Cursinho nega intérprete para aluna surda matriculada no centro de SP
             
       
                                  
                    Marcelle Souza
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
02/02/2013
 Matriculada em um curso pré-vestibular do Anglo na unidade Tamandaré, 
região central de São Paulo, uma aluna surda de 18 anos não poderá 
assistir às aulas. O cursinho não disponibilizará intérprete de Libras 
(Língua Brasileira de Sinais) durante as aulas. Essa foi a informação 
que a mãe da aluna, Liliane Petris, 40, recebeu do cursinho dias depois 
de inscrever a jovem, que pretende prestar vestibular no fim deste ano.
 Se a aluna quiser estudar, teria dito o diretor do cursinho, deverá 
transferir a matrícula para uma unidade a 20 km do local que ela 
escolheu. Isso porque apenas no prédio localizado na avenida João Dias 
(zona sul de SP) há um intérprete de Libras, apesar de não haver alunos 
surdos nessa unidade.
 Além de ser distante, o curso que possui um profissional especializado 
só ocorre durante a tarde – a aluna se matriculou em aulas do período 
matutino--, que tem carga horária menor do que a escolhida.
 "Já paguei a primeira mensalidade, minha filha tem o direito de 
escolher a carga horária, o período e onde quer estudar. Essa não pode 
ser uma decisão do Anglo", diz Liliane. As aulas do cursinho 
pré-vestibular começam no início de março.
 "Primeiro, disseram que não havia espaço no tablado para o professor e o
 intérprete. Depois fui informada de que só iriam colocar o profissional
 em sala quando fossem obrigados pelo Ministério Público", completa.
 Liliane fez a denúncia ao Ministério Público Federal nesta semana e pretende procurar também o Ministério Público Estadual. 
Compromisso
 Em 2008, o Anglo assinou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o 
Ministério Público Federal e o Estadual, em que se comprometia a colocar
 um intérprete de Libras nas aulas regulares do curso "express" 
oferecido na unidade João Dias a partir do ano seguinte. O TAC define 
uma multa diária de R$ 3 mil em caso de descumprimento.
 Liliane foi então informada de que, mesmo sem alunos surdos no prédio 
da zona sul, o intérprete não poderia ser deslocado para outro endereço,
 porque o termo assinado trata apenas das aulas na unidade João Dias.
 Dessa forma, a mãe diz que foi orientada a procurar o Ministério 
Público, fazer uma denúncia e esperar um novo TAC ser assinado – o que 
pode demorar mais de um ano.
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação define que o aluno com algum 
tipo de deficiência deve receber serviços de apoio especializados em 
escolas públicas e privadas. O problema é que o texto aborda 
especificamente o ensino regular – que não inclui cursinhos 
pré-vestibulares.
 A mãe diz que outra aluna, também com deficiência auditiva, teve a 
matrícula negada na unidade do centro, porque foi informada pelo 
cursinho de que só poderia estudar no prédio da avenida João Dias.
 Diante do problema, Liliane não só fez a denúncia ao MP, como também 
criou um abaixo assinado virtual pedindo a presença de intérpretes de 
Libras em cursinhos (veja aqui a petição pública).
Resposta
 Em nota assinada por Marcelo Mirabelli, diretor do Anglo Vestibulares, o
 cursinho disse que é "sensível às dificuldades dos portadores de 
necessidades especiais" e que oferece o curso pré-vestibular na unidade 
João Dias, "totalmente adaptada para todos estudantes, portadores de 
necessidades especiais ou não".
 http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/02/02/cursinho-nega-interprete-para-aluna-surda-matriculada-no-centro-de-sp.htm

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