4/1/2014 às 06h06 (Atualizado em 4/1/2014 às 08h08)
Mais da metade da população surda do país é analfabeta e não tem oportunidades de emprego
    Os outros funcionários aprenderam a linguagem de sinais para se comunicar com os cozinheiros
    28.12.13 /EFE
  
 A confusão habitual na cozinha de qualquer restaurante do mundo se 
reduz no vietnamita Bread of Life (Pão da vida) ao empregar cozinheiros 
surdos.
 Os 19 comandantes da cozinha são surdos e gesticulam sem descanso para 
se comunicar enquanto salteiam verduras, fritam carne, amassam ou ligam 
molhos.
"Quando chegam, muitos deles são muito tímidos, não estão acostumados a falar com gente e é a primeira vez que trabalham", comenta Hô Thi Phuong Thao, uma jovem vietnamita que é uma as encarregadas do local desde sua abertura em 2005.
"Quando chegam, muitos deles são muito tímidos, não estão acostumados a falar com gente e é a primeira vez que trabalham", comenta Hô Thi Phuong Thao, uma jovem vietnamita que é uma as encarregadas do local desde sua abertura em 2005.
 "Mas depois de um ano ganham confiança e os vejo muito contentes. 
Inclusive se formaram casais", acrescenta a menina, com um sorriso no 
rosto.
 A cozinheira Nguyen Thi Li Na, de 26 anos, fica vermelha quando Thao 
pergunta na linguagem de sinais por seu namorado, um cozinheiro surdo 
por quem se apaixonou há há dois anos e com quem deve se casar nos 
próximos meses.
 Um dos aspectos que mais agradece de seu trabalho atual é o contato com
 os clientes, em sua maioria turistas ou residentes estrangeiros, já que
 o restaurante é especializado em pratos ocidentais, como hambúrgueres e
 pizza, conta Li Na.
 "Quando temos tempo mostramos alguns sinais aos turistas. Eles aprendem
 muito e nós também. Antes de trabalhar aqui quase não tinha contato com
 ninguém exceto minha família. Foi um desafio conhecer gente diferente e
 fazer novos amigos", revela a cozinheira.
 Os garçons e os encarregados, quase todos com capacidade auditiva 
normal, tiveram que aprender a linguagem de sinais para poderem se 
comunicar com os cozinheiros.
 "Demorei quase um mês para me entender de maneira básica com eles. É muito fácil", comenta Thao.
 A cozinheira Li Na tinha noções da linguagem de sinais antes de começar
 a trabalhar no restaurante, mas outros companheiros seus tiveram que 
aprender lá mesmo, com a ajuda de um professor.
 "Agora são os veteranos que ensinam a linguagem aos novos", elogia Thao.
 A americana Kathleen Huff e seu marido Bob fundaram este projeto na cidade de Danang.
 "Queríamos ajudar, mas também demonstrar aos vietnamitas que os surdos 
são capazes. São inteligentes e podem aprender muitos ofícios, mas muito
 poucos têm um emprego no Vietnã", indica Kathleen.
 O casal Huff também iniciou cursos de formação profissional e aulas de 
inglês para deficientes, porque o restaurante só pode acolher uma 
pequena parte dos surdos da região.
 Segundo Kathleen, 80% dos surdos vietnamitas são analfabetos e muitos 
deles nem conhecem a existência da linguagem de sinais, principalmente 
os que vivem em áreas rurais.
 Embora existam 85 escolas para surdos no Vietnã, a americana acredita 
que esse número é insuficiente, além de muitas famílias nunca terem 
ouvido falar sobre estes centros especializados.
 "Muitos vão por poucos anos ao colégio convencional, mas abandonam 
rapidamente ao não podem acompanhar o ritmo. Demora normalmente dois 
anos para passar de ano, de modo que com 18 anos estariam no primário 
ainda", explica Kahtleen.
 — O objetivo de Bread of Life é conseguir que os surdos sejam donos de seu destino.
http://noticias.r7.com/internacional/casal-americano-abre-restaurante-com-19-cozinheiros-surdos-no-vietna-04012014

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