RYBENINHA

RYBENINHA
SINAL: BEM -VINDOS

DÊ-ME TUA MÃO QUE TE DIREI QUEM ÉS



“Em minha silenciosa escuridão,
Mais claro que o ofuscante sol,
Está tudo que desejarias ocultar de mim.
Mais que palavras,
Tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer.
Frementes de ansiedade ou trêmulas de fúria,
Verdadeira amizade ou mentira,
Tudo se revela ao toque de uma mão:
Quem é estranho,
Quem é amigo...
Tudo vejo em minha silenciosa escuridão.
Dê-me tua mão que te direi quem és."


Natacha (vide documentário Borboletas de Zagorski)


SINAL DE "Libras"

SINAL DE "Libras"
"VOCÊ PRECISA SER PARTICIPANTE DESTE MUNDO ONDE MÃOS FALAM E OLHOS ESCUTAM, ONDE O CORPO DÁ A NOTA E O RÍTMO. É UM MUNDO ESPECIAL PARA PESSOAS ESPECIAIS..."

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS

LIBRAS
"Se o lugar não está pronto para receber todas as pessoas, então o lugar é deficiente" - Thaís Frota

LIBRAS

LIBRAS
Aprender Libras é respirar a vida por outros ângulos, na voz do silêncio, no turbilhão das águas, no brilho do olhar. Aprender Libras é aprender a falar de longe ou tão de perto que apenas o toque resolve todas as aflições do viver, diante de todos os desafios audíveis. Nem tão poético, nem tão fulgaz.... apenas um Ser livre de preconceitos e voluntário da harmonia do bem viver.” Luiz Albérico B. Falcão

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS

QUANDO EU ACEITO A LÍNGUA DE SINAIS
“ A língua de sinais anula a deficiência e permite que os sujeitos surdos constituam, então, uma comunidade linguística minoritária diferente e não um desvio da normalidade”. Skliar

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

LSF (Língua de Sinais Francesa) - Alfabeto Manual

Intérprete de sinais demitida por 'mudar a notícia' (17/08/2011)

 Uma famosa intérprete de linguagem gestual de sinais, Leslie Grange (32), foi recentemente demitida após trabalhar por sete anos em canais de televisão da BBC. Na verdade, muitas pessoas surdas a  acusaram ​​de burlar informação, inventar fatos, traduzir sem fidelidade o discurso original.
Após sua demissão, Leslie Grange procurou explicar seu comportamento inadequado por "problemas pessoais e cansaço profissional que desenvolveu ao longo dos anos" . Enquanto nos últimos seis meses, ela se divertia, fornecendo aos telespectadores surdos uma versão muito diferente do original, distorcendo a realidade através de sua imaginação louca.
Um funcionário disse à BBC: "suspeitas  começaram a ser levantadas quando recebemos e-mails escritos pelos telespectadores surdos perplexos com nossos relatórios de zumbis radioativos avistados perto do reator nuclear em Fukushima (na verdade foi o que a intérprete traduziu). No começo, nós não prestamos atenção, pensamos que era uma farsa gigante projetada para nos desestabilizar."


"No entanto, quando entraram em contato para perguntar se Rebekah Brooks era realmente suspeito de  estuprar um macaco; e por que a BBC estava afirmando que, como um tratamento especial de verão, o primeiro-ministro tinha dito que adolescentes da nação não tinham que pagar por mais nada, percebemos que algo estava errado
, havia um problema com o trabalho de Leslie Grange ".



Story: Jasper Gibson
Image: Q4Nobody



O PORQUÊ DE SE USAR ALIANÇA NO QUARTO DEDO DA MÃO ESQUERDA...

Uma lenda chinesa conseguiu explicar de uma maneira bonita e muito convincente:

Os polegares representam os pais. Os indicadores representam teus irmãos e amigos.O dedo médio representa a você mesmo. O dedo anelar (quarto dedo) representa o seu cônjuge. O dedo mindinho representa seus filhos. Agora junte suas mãos palma com palma, depois, une os dedos médios de forma que fiquem apontando a você mesmo, como na imagem….

Agora tenta separar de forma paralela seus polegares (representam seus pais) você vai notar que eles se separam porque seus pais não estão destinados a viver com você até o dia da sua morte, una os dedos novamente.
Agora tenta separar igualmente os dedos indicadores (representam seus irmãos e amigos), você vai notar que também se separam porque eles se vão, e tem destinos diferentes como se casar e ter filhos.

Tente agora separar da mesma forma os dedos mindinhos (representam seus filhos) estes também se abrem porque seus filhos crescem e quando já não precisam mais de nós se vão, una os dedos novamente.

Finalmente, tente separar seus dedos anelares (o quarto dedo que representa seu cônjuge) e você vai se surpreender ao ver que simplesmente não consegue separá-los. Isto se deve ao fato de que um casal está destinado a estar unido até o último dia da sua vida, e é por isso que o anel se usa neste dedo.

FONTE: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=326753484031161&set=a.175721132467731.35449.100000895367343&type=1

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fichas para Organizar a Rotina










FONTE: http://libraseducandosurdos.blogspot.com/2012/01/fichas-para-organizar-rotina.htm

II CONGRESO IBEROAMERICANO DE EDUCACION BILINGÜE PARA LOS SORDOS - ASSUNCION - PARAGUAY

Es cada día más evidente que la sociedad competitiva y excluyente en la que vivimos amenaza con creciente fuerza a los sordos como individuos y a su comunidad. Por una parte, la inclusión indiscriminada de niños sordos en escuelas regulares, lejos de respetar la diferencia, intenta borrarla, desconociéndola. En aulas de educandos normalmente oyentes, los sordos quedan aislados del lenguaje y de la interacción real con pares y con adultos. Esta política educativa, que constituye a nuestro entender un verdadero genocidio mental y cultural, tendrá como resultado la invisibilización de los sordos, considerados una vez más como oyentes frustrados, que deben ser expuestos a la lengua oral, aunque no la oigan, con la excusa de que así estarán en comunicación con el mundo oyente. Es un absurdo de enormes dimensiones pretender que los niños oyentes van a aprender a hablar la lengua de señas, más allá de usar algunos gestos elementales, que serán sentidos como cosa curiosa o pintoresca, sobre todo en ocasiones en que todos los escolares canten los himnos u otras composiciones propias del ámbito escolar al tiempo que hacen ademanes que poco o nada tienen que ver con la lengua de señas.

Por otra parte, es un hecho innegable la difusión indetenible y la aplicación progresivamente más temprana de los implantes cocleares, cada día más sofisticados. Los sordos implantados bilateralmente antes de los seis meses, en un alto porcentaje, oyen lo suficiente como para aprender la lengua oral, en un nivel que va desde el “más o menos” bien al “casi” bien… Lo malo es que a esos sordos “casi” oyentes se les prohíbe todo contacto con la comunidad sorda, y se ven impulsados a abandonar la lengua de señas, con lo que perderán su identidad sorda para también invisibilizarse como casos “rehabilitados”, pasarán desapercibidos en la multitud mediocre para la que no importa el desarrollo intelectual y sí el uso de la lengua oral aunque ese uso carezca de significación y de profundidad... Fulanito nació sordo, dirán, y ya ves…

En estas circunstancias, lamentamos tener que decirlo una vez más, el modelo educativo bilingüe y bicultural, tal como ha sido implementado, no satisface en absoluto la primera meta de una educación para sordos: garantizar el desarrollo óptimo del lenguaje y de la inteligencia. En la inmensa mayoría de las instituciones escolares para sordos, si no en todas, los maestros oyentes no son mínimamente competentes en lengua de señas, y hablan un código de compromiso, el español signado, que no sirve para la comunicación, mucho menos para mediatizar el desarrollo del lenguaje y del pensamiento. Por eso, los sordos actualmente son discapacitados. Y lo son porque egresan del sistema escolar con notorias carencias de lenguaje y serias limitaciones cognitivas. Así de sencillo, y así de trágico. Esa es la verdad, aunque muchos sigan queriendo negarla con una tozudez digna de mejor causa.

Teniendo en cuenta esta realidad, estamos organizando el II Congreso Iberoamericano de Educación Bilingüe para Sordos, con un temario radicalmente distinto del que vienen presentando los encuentros en el área: monótona presentación de experiencias “positivas”, exposición de sordos “exitosos” como ejemplo de “superación de la sordera”, reiteración de demandas reivindicativas, autoelogios a granel, defensa de una lengua de señas que sólo los sordos usan (y no siempre bien), propuestas y más propuestas para que por fin los sordos aprendan a leer… No se trata de defender lo indefendible. Por el contrario, de lo que se trata es de examinar a fondo el modelo e identificar las fallas de su implementación, para revisar, reorientar y reimpulsar lo que sigue siendo la única alternativa educativa eficaz. Es el momento de tumbar el muro de mentiras que circunda a la sordera y que terminará por asfixiarla. Si no podemos, habremos dado la cabeza contra ese muro, con las consecuencias que son de imaginar.

Este Congreso tendrá lugar del 25 al 28 de abril de 2012 en Asunción, Paraguay, y nos complace invitarlos, y por su intermedio a compañeras y compañeros con quienes tendríamos el gusto de departir. Les mandamos el temario, esperamos sus comentarios y sugerencias, y si les parece de interés, por favor indicarnos en que tema les gustaría participar.

POR LA EMANCIPACION DE LOS SORDOS

Un abrazo solidario

Por el Comité Organizador:

Carlos Sánchez (Venezuela) Rogelio Ocampo (Paraguay) Rocío Cabezas (Ecuador) Ana María Morales (Venezuela) Mercedes Obregón (México)

Verónica Sánchez R. Coordinadora

Auspician:

ASOCIACION PARA LA PREVENCION DEL FRACASO ESCOLAR REPUBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA

ASOCIACION DE SORDOS DEL PARAGUAY REPUBLICA DEL PARAGUAY

UNIVERSIDAD TECNOLÓGICA TERRITORIAL DE MÉRIDA REPUBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA

CENTRO DE INVESTIGACIÓN Y ATENCIÓN LINGÜÍSTICA. UNIVERSIDAD DE LOS ANDES REPÚBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA

UNIVERSIDAD PEDAGÓGICA EXPERIMENTAL “LIBERTADOR” REPÚBLICA BOLIVARIANA DE VENEZUELA

FONTE:

Modelo Surda - Valquíria Brancalione ensaio para calendário


Atenta às ordens do fotógrafo, a modelo Valkiria Bancalione mostra que já nasceu pronta. Com 25 anos e 1,75cm de altura, ela esbanja sensualidade e capricha no olhar num ensaio para o calendário Sirena 2012. As fotos foram feitas no Guarujá, em um cenário paradisíaco. Repare no talento da moça.

Deficiente auditiva, a modelo faz trabalhos fotográficos tranquilamente através da leitura labial. Linda e dona de um corpão, ela é agenciada pela Joy Model Management . Há sete anos está em São Paulo e adora ir ao parque do Ibirapuera, nadar, jogar voleyball e ler um bom livro.

Fonte:

Exame de Certificação Nacional em Língua Brasileira de Sinais - PROLIBRAS.

Através de Portaria Normativa do MEC 20/2010, passa a ser competência do INES, a realização do Exame de Certificação Nacional em Língua Brasileira de Sinais - PROLIBRAS.
O PROLIBRAS ocorrerá no primeiro semestre de 2012.
Em breve divulgaremos o edital com o calendário de realização das provas.
Contatos: prolibras@ines.gov.br

Perguntas sobre o PROLIBRAS 2011

O que é o PROLIBRAS?
R: PROLIBRAS é o exame nacional que consiste em certificar a “proficiência no uso e ensino da Libras e de proficiência na tradução e interpretação da Libras”.

Quem realizará o PROLIBRAS?
R: A partir de 2011, segundo PORTARIA NORMATIVA MEC 20/2010 – DOU: 08.10.2010 o PROLIBRAS passa a ser responsabilidade do INES

Qual a data de realização do PROLIBRAS?
R: O PROLIBRAS 2011 será realizado no 1º semestre de 2012

Quando estará disponível o edital PROLIBRAS 2011?
R: O edital de realização do PROLIBRAS estará disponível a partir de 2012

É possível fazer o PROLIBRAS mesmo sem concluir o curso de Libras?
R: Sim. O curso de Libras não é uma exigência para o PROLIBRAS

O INES realiza algum curso preparatório para o PROLIBRAS?
R: Não. O INES não oferece curso preparatório para o PROLIBRAS

Onde será realizado o PROLIBRAS?
R: O exame acontece em todo Território Nacional. As cidades estarão disponíveis no edital.

Como será realizado o PROLIBRAS?
R: O PROLIBRAS será realizado em duas etapas: objetiva e prática.


Fonte:



Dez Surdos passam em Vestibular na UFSM - RS

Num passado não muito distante, uma criança nascida surda estava praticamente condenada a uma vida de exclusão, longe de escolas, do mercado de trabalho e, muitas vezes, até da família. Hoje, com a consolidação da cultura surda – que detém idioma próprio, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) – e com a estruturação de políticas educacionais e sociais relacionadas a um universo de pessoas que não ouvem, é cada vez mais comum ver surdos conquistando um espaço que antes lhe era negado. No último vestibular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), por exemplo, 10 surdos foram aprovados.

Pode parecer pouco, equivale a 5,8% das 173 vagas que a UFSM oferece para portadores de deficiência, mas o número de aprovados também demonstra a dificuldade enfrentada pelas pessoas surdas para chegar ao Ensino Superior.

Não existe cursinho para surdos. Estudamos em casa – comenta o auxiliar de informática Marcelo de Lima Gonçalves Junior, 23 anos, aprovado no vestibular para o curso de Sistemas de Informação.

Há quase dois anos, Marcelo trabalha na empresa Planalto, onde estão empregados outros 14 surdos. Desses, cinco passaram no vestibular. Na última sexta-feira, o Diário bateu um papo, intermediado pelo intérprete Luís Fernando Pereira, assistente de Recursos Humanos da empresa, com os quatro calouros, que falaram sobre a expectativa de entrar na faculdade.

Aprovada em Pedagogia, Geovana dos Santos, 28 anos, está ansiosa para começar a estudar.

Quero dar aulas, ensinar para crianças surdas. Gosto muito do contato com os surdos – diz.

Futuro – O mesmo deseja o auxiliar José Antonio Lorensi Monteiro, 30 anos, futuro professor de Educação Física, que só aprendeu a se comunicar em Libras aos 6 anos.

Acho que o espaço para o surdo está crescendo. Tenho uma filha de 6 anos, que sabe Libras desde pequenininha. Ela não viverá as mesmas dificuldades que enfrentei para estudar e trabalhar – acredita.


Fonte:

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

APARELHO AUDITIVO - O super lançamento da Siemens: Pure Carat

A Siemens mais uma vez sai na frente com o lançamento do Pure Carat 501! É um aparelho RIC (receptor no canal) com 4 potências de receptor, inclusive para perdas severa/profunda. Além de contar com a BestSound Technology, o Pure Carat é recarregável e compatível com todos os acessórios Siemens (controle remoto, TEK e miniTek). Possui bobina telefônica com a possibilidade de autophone, outro recurso que pode facilitar a vida do usuário na hora de atender o telefone. E ainda tem mais! O Pure Carat vem com gerador de som integrado e pode ser utilizado no Programa Siemens de suporte ao paciente com zumbido! Enfim, um aparelho completo!
                                                 
O lançamento oficial no Brasil e hoje, dia 18/01. Eu já sabia dessa novidade há alguns meses, mas nunca pensei que esse dia fosse chegar. Esse AASI e tao moderno e completo que acho que, para supera-lo, só se a Siemens criar um que converse com a gente e também leve o cachorro para passear. Rsrsrsrs!!
Quem tem perda auditiva severa/profunda quase sempre fica só desejando esses top lançamentos, porque, no geral, atendem ate a perda moderada. Eu estou felicíssima por saber que ele me ajuda, e e claro que vou fazer um test drive – o som de um aparelho auditivo Pure e o som mais próximo a audição natural que já escutei na vida, palavra de quem ouvia bem quando criança e tem uma vasta memória auditiva!
E como tenho zumbido altíssimo e incessante nos dois ouvidos desde que sai da barriga da minha mae (já estou mais do que adaptada e acostumada, mas e super chato) nem preciso comentar o quanto fiquei curiosa com esse gerador de som integrado!
Ah, antes que eu me esqueca! Algumas pessoas preferem atender o telefone pela bobina telefônica. Quando o aparelho está na bobina, ele recebe o som por indução magnética e não pelo microfone. O Pure Carat, além da bobina, tem a função autophone, ou seja, o aparelho entra automaticamente no T quando aproximamos o telefone do ouvido. Outro recurso é utilizar o neck loop em ambientes preparados para transmitir o som por indução magnética, como alguns teatros, etc. Aí e so usar a bobina T do aparelho mais o colar de indução magnética.
E um aparelho versátil, que atende basicamente todos os tipos de perda, tem compatibilidade com diversos acessórios e tem bobina telefônica. E, para quem se preocupa com discricao, ele e quase invisível, mesmo com todos esses recursos!

Sobre bullying

Segundo o Wikipedia, “Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully – «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.”
No meu tempo de colégio, o máximo que sofri foram comentários maldosinhos, sempre feito por colegas meninas, nunca pelos meninos. É claro que naquele tempo eu escutava muito melhor do que escuto hoje. Só fui começar a usar aparelhos auditivos no último ano do ensino médio. O que mais me travava era ouvir os comentários horrorosos que faziam a respeito de uma amiga minha, surda desde bebê – e que não usava aparelhos pois, no caso dela, eles não ajudavam. O mais light era ‘lá vem a surdinha’. Eu xingava muito os babacas que diziam isso dela mas, apesar dos meus esforços, eles não se calavam. Na minha cabeça o pensamento recorrente era ‘se eu aparecer de aparelho auditivo nesse colégio, acabou a minha paz!’. Hoje, vejo que era exagero meu mas, na época, isso me atormentava. Tanto pelo que faziam com ela quanto pelo que poderiam vir a fazer comigo.
Surdos que são vítimas de bullying verbal não podem se defender porque sequer sabem do ataque direto. Percebem mais pela expressão diabólica do agressor e pelas risadas daqueles que estiverem por perto. Quando lembro dos comentários maldosos que me faziam vejo que não eram nada se comparados ao que as crianças de hoje fazem. O máximo que ouvi foi ‘você deve ser surda, tô te chamando há horas e você nem me olha na cara!”, ‘professora, se a senhora quiser dizer que alguém é surdo, pode dizer que é igual à Paula’ e similares. Nada grave. Só que eu era muito novinha e a palavra SURDA ainda me soava como uma super afronta. Pode parecer bobagem, mas aquilo me marcou pra sempre. Fiquei longos anos tendo pavor e ataques de coceira cada vez que ouvia a palavra SURDA. Para mim, era a pior do mundo. Hoje, dou risada do tempo que perdi com essas bobagens
Adulta, os comentários mudaram. E são SEMPRE feitos por mulheres. Não entendo e nem quero entender isso, mas estaria mentindo se dissesse que algum homem já me falou algo pejorativo relacionado à minha surdez. Isso, jamais! As mulheres, porém, dão um jeitinho. O mais comum é o clássico ‘ela é tão (coloque qualquer adjetivo aqui, como inteligente/bonita/querida e derivados) mas é…surda!’ ou então o básico ‘está se fazendo de surda para passar bem!”. No primeiro caso, o comentário não é direcionado a mim, mas a uma terceira pessoa que esteja por perto – a intenção é me diminuir como pessoa. Já me vi também em várias situações nas quais eu estava ganhando mais atenção de alguém que não sabia da minha deficiência auditiva e de repente alguma mulher insatisfeita com isso abre a boca e diz ‘você sabia que ela não escuta direito??’. Chatinho, não?? Digo e repito mil vezes se necessário: surdez não é defeito de caráter. Se as pessoas usam-a para tentar lhe diminuir como ser humano, agradeça aos céus: isso significa que foi a única coisa que acharam de ruim em você! ;)
Acho que bullying direcionado a crianças é muito perigoso e deve ser levado a sério. Adultos sabem e podem se defender. Crianças não, e além disso estão na fase crucial do desenvolvimento de sua auto-estima. A cada ataque, a criança vai ficando mais retraída, mais introvertida e assustada. E carrega isso para sempre. Ou pode acontecer o contrário e a criança atacada vir a se tornar agressiva. Em ambos os casos, acho que os pais têm todo o direiro (e o dever!) de tomar providências. As criancinhas em fase escolar podem ser bem cruéis – me pergunto se aprendem a ser assim em casa ou se faz parte de suas personalidades mesmo…

Mais sobre dirigir com deficiência auditiva: como foram as minhas aulas práticas na auto-escola

FONTE: http://heliointerprete.blogspot.com/search?updated-min=2009-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2010-01-01T00:00:00-08:00&max-results=9

Olhem o email que recebi do Matheus:
Olá Paula mais uma vez quero te dar os parabéns pelo site sempre acompanho as atualizações dele,li seu comentário sobre o natal e me fez lembrar de uma coisa que aconteceu esses dias comigo, estou tirando carta e essa semana comecei a fazer aula pratica de carro e peguei um Palio zero bala pra dirigir! Que ótimo né? Eu também achei isso só não imaginava que o motor fosse tão silencioso que não escuto nada e não tem conta giros. O primeiro dia foi muio ruim, aí o jeito foi pedir pra fono aumentar o volume do meu aparelho (que não é lá aquelas coisas mas quebra um galho) que estava abaixo do necessário. Agora dá pra escutar um pequeno ruído do motor mas aguentar aquele barulho irritante do ar condicionado está sendo muito estressante! Podia pelo menos ter pedido um carro com contagiros ! Aí a instrutora fala pra mim “ah mas não é recomendado olhar em contagiros pra trocar de marcha”. Mas será que nunca pensaram na possibilidade de alguem que não escuta direito ter que dirigir sem escutar o motor e sem saber se o carro está pedindo marcha ou pedindo redução? Claro que não né, só quem não escuta bem pensaria nessa possibilidade.”
Depois, recebi esse da Anna:
Paula, você disse que dirige, como foi a auto-escola? Pergunto porque ano que vem terei que tirar carteira e estou tensa pensando nas aulas práticas!! Imagina o instrutor falando e eu necas de entender as instruções? Ele explicava antes de você fazer, ou você conseguia entender direitinho mesmo tendo que olhar pra frente? (comigo isso não rolará não). Me dá uma luz?”
Vou contar como foi quando resolvi tirar carteira de motorista. Eu devia ter uns 21 anos. É lógico que a minha primeira preocupação foi imaginar como seriam minhas aulas práticas. Peguei uma instrutora bem compreensiva e expliquei pra ela que não escutava bem e que precisaríamos de alguns ajustes pra coisa funcionar. Ouvir e entender as orientações dela de “dobra à direita”, “dobra à esquerda”, “estaciona” e “pára o carro” estava fora de cogitação. Numa boa, deficiente auditivo é incapaz de dirigir e conversar ao mesmo tempo, não dá. Pra resolver o problema, combinamos que ela faria sinais com a mão bem perto da direção me ‘dizendo’ com eles o que eu deveria fazer. E deu super certo!!! Foi simples, prático e tranquilo. Tirando o fato de que eu era péssima (apagava o carro umas 10x por aula, no mínimo) não tive problemas. No dia da prova prática, expliquei para o examinador e pedi que ele fizesse o mesmo que minha instrutora fazia, e foi tranquilíssimo. Para minha surpresa, até passei na prova! Hahahahaha!! :)
Mão dobrada pra esquerda: dobre à esquerda!
Mão dobrada pra direita: dobre à direita!
Palma da mão pra cima: pare o carro.
Palma da mão fechada: estacione!
Era assim que a gente se entendia nas aulas. Claro que quando ela sinalizava pra dobrar, eu sabia que poderia dobrar lá na próxima rua. É preciso ter cuidado pra não causar acidentes, né? Quem não gostou da idéia pode pedir pro instrutor providenciar cartões de instrução, aí ele coloca perto da direção, você olha e entende. Dá na mesma.
Como eu escrevi no post anterior, acho complicado dirigir se nem com os aparelhos auditivos você não escutar nadinha. Se esse fosse o meu caso, penso que abriria mão de dirigir. Mas sei que existem muitas pessoas nessa situação que dirigem muito bem, obrigada.

Entrevista com uma expert em Closed Caption

Conheçam a Kathleen Miozzo. Só pra vocês ficarem ainda mais fãs dela (e mais ávidos por closed caption), o assunto do TCC da moça na faculdade de Letras é sobre as influência do Closed Caption nas habilidades linguísticas das crianças portadoras de deficiência auditiva.
1. Fale um pouco sobre você!
Faço faculdade de Letras, estou no quinto período, Habilitação Inglês – Português, tenho 22 anos, trabalho como Assistente de Controle de Qualidade na Drei Marc, nasci e moro no Rio de Janeiro.
2. Como você começou a trabalhar com closed caption?
Tudo começou quando consegui um estágio de captioner (pessoa que transcreve, ajusta e padroniza o Closed Caption) em uma produtora de vídeos. Passei 7 meses lá, todo dia fazia Closed Caption de cerca de 3 desenhos, ou seja, por semana, mais de 10. Com isso fui pegando a prática e conhecendo mais desse mercado que me era estranho até então. Depois que sai do estágio, comecei a trabalhar na Drei Marc, onde atuo como Assistente de CQ, onde faço o controle de qualidade de legendas e closed captions para programas de, filmes e desenhos. Porém, ultimamente tenho me dedicado mais ao CC, atuando também como copidesque (revisora). E além de tudo ainda decidi fazer meu TCC sobre as influência do CC nas habilidades linguísticas das crianças portadoras de deficiência auditiva. Então, estou mais que imersa em Closed Caption.
3. Explica pra gente como funciona, em linhas gerais, o trabalho de colocar legendas em programas de TV, filmes, etc?
Há métodos como o ao vivo (feito por um estenotipista através de um estenótipo eletrônico), ele é treinado para digitar rapidamente com o uso de um teclado especial, com a representação de letras e grupos de fonemas. Ele registra o que é dito, ao vivo, no momento em que o programa é transmitido. E muitas vezes, mesmo quando o programa já foi gravado, a inserção se dá ao vivo. Também existe um software, método mais caro e novo. Ele interpreta vozes e produz o texto das legendas. A voz não vem direto do programa, ela é transmitida a uma pessoa que repete o que é dito para o computador. O software não é 100% garantido e pode causar algumas confusões. A pessoa que fica responsável por vocalizar para o computador também acrescenta via teclado informações sobre outros sons do ambiente. Depois disso que a legenda é liberada para aparecer na tela. Este software pode ser muito complicado (imagina quando houver um vozerio ou diálogo muito rápido). E por fim, há o método usado onde trabalho, mas que só é possível em programas já gravados. Mas também é o mais preciso. Tudo começa pela transcrição, o captioner pega o vídeo em questão, e com ou sem o auxílio de um script, começa a transcrição, padronização (uso de códigos de posicionamento, italização, música), depois o processo de marcar tempos de entrada e saída de cada legenda. E então, depois disso, e de serem revisados padrões gramaticais, estilo e redação, o arquivo é liberado para inserção, o que pode ser feito na produtora, ou pelo próprio cliente.
4. Custa caro para as emissoras colocar CC nos programas?
Sim. As emissoras têm um elevado custo para disponibilizar o recurso. São custos referentes ao processo de produção e também exibição do Closesd Captions. Profissionais, mídias, controles, tráfego de material, tráfego de sinal, enfim, uma série de providências que os exibidores precisam tomar para tornar o recurso disponível. O Closed Captions se tornou obrigatório no Brasil para as empresas de Radiodifusão em 2006, a partir da Publicação da Portaria 310 no DOU pelo então Ministro das Telecomunicações Hélio Costa. Cabe salientar que a Lei se restringe às empresas de Radiodifusão, excetuando assim o Mercado de TV por Assinatura da obrigatoriedade de disponibilizar o recurso para o assinante do serviço de TV Paga (informação cedida pelo Diretor de Marketing da empresa em que trabalho, Marcelo Camargo).
5. Por quais motivos você acha que muitas emissoras só vão colocar legendas em 100% da programação quando isso for obrigatório?
Eu acho que isso vai ocorrer pelo simples fato de muitas emissoras não acharem que o custo “vale a pena”. O mercado de CC no Brasil é fraco ainda, e sempre com aquela imagem de que é algo mal feito, cheios de erros de português. A obrigatoriedade vai ser a única forma de criar uma noção de que o CC é vital, nem que seja isso feito por meio de uma lei que puna quem não cumprir. Mas posso falar, pelo menos baseada no meu trabalho, cada dia mais temos recebido serviços de CC para emissoras abertas, o que mostra um crescimento nessa noção.
6. As emissoras têm noção da importância das legendas? Costumo dizer que programa da TV sem legenda está no mesmo nível que calçada sem rampa, acho uma vergonha, um descaso.
Eu acho que existe uma noção, mas como eu disse, é um mercado meio recente, no Brasil. Não há, por exemplo, cursos especializados em CC, o que torna fraca a capacitação dos profissionais, tornando a produção mais passível de erros e baixa qualidade. O deficiente auditivo ainda é visto como grupo de minoria na gama de telespectadores, porém acho que o que deve ser feito é cada vez mais os deficientes auditivos cobrarem das emissoras o CC em programas, pois só assim as emissoras terão a dimensão exata deste mercado e vão ver que ele carece de investimento.
7. Porque alguns canais têm ótimos ‘sistemas’ de legendas (como TV Senado) e outros são péssimos? As vezes temos a sensação de que a pessoa que está colocando legendas ao vivo em determinados programas não tem nem o primeiro grau completo, tantos são os erros horríveis de português.
Alguns canais fazem o CC internamente, muitas vezes ao vivo, o que cria algo parecido com a tradução simultânea, sabe? Onde tenta-se advinhar o que será dito, já outros fazem o CC em empresas como a que trabalho, e o arquivo passa por várias revisões e isso resulta numa qualidade superior. Já no caso da TV Senado, acho que por seu caráter oficial há um controle maior, né?
8. Porque, numa novela por exemplo, quando um personagem fala um palavrão, os ouvintes escutam esse palavrão, mas o mesmo é censurado nas legendas?
Esse é o caso que eu mais me irrito no CC. Muitos captioners acham que podem omitir informações, por questão de tempo de leitura, ou até mesmo para adaptar o CC ao padrão estabelecido pelo cliente (há canais que não querem palavrões em legendas e CCs). Para você ter uma ideia, ouvi uma vez, “Não precisa escrever tudo, eles não ouvem mesmo.” Isso é absurdo e prejudica a qualidade do serviço prestado, pois, dessa forma o serviço é feito pela metade.
9. Quais são as principais diferenças (em termos de emissoras, acessibilidade, rapidez, etc) entre o CC do Brasil e de países como os EUA?
No Brasil, o CC é transmitido por apenas um canal CC 1, em português, e, em raros casos, em inglês. Nos Estados Unidos é transmitido em inglês no CC 1, e espanhol no CC 2 ou 3, o inverso ocorre nos canais em espanhol. Nos EUA o FCC controla isso e há muito mais direcionamento e informação. O Brasil ainda engatinha, mas aos poucos vamos melhorando.
10. Já que você trabalha com closed caption, comenta como você vê a importância dessa ferramenta – não só para surdos, mas para toda a população brasileira.
O Closed Caption não pode ser visto como ferramenta única e exclusivamente para deficientes auditivos. Por exemplo, já fui a restaurantes que deixam a televisão sem volume, mas com o Closed Caption ligado, ou seja, a não ser que seja um dos restaurantes mais segregadores do mundo e que só aceite clientes com deficiência auditiva, pessoas não portadoras de deficiência estarão fazendo uso da ferramenta. Claro, os deficientes auditivos não só são público-alvo, como também o gatilho para o desenvolvimento da ferramenta, que a meu ver, se desenvolvida da forma correta, visa não apenas auxiliar no entendimento, mas também incluir, informar, atualizar e até mesmo educar o portador de deficiência auditiva, pois, como alguns trabalhos provam (e meu futuro TCC falará sobre isso também) muitas crianças portadoras de deficiência auditiva parcial aprendem a ler com o auxílio do CC, dali vem o vocabulário delas. E por isso mesmo não podemos ser levianos com o que é escrito, deve sim haver uma qualidade a ser exigida e um controle a ser feito.
11. De que maneiras você acha que os surdos oralizados podem pressionar emissoras que não têm CC na programação para que elas providenciem essa ferramenta?
Acho que a única forma de pressionar, com sucesso, é continuar exigindo, cobrando, falar sobre o assunto. Closed Caption muitas vezes é visto como um bicho-de-sete-cabeças, mas na verdade é simples, falta conhecimento, divulgação, entendimento. Por exemplo, não há cursos sobre Closed Caption, enquanto há vários sobre Legendagem, falta interesse no mercado, mas por falta de divulgação. Se o “consumidor” exigir mais, tenho certeza de que as emissoras começarão a se esforçar para mudar o quadro atual.

FONTE: http://cronicasdasurdez.com/

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Manual ajuda médico a se comunicar com paciente surdo

Máscara, medicamento, comprimido e microscópio, representados em gestos da língua brasileira de sinais.

Se a queixa é de um surdo, a comunicação com o médico é complicada e o diagnóstico pode ser menos preciso. O guia "Saúde em Libras" (Áurea, R$ 60), escrito pela dentista Claudia Barbosa Pereira e a radialista Andréa Iguma, pretende facilitar esse atendimento. "Não sabemos o que os surdos sabem sobre saúde", diz a dentista. "Ouvimos muito sobre doenças e cuidados; eles não", acrescenta Iguma. O livro é todo ilustrado. Estão lá os principais gestos da linguagem de sinais. A primeira parte, básica, mostra o alfabeto e as saudações. Nas páginas seguintes há representações de doenças e de procedimentos médicos.


domingo, 15 de janeiro de 2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

O implante coclear

ESTRUTURA DO OUVIDO



O QUE É IMPLANTE COCLEAR

O implante coclear é um dispositivo eletrônico de alta tecnologia, também conhecido como ouvido biônico, que estimula eletricamente as fibras nervosas remanescentes, permitindo a transmissão do sinal elétrico para o nervo auditivo, afim de ser decodificado pelo córtex cerebral.  O funcionamento do implante coclear difere do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). O AASI amplifica o som e o implante coclear fornece impulsos elétricos para estimulação das fibras neurais remanescentes em diferentes regiões da cóclea, possibilitando ao usuário, a capacidade de perceber o som.  Atualmente existem no mundo, mais de 60.000 usuários de implante coclear.
IMPLANTE COCLEAR
(Componente Externo e Interno)


 FUNCIONAMENTO O IMPLANTE COCLEAR

O implante coclear consiste em dois tipos de componentes, interno e externo. Para melhor compreensão será descrito separadamente.


O componente interno é inserido no ouvido interno através do ato cirúrgico e é composto por uma antena interna com um imã, um receptor estimulador e um cabo com filamento de múltiplos eletrodos envolvido por um tubo de silicone fino e flexível.


O componente externo é constituído por um microfone direcional, um processador de fala, uma antena transmissora e dois cabos. A sensação auditiva ocorre em frações de segundos. Todo o processo inicia-se no momento em que o microfone presente no componente externo capta o sinal acústico e o transmite para o processador de fala, por meio de um cabo. O processador de fala seleciona e codifica os elementos da fala, que serão reenviados pelos cabos para a antena transmissora (um anel recoberto de plástico, com cerca de 3mm de diâmetro) onde será analisado e codificado em impulsos elétricos. Por meio de radiofreqüência, as informações são transmitidas através da pele (transcutaneamente), as quais serão captadas pelo receptor estimulador interno, que está sob a pele. O receptor estimulador contém um “chip” que converte os códigos em sinais eletrônicos e libera os impulsos elétricos para os eletrodos intracocleares específicos, programados separadamente para transmitir sinais elétricos, que variam em intensidade e freqüência, para fibras nervosas específicas nas várias regiões da cóclea. Após a interpretação da informação no cérebro, o usuário de Implante Coclear é capaz de experimentar sensação de audição. Quanto maior o número de eletrodos implantados, melhores serão as possibilidades de percepção dos sons.

MODELOS DE IMPLANTE COCLEAR

 Entre os implantes cocleares multicanais de gerações mais avançadas utilizados nos principais centros internacionais dedicados ao tratamento da surdez estão: Nucleus 24, desenvolvido na Austrália pela Cochlear Corporation; Combi 40+, desenvolvido na Áustria pela Med-EL; e Clarion, desenvolvido nos Estados Unidos pela Advanced Bionics. Os modelos diferem entre o número e configuração dos eletrodos, disponibilidade de telemetria e telemetria de respostas neurais (NRT), localização do microfone externo, design e tecnologia do processador de fala, estratégia de comunicação de fala, número e tipos de estimulação e sistema de programação. A Cochlear Corporation iniciou-se no mercado com o modelo Nucleus 22. Posteriormente, foram lançados os modelos Nucleus 24, Nucleus 24 M, Nucleus 24K, Nucleus 24 Contour e recentemente o Nucleus 3. Com os avanços tecnológicos, foi possível a miniaturização do processador de fala, como o uso do processador de fala modelos ESPrint e ESPrint 3G (retroauricular) .
Nucleus® 24 Contour
ESprint 3G Sprint Nucleus®
A Med-EL inseriu-se no mercado com o modelo C 40 e em função dos avanços tecnológicos, estão disponíveis atualmente os modelos C40 S, C40+, também permitindo o uso de dispositivos externos retroauriculares.
Med-EL®Combi 40+
Med-EL® Tempo + Med-EL® Tempo +
E a Advanced Bionics iniciou com o modelo Bipolar Enhaced, posteriormente foi lançado o modelo Hifocus e com avanços tecnológicos lançaram o modelo HiRes 90K.
HiRes 90K
Platinum HiRes Auria
SELEÇÃO DE CANDIDATOS AO USO DO IMPLANTE COCLEAR
Com a evolução tecnológica, os implantes cocleares atuais já são considerados de 3ª geração. Com isso, são considerados candidatos ao uso do dispositivo de Implante Coclear, crianças a partir dos 12 meses de idade e adultos que apresentam deficiência auditiva neurossensorial bilateral de grau severo e profundo e que não obtiveram benefícios com o uso de Aparelhos de Amplificação Sonora Individual. A avaliação dos pacientes candidatos ao Implante Coclear é realizada por meio de uma equipe interdisciplinar, composta por médicos otologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e outros. No entanto, os resultados variam de individuo para individuo, em função de uma série de fatores, entre eles, memória auditiva, estado da cóclea, motivação e dedicação e programas educacionais e/ou de reabilitação. Candidatos que poderão apresentar um melhor benefício com o uso do implante coclear:


idade acima de 18 anos, com deficiência auditiva neurossensorial pós - lingual bilateral severa ou profunda;
que não se beneficiarem do aparelho de amplificação sonora individual (AASI), ou seja, apresentarem escores inferiores a 40% em testes de reconhecimento de sentenças do dia a dia;
tempo de surdez ser inferior a metade da idade do candidato (em deficiências auditivas progressivas não há limite de tempo);
deficiência auditiva pré-lingual tem benefício limitado e só é indicado em pacientes com fluência da linguagem oral e com compreensão desta limitação;
apresentarem adequação psicológica e motivação para o uso do Implante Coclear.


idade até 17 anos, com deficiência auditiva neurossensorial bilateral severa ou profunda;
preferencialmente indica-se o Implante Coclear em deficiência auditiva pré -lingual até os 6 anos de idade. Salienta-se que a idade ideal é a partir de 1 ano;
adaptação prévia de AASI e (re)habilitação auditiva intensiva para verificar se há benefício deste dispositivo principalmente nas deficiências auditivas severas;
apresentarem incapacidade de reconhecimento de palavras em "conjunto aberto";
serem provenientes de famílias adequadas e motivadas para o uso do Implante Coclear;

ETAPAS DO PROGRAMA DE IMPLANTE COCLEAR

Para a indicação cirúrgica do implante coclear é necessário que o indivíduo submeta-se a diferentes avaliações, que fazem parte da etapa pré-cirúrgica e que serão realizadas por médicos, fonoaudiólogas, assistentes sociais e psicólogas com o objetivo de definir a indicação do implante coclear. Realizado o diagnóstico diferencial da deficiência auditiva, torna-se de fundamental importância a seleção e indicação do AASI, anteriormente à indicação do IC, com o intuito de verificar-se os benefícios obtidos com o uso da amplificação no que diz respeito às habilidades auditivas. Nesta etapa além das avaliações dos aspectos funcionais relativos à audição, da determinação do tipo e grau da deficiência auditiva e da avaliação com AASI, é fundamental o estudo por imagem (tomografia computadorizada de cortes de 1 (um) milímetro de temporais nas posições coronal e axial e ressonância magnética dos temporais em 3 D). A importância de estudos por tomografia computadorizada de temporais com secções de 1mm de espessura, nas posições coronais e axiais, para constatar malformações cocleares, graus de ossificação labiríntica, principalmente em surdez pós-meningite. A tomografia computadorizada de alta resolução é útil para averiguar as estruturas ósseas do temporal, sendo de uso limitado para o estudo das estruturas não-ósseas, vias auditivas e tecido nervoso central. A ressonância magnética dá informações adicionais quanto ao grau de fibrose ou ossificação da cóclea e outras patologias do sistema nervoso central (Meira et al, 1998; Arriaga, Carrier,1996; Nikolopoulos et al,1997). A utilização da ressonância magnética em pacientes implantados tem atraído a atenção de vários autores, pois a presença do ímã no dispositivo interno impediria a utilização deste importante recurso diagnóstico.


A cirurgia do Implante Coclear é realizada para inserção do dispositivo interno (receptor-estimulador e cabo com filamento de múltiplos eletrodos). Após a inserção dos eletrodos já é possível a realização da telemetria de impedancio dos eletrodos e telemetria de respostas neurais (testes que permitem avaliar o funcionamento dos eletrodos na sala de cirurgia, ou seja, antes de fechar a incisão). E a radiografia intra-operatória
Rx na posição de Stenver's modificada, com os eletrodos inseridos na cóclea.


Antes da cirurgia, é realizada a tricotomia de aproximadamente dois dedos acima do ouvido. Após a cirurgia, alguns cuidados são necessários, até a alta médica completa, ou seja, no retorno para ativação, entre eles:

Manter repouso no leito com a cabeça elevada a 30º nas primeiras 24 horas.

Manter posição lateral, não deitar do lado operado durante 15 dias.

Não molhar o curativo, não se deve lavar a cabeça nas duas primeiras semanas, quando lavá-la colocar um tampão, o ouvido operado não deverá ser molhado.

Se tiver necessidade de espirrar, fazê-lo de boca aberta e assoar delicadamente o nariz usando soro fisiológico para a limpeza do mesmo.

Proibir pegar peso e fumar.

Evitar bebida alcoólica e queda.

Não tomar sol durante 30 dias.

Geralmente, a cicatrização completa ocorre entre 3 e 5 semanas após a cirurgia. No entanto durante este período, o indivíduo é capaz exercer suas atividades normalmente. Em condições ideais os pacientes permanecem de dois a três dias no hospital após a realização da cirurgia. Entre as complicações cirúrgicas descritas pela literatura científica internacional em pacientes submetidos à cirurgia para inserção do Implante Coclear incluem-se:
• paralisia facial;
• necrose tecidual no leito cirúrgico;
• extrusão dos eletrodos;
• mal posicionamento dos eletrodos;
• presença de zumbido;
• alterações vestibulares na primeira semana do pós-operatório;
• e/ou defeito no componente interno.


Após a cicatrização cirúrgica, o paciente retornará à equipe do Programa de Implante Coclear para ativação dos eletrodos. É recomendado que a ativação dos eletrodos ocorra aproximadamente, quatro semanas após a cirurgia. O acompanhamento pós-cirúrgico dos pacientes usuários do Implante Coclear é realizado por equipe interdistidisciplinar, devendo atender a retornos periódicos para avaliação otorrinolaringológica, mapeamento e balanceamento dos eletrodos, audiometria em campo livre, testes de percepção de fala, orientação fonoaudiológica, entre outros, de acordo com a necessidade e/ou etapa do tratamento.
No momento da ativação e mapeamento dos eletrodos, serão realizados os ajustes necessários para que o processador de fala seja capaz de converter efetivamente a energia acústica em uma área dinâmica elétrica adequada para cada eletrodo.

CUIDADOS APÓS O IMPLANTE COCLEAR

Cuidados necessários para obter o funcionamento adequado do Implante Coclear, relacionadas aos aspectos ambientais:


Os usuários de Implante Coclear devem evitar a aproximação direta à monitores de televisão, computadores e forno de microondas quando os mesmos encontram-se em funcionamento, uma vez que a radiação eletromagnética presente nestes equipamentos pode ser capaz de alterar a função do circuito eletrônico do Implante Coclear e ocasionar alteração na qualidade do som e falha no envio da estimulação.


No momento em que os usuários de Implante Coclear passam com o dispositivo em funcionamento entre as barras de sistemas de Vigilância Eletrônica, presentes na grande maioria de lojas e supermercados, pode ocorrer uma sensação sonora distorcida. É aconselhável que o usuário desligue o processador de fala no momento em que ocorre a aproximação do sistema. Épouco provável que o Implante Coclear dispare o alarme presente nos sistemas de vigilância eletrônica.


Os materiais presentes no IC são capazes de ativar o sistema de detectores de metais. Assim sendo, o usuário deve apresentar a carteira de identificação do Implante Coclear fornecida pelo fabricante e entregue após a cirurgia.


Como solicitado para qualquer equipamento eletrônico, o processador de fala do Implante Coclear deve ser desligado durante o pouso e decolagem de aeronaves.


A eletricidade estática é definida como o acúmulo de carga elétrica em uma pessoa ou objeto, capaz de criar um campo magnético. Níveis elevados de eletricidade estática podem danificar dispositivos eletrônicos, inclusive o Implante Coclear. Os Implantes Cocleares apresentam um circuito protetor contra este tipo de eletricidade, oferecendo um alto grau de proteção. No entanto alguns cuidados devem ser tomados:
Colocação de tela protetora para o monitor do computador
Retirar o processador de fala no momento em que as crianças usuárias de Implante Coclear estão em contato com piscina de bolinha e escorregador de plástico.


A utilização de ultrasom terapêutico está contra-indicada (proibida) em regiões próximas ao Implante Coclear. O ultrasom diagnóstico não oferece riscos aos usuários de Implante Coclear. No entanto, para a realização de qualquer procedimento que não seja considerado de rotina, é aconselhável que o usuário ou seus familiares, entrem em contato com a equipe do Programa de Implante Coclear.


As doses de radiação utilizadas na radiologia médica não oferecem riscos aos usuários de Implante Coclear. No entanto, durante o procedimento, o componente externo do dispositivo deve permanecer desligado.


A utilização de luz ultravioleta em clínicas odontológicas e camas solares não oferecem riscos aos usuários de Implante Coclear.


A utilização de bisturi elétrico ou eletrocautério em cirurgias está proibida em usuários de Implante Coclear. Para maiores informações, é aconselhável que o cirurgião entre em contato com a equipe de Implante Coclear.


Está proibido aos usuários de Implante Coclear tanto a realização da ressonância magnética, bem como a entrada em salas em que este procedimento é realizado. Em indivíduos usuários do sistema Nucleus 24, em situações em que se faz de extrema necessidade a realização deste procedimento, existe a possibilidade de remoção do magneto interno por meio de uma pequena cirurgia.