa mais que o trabalho braçal‘. Como exige demais do nosso cérebro, é inevitável que a maioria de nós se sinta esgotado após um dia cheio.
A gente acorda e precisa buscar o som, pois ele não entra naturalmente. Até hoje os primeiros minutos do meu dia me fazem sentir como ‘ei, que barulheira é essa?‘ assim que coloco meus implantes após uma noite de sono no mais absoluto silêncio reconfortante.
Nos anos em que usei aparelho auditivo, lembro de já no meio da tarde me sentir cansada, em função da leitura labial ininterrupta – eu fazia atendimento ao público numa repartição pública, vejam só que ironia. Cada nova boca era um novo mundo, cada dentadura mal colocada, um novo idioma; cada palavra mal articulada, uma sessão de tortura. Meu sentimento era o de estar vigando vesga além de surda. Chegava um momento em que os olhos convergiam e eu não conseguia mais focar em nada. Houve uma vez em que fui ao oftalmologista 4x seguidas, pois tinha certeza de que havia algum problema com a minha visão. Porém, não havia: era cansaço mental de um cérebro calejado de tanto precisar desvendar bocas.
A surdez é cansativa porque, além de exigir de nós um esforço monstruoso e incessante, também tem o dom de nos deixar nervosos. Estamos inseridos em famílias nas quais todos falam ao mesmo tempo, esquecem das nossas dificuldades, não falam de frente para nós, não respeitam nossa necessidade de um pouco de silêncio, têm preguiça de repetir quando não escutamos. Estamos inseridos em locais de trabalho com colegas insensíveis, falta de acessibilidade, bullying por causa das cotas, chefes despreparados para lidar conosco. Estamos inseridos num mundo barulhento, com poluição sonora em todo e qualquer lugar, que exige respostas perfeitas na velocidade da luz. Estamos inseridos em grupos de amigosque nem sempre têm a delicadeza necessária para lidar com a nossa deficiência auditiva e nos convidam para baladas escuras, restaurantes de 130dB e afins. Estamos em relacionamentos com pessoas que ouvem, e poucas delas compreendem de verdade as dores e cansaços que a surdez nos traz.
Temos o direito de nos proteger desse cansaço, tirando um tempo para nós, quando acharmos necessário. Fazendo com que os outros entendam que às vezes precisamos, SIM, de silêncio, de aparelhos desligados, de sossego. Numa das tantas ironias da surdez, começamos o dia com pilhas físicas e emocionais carregadas, e chegamos ao final do dia com o aviso do “Pi Pi Pi” físico e emocional. Troque as pilhas físicas e recarregue as emocionais, pelo bem das novas situações auditiva que virão!
http://cronicasdasurdez.com/surdez-cansativa/
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