A
escolarização de alunos surdos deve seguir as séries e níveis da
educação básica e superior. O especial de sua educação não implica em
alterar essa seqüência, mas em destacar, como essencial, a Educação
Infantil. O que se constata é que o ritmo da aprendizagem, devido aos
bloqueios na comunicação, costuma ser mais lento, particularmente no
período da alfabetização e nas séries iniciais. Não se trata de uma
limitação intelectual impeditiva do processo de aprendizagem, e sim de
uma característica decorrente das implicações impostas pela surdez e
pela tardia ou não participação nos Programas de Estimulação Precoce e
de Educação Pré-Escolar que dificultam o aprendizado da Língua
Portuguesa (na modalidade oral) e no que se refere à aquisição da Língua
Brasileira de Sinais.
Quanto aos currículos, preconiza-se que
sejam os mesmos adotados na educação comum ou regular, com as
necessárias estratégias e adaptações, respeitado o ritmo de aprendizagem
dos alunos surdos e os interesses correspondentes a sua faixa etária.
Além dos currículos comuns, a escola deve oferecer currículos
específicos, com estratégias especiais para o aprendizado da Língua
Portuguesa, tanto no que se refere à recepção (habilitação auditiva,
compreensão orofacial e leitura) quanto à expressão (desmutização, uso
da língua falada e escrita).
Cabe ressaltar que, na educação da
criança surda, a presença de diversos profissionais se faz necessária.
Entre esses destaca-se, além dos professores, o fonoaudiólogo para o
atendimento individual. E algumas atividades devem ser ressaltadas, como
a educação artística (artes plásticas, cênicas e musicais) e a educação física,
pois facultam ao alunado surdo outras formas de expressão, além das
linguagens faladas, escritas e sinalizadas, que irão enriquecer suas
vivências, propiciando-lhe novas formas de relacionamento com o mundo
que o cerca.
O ideal seria que os objetivos, o fluxo
da escolaridade (educação básica e superior) e os conteúdos
programáticos não se revestissem de especificidades, mesmo sendo o
educando uma pessoa surda. O que deve fazer a diferença é a questão da
comunicação, objeto de considerações e pesquisas na metodologia didática
sobretudo para o ensino da Língua Portuguesa (falada e/ou escrita).
Assim, faz-se necessário que o estudo da Língua Portuguesa, constitua um
curso obrigatório para alunos surdos, desde a Educação Infantil, oferecido como complementação curricular específica.
Enfim, considerando-se a importância
das atividades curriculares específicas no trabalho com surdos,
conclui-se que esses alunos devem estudar em horário integral, para que
essas atividades ocorram em turno inverso ao dos estudos acadêmicos
pertinentes ao currículo regular. As complementações curriculares
específicas, juntamente com o apoio pedagógico, são serviços que devem
ser prestados pelas Escolas Especiais, e Escolas Regulares (Classes
Especiais e Salas de Recursos). Concluindo: o trabalho escolar a ser
desenvolvido com os surdos tem por meta principal o desenvolvimento da
Linguagem.
http://pedagogiaaopedaletra.com/seriacao-e-curriculo-da-educacao-basica-para-alunos-surdos/
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