RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

sábado, 31 de março de 2012

FILME - O Milagre de Anne Sullivan - ANIMAÇÂO


Título original: Helen Keller

Gênero:
Animação

Direção:
Richard Rich


Lançamento:
EUA/1996

Personagem destaque:
Helen Keller é uma garota surdacega

Descrição:
Série Heróis da Humanidade - Animação, da história de Helen Keller
.


Nascida na cidade de Tuscumbia, no Estado do Alabama, USA, em 27 de junho de 1880, Helen Keller foi uma extraordinária mulher, triplamente deficiente, que ficou cega e surda, desde tenra idade, devido a uma doença diagnosticada na época como febre cerebral. Superou todos os obstáculos, tornando-se uma das mais notáveis personalidades do nosso século. Tornou-se uma célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas portadoras de deficiência. Anne Sullivan foi sua professora, companheira e protetora. Em 1904 graduou-se bacharel em filosofia pelo Radcliffe College. Em 1902 estreou na literatura publicando sua autobiografia A História da Minha Vida. Depois iniciou a carreira no jornalismo, escrevendo artigos no Ladies Home Journal. A partir de então não parou de escrever.
Morreu aos 88 anos em 1 de junho de 1968. Uma de suas frases mais famosas é:
 "Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar ! "
Este desenho animado retrata a doença e a libertação da escuridão de Helen Keller com sua professora Ane Sulivan.

FILME - O Milagre De Anne Sullivan




The Miracle Worker
Lançamento: 1962 (EUA)
Direção: Arthur Penn
Atores: Anne Bancroft, Victor Jory, Inga Swenson, Andrew Prine.
Duração: 107 min
Gênero: Drama

O Milagre de Anne Sullivan é um filme que nos apresenta a disposição, dedicação e amor da senhorita Sullivan que, a pedido de Alexander Graham Bell, torna-se professora e amiga de Hellen Keller. Esta amizade só termina em 1935 com a morte de Anne Sullivan. Vale lembrar que o filme é baseado em fatos reais contando, assim, a história da vida de Hellen Adams Keller que mais ou menos aos dezoito meses, devido a um tombo, torna-se cega e surda.
Como pontos positivos do filme podemos destacar o esforço, persistência e esperança da educadora que, não intimidou-se diante das dificuldades. A família que amava Helen e preoucupou-se em contratar uma professora para ela.
Anne Sullivan, talvez, por já ter sido cega possuía uma certa sensibilidade e sabedoria para trabalhar com a menina. Sullivan, uma pessoa resoluta e corajosa procura agir com segurança diante dos impasses que Helen apresentava -- por exemplo, a cena da sala de jantar, quando disciplinou Helen, ensinando-a que deveria usar a colher para levar os alimentos à boca.
A relação de carinho e afetividade que elas adquiriram uma pela outra, no filme há uma cena que Helen reagi e diz para a mãe que quer a professora, aliada a uma mente ativa e perceptiva da menina foram fatores relevantes para o aprendizado e que levaram Keller a perceber o mundo ao seu redor e a interagir com ele. "Antes que a minha professora viesse a mim, eu não sabia que existia. Vivia num mundo que não era mundo para mim. Não espero conseguir descrever adequadamente aquele inconsciente, embora consciente, estado do nada. Ignorava que sabia alguma coisa, que vivia, agia, desejava; não tinha nem vontade, nem intelecto; eu era impelida para objetos e ações por um impulso cego natural, instintivo. Só tinha uma inclinação para a cólera, o prazer, o desejo... Não era noite e não era dia, mas um vazio que absorvia o espaço, uma estabilidade sem fundamento. Não havia estrelas, nem terra, nem tempo, nem freio, nem mudança, nem bem, nem crime" (Helen Keller, in "A História da Minha Vida"). O trabalho de Sullivan com Keller permaneceu durante a vida universitária da jovem e, quando Anne casou, Helen foi morar com o casal.
Como pontos negativos podemos citar o "cuidado" dos pais, aliado a um sentimento de piedade e tolerância a todos os atos da menina. Tais sentimentos demonstram quão despreparados são para lidar com a complexidade da situação, permitindo assim, que Helen vivesse em um mundo sem sentido.
Também, podemos citar os momentos de impaciência de Sullivan, nos quais exerceu uma pedagogia agressiva para alcançar seus objetivos.
No entanto, devemos lembrar aqui, talvez, o momento mais importante do filme, o milagre, Keller fala água, ao sentir a água que sai da bomba em suas mãos. Desse momento em diante, Helen, progride na aprendizagem e chega à universidade, graduando-se, no ano de 1904. Keller, mesmo depois de formada, leva uma vida de dedicação aos estudos e as causas das pessoas cegas e surdas.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Candidato SURDO e a obtenção de carteira nacional de habilitação - Resolução nº 734, de 1989

Conselho Nacional de Trânsito - Contran.

Resolução nº734/1989
Art.54 o candidato à obtenção de carteira nacional de habilitação, portador de deficiência auditiva igual ou superior a 40 decibéis, considerado apto no exame otonerológicos, só poderá dirigir veículo automotor das categorias A ou B.

Parágrafo 1º os veículos automotores dirigidos pôr condutores com a deficiência auditiva de que trata este, deverão estar equipados com espelho retrovisor interno que permita a visão da via, quando se tratar de veiculo de 4 rodas ou mais.

Parágrafo 2º os condutores de veículos automotores habilitados nas categorias c, d e que, na renovação de exame sanidade física e mental, vierem a acusar deficiência auditiva igual ou superior a 40 debicais, estão impedidos para a direção de veículos dessas categorias.
 
http://www.libras.com.br/web/surdez/resolucao-n-734-de-1989

Os impostos que incidem sobre aparelhos auditivos

São tantos os emails que chegam aqui toda semana fazendo perguntas a respeito dos impostos que incidem sobre aparelhos auditivos, que decidi investigar. Não descobri tudo, mas desvendei algumas coisas que valem a leitura.

ICMS: A comercialização de aparelhos auditivos é isenta do ICMS. Art. 9º, XXXIX, “f” do Dec. 37699/77 (RICMS). Essa informação é de Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul. Perguntei se seriam isentos também no resto do Brasil, e soube que as isenções são acordadas nas reuniões do CONFAZ (órgão que congrega todas as SEFAZ do país), ou seja,  a princípio AASI são isentos de ICMS em todo o país.
IPI Nos termos da TIPI (Tabela do IPI), são também isentas do Imposto sobre Produtos Industrializados, posição 9021.40.00 (aparelhos para facilitar a audição dos surdos, exceto as partes e acessórios).
Imposto de Importação:  Também são isentos do Imposto de Importação, conforme tabela disponibilizada pela Receita Federal, posição 9021.40.00.
O aparelho (mercadoria) é isento de IPI, II e ICMS. Mas as empresas que trabalham com isso não são isentas do PIS, COFINS, IR  e todo o resto. Talvez muitas (acredito que a maioria) tenham a carga diminuída pois estão enquadradas no Simples Nacional. Aí, pagam um percentual do faturamento que engloba todos os tributos das três esferas – Municipais, Estaduais e Federais. Se a empresa é optante do Simples Nacional, a tributação final é bem pequena.
Porque é importante saber disso? Porque na hora de negociar desconto na compra dos seus aparelhos auditivos, se alguém vier com aquele papinho de que “ah, mas tem X% de ICMS, X% de IPI, X% de II, isso é inegociável“, você vai saber que é mentira e vai ter a informação na mão para argumentar. Eu acho fundamental que as pessoas tenham esse tipo de informação, ainda mais porque é muito chato para quem quer comprar um AASI toda a saga que é preciso enfrentar até finalmente descobrir qual é o preço deles! Os sites das marcas não informam os valores, os sites das revendas não informam os valores, se você liga para uma revenda eles dizem que não podem informar por telefone. Aí o único jeito é perdendo tempo, marcando uma consulta para ser atendido na revenda, e aí sim, pessoalmente, vão te dizer quanto custa. Particularmente, não entendo porque tanto mistério. A gente está careca de saber que custa caro e também que os preços não são tabelados, ou seja, as marcas vendem para as revendas e elas praticam o preço que quiserem (hello capitalismo feroz!).
O que acho é que deveria existir uma lei federal que exigisse que toda revenda de aparelhos auditivos expusesse claramente o quanto de imposto que o consumidor está pagando quando adquire esse produto. Em especial, porque se trata de uma prótese, não é um artigo supérfluo ou de luxo – e lucros de 200% e 300% são um acinte contra aquele que está abrindo a carteira. E a gente sabe que isso acontece e muito dentro desta área. Acho que assim como o consumidor vai lá e deixa o seu dinheiro suado na hora de comprar, nada mais justo que o vendedor jogue limpo. É lógico que não vivemos num mundinho de algodão doce e arco-íris, ou seja, um comerciante precisa ter lucro – desde que seja um lucro justo e honesto, sem mentiras e sem colocar a culpa em impostos que não existem. Lucro de 300% pra cima não é lucro, é praticamente um crime.
Se alguém aqui tiver maiores informações a respeito dos outros impostos que não descobri se incidem ou não, por favor, não deixe de compartilhar essa informação nos comentários.
 FONTE:
http://cronicasdasurdez.com/os-impostos-que-incidem-sobre-aparelhos-auditivos/

O AMOR DERRUBA QUALQUER PRECONCEITO

FONTE:
http://liliacamposmartins.blogspot.com.br/2012/03/o-amor-derrubaopreconceito.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+LliaCampos+%28L%C3%ADlia+Campos%29

Miss Surda 2012

A cearense Bruna Barroso foi eleita a Miss Surda 2012 neste sábado (24). O evento Miss Surda Brasil 2012 começou na última quinta-feira (22) e terminou com uma grande festa na noite deste sábado em Fortaleza. Bruna concorreu com outras 13 modelos. Com a vitória, a cearense vai disputar o título mundial no Miss Deaf World 2012, em Praga, na República Tcheca, em julho deste ano. Ficaram em 2º e 3º lugares, as modelos Reany Oliveira (Mato Grosso) e Amanda Moltner (São Paulo), respectivamente. O evento foi trazido ao Brasil pela modelo cearense, também surda,Vanessa Vidal, que em 2008 ficou em segundo lugar no Miss Brasil.

FONTE:
http://mundodosilencio.blogspot.com.br/2012/03/miss-surda-2012_7601.html

domingo, 25 de março de 2012

CURSO DE INGLÊS PARA SURDOS




Projeto Mãos Que Dizem Tudo. Você gesticula aprende e nunca mais esquece.
Aulas em libras, aprenda a ler e escrever em inglês. Não perca essa oportunidade!
Mais informações:
FENEIS: (21 ) 3495-4880/8020-3426CCAA: (21 ) 2665-3803/8486-6473
FONTE: http://alekinhosurdo.blogspot.com.br/2011_02_01_archive.html

Vamos ver o que é e quais são os tipos Deficiência Auditiva?



Deficiência Auditiva

Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre a desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989).

Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição).

A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e na manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos.

Tipos de Deficiência Auditiva:

Condutiva,Sensório-Neural e Mista .

4. Central ou Surdez Central :

Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central).

Em 1966 Davis e Silverman, os níveis de limiares utilizados para caracterizar os graus de severidade da deficiência auditiva são:

Audição Normal – Limiares entre 0 a 24 dB nível de audição.
Deficiência Auditiva Leve – Limiares entre 25 a 40 dB nível de audição.
Deficiência Auditiva Moderna – Limiares entre 41 e 70 dB nível de audição.
Deficiência Auditiva Severa – Limiares entre 71 e 90 dB nível de audição.
Deficiência Auditiva Profunda – Limiares acima de 90 dB.
Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no Brasil é chamada de Libras.

Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – Feneis, um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral.

FONTE: http://deficienciauditivaag.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html

Inclusão de deficientes no mercado de trabalho

A garantia de acesso ao trabalho para as pessoas com deficiência é prevista tanto na legislação internacional como na brasileira. No Brasil, as cotas de vagas para pessoas com deficiência foram definidas em lei de 1991, porém só passou a ter eficácia no final de 1999, quando foi publicado o decreto nº 3.298. Ela determina que as empresas com mais de cem empregados contratem pessoas com deficiência, segundo as seguintes cotas:
• de 100 a 200 empregados, 2%;
• de 201 a 500 empregados, 3%;
• de 501 a 1.000, 4%;
• e acima de 1.000 funcionários, 5%.
Apesar de não existirem multas para o não-cumprimento dessas cotas, o crescimento da consciência social e a ação fiscalizadora do Ministério Público têm ampliado o número de empresas que estão de acordo com a legislação, estimulando- as a manter – e até superar, em alguns casos – o número de vagas destinadas a pessoas com deficiência previsto na lei.

FONTE:http://deficienciauditivaag.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html

Relações de pais e filhos surdos


Os pais em primeiro lugar têm que aceitar a deficiência de seus filhos, se não ficará difícil a criança se interagir no mundo.Se a criança não tiver o apoio do pai e da mãe ela automaticamente não vai se aceitar, as pessoas que as crianças deficientes mais confiam são os pais.
Quando o problema da deficiência é aceito fica mais fácil o relacionamento com os irmãos,com a família, ou seja,resolve se o problema de uma maneira justa e construtiva,se for ao contrário fica complicado o ajustamento dos irmãos, amigos,etc,aí as crianças tornam-se problemática.É tão simples aceitar crianças portadoras de deficiência, pois as crianças portadoras de qualquer tipo de deficiência são pessoas sinceras,meigas,carinhosas e só transmitem paz para quem vivem com elas. Claro há aquelas agressivas, mas são assim devido as pessoas não saberem lidarem com elas, do mesmo jeito que pessoas normais gostam de ser aceitas elas também querem ser aceitas.
FONTE:


Acesse o link abaixo e confira!!

Nilton Câmara ensinando sinais bíblicos

Dicionário de LIBRAS e informática

Confira no link abaixo:

http://www.vilanarede.org.br/node/1185

DEAF ACADEMY CONGRESS 2013

Surdo recusa salário menor e conquista posição


Apesar de entender que o preconceito com pessoas com deficiência tem diminuído o deficiente auditivo Laerte Tavares de Souza diz que as vagas oferecidas a esse público ainda têm, muitas vezes, salário inferior ao de ouvintes. "As pessoas acham que, por conta da deficiência, não temos capacidade de trabalhar, aprender ou entender. Já fui chamado para várias entrevistas, mas com o salário menor do que dos ouvintes, com o mesmo cargo", afirma. Souza, no entanto, não aceitou as condições propostas: "estava dentro da Lei de Cotas e não concordo isso".

Nem por se negar a aceitar remuneração inferior a de ouvintes que Souza ficou desempregado. Depois de passar por empresas como Baxter Hospitalar, Sul America Nacional Seguros e Hipercard Cartões foi contratado pela Deloitte, onde é assistente na área de gestão de riscos empresariais. "Esforço-me no trabalho para mostrar minhas competências, me relaciono bem com os colegas de trabalho e quando não nos entendemos, utilizamos a escrita usando papel, bloco de notas, celular e etc, o que facilita a comunicação", explica.

Para ele, não há impedimento a suas funções. Aos 28 anos, Souza acredita que chegou até este ponto em sua carreira por mérito próprio, com muito esforço, apresentando idéias para melhorar o seu desempenho e a comunicação com os clientes. Atualmente, ele analisa as informações dos clientes para descobrir se há fraudes ou indícios da mesma por meio de indicadores de fraudes pelo padrão de auditoria internacional.

Os projetos são executados com a utilização de ferramentas de Audit Command Language (ACL), Access e Business Intelligence (BI). "Para me comunicar com os clientes internos e externos utilizo e-mail, torpedos e communicator da empresa".

FONTE:
http://paulohenriquelibras.blogspot.com.br/

A polícia do Pará investiga um esquema de aliciamento de mulheres surdas e mudas no Estado.

A polícia do Pará investiga um esquema de aliciamento de mulheres surdas e mudas no Estado. Segundo investigações da polícia, as vítimas seriam levadas para Estados do Nordeste e Sul do País. De acordo com o policial militar Helton Serra, as vítimas são mais fáceis de serem aliciadas.
- Elas dependem mais dos outros e quando estão em local desconhecido dificilmente conseguem sair.
Uma jovem de 23 anos está desaparecida há dois dias no Estado e pode ser vítima do esquema. Dois suspeitos, que foram vistos na companhia da jovem, foram detidos. Eles também são surdos e, durante depoimento, negaram participação no sumiço da jovem. Eles foram liberados, pois, segundo a polícia, não havia elementos suficientes para fazer a prisão em flagrante. Mesmo liberados, os dois suspeitos continuam sendo investigados. Eles podem fazer parte do grupo que alicia garotas para a prostituição.



Hoje dia 12 de março, depois de ficar desaparecida por três dias, a polícia encontrou a jovem deficiente auditiva e visual. A moça, que está grávida, foi vítima de uma quadrilha que alicia mulheres com deficiências no Belém do Pará.


FONTE:
http://paulohenriquelibras.blogspot.com.br/2012/03/quadrilha-alicia-mulheres-surdas-pa.htmlE:

O Senado aprovou nesta quarta-feira (14/03/2012) projeto que obriga as operadoras de telefonia celular a conceder descontos no envio de torpedos para clientes com deficiência auditiva ou de fala.


O Senado aprovou nesta quarta-feira (14/03/2012) projeto que obriga as operadoras de telefonia celular a conceder descontos no envio de torpedos para clientes com deficiência auditiva ou de fala.  Pelo texto, os clientes terão direito a planos com tarifas reduzidas para serviços de mensagens SMS tanto em celulares pré-pagos como pós-pagos.  Como o projeto foi aprovado em caráter terminativo pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, segue para análise da Câmara dos Deputados se não houver recurso para ser votado no plenário da Casa.
"Em tempos de desenvolvimento sem precedentes de novos meios e plataformas de comunicação, adquire especial importância a criação de mecanismos que evitem a condenação de qualquer segmento populacional à exclusão pela dificuldade de acesso a esse mundo", disse o senador Paulo Paim (PT-RS), relator do projeto.  Segundo o senador, a legislação da acessibilidade já prevê a oferta de planos específicos para os deficientes auditivos --mas na prática a determinação não é cumprida pelas operadoras.
"Tal norma não é cumprida, o que justifica o tratamento da questão por via legislativa, em norma de maior poder coercitivo."
O projeto altera o artigo 3º da Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9472/97), na qual estão previstos direitos dos usuários de telefonia.
FONTE: http://paulohenriquelibras.blogspot.com.br/

Entrevista com Karin Strobel

IDENTIFICAÇÃO:
 Nome: KARIN STROBEL
 Cidade: FLORIANÓPOLIS
 Estado: SC   País: BRASIL
 Formação:
  PEDAGOGA e DOUTORA EM EDUCAÇÃO
 Profissão: PROFESSORA (3 disciplinas)
 E TUTORA DE LETRAS/LIBRAS – UFSC
 Locais de Trabalho: UFSC
 Locais de Estudo: UFSC
 Contatos: kstrobel@uol.com.br
Karin Strobel, em Jurerê – Florianópolis / SC (2006)

ENTREVISTA:
1) Você nasceu surda? Conte um pouco como foi sua infância, adolescência e juventude?
Eu nasci em Curitiba, a adorada terra do pinhão, uma cidade conhecida por sua limpeza e de suas soluções urbanas inovadoras assim como o sistema de ônibus modernos de onde tenho orgulho de ter sido gerada e atualmente moro em outra cidade que conquistou profundamente o meu coração… Fiquei uma autêntica ‘manézinha da ilha’ com saias coloridas e sandálias baixas, a Florianópolis com suas lindas praias e famosa ponte!
 Nasci ouvinte e com quatro dias de vida em hospital eu tive um resfriado muito forte e o médico me deu remédio, o antibiótico – excessivamente forte para um recém-nascido – que em conseqüência disto enfraqueceu os meus nervos auditivos e fiquei surda profunda.
 Tive uma infância feliz com família muito unida, mas também confusa. Porque muitas vezes fui incompreendida pela sociedade, quando adolescente tive aquela fase chamada de ‘crise de identidade’, tratava-se de anos e anos de disputa pelo espaço social em ambientes cheios de estereótipos negativos sobre a cultura surda.
 Isto fazia e ainda faz parte de um processo mais extenso dos diferentes ‘olhares’ das representações sociais ouvintes que consideravam os sujeitos surdos como seres ‘deficientes’ e incapazes.
 O mais importante para mim foi o amor da minha mãe, que me apoiou e motivou em todos os momentos na construção de minha identidade surda e de me tornar uma vencedora na vida.
 A construção de minha identidade surda foi possível a partir de quando a família aceitou a minha surdez na fase de adolescência, e isto me fez conhecer a mim mesma com profundidade, afastando meus medos e acreditar no meu potencial de praticar os maiores desafios na vida cotidiana.
 Em uma sociedade que quando se valoriza demais a audição e a fala, automaticamente estamos sendo preconceituosos contra os que não ouvem e não falam.
 Cito uma situação que aconteceu comigo, há muitos anos atrás eu queria muito fazer especialização na área de educação dos surdos, a equipe da escola inicialmente disseram que eu não daria conta e aconselharam eu tentar outra profissão, mas felizmente o próprio diretor da instituição me incentivou dizendo para eu tentar, não desistir e lutar pelo o que queria. Graças a estes tipos de sujeitos que acreditam em nós os surdos, hoje sou pedagoga e doutora em educação.
 Por isto, uso minhas próprias experiências da infância não somente como aluna surda, sim como ‘ser surda’ para lutar pelo povo surdo o direito de nos escolhermos a língua e de construção de identidades sem a imposição ‘normalizadora’ da sociedade que impõe aos sujeitos surdos que sejamos ‘normais’, isto é, que falemos e ouçamos para que sejamos aceitos na vida social.
 Mas hoje noto que a sociedade brasileira já esta percebendo das existências de pequenos grupos culturais, tais como os povos indígenas, os povos negros, os povos surdos, os homossexuais e outros, e assim começando a compreender e respeitar as culturas diferentes, grupos com suas culturas não como inferiores e sim em nível de igualdade, mas que ao mesmo tempo são diferentes. Isto acontece porque as comunidades surdas, dentre as outras, lutam pelos seus direitos como cidadão de serem considerados como sujeitos ‘diferentes’ e não como ‘deficientes’, de reconhecimento do potencial de cada sujeito surdo, estabelecendo relações sociais justas e igualitárias!
 O que guardo de bom da infância foi ter aprendido a ter perseverança diante de todas as dificuldades e a superação das limitações impostas pela sociedade que me consideravam um ‘deficiente’.
 Hoje me considero uma adulta guerreira da vida com um corpo surdo mais forte com uma ancoragem positiva de identidade surda e hoje luto por reconhecimento e aceitação da cultura surda!

Karin Strobel, aos 7 anos de idade

2) Você estudou em qual(ais) escola(s)? E Como se deu sua formação em nível superior?
Na maior parte de minha infância estudei em uma escola para surdos de Curitiba onde usavam metodologia oralista, que foi implantada recentemente na época, horas e horas de treinamento com as aparelhagens e fones diante de espelhos para imitar as articulações dos lábios.
 Conseqüentemente, aprendi a falar, mas não sabia me comunicar adequadamente, só ficava repetindo as palavras, igual a um papagaio sem entender seus significados, tudo muito mecânico e sem emoções, somente depois de aprendizagem de libras durante a adolescência é que me libertei desse mundo de clonagem dos ouvintes e me expressei autentica ‘eu’ que estava adormecido no interior!
 Paralelamente com a escola para surdos, estudei em outro período do dia em muitas escolas inclusivas e reprovei várias vezes – não por preguiça e sim por dificuldades de adaptação á cultura ouvinte, por exemplo: na minha fase de alfabetização em escola de ouvintes, a professora em sala de aula mostrava figuras de alface, avião e abacaxi e comparava-as com letra ‘a’, eu não entendia o porquê dessas comparações, pois não encontrava a letra ‘a’ nas figuras. Olhava, olhava e ficava confusa, isto porque na cultura ouvinte, nestas escolas, os professores ensinavam a língua portuguesa em associação aos sons, outra situação parecida é, dentro de textos a gente tem de perceber quais as palavras são oxítonas, paroxítonas, etc. Eu, surda, como vou perceber qual sílaba é mais forte se não escuto? E pior ainda, ter que separar as palavras em silabas? Será que separar palavras de duas-letras e duas-letras esta correta? Isto fazia a minha cabeça ficar confusa, porque nestas escolas não ensinavam a língua portuguesa na cultura surda, isto é, o português visual. Também faziam brincadeirinhas do tipo ‘telefone-sem-fio’ e isto me fazia sentir um ‘peixe fora de água’!
 Durante toda a minha vida escolar com exceção de mestrado e doutorado eu não tive intérprete em sala de aula e na universidade, ao cursar o curso de pedagogia, também enfrentei dificuldades; os professores não tinham conhecimentos de como lidar com uma pessoa surda e também não tinha intérprete disponível. Na maioria parte baseei mais nas leituras dos livros para manter-me atualizada.
 Ao ingressar em UFSC durante o mestrado e com upgrade para doutorado, tive oportunidade de encontrar colegas e professores usuários de língua de sinais, de assistir aulas com intérprete de língua de sinais/português e participar juntamente no grupo GES – Grupo Estudos Surdos, onde se desenvolvem pesquisas na área dos Estudos Surdos.
 Conclui o meu doutorado este ano com a tese que aborda algumas reflexões sobre analogia de poderes em relação ao corpo surdo e modos possíveis de abordar em sua subjetividade daqueles que considero ‘personagens’ de minha pesquisa: o ser surdo! Nela há narrativas produzidas pelos sujeitos surdos que foram entrevistados durante a pesquisa no sentido de identificar as descrições sobre visões históricas diferenciadas que permita construir a historia de surdos no espaço colonial ou como sujeitos surdos na diferença lingüística cultural.

Karin Strobel, na formatura do Curso de Pedagogia (2000)

3) Desde quando fala com língua brasileira de sinais (Libras)?
O meu primeiro contato com a língua de sinais aconteceu na adolescência, com quinze anos, na época em que estava revoltada e triste sem saber qual era o meu espaço no mundo, porque a escola para surdos proibia o uso de língua de sinais e nas escolas regulares eu conversava igual como papagaio e os colegas ouvintes me achavam chata e me deixavam isolada. Então a minha mãe ficou preocupada com a minha revolta e tristeza e após investigar das existências das comunidades surdas ela me levou à associação dos surdos de Curitiba onde tive o primeiro contato com a língua de sinais e isto me fez abrir as muitas portas para o mundo e permitiu eu construir a minha identidade, não só como surda e sim como a ‘Karin’!

Karin Strobel, menina sentada, com calça vermelha, em escola de surdos (1968)

4) Você tem filho(s)? Surdo(s) ou ouvinte(s)? Como você se comunica com ele(s)? E com seus familiares, amigos e público em geral?
Sou mãe de um pequeno surdo de 3 anos, o Richard é lindo e meigo. Eu e ele comunicamos através de nossa prioritária língua: Libras.
 Com minha família e públicos em geral, sou bilíngue, uso libras e oralização e ou escrita… e se as pessoas tiver dificuldade de me entender, eu escrevo para me comunicar, assim como a maioria dos sujeitos surdos.

Karin Strobel, com seu filho Richard aos 3 anos (2008)

5) O que a Libras significa para você? Libras, Língua Brasileira de Sinais… É uma benção de Deus em existir uma língua visual, com expressão corporal, esta língua me abriu as portas para o mundo surdo e também de ouvintes, pois com a iniciação do uso dessa língua me fez viver uma vida sadia e feliz.
 Dou opinião semelhante de uma surda de Pernambuco, a Lindilene, que mandou um e-mail ao grupo de surdos, recentemente explicando sobre a Libras: “essa língua existe, e agora que existe podemos lutar por ela querendo entrar na cultura dos surdos… nós o povo surdo não sabemos de onde foi feita a língua portuguesa, a língua espanhola, a língua americana e outras… mas nós surdos sabemos de onde foi feita a nossa língua de sinais, e que por ela nós surdos sofremos muito para conseguir essa língua reconhecida. Esta é uma historia de muitas lutas do povo surdo e mesmo assim nos surdos damos os poderes da nossa língua aos ouvintes para serem interpretes de libras!”
Acredito que a Libras também é uma porta para a interculturalidade entre os surdos e os ouvintes, pois os sujeitos surdos necessitam de intérpretes, família, amigos e professores que os entendam.
 A formação de professores de Libras ficou mais valorizada no Brasil, principalmente graças à metodologia transmitida pela FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, em parceria com MEC: o “Libras em Contexto”, que aboliu a metodologia tradicional do ensino de língua de sinais e hoje estamos expandindo com o curso de LETRAS/LIBRAS em muitas universidades brasileiras.
 Com a abertura de curso de Letras/Libras em UFSC foi uma grande vitória para as comunidades surdas. A nossa expectativa de uma educação melhor para os surdos, atualmente na tenra infância, aumenta diante de tal resultado. Constatar o interesse de sujeitos surdos e de sujeitos ouvintes neste caminho renova nossa esperança em uma sociedade mais justa e igualitária, onde os sujeitos surdos terão a oportunidade de aprenderem e ensinarem em sua própria língua e os sujeitos ouvintes de interpretarem com a qualidade ótima a língua de sinais.

Karin Strobel, pesquisando história de surdos no INES – RJ (2008)

6) Conte um pouco sobre o trabalho que você vem desenvolvendo na Feneis – Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos. Quais são seus projetos à frente desta Federação?
Sempre trabalhei como voluntária ao lado de associações de surdos, como secretária, conselheiro, diretora social e enfim, também fui presidente. Participei de diversos movimentos em prol da pessoa surda e conheci bem a realidade dos surdos através da minha experiência como membro das comunidades surdas e como professora de ensino ao surdo nas escolas.
 Contato com a Feneis se iniciou em 1994, quando o ex-presidente Antonio Campos me convidou para fazer parte da chapa dele como diretora vice-presidente dos Profissionais da Área e depois como fundadora e diretora regional do escritório Feneis-PR.
 Com isso, fui percebendo a dificuldade de comunicação e a questão social do surdo em diversas esferas da sociedade e, cada vez mais, me envolvendo com a luta dos surdos. Como profissional tive um olhar diferenciado a respeito de algumas questões relacionadas às necessidades dos surdos.
 Uma delas é na área de formação. É necessário mais cursos e treinamentos para instrutores surdos, intérpretes e professores.
 Precisamos crescer na questão da especialização de diversas áreas no mercado de trabalho, fazendo com que os sujeitos surdos façam diversos cursos de aperfeiçoamento.
 Pelo que tenho observado até agora pelas políticas publicas brasileira na área da educação dos surdos,percebo que os caminhos nesta área está bem encaminhada. Tenho mais preocupações com o que envolve outras áreas como a surdocegueira por exemplo. Gostaria de incentivar mais este segmento, fazendo com que sua luta seja menos isolada. Da mesma forma que fizemos com a Libras, proponho também um curso de instrutores multiplicadores para guias-instrutores e intérpretes envolvidos com a comunidade surdo-cega. Também quero dar uma atenção às questões que envolvem saúde. Defendemos a Língua de Sinais, mas precisamos respeitar também os que fazem a opção pelo oralismo e pelos implantes. Precisamos de propostas em todas as áreas.
 Na verdade, queremos criar várias coordenadorias compostas de coordenadores de cada área, voluntários para trabalhos com as comunidades surdas. A Diretoria atual da Feneis é composta por apenas seis pessoas, ficando difícil dividir o trabalho porque o Brasil é muito grande. A idéia é que consideremos também outras áreas como, por exemplo, a de família, dos Surdocegos, das artes, dos índios surdos, saúde e outros etc.
Percebo que as pessoas estão com expectativas de que a nova diretoria possa ajudá-las. Vejo que é muita responsabilidade. A minha vida, antes privada, agora mais do que nunca é pública. Preciso pensar nos surdos em primeiro lugar. Fico muito emocionada quando penso nesta confiança depositada na minha presidência

Karin Strobel com Paulo André de Bulhões, Shirley Vilhalva e Paulo Vieira, em abril/ 2008, durante solenidade de posse como diretoria da Feneis para período de 2008 a 2012

Karin Strobel, eleita Presidente da Feneis,
 com demais membros da diretoria
 (1º Vice-diretor – Paulo Bulhões / 2º Vice-diretor – José Arnor /
 Diretor de Políticas Educacionais – Paulo Vieira /
 Diretora Administrativa – Shirley Vilhalva /
 Diretor de Finanças e Planejamento – Josélio Coelho)

7) O que você faz para se divertir ou se distrair?
Gosto de passear em shopping Beira-Mar (de Florianópolis) com meu filho Richard e também brincar e caminhar na natureza. Adoro deitar na rede e ler um bom livro, ou assistir um bom filme em DVD para relaxar. São estes momentos que não abro a mão para não ficar estressada com o dia-o-dia corrido e procuro fazer isto todos os dias!

Karin Strobel, lendo na rede, nos momentos em que gosta de relaxar (2007)

8) Quais são seus planos para o futuro? Fazer mais elaborações dos projetos com a participação direta dos sujeitos surdos na área de educação, cultural, mercado de trabalho, saúde e outros.
 Por exemplo, com a extensão do curso Letras-Libras abrangemos a necessidade da criação do curso de ‘Pedagogia Surda’, que é diferente de curso de pedagogia existente atualmente nas universidades, pois envolve o jeito do surdo ensinar.
 Acreditamos que a criança surda aprende melhor com o professor surdo, aproveitando que no momento vemos que a política da transformação abre os espaços dentro da pedagogia cultural e vamos lutar por isso.
 Pedagogia surda seria por exemplo: o professor entra em sala de aula e tenta aplicar o conteúdo proposto, mas ele se depara com as diferenças de identidades culturais de cada aluno e então para colocar em prática o seu ensino, o professor passa por um processo de transformação, elaborando estratégias e respeitando os vários artefatos culturais dos próprios alunos.
 Os povos surdos através dos movimentos sociais vêm contribuindo para que haja um novo olhar no processo histórico, com conquistas como a inserção do currículo surdo, a valorização da Língua de Sinais e pedagogia surda nos espaços educacionais!
 Também pretendo continuar escrevendo outros livros, a idéia de escrever o ultimo livro: “As imagens do outro sobre a cultura surda” se iniciou pelo fato de eu trabalhar por 20 anos como professora de surdos, sendo militante das comunidades surdas, palestrando em muitos lugares e dando aulas em pós-graduação em muitas faculdades, eu percebi que muitas vezes os professores das escolas inclusivas, os professores ouvintes bilíngües (Português/Libras), os intérpretes de língua de sinais, as famílias ouvintes e os amigos ouvintes não compreendiam muito bem o que é cultura surda, então aproveitei das minhas experiências com as vivencias nas comunidades surdas e de como ‘ser surda’ juntando vários depoimentos de muitos sujeitos surdos e escrevi sobre a cultura surda.
 A cultura surda vem sendo um enigma para os sujeitos ouvintes da sociedade. É uma preocupação em que muitos sujeitos ouvintes tentam entender os muitos caminhos que conduziram os povos surdos às suas relações culturais presentes, marcados por diferentes ‘olhares’ das organizações de suas comunidades surdas.
 A cultura surda se refere a comportamentos, valores, regras e crenças, que permeiam e “preenchem” nas comunidades surdas. Dentre os artefatos principais da cultura surda estão as experiências visuais e as lingüísticas que são essenciais para o povo surdo. A cultura surda também pode incluir a historia dos surdos, as piadas em língua de sinais e expressões faciais/corporais, a literatura surda, a arte surda, a pedagogia surda e outros
 Vou citar alguns exemplos das situações dos sujeitos surdos que diferencia a dos sujeitos ouvintes: como chamar a atenção de um sujeito surdo? Em vez de gritar chamando pelo nome do sujeito, usamos um leve toque no braço ou no ombro dele ou acenar com as mãos se sujeito surdo estiver um pouco distante, ou pedir para o outro sujeito chamar a atenção dele.
 Espero que com a leitura desse livro, os sujeitos ouvintes reconheçam a diferença cultural do povo surdo, e, além disso, de perceberem a cultura surda através do reconhecimento de suas diferentes identidades, suas histórias, suas subjetividades, suas línguas, valorização de suas formas de viver e de se relacionar.
 E os meus planos para futuro é escrever mais livros, livros para auxiliar as comunidades ouvintes a entenderem o povo surdo e também incentivar aos outros sujeitos surdos a deixarem registros as suas experiências na forma escrita ou narradas em libras pelos dvds!

Karin Strobel, com Ronice Quadros, no dia do lançamento de seu livro
 “As imagens do outro sobre a cultura surda” (julho de 2008)

9) Você é uma pessoa feliz? Por quê?
O que é felicidade na realidade? Se for estar bem consigo mesma e em paz, então posso dizer que sou feliz! Tenho meus altos e baixos igual como todas as pessoas, mas enfrento numa boa porque acredito em mim!
 Então posso dizer que sou uma pessoa realizada e feliz.

Karin Strobel, com a família reunida porém, nesta época,
 seu filho Richard ainda não estava com ela (Natal de 2005)

10) Mais alguma coisa que você gostaria de dizer?
Todos nós, o povo surdo brasileiro, queremos as mesmas coisas: as políticas públicas para a educação de surdos voltadas para a garantia de acesso do aluno surdo dentro das escolas que faça com que eles ‘aprendam’ de verdade e não sendo ‘robôs’, as lutas pelas escolas de surdos, também pela boa formação dos professores surdos, dos intérpretes e dos professores ouvintes bilíngües, pelas acessibilidades na sociedade, respeito e valorização pela cultura surda e de suas diferentes identidades.
 Deixo mensagem ao povo surdo:
 Surdos, sejam persistentes e nunca desistam dos seus sonhos, arregacem as mangas e vão à luta com toda a coragem… Não deixem as pessoas dizerem a vocês: “vai ser difícil vocês conseguirem” ou “vocês não podem fazer…”, se é algo que vocês querem, acreditem em si mesmos e vão à frente! Lembrem-se: “Não há vitória sem luta e não há luta sem coragem”

Karin Strobel ministrando aula da disciplina História, através de video-conferência, no Curso de Graduação em Letras/Libras da UFSC (setembro de 2008)

FONTE:

terça-feira, 20 de março de 2012

Tratamento diferenciado para surdos sinalizados nas provas de redação de vestibular: eu NÃO concordo

Um link que encontrei no Facebook me chamou a atenção e fiquei de olhos arregalados ao ler o conteúdo da notícia. Dêem uma olhada, e notem as besteiras que foram ditas e, o pior, como sempre colocaram todos os surdos dentro do mesmo saco. Fico impressionada de ver como os surdos sinalizados fazem questão de continuar tentando que a imprensa acredite que surdos oralizados não existem. A Sô Ramires é rápida e já fez um post e deixou um comentário lá na matéria!

 

“Pelo menos 22 alunos com deficiência auditiva que vão disputar o vestibular este ano estão preocupados com a correção da prova de redação durante o processo seletivo. Os candidatos se sentem prejudicados nesta modalidade da prova, pois a escrita dos surdos é diferente dos demais candidatos que não possuem deficência auditiva. Para alguns surdos, o ideal seria que, ao invés da redação escrita, as Instituições de ensino superior aplicassem uma prova oral, mas dentro da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Outros candidatos sugerem que a redação seja corrigida por um profissional que tenha formação na Língua de Sinais, para compreender a escrita dos surdos. Na redação, os surdos não usam conectivos e os verbos sempre são escritos no infinitivo. Nem sempre fica definida na escrita a distinção por gênero. Sobre a estrutura da Libras, a pedagoga Rejane Lima ressalta que não pode ter como base a Língua Portuguesa, uma vez que a gramática é diferenciada e independente da língua oral. “A ordem dos sinais na construção de um enunciado obedece regras próprias que refletem a forma do surdo processar suas ideias, com base em sua percepção visual-espacial da realidade”, diz.

Nas escolas

Para a professora Sônia Teixeira, esta preocupação dos candidatos com deficiência reflete um problema que não se restringe à época do vestibular, e sim em como as escolas regulares estão tratando os alunos com necessidades especiais. “A escola regular não consegue dar conta da inclusão destes alunos. Há poucos profissionais com formação para os surdos, por exemplo”, aponta a professora.

O candidato Rodrigo Duarte de Queiroz, 29 anos, é um dos surdos preocupados com a redação. Ele vai disputar uma vaga para o curso de Licenciatura em Letras – Libras, oferecido pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), mas vê dificuldades nesta modalidade que podem prejudicar qualquer candidato com deficiência auditiva, uma vez que a escrita de quem não consegue ouvir é diferente.

“A prova de múltipla escolha a gente entende, mas ao invés de termos de escrever a redação deveria ter um intérprete para traduzir (uma espécie de redação oral)”, disse Rodrigo, que, depois de formado, pretende fazer concurso público.

Somente na Uepa, 103 candidatos com algum tipo de necessidade especial se inscreveram para os processos seletivos deste ano, sendo que 88 farão as provas em Belém. Sobre a preocupação dos vestibulandos com deficência física, a Uepa informou que 63 técnicos especializados, lotados na própria instituição, irão acompanhar os candidatos durante a realização da prova. Em relação aos candidatos surdos ou de baixa audição, a Uepa esclareceu que eles serão acompanhados por intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ou por ledores que poderão elucidar o conteúdo das provas, em caso de dúvidas. Sobre a correção da prova, a Uepa não comunicou se haverá algum tratamento diferenciado para os alunos com necessidade especial. Em resposta a inquietação destes vestibulandos, o Centro de Processos Seletivos (Ceps) da Universidade Federal do Pará (UFPA) explicou que no processo de correção das provas do vestibular neste ano não há tratamento diferenciado aos portadores de necessidades especiais, uma vez que apenas a segunda fase é elaborada pela insituição e nela não há prova de redação, nem questões subjetivas – a redação aplicada na 1ª Fase que é a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).”

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Porque eu não concordo com tratamento diferenciado nas provas de redação (seja em vestibular, concurso público, etc)??

Em primeiro lugar, porque penso que qualquer cidadão brasileiro, seja surdo ou ouvinte, tem o dever de saber ler e escrever. Um surdo sinalizado tem todo o direito de não querer falar, mas tem também o dever de dominar a modalidade escrita da língua do país onde vive. Uma pessoa incapaz de ler e escrever e eternamente dependente de intérprete para interagir com outras pessoas está fadada a que? Vai conseguir algum trabalho fora da comunidade surda? Fiquei tentando lembrar de profissões que não exijam conhecimento da língua portuguesa e não consegui.

O fato de surdos sinalizados não quererem fazer uma prova de redação ou quererem tratamento diferenciado evidencia de forma gritante a falência do sistema educacional do qual fazem parte. Em qualquer universidade, nos dias de hoje, é basicamente pré-requisito que o aluno saiba também (no mínimo), um pouco de inglês e espanhol. Não conseguir ler e escrever em português e querer cursar uma faculdade parece, no mínimo, bizarro. E na hora de escrever o trabalho de conclusão de curso, como será? Alguém vai escrever pelo aluno e fica tudo por isso mesmo?

Já questionei alguns educadores de surdos sobre o fato de surdos sinalizados não dominarem o português escrito e acabo sempre surpresa com o argumento principal, que diz respeito à capacidade econômica da família.

Não acho nem um pouco justo com as pessoas que passaram a vida inteira ralando na escola (com deficiência auditiva ou não, e vamos deixar claro que surdos oralizados também ‘apanham’ bastante no colégio, pois parece que a vida escolar é simples e fácil para nós) e se esforçando para superar barreiras e limitações. Nós não temos e nunca tivemos tratamento diferenciado. Se comunicar de uma forma diferente é uma coisa, querer que o mundo inteiro se adapte a você são outros quinhentos. Helen Keller está aí para provar que até mesmo um surdocego pode ser fluente na modalidade escrita da língua do seu país.

Só o que vejo são pedidos de tratamento diferenciado, e jamais me deparei com algum projeto que queira tornar os surdos sinalizados fluentes em português escrito. Isso não faz sentido.

Por último, acho muito irresponsável da parte de qualquer jornalista que se preze escrever que “a escrita dos surdos é diferente“, “candidatos surdos ou de baixa audição devem ser acompanhados por intérprete de LIBRAS“. Aqui estou eu, que tenho surdez severa, redigindo esse texto, assim como milhares de outros surdos oralizados brasileiros. Matérias que generalizam a surdez prejudicam demais pessoas como nós. Não quero ter que passar a minha vida inteira explicando que surdos oralizados não usam LIBRAS, não precisam de intérprete e dominam o português e também outras línguas em sua modalidade escrita e falada.

sábado, 17 de março de 2012

CIARTESILENCIO - RIMAR E SUELI RAMALHO SEGALA " O FILHÃO"





CIARTESILENCIO APRESENTA A PEÇA " O FILHÃO" DE SUELI E RIMAR RAMALHO SEGALA COM ATOR LUCIANO ANTONIO FRAGA, Retrata a história da aceitação de um filho surdo e a Libras.

O MEC enviará o novo DEIT LIBRAS para escolas?

Elisangela Andolhe: Professor o Mec estará enviando para as escolas públicas?
"Só se você e seus milhares de dedicados colegas professores demandarem deles, Elisangela Andolhe. Se os professores ficarem esperando passivamente, acabarão não recebendo e acabarão tendo de comprar, e, como nem todos conseguirão, muitas crianças ficarão sem esta janela ligando mente e mundo. Então, pelo amor de suas crianças, agora é hora de pedir ao MEC, à sua SEE, e à sua SME. Por isso coloquei as referências completas. O Ministro Fernando Haddad já tem um exemplar de cada volume no gabinete dele. Então escreva para ele pedindo. Ou espere final de fevereiro ou março para adquirir nas lojas da Edusp ou em centenas de sites da Internet. Tudo o que eu, pessoalmente, gostaria, de verdade, é que toda criança surda recebesse o seu. Mas isso não depende de mim. Já fizemos tudo o que nos competia fazer, e muito mais. Agora a bola está com vocês, com professores, coordenadores pedagógicos, diretores, secretários municipais de educação, vereadores, deputados estaduais, prefeitos, secretários estaduais de educação, governadores, deputados federais, associações de surdos, federação nacional de surdos, representantes da Unesco e de ONGs, etc. Bom, aqui do meu lado tem uma montanha de trabalho... Lá vou eu mergulhar nela de novo. Aos amigos, boa noite. Deus os abençoe a, por meio de seu trabalho dedicado e amoroso, ser bênção abundante nas vidas de suas crianças que tanto precisam de vocês. Dou graças a Deus pelas suas vidas, professores, e pelo seu trabalho tão digno e importante."

Por Capovilla.

FONTE:

Entrevista Prof. Fernando Capovilla à Globo News: Libras e educação bilíngue de surdos

Pais de crianças surdas enfrentam o dilema entre a escola especial e a rede regular


FONTE:
http://porfernandocapovilla.blogspot.com.br/2012/03/caso-da-professora-e-do-menino.html

CRIANÇAS SURDAS PRECISAM DE LIBRAS NA ESCOLA BILÍNGÜE PARA ALFABETIZAÇÃO EM PORTUGUÊS.





FONTE:
http://porfernandocapovilla.blogspot.com.br/2012/03/caso-da-professora-e-do-menino.html

CASO DA PROFESSORA E DO MENINO SURDOCEGO IMPLANTADO - Por: Fernando Capovilla

Comentando rapidamente uma breve e angustiada pergunta de professora, sobre um menino surdocego de 7 anos e implantado, que parece estar sentindo dores e que tem estado agressivo com seus colegas este ano: "É muito difícil dizer assim a partir de descrição genérica. Agressividade pode ser sinal de desconforto devido à necessidade de ajuste dos parâmetros do implante (a equipe clínica deve ser informada) e/ou a outros fatores como as mudanças no ambiente com muitos colegas (nenhum dos quais usa Libras tátil) a quem ela não entende e com quem não consegue se fazer entender, e a frustração por, diante dessa sobreestimulação algo errática da sala de aula coletiva (com crianças muito diferentes dela), não ter repertório comunicativo para lidar com isso. É possível que ele tenha falta de repertório comunicativo e que esteja reagindo negativamente à continuidade da falta de ambiente apropriado para desenvolver esse repertório. Ele pode estar sentindo falta de atenção às suas manifestações de desconforto e às suas necessidases comunicativas. É essencial que ele aprenda a se comunicar, a fazer-se entender e a entender os demais. Há quanto tempo recebeu o implante? Está em programa intensivo de reabilitação auditiva com fonoaudiólogos? Há quanto tempo tem contato com Libras tátil? (inserção em comunidade sinalizadora)? Qual é o vocabulário em Libras (tanto receptivo por tato quanto o expressivo)? Ele consegue satisfazer suas necessidades comunicativas? Ele precisa de atenção individualizada e intensiva para desenvolver habilidades comunicativas. É preciso investir na relação individualizada no AEE para construir relação pessoal de confiança e cooperação e para, então, construir nele repertório comunicativo. Encontrando meios eficazes de se comunicar, a agressividade diminuirá. Esse repertório comunicativo é condição necessária para iniciar o desenvolvimento de comportamento social adequado. Só a partir desse repertório construido de modo sistemático intensivo em relação terapêutica e educacional individualizada no AEE (entre professor e aluno-alvo, e entre coleguinha voluntário e aluno-alvo) é que será possível dar início à escolarização proprriamente dita, mas essa também deverá começar de modo individualizado. Só a partir de um determinado ponto desse desenvolvimento é que a escolarização em situação coletiva terá boas chances de sucesso. Para ele, o AEE é mais importante no momento que a sala coletiva, pois precisa da atenção individualizada do AEE para adquirir repertório para se comunicar na sala. Desenvolvido esse repertório, pode ser instituído um sistema de tutoria por crianças mais adiantadas e que se disponham a ajudá-lo. Pode ser criança ajudante que deseje ser professor(a) quando crescer. Como sua sala é mista com crianças surdas dos 4 aos 9 anos, converse, de modo mais íntimo e pessoal, com suas crianças surdas um pouco mais maduras. Haveria dentre elas algumas que desejem ser professora? Que tal convidar algumas delas, as mais maduras, a ajudar você? Elas podem servir de ponte de socialização, ajudando a instituir um sistema de ajudantes mirins (peers) que farão uso de Libras tátil para acolher essa criança surdocega e outras crianças. Essas crianças tutoras podem receber incentivo para para participar como voluntárias no AEE aprendendo a se comunicar por sinalização tátil com crianças surdocegas. Elas podem receber distinções de honra ao mérito no final do ano por fazê-lo. A escola estaria formando não apenas alunos, mas cidadãos plenos. Poderia ser criado também um sistema de distinções (homenagem da direção, da secretaria de educação), oportunidades educacionais, livros e outras honrarias por participar desse programa. Essas crianças ajudantes poderiam ser homenageadas em cerimônias públicas em presença dos pais a cada semestre e receber medalha de honra ao mérito educacional, uma espécie de medalha educador mirim. A auto-estima de todos subiria. A escola poderia atrair a atenção da municipalidade e então canalizá-la para suas crianças. Crise pode ser uma oportunidade em gestação. Essas são apenas algumas ideias escritas num brainstorming de 3 minutos com o objetivo de despertar em você ideias ainda melhores. Estou torcendo pelas suas crianças, por esse menino muito especial, por todos os seus coleguinhas, e por você. Volto ao trabalho agora, mas meus pensamentos estarão com você. Abraço amigo."

FONTE:

sexta-feira, 9 de março de 2012

ABECEDÁRIO DA XUXA - Almenara - 8º PERÍODO - 2012.1- 07/03/12

Meus alunos do 8º período de Pedagogia da Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros), Campus Almenara. É isso aí pesoal! Estamos só no começo...





MEU ALUNO É SURDO E TEM UM INTÉRPRETE EM MINHA SALA... E AGORA??

Essa é uma pergunta que me fazem constantemente... E AGORA?
Por isso, elaborei algumas dicas.. são simples, mas espero que ajude alguém:

Intérprete de Libras
O profissional intérprete tem como função mediar as interações linguísticas entre o surdo, o professor e os estudantes ouvintes em sala de aula. É mediador linguístico e cultural.

Não é função do intérprete
Não é responsável pelo processo de ensino-aprendizagem do aluno surdo;
Não é responsável pela didática, metodologia e realização do plano de ensino.

Funções do professor que trabalha com inclusão de surdos:
Explicar os conteúdos;
Avaliar;
Desenvolver encaminhamentos metodológicos capazes de contemplar as diferenças em sala de aula.

Dicas para o professor que tenha um aluno surdo:
Conheça a língua de sinais, pois assim como você tem interação com os alunos ouvintes, é preciso ter interação com o aluno surdo;
Em trabalhos em grupo, auxilie o surdo a se integrar nos grupos, pois de início, geralmente ocorre um isolamento por parte dos surdos e dos ouvintes;
Pense novas formas de avaliar esse aluno ou de considerar suas respostas, visto que, geralmente, esses alunos tem certa dificuldade com o português;
Não é deixar mais fácil, mas garantir que ele tenha o mesmo aproveitamento de sua aula que os alunos ouvintes;
Incentive o aluno surdo a participar em sala de aula, dando opiniões e apresentando trabalhos na frente; Durante muito tempo, esses alunos foram excluídos da dinâmica da aula, promova a participação desse aluno.

Benefícios:
O aluno surdo tem um espaço em sala de aula para dar sua opinião, sente-se valorizado e instiga a elaborar conceitos sobre o tema;
Os alunos ouvintes, por meio da tradução do intérprete, podem conhecer o que o aluno surdo pensa assim como conhecer a língua de sinais, que ainda é discriminada na escola.
Dicas para o professor sobre o intérprete de Libras:
Auxilie o trabalho do intérprete, ele precisa de condições em sua aula para poder interpretar de maneira correta;
Tenha um bom relacionamento com o profissional  intérprete, pois precisam trabalhar em equipe: o professor tem o conhecimento sobre a disciplina e o intérprete tem o conhecimento sobre a língua de sinais;
Cuidado com algumas atividades que não contribuem para a aprendizagem do aluno surdo como ditado: cansa o intérprete e cansa o aluno surdo;
Ao explicar sobre um desenho ou esquema, dê tempo para o aluno surdo tirar as informações visuais e depois comece a explicação: turnos de fala. Ou o aluno surdo presta atenção no desenho, ou ele presta atenção no intérprete;
Em dia de avaliação, providencie uma cópia para o intérprete. Eticamente, o intérprete não pode auxiliar o surdo nas respostas das provas, mas pode interpretar as palavras em que o surdo tenha dificuldade de compreensão. A cópia evita que o intérprete fique levantando o tempo todo para olhar a prova do aluno a fim de interpretar;
Providencie livros e materiais para o intérprete poder se preparar para suas aulas, assim o objetivo de que o aluno surdo tenha o máximo de aproveitamento pode ser alcançado;
Antes de começar a aula, diga para o intérprete quais serão as atividades, assim ele poderá organizar seu pensamento. Isso também é importante para os alunos;
Quando for passar matéria no quadro-negro, organize seu quadro de maneira que esse possa servir de apoio para o intérprete em seu trabalho. Se o quadro for bem organizado, é possível que o intérprete possa apontar para conceitos ou palavras-chaves e assim ser mais um recurso para que a informação fique clara.

FONTE:
http://comunicardicionariolibras.blogspot.com/